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Banca Examinadora:
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RESUMO
vii
ABSTRACT
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LISTA DE FIGURAS
ix
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10
2 LAJES TRELIÇADAS .......................................................................................................... 12
3 MODELOS DE CÁLCULOS ............................................................................................... 15
3.1. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE ................................................................. 15
3.2. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE SIMPLIFICADO .................................... 15
3.3. MODELO DE VIGA INDEPENDENTE ..................................................................... 15
3.4. MODELO CONSIDERANDO A CONTINUIDADE ................................................. 17
4 CARGAS ............................................................................................................................... 18
5 ESTADOS LIMITES (ELU E ELS) ..................................................................................... 21
6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................... 22
7 CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO ...................................................................... 23
7.1. DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO SIMPLES ......................................................... 23
7.2. VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO .................................................................... 26
7.3. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE DEFORMAÇÃO
EXCESSIVA ....................................................................................................................... 28
7.4. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE ABERTURA DE
FISSURAS ........................................................................................................................... 31
9 METODOLOGIA.................................................................................................................. 39
9.1. DADOS DO PROJETO ................................................................................................ 39
10 APLICAÇÃO ...................................................................................................................... 43
10.1. DIMENSIONAMENTO ESTADO LIMITE ÚLTIMO ............................................. 43
10.2. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ........................................... 47
11 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 61
12 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 63
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1 INTRODUÇÃO
As lajes, também conhecidas como placas, são elementos planos bidimensionais, uma
vez que sua largura e comprimento possuem dimensões bem maiores que sua espessura. Estes
elementos estruturais recebem as cargas provenientes do uso e ocupação da edificação,
carregamentos permanentes e acidentais, e distribuem normalmente nas vigas ou em alguns
casos, diretamente nos pilares (BASTOS, 2015).
No âmbito da construção civil, existem diferentes tipos de lajes que se adequam às
situações ao qual serão submetidas. As lajes maciças, por exemplo, são compostas em toda sua
espessura por concreto e armaduras, dispostas longitudinalmente e transversalmente, possuindo
assim, peso próprio elevado e necessidade de grande quantidade de formas na sua execução.
De acordo com Machado (2017) o uso de lajes maciças foi por muito tempo a escolha
convencional, decorrente dos métodos de cálculo já consagrados. Porém, com a necessidade de
se vencer vãos maiores, obter menor peso próprio e facilidade no processo construtivo, as lajes
nervuradas apresentam uma ótima alternativa quando comparada com as maciças.
Conforme a NBR 6118/2014, as lajes nervuradas são lajes moldadas no local ou com
nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para os momentos positivos está localizada nas
nervuras, podendo entre estas ser utilizado um material inerte. Segundo Bastos (2015) a
resistência do material inerte, que pode ser blocos cerâmicos, de concreto ou poliestireno
expandido - EPS, não é considerada, pois não contribui para aumentar a resistência da laje,
sendo apenas as nervuras unidas e solidarizadas pela capa de concreto que proporciona a
resistência e rigidez desse elemento estrutural.
Atualmente, as lajes treliçadas ou pré-moldadas com vigotas, que são uma modalidade
das lajes nervuradas, estão se difundido entre as construções devido, principalmente, sua
facilidade de execução e economia. Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014) as lajes pré-
fabricadas são formadas por elementos pré-moldados (vigotas); material inerte (lajotas) e por
uma capa de concreto (mesa), sendo usualmente encontradas de dois tipos distintos: as
convencionais e treliçadas.
Enquanto as convencionais apresentam sua geometria em forma de “T” invertido
concretadas com armaduras na parte inferior, as treliças, que formam as nervuras das lajes pré-
moldadas do tipo treliçada, são compostas por três banzos paralelos e diagonais laterais
senoidais soldadas aos banzos. Segundo Cunha (2012) as lajes compostas por vigotas são
bastante empregadas no Brasil, em construções de pequeno e médio porte, principalmente as
de vigotas treliçadas, pela facilidade obtida na produção destas.
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Se por um lado a economia de concreto e formas torna-se o grande atrativo das lajes
pré-fabricadas, Cavalcante e Figueiredo Filho (2014) e Cunha (2012) destacam como
desvantagens desse sistema as deformações excessivas quando comparadas as lajes maciças de
mesma altura, tornando-as propensas a atingir o Estado Limite de Deformação Excessiva, além
da dificuldade na execução das instalações prediais.
Nesse sentido, Cunha (2012) afirma que pesquisas sobre as lajes constituídas por vigotas
estão sendo realizadas desde 1999 pelo Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola
de Engenharia de São Carlos, quando Droppa Junior (1999) iniciou estudos nessa área. No
entanto, vários profissionais responsáveis pelo dimensionamento desses elementos estruturais
desconhecem os estudos realizados nesse campo, bem como os resultados experimentais e
teóricos obtidos, não sendo assim incorporados pelos escritórios de engenharia do país.
Posto isto, este trabalho tem como objetivo principal realizar um levantamento de
pesquisas acerca do dimensionamento e processo construtivo de lajes pré-fabricadas do tipo
treliçada, apontando as principais dificuldades que estudantes de engenharia civil e projetistas
encontram durante o processo de idealização e execução desses elementos estruturais.
Adicionalmente, serão apresentadas noções básicas de dimensionamento e processo construtivo
das lajes pré-fabricadas do tipo treliçada. Por fim, realizara-se o dimensionamento desses
elementos estruturais aplicado a uma residência.
