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AUTOEXCITADO
Rio de Janeiro
Março de 2018
COMPORTAMENTO DE UM GERADOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO
AUTOEXCITADO
Examinado por:
Agradeço aos meus pais, Jorge Roberto Teixeira e Fátima Aparecida Gaudereto
Teixeira, pelo apoio e suporte ilimitados em minha vida e estudos, o que me permitiu
chegar até a conclusão desse trabalho.
Aos meus irmãos, Renan Gaudereto Teixeira e Graziele Gaudereto Teixeira, e
demais familiares, pelo apoio irrestrito.
Ao meu orientador, Prof. Sebastião, pela indicaçâo do tema e orientação ao
longo da elaboração do trabalho.
Aos meus amigos em geral e, em especial, a Pedro F., Yuri, Luis Eduardo, Lucas,
Pedro N. e Hugo, com os quais convivi durante o curso e estudos em conjunto, o
que me permitiu ultrapassar os desaos oferecidos pelas diversas disciplinas.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.
Março/2018
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment
of the requirements for the degree of Engineer.
March/2018
vi
Sumário
Lista de Figuras ix
Lista de Tabelas xi
1 Introdução 1
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Fundamentos Teóricos 4
2.1 Máquinas elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Características das máquinas de indução trifásicas . . . . . . . . . . . 5
2.3 Operação como gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Desenvolvimento do modelo teórico utilizado . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4.1 Análise da frequência de ressonância . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4.2 Circuito equivalente do gerador de indução . . . . . . . . . . . 9
vii
4.6.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.6.2 Material utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.6.3 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5 Resultados Experimentais 31
5.1 Ensaios como gerador autoexcitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.1.2 Material utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.1.3 Acoplamento mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.1.4 Experimentos realizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.2 Capacitância mínima para autoexcitação sem carga . . . . . . . . . . 33
5.3 Ensaio com lâmpada de 40W e velocidade variando . . . . . . . . . . 34
5.4 Ensaio de carga variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
viii
Lista de Figuras
ix
5.3 Experimento realizado no laboratório, lâmpadas alimentadas pelo ge-
rador de indução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.4 Tensão terminal x Resistência de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.5 Corrente do gerador x Resistência de carga . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.6 Corrente de carga x Resistência de carga . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.7 Corrente no capacitor x Resistência de carga . . . . . . . . . . . . . . 41
5.8 Escorregamento x Resistência de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
x
Lista de Tabelas
xi
Capítulo 1
Introdução
1
uma fonte de energia alternada para fornecer a potência reativa necessária à sua
magnetização. Quando ligado em paralelo à rede, sua corrente de magnetização é
suprida pelo barramento innito da rede, cando frequência e tensão controladas
pela própria rede. Já na operação isolada da rede, essa fonte de energia alternada é
substituída por capacitores, dimensionados de forma a serem capazes de promover a
autoexcitação. Esse trabalho é motivado pelo interesse em se estudar a viabilidade
de gerar energia elétrica através de uma máquina de indução trabalhando em regime
permanente, isolada da rede elétrica e auto-excitada por capacitores. Havendo dis-
ponibilidade de utilização de quedas d'agua ou de energia eólica para o acionamento
da máquina, esta poderá ser de grande utilidade em comunidades isoladas, podendo
suprir uma demanda de energia elétrica não atendida pelas redes de energia elétrica.
Na ausência de outras fontes de energia elétrica, precisa-se prover de outra ma-
neira a potência reativa essencial para seu funcionamento. Portanto, utilizam-se
capacitores para fornecer o reativo necessário.
A principal aplicação do gerador de indução autoexcitado consiste de seu uso em
localidades remotas, onde não exista rede de distribuição de energia elétrica.
Para o fornecimento da energia mecânica que provoca o movimento do rotor
do gerador, podem-se utilizar motores térmicos, cataventos, turbinas associadas a
quedas d'água. Entretanto, com o intuito de simular, em laboratório, o comporta-
mento dessas fontes de movimento, será utilizada um motor de corrente contínua
para acionar o gerador de indução.
