FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA

Curso de Graduação em Engenharia Civil

Teoria das Estruturas I - 2011
Prof. José Antonio Schiavon, MSc.
NOTAS DE AULA – Aula 7: Linha de Influência em Estruturas Isostáticas
1. Objetivo: estudar os efeitos de cargas móveis em Em seguida, movemos a carga para o meio do vão e
estruturas isostáticas. calculamos RA = 1/2 kN. Para o cálculo final,
posicionamos a carga de 1 kN diretamente sobre o apoio
2. Introdução B e calculamos RA = 0.
As cargas que agem sobre uma estrutura podem ser
classificadas em dois grandes grupos: cargas 1 kN
L/2
permanentes e cargas acidentais.
As cargas permanentes são aquelas que atuam
constantemente na estrutura ao longo do tempo. São
A B
devidas ao peso próprio da estrutura, aos revestimentos
L
e materiais de enchimento que ela suporta. O estudo dos
esforços provocados por elas não apresenta maiores
dificuldades, pois tratam-se de cargas cuja intensidade e RA = 1/2 RB = 1/2
posição são conhecidas e invariáveis.
As cargas acidentais são aquelas que podem ou não 1 kN
ocorrer na estrutura e são provocadas por ventos,
empuxos de terra ou água, impactos laterais, forças
centrífugas, frenagens ou aceleração de veículos, cargas
de utilização (sobrecargas), peso de materiais que vão A B
preencher a estrutura (caso de reservatórios de água, L
silos, etc.), efeitos de terremoto, peso de neve
acumulada e cargas móveis. RA = 0 RB = 1
Para fins de análise estática, com exceção das
móveis, as cargas acidentais têm posição e valor Se traçarmos um gráfico que apresente os valores de
conhecidos na estrutura. RA em cada posição que a carga estaria, teremos:
O mesmo não acontece para as cargas móveis, pois
quando ocorrem, as posições que ocupam na estrutura 1
3/4
variam à medida que os veículos por elas representados 1/2
percorrem a estrutura. Para evitar que precisemos
calcular infinitas posições de carregamentos, RA (kN)
A B
procuraremos outra maneira de resolver o problema.
Da mesma maneira, podemos apresentar os valores
3. Linha de influência calculados de RB:
Suponha que a carga unitária (1 kN) seja móvel e se 1
3/4
movimente de A para B. No início, quando a carga 1/2
estiver aplicada no ponto A, a somatória dos momentos
em B nos fornece o valor da reação RA = 1 kN. RB (kN)
1 kN A B

Com esses dois gráficos podemos determinar qual

será a posição da carga unitária que fornecerá o maior
valor da reação de um apoio.
A B São chamados de linhas de influência esses
L
diagramas que são plotados em função da distância ao
longo do vão e fornecem o valor de uma reação, força
RA = 1 RB = 0 interna ou deslocamento em um ponto específico da
Movemos agora a carga unitária para uma segunda estrutura.
posição, localizada a uma distância L/4 à direita do
apoio A. Novamente, somando os momentos sobre B 4. Determinação da linha de influência – princípio
calculamos RA = 3/4 kN. de Müller-Breslau
1 kN O princípio de Müller-Breslau fornece um
L/4 procedimento simples para estabelecer o formato das
linhas de influência para reações ou esforços solicitantes
em vigas.
A B Para exemplificar a determinação da linha de
L influência de reações, vamos calcular a linha de
influência de RA na viga a seguir.
RA = 3/4 RB = 1/4

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 os segmentos AC e CD devem permanecer paralelos, e a
rotação (θ) desses dois segmentos é idêntica.
∆2
A B
A B D

RA ∆1
Para determinar a linha de influência de uma reação,
devemos retirar da estrutura o vínculo em questão. 3/4
θ
1

θ
A B - 1/4
1

Em seguida, no ponto A, aplica-se uma força RA que

induza um deslocamento unitário no ponto de aplicação
da força. A viga deverá girar sobre o ponto B. Sua
forma defletida, que é a linha de influência, é um
triângulo que varia de 0 em B até 1,0 em A’. Esse
resultado confirma o aspecto da linha de influência que
desenhamos no item 3.
A’
∆=1
Como os ângulos de giro nas estruturas são de
ordem de grandeza muito pequena, a tangente do ângulo
(tgθ) pode ser tomada igual ao próprio ângulo (θ). A
partir da geometria na figura anterior,
∆1 = 5θ , ∆ 2 = 15θ
e
∆1 + ∆ 2 = 5θ + 15θ = 20θ = 1
Portanto, θ = 1/20, ∆1 = 1/4 (para baixo) e ∆2 = 3/4
(para cima).