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2 LAJES TRELIÇADAS
A união de pesquisas de grandes autores como Droppa Junior (1999), Flório (2004),
Cunha (2012), Cavalcante e Figueiredo Filho (2014) acerca do tema, com biografias e estudos
atuais possibilitarão uma maior compreensão sobre o comportamento das lajes treliçadas e seu
processo de dimensionamento, principalmente devido as atualizações de normas como a NBR
6118/2014: Projetos de estruturas de concreto e a NBR 14859/2016: Lajes pré-fabricadas de
concreto - partes 1, 2 e 3.
Segundo Machado (2017) a busca por processos construtivos que ocasionem redução
de tempo na execução de obras e, por consequência, no custo desta, tem ganhado espaço no
campo de pesquisas acadêmicas e mercado de trabalho, a exemplo, a utilização de peças pré-
moldadas. As normas brasileiras regulamentadoras 14859:2016 partes 1, 2 e 3, tratam dos
requisitos para a modulação e execução das lajes pré-fabricadas, abordando acerca dos
componentes que as constitui, sendo estes: vigotas, elementos inertes e armaduras
eletrossoldadas.
A NBR 14859-1:2016, define vigota com armadura treliçada (Figura 1), como o
elemento estrutural pré-fabricado composto de concreto, com resistência mínima de 20 MPa e
armadura treliçada eletrossoldada, capaz de portar, quando necessário, armadura passiva
inferior de tração. As dimensões mínimas das vigotas treliçadas de acordo com a norma são
apresentadas na Tabela 1.
Figura 1: Dimensões das vigotas treliçadas
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Assim, a NBR 14859-2:2016 admite uma resistência mínima de ruptura para este
material de 1,0 kN ou 100 kg. Com relação as dimensões dos materiais inertes, a Tabela 2
apresenta os comprimentos (cm) padronizados desses elementos:
Tabela 2: Dimensões dos elementos de enchimento (cm)
Altura nominal (he) 7,0; 8,0; 9,5; 11,5; 15,5; 19,5; 23,5; 28,5
Largura nominal (be) 27,0; 30,0; 32,0; 37,0; 40,0; 47,0; 50,0
Comprimento nominal (c) 10,0;20,0; 25,0
Aba de encaixe vertical (av) 3,0
Aba de encaixe horizontal (ah) 1,5
Fonte: NBR 14859-2:2016
A NBR 14859-3:2017 permite apenas o uso de barras de aço CA-50 ou CA-60 para a
fabricação das treliças das lajes. As lajes com vigotas treliçadas possui a disposição de
armaduras suplementares em uma segunda camada disposta no momento da sua montagem,
sendo a única das pré-fabricadas que permite o uso de nervuras transversais ou perpendiculares
que ajudam na redução das flechas (MACHADO 2017).
Conforme Ferreira (2015) na fabricação das treliças normalmente é utilizado o aço CA-
60, as barras de aço dos banzo superior e inferior são interligados pelas armaduras diagonais,
espaçadas regulamente em 20 cm, como pode-se visualizar na Figura 3. Vale ressaltar, que a
designação das vigotas treliçadas encontradas no mercado ocorre de acordo com sua altura e
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diâmetro das barras, assim, uma treliça denominada por TR8644, significa que esta possui 8 cm
de altura, bitola da barra superior de 6 mm, diagonal de 4,2 mm e inferior de 4,2 mm.
Figura 3: Armaduras das treliças
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3 MODELOS DE CÁLCULOS
Apesar do Método dos Elementos Finitos ser bastante utilizado nos dias atuais, devido
ao avanço tecnológico das ferramentas computacionais, Flório (2003, apud Brasil, 2017)
aborda em seu estudo outros quatro modelos de cálculos que podem ser utilizados para a
obtenção dos esforços e deslocamento das lajes pré-moldadas, conforme exposto a seguir.
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Brasil (2017) afirma que a consideração da continuidade nas lajes formadas por vigotas
deve ser bastante cuidadosa, tendo em vista que estas trabalham para absorver os esforços
provocados pelos momentos positivos. A consideração de momentos negativos nos apoios (face
superior tracionada e inferior comprimida), apesar de diminuir os positivos centrais, traz
consigo alguns problemas: não existe armadura na região superior e nem concreto na face inferior
suficiente para absorver os momentos. Assim, alternativas como a utilização de armaduras
negativas e adição de concreto em uma faixa próxima ao apoio, tornando-a maciça e mais rígida
para absorver a compressão, tornam o método inutilizado segundo o autor, já que o objetivo
principal das lajes pré-fabricadas é a economia.
Ferreira (2015) afirma que a consideração da continuidade em um pavimento pode gerar
um dimensionamento mais econômico, tendo em vista a redução dos momentos fletores positivo
nesta análise. Contudo, o momento fletor negativo pode, em diversas situações, ser superior ao
resistido pela seção em “T”, de tal modo que nos apoios intermediários nem sempre é possível obter
regiões comprimidas suficientes para resistir ao momento negativo encontrado pelo cálculo elástico,
acarretando na plastificação do concreto.
Ainda segundo o autor, é uma prática usual considerar as lajes pré-fabricadas simplesmente
apoiadas, não sendo uma análise correto, pois depende de critérios adotados e executados. Com o
aumento dos momentos positivos, para uma mesma carga, ocorrerá o aumento da seção ou até
mesmo a limitação de vãos a serem vencidos devido ao aumento de fechas.