1.1 Objetivos
2
do início. No capítulo 3, é explicado como a máquina funciona como gerador auto-
excitado. No capítulo 4, são feitos os ensaios necessários para o levantamento dos
parâmetros da máquina. No capitulo 5, são feitos ensaios para analisar o comporta-
mento do gerador de indução. No capítulo 6, é explicado o algoritmo utilizado para
fazer a simulação do comportamento da máquina no computador. No capítulo 7, é
feita uma simulação e comparação dos resultados obtidos.
3
Capítulo 2
Fundamentos Teóricos
4
Figura 2.1: Rotor gaiola de esquilo e estator de uma máquina de indução
sicas
De uma forma geral quando máquinas elétricas são comparadas, um das carac-
terísticas mais importantes é dada por sua relação conjugado-velocidade. A gura
2.2 mostra uma curva característica típica de uma máquina de indução com rotor
em gaiola de esquilo. A faixa de operação da máquina de indução trifásica relativa
à sua motorização somada à condição de geração representa, normalmente a parte
mais importante de sua curva característica completa.
Um ponto importante de se observar nessa curva é o ponto em que a máquina
deixa de operar como motor e passa a operar como gerador. Isso acontece quando
a velocidade do rotor ultrapassa a velocidade síncrona da máquina, e consequente-
5
mente o escorregamento(s) passa a ser negativo.
• - s < 0: Gerador
Quando a máquina de indução esta operando como gerador, ela envia à rede
elétrica a energia recebida, na forma de energia mecânica, de sua máquina motriz,
uma turbina, hélices ou, até mesmo de uma outra máquina funcionando como mo-
tor, constituindo, neste caso, um grupo motor-gerador. Perdas da mesma natureza
daquelas que ocorrem no funcionamento como motor (como as perdas no cobre e as
6
perdas magnéticas no estator e no rotor e as perdas por atrito e ventilação) ocorrem
em condição de operação como gerador.
A gura 2.3 ilustra o uxo de potência da máquina de indução operando como
gerador.
Nessa seção é apresentado o modelo por fase de uma máquina de indução trifásica
do tipo gaiola de esquilo ou de rotor bobinado. Quando essa máquina está em
funcionamento, ela apresenta correntes em ambos os enrolamentos do estator e rotor
e que produzem campos magnéticos girantes que interagem entre si no entreferro.
O campo girante produzido pelas correntes estatóricas gira à velocidade síncrona.
O campo produzido pelo rotor também é girante à mesma velocidade síncrona do
estator, pois o campo do rotor é consequência do campo produzido pelo estator. Os
7
campos citados induzem tensões no estator de frequência igual à de alimentação e
produzem tensões no rotor com a frequência de escorregamento.
É importante dizer que a indução de tensões no rotor, seja ele bobinado ou de
gaiola de esquilo, só acontece se sua velocidade de rotação for diferente da velocidade
síncrona. Caso contrário, não haveria variação no enlace de uxo e, consequente-
mente, indução de tensão no enrolamento de fases do rotor ou na gaiola rotórica.
120fs
ns = (2.1)
P
Onde:
• - fs - frequência da rede
Logo:
(2πns )
ws = (2.2)
60
Onde: ws = velocidade de rotação do campo girante do estator [ rd
s
]e
(2πnr )
wr = (2.3)
60
Onde: wr = velocidade de rotação do rotor [ rd
s
]
Então, o escorregamento é denido pela equação (2.4).
(ws − wr )
s= (2.4)
ws
Sabendo-se que wr0 = ws − wr , é possível chegar à equação 2.5:
Onde: wr0 = velocidade de rotação do campo girante do rotor [ rd
s
]
(wr0 )
s= (2.5)
ws
Portanto:
0
fr = sfs (2.6)
8
• - fs - frequência da tensão do estator
A gura 2.4 introduz o circuito equivalente por fase de uma máquina de indução.
O modelo utilizado apresenta todos os parâmetros referidos ao estator. Como pode
ser observado o circuito é semelhante ao circuito equivalente de um transformador.
Para o qual:
• - Rs - resistência do estator
• - Xm - reatância de magnetização
• - s- escorregamento
Devido às perdas no núcleo da máquina utilizada serem reduzidas, o circuito
apresentado na gura 2.4 pode ser simplicado desconsiderando a resistência Rc .