Para desenhar uma linha de influência para o

1 momento em uma seção arbitrária, introduzimos uma
rótula na seção para produzir a estrutura liberada. Por
RA (kN) exemplo, para estabelecer o aspecto da linha de
influência para o momento em meio vão da viga com
apoios simples da figura abaixo.

Para construir a linha de influência do cortante, C

vamos remover a capacidade da seção transversal em
A B
transmitir o esforço cortante. Isso pode ser imaginado
10 m 10 m
pelo dispositivo apresentado a seguir.

A rótula B
C

Então, movemos a rótula em C para baixo, por uma

Para ilustrar o método, construiremos a linha de quantidade ∆, de modo que seja obtida uma rotação
influência para o cortante no ponto C da viga a seguir. unitária relativa de θ = 1 entre os segmentos AC e CB.
Inserimos o dispositivo de placa e rolo na seção C para A partir da geometria da figura abaixo, temos que
liberar a capacidade de cortante da seção transversal. θA = ½ e ∆ é calculado como (1/2)x(10) = 5, que é a
ordenada da linha de influência em C.
A B C V D
A C B
V
θA = 1/2
5m 5m 15 m ∆
θ

Em seguida, deslocamos os segmentos de viga para

a esquerda e para a direita da seção C por ∆1 e ∆2, de MC (kNm)

modo que um deslocamento unitário relativo seja

introduzido (∆1 + ∆2 = 1). Como o dispositivo 5
corrediço inserido em C ainda mantém a capacidade de
momento, nenhuma rotação relativa é permitida. Isto é,

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Exemplo – Traçar as linhas de influências dos diversos país definem como serão estes veículos, que variam
esforços na estrutura abaixo. dependendo da natureza e da forma de utilização da
estrutura.
Um exemplo representativo
epresentativo de trem-tipo
trem é dado pela
configuração abaixo. Note que essas cargas são
grandezas conhecidas e de valor constante.

- reações de apoio: Seja um trem-tipo tipo constituído pelas cargas

l−z z concentradas P1, ..., Pn e seja a linha de influência da
Rv A = RvB = figura abaixo.
l l

- esforços simples:
z
 (l − x ), para z ≤ x
MS =  l
l−z
 x, para z ≥ x
 l

− Rv B , para z < x
QS = 
 Rv A , para z > x A partir da definição de linha de influência, o valor
do efeito produzido por uma das cargas concentradas
(Pi) será Piηi. Pelo princípio de superposição de feitos,
quando atuarem todas as cargas, teremos Es = Σ Piηi.
Seja agora o caso de um trem-tipo
trem composto por
uma carga uniformemente distribuída q. Teremos:

sendo Ω a área, na linha de influência, sob a região

ocupada pela carga (a esta área chamamos área de
influência).

O caso geral será uma superposição dos dois casos

anteriores. Podemos escrever, empregando
em o princípio
da superposição:
5. Obtenção dos efeitos de um carregamento
Ao se projetar um viaduto, quais cargas móveis
colocaremos sobre ele? Quais as intensidades dessas Exemplo 2 – Para a estrutura abaixo, obter as
cargas? envoltórias de momento fletor e esforço cortante,
Vemos, então, que infinitas combinações de veículos contando-as
as nas seções indicadas. São dados:
podem ocorrer. Portanto, qual será a combinação dentre a) carga permanente: g = 2 tf/m;
todas as possíveis que se pode adotar como
representativa das diversas situações reais de cargas b) carga móvel:
móveis que podem ocorrer durante toda a vida da
estrutura?
A esta pergunta, diversos pesquisadores
responderam com a criação de veículos ideais
denominados trens-tipo.
tipo. As normas de projeto de cada

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c) estrutura:

* observação inicial: entende-se

se por envoltória o lugar
geométrico dos esforços máximos, de ambos os sinais,
atuantes em cada seção da estrutura. - Seção 2

Resolução:
a) a carga permanente atuante provoca os diagramas
solicitantes:

b) os efeitos máximos da carga móvel

mó nas seções
indicadas são:
- Seção A

Como as áreas positiva e negativa da linha de

influência são iguais nesta seção, temos para esforços
Sendo a seção A o apoio de uma viga biapoiada, temos cortantes:
MA = 0.

- Seção 1 Para os momentos fletores temos,

Para seções simétricas em relação à seção 2, podemos

verificar facilmente que as linhas de influência de
momentos fletores são simétricas e as de esforço
cortante são anti-simétricas.
simétricas. Desse modo, podemos
escrever:

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Para
ara os momentos fletores temos, a partir do quadro de
valores a seguinte envoltória:

Para os esforços cortantes, teremos a envoltória:

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