4 CARGAS
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𝑙𝑦
Onde 𝜆 = 𝑙
𝑥
Caso a alvenaria seja disposta paralela as nervuras, será necessário apenas acrescentar
uma carga distribuída devido a parede ao longo do eixo dessa nervura:
𝐺𝑎𝑙𝑣 = 𝛾𝑎𝑙𝑣 ∗ ℎ𝑎𝑙𝑣 (4)
Com:
𝛾𝑎𝑙𝑣 − Peso específico da unidade de alvenaria que compõe a parede;
ℎ𝑎𝑙𝑣 − Altura da alvenaria.
Quando existirem paredes diretamente sobre a laje, Brasil (2017, apud Gaspar, 1997)
recomenda a utilização de vigotas justapostas para aumentar a rigidez do sistema, como
observado na Figura 11.
Figura 11: Vigotas justapostas
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Santine (2005) afirma que uma estrutura de concreto armado bem projetada deve
fornecer uma margem de segurança contra a ruptura, deformações máximas permitidas e
proporcionar durabilidade. Assim, um projeto estrutural adequado deve ofertar estabilidade,
conforto e durabilidade dos elementos estruturais. Desta forma, uma estrutura não apresenta
mais os requisitos de utilização, quando esta atinge o chamado “estado limite”.
A NBR 6118:2014 define dois estados limites, um relacionado ao colapso da estrutura
e outro pertinente a critérios de utilização. O Estado Limite Último (ELU) é o estado-limite
conexo ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determina a paralisação
do uso da estrutura. Enquanto o Estado Limite de Serviço (ELS), são estados-limites
relacionados ao conforto do usuário, à durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas,
seja em relação aos usuários ou máquinas e equipamentos suportados pelas estruturas.
A segurança das estruturas de concreto armado depende ainda de verificações de alguns
estados limites de serviço, definidos na seção 3.2 da referida norma, como o estado limite de
deformação excessiva (ELS-DEF) e o estado limite de abertura de fissura (ELS-W).
De acordo com a 6118:2014 na seção 11.8.3, para o ELS, as ações atuantes na estrutura
podem ser combinadas de três maneiras, que são classificadas conforme a sua permanência no
elemento estrutural. As combinações quase permanentes podem atuar durante grande parte da
vida útil da estrutura, e sua utilização pode ser indispensável na verificação do ELS-DEF. Já as
combinações frequentes são utilizadas quando ações atuam na estrutura repetidas vezes durante
sua vida útil, pode ser essencial na verificação dos estados-limites de formação de fissuras, de
abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Por fim, as combinações raras são consideradas
quando ações agem algumas vezes durante o período de vida da estrutura, e seu uso pode ser
necessário na verificação do estado-limite de formação de fissuras.
As combinações últimas, apresentada no tópico 11.8.2 da norma, são classificadas em
normais, especiais ou de construção e excepcionais. Nas combinações normais, em cada
combinação devem estar presentes, com seus valores característicos, as ações permanentes e a
ação variável principal, e as demais ações variáveis devem possuir seus valores reduzidos. Já
nas combinações especiais, cada combinação deve estar presentes as ações permanentes e a
ação variável especial, caso exista, com seus valores característicos e as demais ações variáveis
com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos. Nas
combinações excepcionais, cada combinação deve considerar, com seus valores
representativos, as ações permanentes e a ação variável excepcional, caso exista, e as demais
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ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores
reduzidos de combinação.
Assim, as estruturas de concreto armado são dimensionadas com base nas combinações
últimas, obtendo-se as seções, áreas de aço, bitolas de armaduras e demais critérios para o
detalhamento dos elementos estruturais. Em seguida, verificam-se os estados limites de serviço
com base nas combinações de serviço.
6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
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Conforme El Debs (2000) as lajes formadas por nervuras pré-fabricadas, apresenta seu
comportamento estrutural análogo aos de lajes armadas em uma direção, lajes unidirecionais,
com a seção resistente formada pela vigota e o concreto moldado no local. Carvalho (2000,
apud Brasil, 2017) afirma que o funcionamento das lajes pré-fabricadas seria mais eficiente
com o posicionamento das nervuras apenas na direção do menor vão, simplesmente apoiadas
nas extremidades. E com isso, as vigas que receberiam maiores cargas provenientes da laje
seriam as quais as vigotas estão apoiadas.
A NBR 6118:2014 determina que as lajes nervuradas unidirecionais devem ser
calculadas segundo a direção das nervuras, desprezando a rigidez transversal e a rigidez à
torção. Enquanto, as bidirecionais podem ser calculadas, para efeito de esforços solicitantes,
como lajes maciças.
O uso de lajes bidirecionais é uma alternativa quando se tem a relação entre o menor e
maior vão (ℓ𝑥 ⁄ℓ𝑦 ) menor que dois, apresentando comportamento estrutural melhor que as
armadas em uma direção, permitindo uma melhor distribuição de cargas as vigas de apoio e
diminuindo as deformações. No entanto, não frequentemente utilizadas devido à dificuldade de
se encontrar materiais inertes que facilitem sua execução e promova economia (SANTINE,
2005). Assim, esse trabalho focará no dimensionamento e processo construtivos das lajes pré-
fabricadas com armação treliçada unidirecionais.
Para o cálculo manual das lajes treliçadas considera-se o modelo de cálculo de viga
independente. Segundo Cunha (2012) a seção transversal, para resistir aos esforços de
momentos positivos e negativos, é diferente. Para os momentos positivos, a região comprimida
possui a largura colaborante da laje “bf”, com a seção geralmente em forma de “T”, como
observado na Figura 13. Enquanto para os momentos negativos, a seção resistente a compressão
é retangular, pois a zona comprimida localiza-se na parte inferior da vigota, em que “bw” é a
largura da nervura, conforme Figura 14.