9
Capítulo 3
Funcionamento como gerador
autoexcitado
Para que haja geração de energia elétrica pelo gerador de indução, é preciso
que haja um magnetismo residual em seu rotor, para que em conjunto com sua
rotação permita a indução de tensão nos terminais do estator. Entretanto, devido à
pequena intensidade do magnetismo residual no rotor, proporcionado por operações
anteriores como motor ou ligação de baterias, as tensões induzidas serão muito baixas
e consequentemente insucientes para a utilização em carga.
Para que o efeito do magnetismo residual seja aumentado, é fundamental que
haja o fornecimento de potência reativa à máquina, seja através da rede elétrica,
quando ocorre a operação interligada, ou por meio de capacitores, quando a operação
isolada é necessária. Caso o circuito fosse fechado por um resistor, por exemplo, o
fenômeno não seria possível.
O fenômeno da autoexcitação ocorre devido à ligação do banco de capacitores
em paralelo aos terminais do estator, que implica em um avanço de fase na corrente
de excitação da máquina. Essa corrente, por sua vez, ao passar pelos enrolamentos
do estator, produzirá um uxo magnético de mesmo sentido que o uxo residual
original, aumentando a magnetização da máquina.
10
Figura 3.1: Processo de autoexcitação do gerador de indução trifásico
11
capacitores é limitada por um valor de reatância para a qual a corrente do estator
não exceda o seu valor nominal em vazio.
Logo, de acordo com a gura 3.2, nota-se que a região compreendida entre as
retas Cmin e Cmax corresponde à extensão de possíveis valores de reatância capacitiva
que promovem a autoexcitação. Uma reta fora desse intervalo não produz o efeito
desejado, haja vista a inexistência de interseção com a curva de magnetização.
12
Figura 3.3: Circuito equivalente por fase de um gerador de indução com a adição
da carga e do banco de capacitores.
Para o qual:
• - Xc - reatância capacitiva
• - RL - resistência da carga
Além disso:
w f
= = fpu (3.3)
ws fs
wr
δ= (3.4)
ws
13
Com isso, o escorregamento assume uma nova expressão:
fpu − δ
s= (3.5)
fpu
Logo, chega-se, assim, à equação 3.6.
Rr0 R0 fpu
= r (3.6)
s fpu − δ
Então, apresenta-se na gura 3.4 o circuito equivalente do gerador de indução
denido na frequência do estator, ou seja, as frequências existentes no sistema serão
uma fração da frequência síncrona da máquina, que no caso abordado é igual a 60Hz.
14
Figura 3.5: Circuito equivalente do gerador de indução com parâmetros divididos
por fpu .
Zeq Is = 0 (3.7)
15
e
Vt (i)
Ic (i) = Xc
(3.11)
fpu
jXc Is (i)
fpu
IL (i) = − (3.12)
RL (i) − jX c
fpu
16
Figura 3.6: Esquema da operação do gerador ligado à rede
• Contudo, mesmo deixando o gerador com rotação síncrona, existe uma corrente
transitória, comumente chamada de inrush, nos terminais de máquina. Esta
corrente advém da magnetização da máquina, e não acarretará em problemas
para o gerador ou a rede.
17
Capítulo 4
Ensaios em vazio e de rotor
bloqueado
Modelo B5K0100A16 N
o GE39356
Potência 1CV
Frequência 50/60Hz
Tipo K
Carcaça 100L
Categoria B
Código K
Regime Contínuo
Classe de isolamento A
18
4.2 Esquemas de Ligação
19
4.3 Ensaio em vazio
4.3.1 Objetivo
• - Gossen-Metrawatt MAVOWATT 30
• - Um Multímetro Fluke 77
• - Um disjuntor trifásico 5A
4.3.3 Experimento
20
Figura 4.2: Conexões do Mavowatt 30 para máquina ligada em estrela
A curva de magnetização foi obtida diretamente dos pontos da tabela 4.2, haja
visto que a tensão de entreferro é próxima da tensão terminal. Isso pode ser justi-
cado pela queda de tensão nos enrolamentos do estator ser pequena. Na gura 4.3,
encontra-se os pontos dos valores médios retirados da tabela 4.3, sendo um gráco
de tensão terminal fase-neutro por corrente no estator. A curva citada é novamente
apresentada, em pontilhado, na gura 4.4. Os asteriscos representam os pontos da
tabela 4.3, enquanto que a linha consiste na curva que realiza a aproximação da
função discreta fornecida, por uma função contínua, utilizando interpolação, através
do comando polyt do MATLAB, a partir dos pontos da tabela 4.3.
