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De responder uma questão sem ler todo o enunciado a optar pela alternativa mais
longa e politicamente correta: são inúmeras as técnicas e dicas para realizar a prova do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) com "chutes" que circulam pela internet em vídeos que já
somam milhões de visualizações no YouTube. A técnica é polêmica e divide professores. De um
lado, quem repassa as “orientações politicamente incorretas para o Enem” garante que o
objetivo é ensinar o aluno a fazer a prova de forma mais rápida e não desestimular o estudo.
Por outro, são perda de tempo e só devem ser utilizadas para não deixar a questão em branco.
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Pereira garante que a “a arte de marcar X” funciona, mas não substitui o estudo, pois
até para aprender a chutar é necessário estudar. “Tem que pegar as provas anteriores, desde
98, e resolver todas as provas. Pegar o e-book, o material didático e estudar. Tem que se
cercar de conhecimento de todos os lados”, diz. Ele afirma que a técnica do "chute" aumenta a
nota em 10%, porém não deve ser usada de forma exclusiva. “A ideia é justamente motivar os
estudos. Estudar não é dar uma lida por cima. Tem que imprimir, encadernar e ir rabiscando o
material, destrinchar a matéria, elaborar a própria apostila”, explica o professor.
Ex-conselheiro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro e professor
aposentado da UFRJ, Paulo Sampaio também tem grande audiência no canal de vídeos.
Conforme Sampaio, as orientações “politicamente incorretas para o Enem” não aconselham a
não estudar - "o que seria burrice", diz -, mas fazem o aluno aprender a fazer uma prova mais
rapidamente do que faz na escola. “Todos os coordenadores de cursinhos aconselham que os
alunos devem treinar em provas anteriores do Enem. Só não ensinam como fazer a prova de
maneira eficaz com o que conseguiram estudar”, critica.
A prova do Enem utiliza o sistema da Teoria da Resposta ao Item (TRI), que dá valores
diferentes para as questões: “O aluno que deixa questão em branco não tem vantagem, mas o
que erra questão fácil e acerta uma difícil também não”, explica Nascimento. Para o
coordenador do cursinho de São Paulo, os estudantes devem estudar todas as matérias e as
intersecções entre elas. “Se estudar, vai desenvolver raciocínio. Se desenvolver bom raciocínio,
vai bem no Enem”, garante.
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