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Conhecendo a posição da LN, torna-se possível saber o domínio que a peça está
trabalhando e calcular a resultante das tensões de compressão no concreto (Fc) e o braço de
alavanca (z):
𝐹𝑐 = 0,85 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 0,8𝑥 (6)
𝑧 = 𝑑 − 0,4𝑥 (7)
25
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A NBR 6118:2014 alega que para a realização do projeto das lajes nervuradas, devem ser
seguidas as seguintes condições:
a) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode ser
dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento da região das
nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje;
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas;
permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm
e a largura média das nervuras for maior que 12 cm;
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa
deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites
mínimos de espessura.
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A NBR 6118:2014 na seção 19.4.1 dispensa a utilização de armadura transversal para lajes
desde que a força cortante resistente de cálculo (𝑉𝑅𝑑1) seja maior ou igual a força cortante
solicitante de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ):
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 (18)
A força cortante resistente (sem armadura de protensão) é dada pela equação (19):
V𝑅𝑑1 = [τ𝑅𝑑 ∗ 𝑘 ∗ (1,2 + 40 ∗ ⍴1)] ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 (19)
Onde:
τ𝑅𝑑 − Tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento:
𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 (20)
τ𝑅𝑑 = 0,25 ∗
𝛾𝑐
𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 − Resistência característica inferior do concreto a tração, obtido conforme a NBR
6118:2014.
⍴1 − Taxa de armadura de tração ancorada no apoio, obtida pela equação (21):
𝐴𝑠1 (21)
⍴1 = ≤ |0,02|
𝑏𝑤 ∗ 𝑑
𝐴𝑠1 − Área de armadura longitudinal total das nervuras no trecho considerado (normalmente
de um metro quando se trata de lajes);
𝑏𝑤 − Soma da largura das nervuras no trecho considerado;
𝑑 − Altura útil das nervuras;
𝑘 − Coeficiente que pode assumir dois valores:
Para elementos onde 50 % da armadura inferior não chega até o apoio: k = |1|;
Para os demais casos: k = | 1,6 − d |, não menor que | 1 |, com d em metros.
Conforme Machado (2017) na maioria dos casos de lajes com armação treliçada, essa
condição é satisfeita e não há necessidade de inserir estribos. A diagonal da armadura treliçada
também contribui para a absorção dos esforços cortantes desde que a barra do seu banzo
superior esteja localizada acima da linha neutra, porém essa contribuição é difícil de se
mensurar e não é levada em consideração nos cálculos.
A não obediência da equação (18) resulta na necessidade de se calcular a área de armadura
transversal, na qual a NBR 6118:2014 na seção 19.4.2 dirige ao dimensionamento como
critérios de vigas, localizado no seu item 17.4. Porém, sabe-se que a utilização de estribos nesse
tipo de laje dificulta seu processo construtivo e pode acarretar gastos desnecessários, assim
recomenda-se uma melhor avaliação dos critérios adotados inicialmente para que seja satisfeita
esta condição imposta.
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𝑝 ∗ 𝑙4 (24)
𝑎=
384 ∗ 𝐸𝑐 ∗ 𝐼𝑚
O efeito de fissuração do elemento estrutural é considerado através da inercia média de
Branson. Conforme Cunha (2012), sabendo-se que um mesmo elemento pode trabalhar nos
estádios I e II, ou seja, uma parte pode estar fissurada e outra não, a não linearidade de tal
situação pode ser apresentada através de uma inercia média que considera de forma aproximada
a fissuração do concreto e é expressa pela equação (25):
𝑀𝑟 𝑛 𝑀𝑟 𝑛 (25)
𝐼𝑚 = ( ) ∗ 𝐼𝐼 + [1 − ( ) ] ∗ 𝐼𝐼𝐼
𝑀𝑎𝑡 𝑀𝑎𝑡
Sendo:
29
ℎ𝑓2 ℎ2 (28)
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ 2 + 𝑏𝑤 ∗ 2
𝑦𝑐𝑔 =
𝐴𝑐
2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 3 𝑏𝑤 ∗ ℎ3 ℎ𝑓 ℎ 2 (29)
𝐼𝑐 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 ∗ (𝑦𝑐𝑔 − ) + 𝑏𝑤 ∗ ℎ ∗ (𝑦𝑐𝑔 − )
12 12 2 2
Para o cálculo das propriedades da seção no estádio II puro, deve-se conhecer a relação
entre os módulos de deformação do aço e do concreto (∝𝑒 ) dado pela equação (30), e a posição
da linha neutra (𝑥𝐼𝐼 ).