21
Tabela 4.2: Valores de tensão e corrente obtidos no ensaio em vazio
Va(V) Ia(A) Vb(V) Ib(A) Vc(V) Ic(A) N(Rpm)
10,88 0,076 11,34 0,083 10,61 0,077 0
21,37 0,290 22,05 0,325 21,11 0,310 0
30,18 0,539 31,40 0,607 29,70 0,583 0
40,32 0,867 41,29 0,932 40,32 0,908 0
50,84 1,195 52,33 1,291 50,85 1,261 0
53,28 1,262 54,85 1,362 52,44 1,331 102
59,69 1,435 61,23 1,540 59,82 1,494 266
70,81 0,700 72,04 0,778 70,61 0,734 1622
80,75 0,583 82,60 0,678 80,07 0,618 1685
93,883 0,500 95,64 0,594 93,02 0,531 1727
99,41 0,478 101,20 0,567 98,77 0,509 1739
110,30 0,463 111,70 0,538 109,90 0,494 1753
119,00 0,448 121,10 0,550 118,10 0,490 1759
130,8 0,442 133,10 0,550 130,10 0,494 1769
142,00 0,451 144,20 0,551 141,70 0,509 1773
149,4 0,467 151,00 0,553 148,80 0,514 1775
162,00 0,469 164,30 0,580 161,10 0,533 1780
174,10 0,494 176,00 0,592 173,30 0,550 1783
180,00 0,510 181,70 0,593 179,60 0,561 1785
189,20 0,529 190,50 0,614 188,30 0,574 1786
198,10 0,536 200,10 0,637 197,10 0,599 1787
209,20 0,555 211,80 0,668 208,40 0,627 1788
220,80 0,589 222,80 0,684 220,30 0,650 1789
229,40 0,601 231,70 0,710 228,30 0,671 1790
238,10 0,618 240,90 0,740 236,80 0,688 1790
250,90 0,652 253,40 0,766 249,60 0,721 1791
260,00 0,680 261,80 0,781 259,10 0,744 1792
265,10 0,697 266,80 0,796 264,30 0,753 1794
280,50 0,728 283,70 0,842 280,30 0,797 1794
291,50 0,760 293,50 0,864 290,90 0,829 1794
298,20 0,782 299,50 0,878 296,70 0,847 1795
308,10 0,797 311,20 0,913 307,60 0,885 1794
320,80 0,830 324,40 0,953 320,80 0,919 1795
332,00 0,869 335,30 0,978 331,90 0,957 1796
341,30 0,902 344,20 1,000 341,00 0,978 1796
351,10 0,927 353,90 1,046 350,20 1,008 1796
362,40 0,965 365,10 1,085 361,40 1,040 1796
373,10 1,006 375,60 1,115 372,40 1,083 1796
380,20 1,029 383,10 1,141 379,50 1,113 1797
388,30 1,060 391,60 1,172 388,00 1,145 1797
398,30 1,104 401,70 1,215 398,00 1,188 1797
410,90 1,148 414,50 1,270 411,00 1,239 1797
420,30 1,205 422,50 1,317 419,50 1,279 1797
428,60 1,245 430,70 1,362 427,70 1,323 1797
432,50 1,278 435,90 1,380 432,70 1,356 1797
441,30 1,323 444,70 1,435 441,80 1,417 1798
447,90 1,358 450,00 1,477 446,90 1,450 1798
456,70 1,424 458,80 1,531 456,30 1,519 1798
22
Tabela 4.3: Valores médio de tensão e corrente das 3 fases obtidos no ensaio em
vazio
Im(A) Vm(V)
0,020 4,930
0,060 13,160
0,110 23,210
0,140 29,340
0,170 34,450
0,210 43,520
0,260 53,750
0,310 63,830
0,340 69,990
0,370 76,020
0,420 86,170
0,470 96,330
0,510 104,500
0,550 112,600
0,600 122,700
0,630 128,800
0,660 134,410
0,680 139,520
0,692 140,525
0,713 145,817
0,735 150,955
0,748 153,741
0,789 163,068
0,817 169,131
0,835 172,607
0,865 178,979
0,900 186,425
0,934 192,724
0,960 197,990
0,993 203,526
1,030 210,026
1,068 216,236
1,094 220,299
1,125 225,138
1,169 230,940
1,219 238,343
1,267 243,335
1,310 248,097
1,338 250,815
1,391 255,819
1,428 259,095
1,491 264,297
23
Figura 4.3: Pontos da curva de magnetização
24
Figura 4.4: Curva de magnetização e reta representativa do valor mínimo de capa-
citância
A gura 4.5 mostra a combinação entre a reta que representa o valor máximo
de capacitância e a curva de magnetização. Para efeito de análise, foi adicionada a
curva de magnetização.
