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Dimensionamento de laje treliça

Engenharia Civil (Universidade Nove de Julho)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por Vinícius Helio (viniciusheliots@gmail.com)
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
ENGENHARIA CIVIL

APARECIDA EVANGELISTA CARTAXO

LAJE PRÉ-FABRICADA COM ARMAÇÃO TRELIÇADA: DIMENSIONAMENTO E


PROCESSO CONSTRUTIVO

Pau dos Ferros - RN


Fevereiro - 2019

Baixado por Vinícius Helio (viniciusheliots@gmail.com)


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APARECIDA EVANGELISTA CARTAXO

LAJE PRÉ-FABRICADA COM ARMAÇÃO TRELIÇADA: DIMENSIONAMENTO E


PROCESSO CONSTRUTIVO

Monografia apresentada à Banca Examinadora do


Curso Bacharelado em Engenharia Civil, da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido em
cumprimento às exigências legais como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador (a): Prof. Bianca Alencar Viera


(UFERSA - Campus Pau dos Ferros)

Pau dos Ferros – RN


Fevereiro de 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

LAJE PRÉ-FABRICADA COM ARMAÇÃO TRELIÇADA: DIMENSIONAMENTO E


PROCESSO CONSTRUTIVO

Aparecida Evangelista Cartaxo

Monografia apresentada à Banca Examinadora do


Curso Bacharelado em Engenharia Civil, da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido em
cumprimento às exigências legais como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

Banca Examinadora:

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Aos meus pais, por todo apoio e dedicação.

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RESUMO

Muitos estudantes e profissionais responsáveis pelo dimensionamento das lajes


treliçadas desconhecem os estudos realizados nesta área, não sendo assim incorporados pelos
escritórios de engenharia do país. Deste modo, este trabalho tem como objetivo principal
apresentar as técnicas de dimensionamento e processo construtivo de lajes pré-fabricadas do
tipo treliçada e executar um exemplo prático de aplicação. Para tanto, realizou-se um
levantamento de informações, acerca do tema em questão, em seguida, apresentam-se exemplos
de dimensionamento de lajes treliçadas, seguindo a metodologia de dimensionamento de vigas
independentes. O projeto analisado trata-se de um residencial unifamiliar de 158,69 m² de área
construída, composto de dois pavimentos. As etapas referentes à análise estrutural e
dimensionamento das lajes foram seguidas. As lajes L3, L4 e L7, necessitaram de 14cm de
altura, devido maiores comprimentos. As lajes L1, L2, L5 e L6, careceram de 12 cm de altura,
com capa de concreto de 4cm e material de enchimento em EPS de 8cm de altura. Constatou-
se ainda que apenas as tabelas disponibilizadas pelo fabricante não são indicadas para a
realização do dimensionamento desses elementos estruturais. Com relação ao processo
construtivo das lajes treliçadas, é importante que os critérios adotados no dimensionamento
sejam atendidos na fase de execução.

Palavras-chaves: lajes treliçadas; lajes unidirecionais; modelo de viga independente.

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ABSTRACT

Several researchers and professionals responsible for the structural dimensioning of


lattice slabs are unaware of the studies carried out in this area and are therefore not incorporated
by the country's engineering offices. In this way, the main goal of this work is to present the
dimensioning and construction techniques of prefabricated lattice slabs type and to perform a
practical example of application. For that, a survey of information was carried out, about the
subject in question, then, there are examples of scaffold slab design, following the methodology
of dimensioning of independent beams. The project analyzed is a single-family residential
building of 158.69 m² built area, composed of two floors. The steps related to structural analysis
and slab design were followed. The slabs L3, L4, and L7 required 14cm of height, due to
superior lengths. The slabs L1, L2, L5, and L6, required height of 12 cm, with a 4 cm concrete
cover and EPS filling material 8 cm high. It was also verified that only the stands provided by
the manufacturer are not indicated for the accomplishment of the dimensioning of these
structural elements. Regarding the constructive process of the lattice slabs, it is important that
the criteria adopted in the dimensioning are followed in the execution phase.

Keywords: lattice slabs; unidirectional slabs; independent beam model.