30
𝐸𝑠 (30)
∝𝑒 =
𝐸𝑐
Conforme Carvalho e Figueiredo Filho (2014, apud Ghali e Favre, 1986) a posição da
linha neutra é encontrada igualando o momento estático da seção homogeneizada a zero,
conforme equação (31):
𝑎1 ∗ 𝑥𝐼𝐼2 + 𝑎2 ∗ 𝑥𝐼𝐼 + 𝑎3 = 0 (31)
Sendo os coeficientes:
𝑏𝑓 (32)
𝑎1 =
2
𝑎2 = ℎ𝑓 ∗ (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) + (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴𝑠 ′ +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 (33)
ℎ𝑓 (34)
𝑎3 = −𝑑 ′ ∗ (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 − 𝑑 ∗∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 − ∗ (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 )
2
Caso a LN se encontre na mesa o momento de inércia da peça no estádio II puro pode
ser calculado através da equação (35), caso contrário, utiliza-se a equação (36):
𝑏𝑓 ∗ 𝑥𝐼𝐼 3 (35)
𝐼𝑥 𝐼𝐼 = +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)2 + (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2
3
2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 3 𝑏𝑤 ∗ 𝑥𝐼𝐼 3 ℎ𝑓
𝐼𝑥 𝐼𝐼 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ (𝑥𝐼𝐼 − ) +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)2 (36)
12 12 2
+ (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2
′
𝐴𝑠 ′ (38)
⍴ =
𝑏∗𝑑
𝜉 − Coeficiente função do tempo;
𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡𝑜) (39)
31
O valor da flecha final será a soma da flecha imediata com a flecha deferida no tempo
decorrente do efeito de fluência do concreto. A NBR 6118:2014 determina os valores-limites
de deslocamentos que visam proporcionar um adequado comportamento da estrutura
relacionado ao estado limite de serviço, que podem ser observados na Figura 16.
Figura 16: Deslocamento limites relacionados a aceitabilidade sensorial
Silva (2012, apud Brasil, 2017) aponta que as fissuras podem ser formadas em
decorrência dos efeitos de retração térmica ou reações químicas internas, que ocorrem durante
o processo de cura do concreto, sendo o principal causador de fissuras a baixa resistência à
tração deste material.
Segundo a NBR 6118:2014 o estado limite de abertura de fissura (ELS-W) corresponde
ao estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados no
item 13.4.2. Desta forma, a abertura máxima característica (wk) das fissuras, desde que não
exceda valores da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, sob ação das combinações frequentes, não tem
importância significativa na corrosão das armaduras passivas. A Figura 17 apresenta os limites
de abertura de fissuras em função da classe de agressividade do ambiente.
32
33
ɸ𝑖 𝜎𝑠𝑖 4 (41)
𝑤𝑘 = ∗ ∗ ( + 45)
12,5 ∗ Ƞ1 𝐸𝑠𝑖 ⍴𝑟𝑖
𝜎𝑠𝑖 , ɸ𝑖 𝐸𝑠𝑖 , ⍴𝑟𝑖 , são definidos para cada área de envolvimento em exame;
𝐴𝑐𝑟𝑖 − Área da região de envolvimento protegida pela barra ɸ𝑖 ;
𝐸𝑠𝑖 − Módulo de elasticidade do aço da barra considerada, de diâmetro ɸ𝑖 ;
ɸ𝑖 − Diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada;
⍴𝑟𝑖 – Taxa de armadura passiva ou ativa aderente (que não esteja dentro de bainha) em relação
à área da região de envolvimento (𝐴𝑐𝑟𝑖 );
𝜂1 − Coeficiente de conformação superficial 𝜂1 da armadura passiva considerada;
𝑓𝑐𝑡𝑚 − Resistência média do concreto à tração;
𝜎𝑠𝑖 − Tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no estádio
II.
8 PROCESSO CONSTRUTIVO
34
de laje. Essa armadura não deve ser amarrada na barra superior da treliça, seu posicionamento
correto deve ser no meio da capa.
As armaduras longitudinais são dispostas, como o próprio nome já diz,
longitudinalmente às nervuras, quando estas não suportam todo o esforço de tração. Sua
utilização só é recomendada caso não se tenha como adicionar a barra inferior no interior da
vigota. A Figura 19 apresenta a seção transversal de uma laje com armação treliçada, contendo
as armaduras necessárias para sua construção.
Figura 19: Seção transversal da laje treliçada
35
viga, para não ocorrer dificuldade na sua concretagem. Alguns manuais técnicos de fabricantes
de vigotas disponibilização o tamanho do gancho de ancoragem de barras adicionais de acordo
com o diâmetro destas.
Figura 21: Continuidade no apoio
36
37
8.2. EXECUÇÃO
Carvalho e Figueiredo Filho (2014) resume a execução da laje treliçada em sete etapas,
iniciando pelo nivelamento do piso para a locação das escoras, que não devem distar 1,5 metros
entre si. Para a execução do escoramento é necessário apenas pontaletes, que podem ser
metálicos ou de madeira; tabuas em espelho, que serve de apoio às vigotas; e base de madeira,
para que a escora não se fixe diretamente sobre o solo e ocorram recalques devido a cargas
concentradas que provoquem deformações na laje. Outro ponto importante na execução do
escoramento é a presença de contraventamento nas duas direções, que deixa os pontaletes mais
estáveis, principalmente em alturas mais elevadas. Se existir a necessidade de contraflechas, é
nessa etapa que deve ser realizada.
Após o escoramento, é realizado o posicionamento das vigotas, dispondo o material de
enchimento nas extremidades, que serve como gabarito. As vigotas devem apoiar-se na forma
da viga, após estar pronto o escoramento, nivelamento a armação, e adentrar no mínimo 5 cm,
na qual a concretagem da viga deve ser realizada simultaneamente a concretagem da capa.
Para a locação do material de enchimento, segundo o manual técnico da ArcelorMittal
(2010), devem-se executar fileiras ortogonais ao sentido das vigotas, iniciando-se pelas duas
fileiras mais externas e indo em direção ao centro da laje, tomando cuidado para manter o
esquadro e evitar folgas entre os enchimentos, o que acarretaria no vazamento do concreto.
Nesta etapa, caso seja necessário a utilização de nervuras transversais, deve-se deixar o espaço
entre os materiais de enchimento, de no mínimo 10 cm, como visto na Figura 25, para o
posicionamento das armaduras e concretagem das nervuras.