25
Figura 4.5: Curva de magnetização e retas representativas do valor mínimo e
máximo de capacitância
1
Cmin = = 13, 01µf (4.1)
wXCmax
Para o calculo de XCmin , a análise é feita baseado na corrente nominal que circula
pelo estator. Sendo assim, sabendo que a corrente nominal do estator é 1,9A e
supondo a tensão nominal nos terminais do estator 380V fase-fase, temos:
380
XCmin = √ = 115, 47 (4.2)
1, 9 3
XCmin =115,47
w = 2πf = 377
1
Cmax = = 22, 91µf (4.3)
wXCmin
26
4.6 Ensaio de rotor bloqueado
4.6.1 Objetivo
• - Um Multímetro Fluke 77
• - Um disjuntor trifásico 5A
4.6.3 Experimento
27
Figura 4.6: Circuito Equivalente por fase do Gerador de Indução com o Rotor
bloqueado
Onde,
0
R = Rs + R r (4.5)
Com isso, pode-se calcular o valor de R para cada valor de tensão trifásica e de
corrente de excitação.
28
Figura 4.7: Reta de resistência
Com o auxilio do Matlab, foi usado o ajuste linear para ajustar uma reta que
melhor atende a todos os valores experimentais. O coeciente angular dessa reta
ajustada consiste no valor de resistência por fase R, logo:
P
R= (4.6)
3I 2
0
Rs = Rr = 6, 384Ω (4.7)
29
Figura 4.8: Reta de impedância
√
X2 = Z 2 − R2 (4.9)
30
Capítulo 5
Resultados Experimentais
5.1.1 Objetivo
• - Um Multímetro Fluke 77
• - Um disjuntor trifásico 5A
31
5.1.3 Acoplamento mecânico
32
• - Análise do comportamento do conjunto para velocidade e capacitância cons-
tante com carga variável, tendo sido realizado para duas diferentes associações
de capacitores. Foi observada, inclusive, a maior carga suportável, sem perda
da excitação
carga
Com esse teste foi possível conrmar a faixa de valores de capacitância que podem
ser usados para autoexcitar a máquina. Observando-se a tabela 5.1, com valores de
capacitância inferiores a Cmin = 13, 01µf a máquina não e autoexcitada. A máquina
começou a se autoexcitar a partir do capacitor de 15, 0µf , onde pode-se perceber um
aumento signicativo da corrente e tensão média das fases. O valor de capacitância
máxima é aquele que quando o gerador está operando em vazio tem uma corrente de
excitação superior a corrente nominal da máquina. O valor de capacitância máxima
encontrado na seção 4.5 foi, Cmax = 22, 91µf , o que conrma o valor encontrado
nessa experiência. Como visto na tabela, para valores de capacitância inferiores a
25µf a corrente média no estator não superou a corrente nominal de 1,9A, enquanto
que para valores de capacitância superiores a 25µf a corrente média no estator da
máquina superou a corrente nominal de 1,9A.
