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INTRODUÇÃO

O liberalismo foi uma corrente de pensamento político e econômico surgida na Europa


dos séculos XVII e XVIII, coincidindo com a época do surgimento da classe da burguesia. A
figura do burguês, que se lançava ao mundo para o comércio e contava com sua própria
iniciativa para alcançar seus objetivos, destoava de todo um período anterior onde os homens
colocavam-se subservientes ao pensamento religioso. Nessa época o espírito empreendedor e
autônomo da burguesia propôs outras possibilidades na relação entre os homens e o mundo.

Nessa linha de pensamento, os homens já possuíam sua individualidade e seus valores


antes mesmo de se perceber inserido na sociedade, e a partir do uso da razão se davam suas
relações sociais; razão essa que consistia na habilidade do homem em experimentar o mundo
à sua volta e através do empirismo escolher o que lhe era útil e agradável. A possibilidade do
uso da razão é igual em todos os homens, desde que desejem a busca pelo conhecimento, e só
poderia ser garantida pela defesa das liberdades. Desse modo, a crítica central do liberalismo
é direcionada a todo e qualquer ato que promova desigualdade ou privação de liberdade.

No âmbito político, há a crítica aos regimes monárquicos, que quando comandados


pelas vontades individuais de um rei, configurariam privação de liberdades. Portanto, o
governo ideal seria um governo democrático concretizado pelo voto, a fim de representar a
vontade da maioria.

No âmbito econômico, defendiam o direito à propriedade e o livre comércio, sendo a


propriedade privada vista como um direito natural do homem que age. Além disso, a não
interferência estatal na economia, pois também seria isso uma privação à liberdade de ação.
Segundo os liberais, a própria economia desenvolveria meios para equilibrar-se; na medida
em que o Estado impedisse ou limitasse algum meio de produção da riqueza, a prosperidade
da nação estaria ameaçada ou restrita.

O conservadorismo, por sua vez, foi outra corrente de pensamento que surgiu na
Inglaterra em fins do século XVIII, criado por Whig Edmund Burke, como reação à
Revolução Francesa. Esse pensamento está relacionado a posições político-filosóficas
tradicionais e rígidas, contrárias a mudanças abruptas.

Ao contrário dos liberais, os conservadores desvalorizam a razão humana, acreditando


que as melhores instituições não são criadas por ela, mas sim as que resultam de um lento
processo de crescimento e evolução, defendendo, portanto, as instituições sociais tradicionais
como a religião, a monarquia e as hierarquias sociais.
DESENVOLVIMENTO

Montesquieu foi um dos pensadores mais influentes do liberalismo. Sua reflexão


principal se dá acerca do poder, que segundo o pensador, “é da natureza do poder abusar de
suas prerrogativas”, de modo que a única coisa que pode freá-lo é não a bondade dos homens,
mas o próprio poder; é assim que surge sua doutrina da divisão dos poderes. Esses poderes,
apesar de divididos, deveriam atuar vigiando um mutuamente ao outro para proporcionar a
moderação. Para Montesquieu, a moderação é essencial em um regime politico, pois só
através dela há a liberdade de opinião. Portanto, só existe liberdade de houver respeito às leis
e moderação.

Sobre os poderes, Montesquieu afirma que o poder judiciário não deve ser atribuído a
um senado permanente, mas sim exercido por pessoas extraídas do corpo do povo em certos
períodos do ano, da maneira prescrita pela lei, para formar um tribunal temporário. Os outros
dois poderes, de acordo com ele, poderiam ser de preferência atribuídos a magistrados ou a
corpos permanentes, porque não se exercem sobre nenhum indivíduo, já que apenas são, um,
a vontade geral do Estado, e o outro, a execução dessa vontade geral.

Dividia as leis em dois tipos: as leis naturais, criadas por Deus, perfeitas e eternas, e as
leis humanas ou positivas, criadas e instituídas por homens e por isso estão sujeitas ao erro e à
imperfeição. Para Montesquieu, leis não deveriam ser fruto do arbítrio de quem as escreve,
mas da decorrência da realidade social e histórica de um povo, mantendo relações íntimas
com essa realidade, possuindo, assim, um sentido, um “espírito” (o espírito das leis).

REFERÊNCIAS:

SOUSA, Rainer. Liberalismo. Mundo Educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/liberalismo.htm. Acesso em: 12 de nov.
de 2018.

CONSERVADORISMO. Click Estudante. Disponível em:


https://www.clickestudante.com/conservadorismo.html. Acesso em: 12 de nov. de 2018.

MONTESQUIEU. Guia do Estudante. Disponível em:


https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/montesquieu/. Acesso em: 12 de nov. de 2018.
LIMA, Michelle Fernandes; WIHBY, Alessandra; FAVARO, Neide de Alemida
Lança Galvão. Liberalismo Clássico: Origens Históricas e Fundamentos Básicos.

AGUILAR, Enrique. A liberdade política em Montesquieu: seu significado.

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