Figura 25: Posicionamento das vigotas, lajotas e nervuras transversais
38
sobre a de distribuição. Após esta etapa, é necessário realizar a limpeza da superfície da laje
antes da concretagem, evitando assim interferências na distribuição de esforços entre as
superfícies de contato.
Antes da concretagem da laje é necessário certificar-se se a resistência (fck) é maior ou
igual ao indicado no projeto. No mínimo, durante os três primeiros dias após o lançamento do
concreto, é essencial realizar a cura do material, que tem por objetivo evitar a retração do
concreto e consequentemente o aparecimento de fissuras.
A última etapa da execução da laje é a retirada de escoramento, em edifícios de múltiplos
pisos não se deve retirar o escoramento do piso inferior antes de terminar a execução da laje
imediatamente superior. O escoramento deve sempre ser retirado do centro para as
extremidades no caso de lajes biapoiadas e da extremidade ao apoio no caso de balanço, como
indicado na Figura 26.
Figura 26: Sequência da retirada do escoramento
39
9 METODOLOGIA
40
41
42
43
10 APLICAÇÃO
Permanentes:
Peso próprio da estrutura (𝑔1) = indicada conforme fabricante;
Revestimento (𝑔2) = 0,5 𝑘𝑁/𝑚².
Acidentais (𝑞):
Conforme NBR 6120 para dormitórios e banheiros de edifícios residenciais 𝑞 =
1,5 𝑘𝑁/𝑚².
b) Pré-dimensionamento:
44
c) Seção Transversal:
45
Tratando-se de uma vigota biapoiada, a largura colaborante (𝑏𝑓) será o seu próprio
intereixo. A largura mínima (𝑏𝑣) de uma treliça é indicada na Figura 1, que corresponde a 13
cm, retirando 1,5 cm de apoio dos materiais de enchimento de ambos os lado, obtém-se 𝑏𝑤, de
tal modo que:
𝑏𝑤 = 10 𝑐𝑚
𝑏𝑓 = 45 𝑐𝑚
d) Esforços
Com uma carga total, como indicada nos itens “a” e “b”, conforme equação (43):
𝑃 = (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (43)
𝑃 = 1,56 𝑘𝑁/𝑚
𝑃∗𝑙 (45)
𝑉𝑘 =
2
1,56 ∗ 3,5
𝑉𝑘 =
2
𝑉𝑘 = 2,73 𝑘𝑁
Admitindo inicialmente que a linha neutra passa pela mesa, ou seja, 𝑏𝑤 = 𝑏𝑓, pela equação
(09), tem-se:
46
1,4 ∗ 2,39
0,68 ∗ 0,1025 ± √(0,68 ∗ 0,1025)2 − 4 ∗ 0,272 ∗ ( )
25000
0,45 ∗
1,4
𝑥=
0,544
𝑥 = 0,0061 𝑚
f) Cálculo da armadura:
Como 𝑥 = 0,060𝑑 < 0,259𝑑, verifica-se que a peça trabalha no domínio 2, portanto, pela
equação (10), a área de aço necessária para combater os esforços é igual à:
1,4 ∗ 239
𝐴𝑠 =
60
(10,25 − 0,4 ∗ 0,61) ∗
1,15
𝐴𝑠 = 0,64 𝑐𝑚²
Como a treliça tem duas barras inferiores de 5 mm, a área de aço presente na treliça é
de 0,39 cm², necessitando, ainda, de 0,25 cm². Assim, será adicionado uma barra de 6 mm que
possui área de 0,28 cm², o que acarretará uma área de aço total de:
𝐴𝑠 = 0,67 𝑐𝑚²
g) Verificação ao cisalhamento
A força resistente ao cisalhamento é dada pela equação (19), esta deverá ser maior ou
igual à força cortante solicitante, para que assim seja possível realizar a dispensa das armaduras
transversais. A tensão resistente ao cisalhamento é fornecida pela equação (20), na qual:
2
0,21 ∗ 253
τ𝑅𝑑 = 0,25 ∗
1,4
τ𝑅𝑑 = 0,32 𝑀𝑃𝑎
O coeficiente k é igual à:
47
V𝑅𝑑1 = 7,18 𝑘𝑁
𝑉𝑆𝑑 = 3,82 𝑘𝑁
O dimensionamento com relação ao Estado Limite Último foi realizado e definido uma
vigota do modelo TR8645 com adição de uma barra de 6 mm. Agora necessita realizar as
verificações em relação ao Estado Limite de Serviço (ELS-DEF e ELS-W).
𝐴𝑐 = 260 𝑐𝑚²
48
Assim como o centro de gravidade e o momento de inércia da seção bruta são expressas pelas
equações (28) e (29):
4² 122
(45 − 10) ∗ ( ) + 10 ∗
𝑦𝑐𝑔 = 2 2
260
𝑦𝑐𝑔 = 3,85 𝑐𝑚
Os módulos de deformação do aço e do concreto (∝𝑒 ) calculado pela equação (30) é indicado
abaixo:
𝐸𝑠 210000
∝𝑒 = =
𝐸𝑐 5600√25
∝𝑒 = 7,5
Supondo que a linha neutra está localizada na mesa da peça, obtém-se os coeficientes
𝑎1 , 𝑎2 𝑒 𝑎3 , conforme equações (32), (33) e (34):
45
𝑎1 = = 22,5 𝑐𝑚
2
Para seções retangulares, caso em que a linha neutra está localizada na mesa da peça, tem-se
que:
𝑏𝑤 = 𝑏𝑓 ; ℎ𝑓 = 0; 𝐴′𝑠 = 0
Logo:
𝑎2 = 7,5 ∗ 0,67 = 5,03 𝑐𝑚²
49
c) Momento de fissuração
Por se tratar de peça com seção em “T” o fator que correlaciona aproximadamente a resistência
à tração na flexão com a resistência à tração direta é igual à:
∝= 1,2
d) Combinações de serviço
Conforme figura 15, em relação a aceitabilidade sensorial, dois limites são estipulados.