33
5.3 Ensaio com lâmpada de 40W e velocidade vari-
ando
34
Tabela 5.4: Valores de velocidade, frequência e valores médios de: tensão de fase,
corrente no gerador, corrente no capacitor e corrente na carga
n(rpm) f(Hz) Vm(v) Igm(A) Icm(A) ILm(A)
1885 62,48 279,200 1,654 1,645 0,195
1875 62,10 273,967 1,624 1,606 0,193
1860 61,70 270,100 1,591 1,569 0,191
1843 61,03 262,733 1,533 1,517 0,189
1828 60,57 257,667 1,495 1,472 0,520
1818 60,22 252,500 1,460 1,437 0,185
1808 59,90 248,800 1,421 1,408 0,516
1795 59,43 242,100 1,412 1,372 0,181
1781 59,01 235,667 1,329 1,313 0,178
1759 58,15 220,333 1,226 1,214 0,172
1745 57,77 211,933 1,166 1,157 0,169
35
nuiu:
Xm = j2πf L (5.1)
1
Xc = (5.2)
j2πf C
Com isso, ca provado que para uma frequência de rotação muito baixa a reta
de reatância capacitiva não interceptará a curva de magnetização da máquina e con-
sequentemente não será possível autoexcitá-la. Além disso, a mudança do ponto de
operação da máquina faz com que as tensões induzidas no terminal do gerador dimi-
nuam e consequentemente as correntes de carga e do capacitor também diminuam.
Nesta etapa foram utilizados diferentes valores de carga, com rotação imposta
pelo motor de corrente contínua para o valor de capacitância de 15µf .
O cálculo das resistências das cargas são feitos utilizando os valores de tensão e
corrente médios medidos durante o ensaio.
36
Tabela 5.6: Dados obtidos para capacitância de 15, 0µf
P(W) N(rpm) Ica(A) Icb(A) Icc(A) Ila(A) Ilb(A) Ilc(A) Rlm
25 1807 1,418 1,458 1,443 0,124 0,122 0,12 2586,060
40 1840 1,526 1,535 1,504 0,189 0,193 0,186 1730,100
65 1798 1,334 1,332 1,326 0,290 0,296 0,287 858,799
80 1808 1,349 1,349 1,337 0,353 0,358 0,347 702,705
105 1790 1,161 1,157 1,152 0,436 0,442 0,430 413,889
120 1794 1,069 1,068 1,067 0,488 0,483 0,481 304,221
145 1821 0,918 0,915 0,921 0,548 0,545 0,539 189,812
160 1849 0,875 0,873 0,876 0,574 0,596 0,577 150,027
Tabela 5.7: Valores médios obtidos para o ensaio com capacitor de 15, 0µf
P(W) N(rpm) Vm Igm Icm Ilm
25 1807 254,267 1,450 1,439 0,122
40 1840 263,067 1,541 1,521 0,189
65 1798 236,267 1,367 1,330 0,291
80 1808 237,100 1,399 1,345 0,352
105 1790 208,467 1,251 1,156 0,436
120 1794 191,067 1,183 1,068 0,484
145 1821 165,900 1,097 0,918 0,544
160 1849 154,933 1,075 0,874 0,582
Para valores de carga maiores que 160W a máquina perde a excitação. Com isso,
a faixa de valores de carga para a capacitância utilizada variou de 25 a 160W. O
que resulta em uma potência trifásica de até 480W.
As guras de 5.7 a 5.11 exibem o comportamento das grandezas medidas em
função da resistência de carga conectada. A gura 5.3 exibe o experimento realizado
no laboratório.
37
Figura 5.3: Experimento realizado no laboratório, lâmpadas alimentadas pelo gera-
dor de indução
38
Figura 5.5: Corrente do gerador x Resistência de carga
39
Figura 5.6: Corrente de carga x Resistência de carga
40
Figura 5.7: Corrente no capacitor x Resistência de carga
41
Ao aumentar a resistência de carga, o que signica menor potência, ou seja,
menos lâmpadas conectadas, a corrente na carga diminui, causando uma variação
na corrente do gerador, reduzindo o uxo contrário que interage com o da máquina,
diminuindo, em módulo, o escorregamento. Em consequência, há o aumento no
módulo das correntes dos capacitores e, devido a isso, a corrente do gerador se
estabelece em um valor, em módulo, maior, apesar da menor componente real.
