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Cadernos PDE
VOLUME I
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009
A EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS NA REDE REGULAR DE ENSINO
DE MISSAL SOB A PERSPECTIVA DE PROFESSORES E TRADUTORES-
INTÉRPRETES DE LIBRAS
Iara Junges1
Loraine Alcântara2
Resumo
Este estudo tem por objetivo a reflexão acerca do processo de educação e inclusão
de alunos surdos na rede regular de ensino de Missal. O trabalho faz parte do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, do governo do Estado do
Paraná. Para a implementação do projeto contou-se com a participação de
tradutores-intérpretes de Libras – Língua Brasileira de Sinais e professores das
turmas regulares que têm alunos surdos em suas classes. Tendo em vista a
orientação das políticas oficiais vigentes, que recomendam a educação com base na
proposta bilíngue, objetiva-se identificar na prática pedagógica a aplicação dessa
proposta e sua eficácia na educação deste público. Para tal, buscou-se promover a
reflexão sobre a mediação do professor no processo de apropriação dos conteúdos
escolares por alunos surdos no contexto da escola regular. Assim, além dos
instrumentos utilizados para a coleta de dados, tais como: questionários,
observações, análise documental, entrevistas com professores, tradutores-
intérpretes, alunos surdos e seus familiares, foi constituído um Grupo de Estudos
envolvendo tradutores-intérpretes e professores da rede regular de ensino, o qual
promoveu vários encontros objetivando refletir sobre o tema tendo em vista uma
proposta pedagógica que compreenda o aluno surdo como sujeito que percebe o
mundo por meio da experiência visual, o que pressupõe a valorização da língua de
sinais no processo de ensino. O resultado da pesquisa apontou avanços nas
políticas públicas que se referem à elaboração de leis que regulamentam a inclusão,
porém se observou que a inclusão de alunos surdos está em processo apresentando
alguns limites e muitas possibilidades.
1
Professora da Rede Municipal de Ensino de Missal na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino
Fundamental e Pedagoga na Rede Estadual de Ensino. Professora PDE/2009;
2
Orientadora: Professora e Tradutora-Intérprete de Libras – IES: Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (UNIOESTE) – Centro de Educação Comunicação e Artes – Cascavel-PR, especialização em
Educação de Pessoas com Necessidades Educativas Especiais na Educação Inclusiva.
1 Introdução
3
“A Comunicação Total advoga o uso de um ou mais desses sistemas, juntamente com a língua
falada, com o objetivo básico de abrir canais de comunicação adicionais” (Capovilla 1998, p.1483).
alunos até a referida escola, para participarem das aulas de Libras, para
aprendizado e integração com os alunos do Município de Itaipulândia.
3 Fundamentação Teórica
4
Classificador: em Libras, assim como em ASL, os Classificadores funcionam como partes dos
verbos em uma sentença, sendo estes chamados verbos de movimento ou de localização (BRITO,
1995).
no Brasil e no mundo, seja no que se refere ao intérprete de maneira ampla, seja em
relação ás pesquisas que remetam ao intérprete educacional.
Quadros (2004), define que “o interprete educacional é aquele que atua
como profissional intérprete de língua de sinais na educação”.
Assim, o intérprete educacional tem por função precípua ser o mediador do
discurso entre os professores e os alunos surdos, fazendo uso da língua de sinais e
do português por meio do processo de interpretação e tradução. Atualmente, com o
crescente processo de inclusão, a atuação do tradutor-intérprete tem se tornado
necessária para que o aluno surdo possa compreender e se apropriar do conteúdo
explorado em sala de aula, procurando, dessa forma, garantir o acesso e a
permanência, com qualidade, do aluno surdo na escola.
No que se refere à função, às atribuições desse profissional em sala de aula
ainda não se tem posicionamento pacífico, pois estudos revelam que, muitas vezes,
o seu papel é confundido com o de professor, o que não deve ocorrer. O intérprete
deve ser o mediador do discurso proferido entre professor e aluno surdo. Muitas
vezes os equívocos ocorrem por parte dos próprios alunos surdos, que se dirigem
ao intérprete para solucionar eventuais dúvidas sobre o conteúdo não
compreendido, e este por sua vez incorpora a função de esclarecê-las, eximindo o
professor dessa tarefa.
Com esse comportamento, o intérprete contribui para inculcar a idéia
errônea de que o aluno é do intérprete e não do professor, tornando quase que
natural o fato de o professor delegar ao intérprete a responsabilidade de ensinar os
conteúdos. Nesse sentido, Lacerda (2004, p. 03), com base no estudo de Stewart
and Kluwin, realizado e 1996, afirma que:
4.1 O aluno surdo em sala: limites e necessidades sob a ótica dos professores
do ensino regular
Professor 7: “Creio que seja a mesma de todos nós educadores: não fomos
preparados para essa nova experiência; não tivemos nenhuma e formação
específica para trabalhar com esse público alvo”.
4.2 Grupo de Estudos para estudo e reflexão sobre a inclusão do aluno surdo
5
Por formação contínua entende-se “a formação dos professores dotados de formação inicial profissional, visando o seu
aperfeiçoamento pessoal e profissional. A formação contínua visa o aperfeiçoamento dos saberes, das técnicas, das atitudes
necessárias ao exercício da profissão de professor. (FORMOSINHO, 1991, p.237).
O poder público, por sua vez, precisa ofertar formação aos tradutores-
intérpretes para que eles passem a dominar a Libras, tendo condições de interpretar
os conteúdos explorados pelos professores em sala, com coerência, fluência e ética.
6 Conclusão
7 Referências
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de Língua de Sinais. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro; UFRJ, Departamento de Linguistica e Filosofia, 1995.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; GÓES, Maria Cecília Rafael de. Surdez:
Processos Educativos e Subjetividade. São Paulo: LOVISE, 2000.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como
Fazer? 1ª edição, São Paulo, Moderna, 2003.
VELOSO, Éden; MAIA FILHO, Valdeci. Aprenda Libras com eficiência e rapidez.
ISBN, Curitiba-PR, 2009.