O primeiro associado aos deslocamentos visíveis em elementos estruturais, na qual deve-se
realizar o cálculo da flecha com a totalidade das cargas com uma combinação quase permanente
e compara-la com o limite estabelecido. Enquanto o segundo, corresponde as vibrações sentidas
no piso, na qual deve-se considerar os deslocamentos provenientes de cargas acidentais, assim,
50
carece o cálculo da flecha com uma combinação rara e outra com uma combinação permanente
e subtrai-las para obter o valor da flecha devido apenas as cargas acidentais. De tal modo:
Combinação Quase Permanente:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = ((𝑔1 + 𝑔2 ) + 0,3 ∗ 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (49)
Combinação Rara:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (50)
1,56 ∗ 3,52
𝑀𝑎𝑡 =
8
𝑀𝑎𝑡 = 2,39 𝑘𝑁. 𝑚
Combinação Permanente:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (𝑔1 + 𝑔2 ) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (51)
0,88 ∗ 3,52
𝑀𝑎𝑡 =
8
𝑀𝑎𝑡 = 1,35 𝑘𝑁. 𝑚
51
100 3 100 3
𝐼𝑚𝑞𝑝 =( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
166 166
𝐼𝑚𝑞𝑝 = 921,31 𝑐𝑚4
100 3 100 3
𝐼𝑚𝑟𝑎𝑟𝑎 =( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
238 238
𝐼𝑚𝑟𝑎𝑟𝑎 = 599,83 𝑐𝑚4
100 3 100 3
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑟 = ( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
135 135
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑟 = 1339,38 𝑐𝑚4
f) Flechas imediatas
Pela equação (22) pode-se calcular as flechas imediatas das vigotas bi apoiadas, para as
combinações quase permanente, rara e permanente, respectivamente:
5 ∗ 1,08 ∗ 3,54
𝑎𝑞𝑝 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 9,21 ∗ 10−6
𝑎𝑞𝑝 = 0,82 𝑐𝑚
5 ∗ 1,56 ∗ 3,54
𝑎𝑟𝑎𝑟𝑎 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 6,00 ∗ 10−6
𝑎𝑟𝑎𝑟𝑎 = 1,81 𝑐𝑚
5 ∗ 0,88 ∗ 3,54
𝑎𝑝𝑒𝑟𝑚 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 1,34 ∗ 10−5
𝑎𝑝𝑒𝑟𝑚 = 0,46 𝑐𝑚
O limite da flecha imediata devido a totalidade das cargas em uma combinação quase
permanente conforme figura 15 é de:
350 (52)
𝑎𝑙𝑖𝑚1 =
250
𝑎𝑙𝑖𝑚1 = 1,4 𝑐𝑚
52
Assim, a flecha obtida é superior ao aceitável pela NBR 6118:2014, já que 𝑎𝑐.𝑎 > 𝑎𝑙𝑖𝑚2 .
O coeficiente 𝜉 para a idade (𝑡0 ) dado pelas condições da equação (39), corresponde à:
𝜉(𝑡0 ) = 0,68(0,9960,93 )0,930,32
𝜉(𝑡0 ) = 0,64
53
E flecha total:
𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,82 ∗ (1 + 1,36)
𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,93 𝑐𝑚
Assim, pode-se adotar uma contra flecha segundo a NBR 6118 de no máximo:
𝑙 (56)
𝑎𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑓. = = 1,0 𝑐𝑚
350
54
A área de uma barra de 5mm é aproximadamente 20 cm², portanto pela equação (58):
0,20
⍴𝑟𝑖 = = 0,0111
18,0
0,5 27,57 4
𝑤𝑘2 = ∗ ∗( + 45)
12,5 ∗ 1,4 21000 0,0111
𝑤𝑘2 = 0,0155 𝑐𝑚
𝑤𝑘2 = 0,16 𝑚𝑚
55
ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,5 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,33 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,77𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,46 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,78 𝑐𝑚 ⍴𝒓𝒊 0,011
𝑰𝑰𝑰 561,86 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,4 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 1,0 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Comparando as flechas calculadas apresentadas no quadro acima com os limites
estabelecidos pelas equações (52) e (53), temos que o ELS-DEF é atendido, assim como o ELS-
W, que não possuiu modificações. Portanto, para tal laje será utilizado uma LT14 com treliça
56
TR8645 mais adição de uma barra CA60 de 5 mm, com material de enchimento em EPS de 10
cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4 cm de espessura.
LAJE L1 e L2
ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 3,85 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,0002 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,57 𝑘𝑁
𝑰𝒄 2660,52 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,0008𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,09 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,0005 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,0011
𝑰𝑰𝑰 264,85 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 0,58 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,00 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,41 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Deste modo, para tais lajes será utilizado uma LT12 com treliça TR8654, com material
de enchimento em EPS de 8 cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4 cm de
espessura.
57
LAJE L3
A laje L3 solicitou uma altura de 14 cm, pois assim como a L7, para uma altura de 12
cm, a flecha devido a carga acidental foi superior ao aceitável pela norma. Com relação ao
Estado Limite Último será necessário a adição de uma barra CA60 de 6 mm, como observado
na tabela 7, a área de aço calculada é superior a existente na treliça.