Portanto, o comportamento observado no experimento condiz com o teórico.
42
Capítulo 6
Simulação digital da operação como
gerador de indução autoexcitado
6.1 Objetivo
Resolução da equação 3.8 utilizando os dados obtidos a partir dos ensaios prelimi-
nares, tais como parâmetros do circuito equivalente da máquina de indução trifásica
e capacitâncias utilizadas para a autoexcitação, além dos diferentes valores de carga
aplicados. Com isso, é possível comparar a operação real da máquina, obtida por
meio do ensaio com capacitores, com os resultados da simulação.
43
6.4 Método de Newton-Raphson
df (x)
f (xi + ∆xi ) = f (xi ) + |Xi ∆xi + ... (6.1)
dx
Para o qual, desprezam-se as derivadas de ordem maior ou igual a dois.
0
f (xi + f (xi )∆xi = 0 (6.2)
f (xi )
i
∆x = 0 (xi ) (6.3)
f
• - Iteração: xi+1 = xi + ∆xi e em seguida volta ao passo 2
O processo deve ser repetido até que |f (x)| <= ε, sendo o valor do erro a ser
estipulado. O caso abordado neste trabalho utiliza uma função denida por uma
matriz, ou seja, deve-se utilizar a forma multidimensional do método de Newton-
Raphson, assim como nos cálculos de uxo de potência em redes elétricas.
Portanto, emprega-se o seguinte tipo de linearização:
Onde: j = [ dx
df nxm
] é chamada de matriz jacobiana.
44
Para que a solução seja obtida é necessária a determinação de alguns parâmetros
que servem como dados de entrada, estes parâmetros são:
dF (Xm , fpu ) 3
= −2XRL fpu 2
+ δXRL fpu + Xc (2R + RL )fpu − δXc (RL + R) (6.8)
dXm
dF (Xm , fpu )
= 3(−2XRL Xm − RL X 2 )fpu
2
+ 2(2δXRL Xm + δRL X 2 )fpu + ... (6.9)
dfpu
Devido ao tamanho da equação 6.9, essa será reescrita ao longo do texto a seguir:
dF (Xm , fpu )
= 3(−2XRL Xm − RL X 2 )fpu
2
+ 2(2δXRL Xm + δRL X 2 )fpu + Xc (RL +
dfpu
45
R)Xm + XXc (RL + 2R) + RL R2 .
dG(Xm , fpu ) 2
= (2XXc + 2RRL )fpu − δfpu (2XXc + RL R)fpu (6.10)
dXm
dG(Xm , fpu )
= 2fpu ((2XXc +2RRL )Xm +2RRL X+Xc X 2 )−δXm (2XXc +RRl )−δX(XXc +RL R)
dfpu
(6.11)
Dessa forma, calcula-se a matriz Jacobiana:
dF (Xm , fpu ) dF (Xm , fpu )
dXm dfpu
J=
dG(Xm , fpu ) dG(Xm , fpu )
dXm dfpu
Em seguida resolve-se o sistema:
! !
H1 (i + 1) −F (i)
= J −1 x
H2 (i + 1) −G(i)
Xm (i + 1) = Xm (i) + H1 (i + 1) (6.12)
Assim que houver a convergência dos valores, ou seja, F (Xm , fpu ) e G(Xm , fpu )
estiverem abaixo da tolerância estabelecida, então o processo acabou e os valores de
Xm e fpu são armazenados para o respectivo valor de carga. Após a convergência é
possível determinar os valores das correntes no gerador, na carga e nos capacitores,
além da tensão terminal.
Vt (i) = IL (i)RL (i) (6.14)
Vg (i)
Is (i) = Xc (6.15)
R (i)
fpu L
R + jXfpu − j RL (i)− jXc
fpu
Vt (i)
Ic (i) = Xc
(6.16)
fpu
jXc Is (i)
fpu
IL (i) = − (6.17)
RL (i) − jX c
fpu
46
Capítulo 7
Resultados experimentais e
simulados
47
Figura 7.2: Tensão terminal de fase x Potência da carga
48
Figura 7.4: Corrente no capacitor x Resistência de carga
49
Figura 7.6: Escorregamento x Resistência de carga
50
Capítulo 8
Conclusão
51
Referências Bibliográcas
52
Apêndice A
Código do Matlab para a simulação
do gerador de indução com carga
resistiva
% Inicializações
R=6.384;
X=8.925;
k=length(Rl);
Xm=203.1;
f=60;
v=[1.0038 1.0222 0.9988 1.0044 0.9944 0.9966 1.01166 1.0272];
Zbase=(220^2)/245;
fbase=60;
vbase=220;
Ibase=245/220;
Xc=1/(2*pi*60*C);
53
%Conversão em valores p.u.
f=f/fbase;
Rl=Rl/Zbase;
X=X/Zbase;
R=R/Zbase;
Xc=Xc/Zbase;
Xm=Xm/Zbase;
Vg=Vg/220;
for i=1:k
fx=(-2*X*Rl(i)*Xm-Rl(i)*X^2)*f^3+(v(i)*2*X*Rl(i)*Xm+v(i)*Rl(i)*X^2)*f^2+
+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+Rl(i))+R^2*Rl(i))*f+
+(-v(i)*Xc*(R+Rl(i))*Xm-v(i)*Xc*X*(R+Rl(i)));
gx=((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f^2+
+(-v(i)*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-
+v(i)*(Rl(i)*R+Xc*X)*X)*f-Xc*R*(R+Rl(i));
dfXm=-2*X*Rl(i)*f^3+v(i)*2*X*Rl(i)*f^2+Xc*(2*R+Rl(i))*f-v(i)*Xc*(R+Rl(i));
dgXm=(2*X*Xc+R*2*Rl(i))*f^2+(-v(i)*(2*Xc*X+Rl(i)*R))*f;
dff=3*(-2*X*Rl(i)*Xm-Rl(i)*X^2)*f^2+2*(v(i)*2*X*Rl(i)*Xm+v(i)*Rl(i)*X^2)*f+
+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+Rl(i))+R^2*Rl(i));
dgf=2*((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f+(-v(i)*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-
+v(i)*(Rl(i)*R+Xc*X)*X);
Xm=Xm+H(1);
f=f+H(2);
54
fx=(-2*X*Rl(i)*Xm-Rl(i)*X^2)*f^3+(v(i)*2*X*Rl(i)*Xm+v(i)*Rl(i)*X^2)*f^2+
+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+Rl(i))+R^2*Rl(i))*f+(-v(i)*Xc*(R+Rl(i))*Xm +
-v(i)*Xc*X*(R+Rl(i)));
gx=((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f^2+(-v(i)*(2*Xc*X+
+Rl(i)*R)*Xm-v(i)*(Rl(i)*R+Xc*X)*X)*f-Xc*R*(R+Rl(i));
dfXm=-2*X*Rl(i)*f^3+v(i)*2*X*Rl(i)*f^2+Xc*(2*R+Rl(i))*f-v(i)*Xc*(R+Rl(i));
dgXm=(2*X*Xc+R*2*Rl(i))*f^2+(-v(i)*(2*Xc*X+Rl(i)*R))*f;
dff=3*(-2*X*Rl(i)*Xm-Rl(i)*X^2)*f^2+2*(v(i)*2*X*Rl(i)*Xm+v(i)*Rl(i)*X^2)*f+
+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+Rl(i))+R^2*Rl(i));
dgf=2*((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f+(-v(i)*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-
+v(i)*(Rl(i)*R+Xc*X)*X);
end
Gx(i)=Xm;
Gf(i)=f;
Is(i)=abs(Vg(i)/(R+j*X*abs(f)-(j*(Xc/abs(f))*Rl(i))/(Rl(i)-j*(Xc/abs(f)))));
Il(i)=abs((-j*(Xc/abs(f))*Is(i))/(Rl(i)-j*(Xc/abs(f))));
Vt(i)=Il(i)*Rl(i);
Ic(i)=Vt(i)/(Xc/abs(f));
end
Vt=Vt*220;
Gx=Gx*Zbase;
Is=Is*Ibase;
Il=Il*Ibase;
Ic=Ic*Ibase;
55