Tabela 7: Dimensionamento da laje L3 do tipo LT14: ELU
ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,50 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,52 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 1,02𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,55 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 1,22 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,0011
𝑰𝑰𝑰 631,17 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,48 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 1,06 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Para tal laje será utilizado uma LT14 com treliça TR8654 mais adição de uma barra
CA60 de 6 mm, com material de enchimento em EPS de 10 cm de altura, 32 cm de largura, e
capa de concreto de 4 cm de espessura.
LAJE L4
58
ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,50 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,26 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,65𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,39 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,61 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,011
𝑰𝑰𝑰 509,09 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,36 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,13 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,97 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Por conseguinte, para a laje L4 será utilizado uma LT14 com treliça TR8654 mais adição
de uma barra CA60 de 4.2 mm, com material de enchimento em EPS de 10 cm de altura, 32 cm
de largura, e capa de concreto de 4 cm de espessura.
LAJE L5
59
ELS-DEF ELS-W
𝑦𝑐𝑔 3,85 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,03 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,57 𝑘𝑁
𝐼𝑐 2260,52 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,09𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝑥𝐼𝐼 1,09 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,06 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,011
𝐼𝐼𝐼 264,85 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 0,94 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑀𝑟 1,00 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,67 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Assim como as lajes L1 e L2, será utilizado uma LT12 com treliça TR8654, com
material de enchimento em EPS de 8 cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4
cm de espessura.
LAJE L6
Assim como a laje anterior, utiliza-se altura de 12 cm, sem adição de armadura,
conforme tabela 13, e ELS-DEF e ELS-W são atendidos, como indica a tabela 14.
Tabela 13: Dimensionamento da laje L6 do tipo LT12: ELU
60
61
11 CONCLUSÃO
O mercado da construção civil está em constante evolução, exigindo cada vez mais do
profissional capacitação na área. O conhecimento acerca do dimensionamento e processo
construtivos da laje treliçada é de grande importância, por tratar-se de um elemento estrutural
de grande utilização nas construções. Nesse sentido, este estudo teve como principal objetivo
realizar um levantamento de pesquisas acerca do dimensionamento e processo construtivo de
lajes pré-fabricadas do tipo treliçada, apontando os principais critérios para a elaboração do
cálculo estrutural desses elementos, assim como apresentando informações que auxiliem no seu
processo construtivo, sancionando algumas dúvidas de estudantes e profissionais da área
referente ao tema. Por fim, realizou-se o dimensionamento desses elementos estruturais
aplicado a uma residência, tendo o intuito de esclarecer e descrever as etapas desse processo.
Relacionado ao dimensionamento, constatou-se que apenas as tabelas disponibilizadas
pelo fabricante, não são indicadas para a realização do dimensionamento desses elementos
estruturais, já que as lajes de maior comprimento, não passaram na verificação do Estado Limite
de Serviço de Deformação Excessiva correspondente ao critério de “aceitabilidade sensorial:
vibração sentida no piso” indicado na NBR 6118:2014.
No que diz respeito ao Estado Limite Último, essas tabelas não disponibilizam dados de
armadura, ou tipo de treliça a utilizar, ou até mesmo a necessidade de adição de barras. Além
do mais, deve-se atentar aos critérios empregados pelo fabricante, como as cargas que estes
consideram para vencer determinados vãos, valores de intereixo, resistência do concreto e
demais dados fornecidos no catálogo, por esse motivo empregou-se essas informações
conforme fabricante, para se averiguar a confiabilidade de tais tabelas.
Com relação ao processo construtivo das lajes treliçadas, é importante que os critérios
adotados no dimensionamento sejam atendidos na fase de execução, ou seja, a concepção da
estrutura deve corresponder a construção real. As condições de apoio apresentam grande
influência no cálculo estrutural, pois alteram os esforços solicitantes, disposição de armaduras,
e rigidez da estrutura. Em vários momentos, a consideração da continuidade seria de grande
valia para se evitar, por exemplo, aumentar a altura da laje ou taxa de armadura, quando esta
não fosse suficiente para combater os esforços solicitantes e apresentassem flechas excessivas.
Porém, Carvalho e Figueiredo Filho (2014) afirmam que se caso for considerar a continuidade
nas lajes pré-fabricadas, observa-se que existem duas seções a serem consideradas, no caso
deste trabalho, uma com
𝑏𝑤 = 45𝑐𝑚, sujeita a momento positivo e outra com 𝑏𝑤 = 10𝑐𝑚, sujeita a combater momento
62
negativo. E neste caso, o emprego da expressão de Branson não seria simples, devendo ser
usados outros procedimentos ou softwares de cálculo estruturais.
Deste modo, este trabalho visou auxiliar estudantes e profissionais acerca do
dimensionamento e processo construtivo das lajes treliçadas, iniciando uma pesquisa sobre o
tema e evidenciando a necessidade da análise desses elementos estruturais. Pretende-se, ainda,
que o presente trabalho motive a iniciativa de novas pesquisas na área e melhorem a qualidade
dos projetos estruturais empregados no mercado de trabalho.
63
12 REFERÊNCIAS
CUNHA, M. Recomendações para projeto de lajes formada por vigotas com armação
treliçada. São Carlos – SP, 2012.
FERREIRA, T. Otimização estrutural de lajes formadas por vigotas treliçadas com e sem
protensão. Uberlânia – MG, 2016.
64