.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Dimensões das vigotas treliçadas .............................................................................. 12


Figura 2: Elementos inertes (Cerâmicos e EPS) ....................................................................... 13
Figura 3: Armaduras das treliças .............................................................................................. 14
Figura 4: Seção transversal laje treliçada ................................................................................. 14
Figura 5: Elemento modelo ...................................................................................................... 16
Figura 6: Estado de deslocamento com todos elementos isolados ........................................... 16
Figura 7: Estado de deslocamento da laje pré-moldada ........................................................... 16
Figura 8: Estado de deslocamento da laje maciça .................................................................... 17
Figura 9: Estado de deslocamento da laje pré-moldada ........................................................... 17
Figura 10: Diagrama das ações das nervuras nas vigas V1 e V2 ............................................. 19
Figura 11: Vigotas justapostas.................................................................................................. 20
Figura 12: Tabela de pré-dimensionamento de lajes treliçadas com bloco em EPS ................ 22
Figura 13: Seção transversal da peça para momentos fletores positivos .................................. 24
Figura 14: Seção transversal da peça para momentos fletores negativos ................................. 24
Figura 15: Seção comprimida dividida em dois retângulos ..................................................... 26
Figura 16: Deslocamento limites relacionados a aceitabilidade sensorial ............................... 31
Figura 17: Exigências de durabilidade segundo a NBR 6118:2014 relacionadas à fissuração e
à proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental ........................... 32
Figura 18: Concreto de envolvimento da armadura ................................................................. 32
Figura 19: Seção transversal da laje treliçada .......................................................................... 34
Figura 20: Vigotas intercaladas ................................................................................................ 34
Figura 21: Continuidade no apoio ............................................................................................ 35
Figura 22: Disposição da armadura negativa em balanços de vigotas perpendiculares ........... 35
Figura 23: Nervuras transversais .............................................................................................. 36
Figura 24: Lajes Bidirecionais .................................................................................................. 36
Figura 25: Posicionamento das vigotas, lajotas e nervuras transversais .................................. 37
Figura 26: Sequência da retirada do escoramento .................................................................... 38
Figura 27: Planta baixa pavimento térreo ................................................................................. 40
Figura 28: Planta baixa pavimento superior ............................................................................. 41
Figura 29: Planta estrutural pavimento superior....................................................................... 42
Figura 30: Propriedades da LT 12 ............................................................................................ 44
Figura 31: Treliças Belgo padronizadas ................................................................................... 44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dimensões mínimas das vigotas treliçadas (cm) ...................................................... 12


Tabela 2: Dimensões dos elementos de enchimento (cm) ........................................................ 13
Tabela 3: Dimensionamento da laje L7 do tipo LT14: ELU .................................................... 55
Tabela 4: Dimensionamento da laje L7 do tipo LT14: ELS..................................................... 55
Tabela 5: Dimensionamento da laje L1 e L2 do tipo LT12: ELU ............................................ 56
Tabela 6: Dimensionamento da laje L1 e L2 do tipo LT12: ELS ............................................ 56
Tabela 7: Dimensionamento da laje L3 do tipo LT14: ELU .................................................... 57
Tabela 8: Dimensionamento da laje L3 do tipo LT14: ELS..................................................... 57
Tabela 9: Dimensionamento da laje L4 do tipo LT14: ELU .................................................... 58
Tabela 10: Dimensionamento da laje L4 do tipo LT14: ELS .................................................. 58
Tabela 11: Dimensionamento da laje L5 do tipo LT12: ELU .................................................. 59
Tabela 12: Dimensionamento da laje L5 do tipo LT12: ELS .................................................. 59
Tabela 13: Dimensionamento da laje L6 do tipo LT12: ELU .................................................. 59
Tabela 14: Dimensionamento da laje L6 do tipo LT12: ELS .................................................. 60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10
2 LAJES TRELIÇADAS .......................................................................................................... 12
3 MODELOS DE CÁLCULOS ............................................................................................... 15
3.1. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE ................................................................. 15
3.2. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE SIMPLIFICADO .................................... 15
3.3. MODELO DE VIGA INDEPENDENTE ..................................................................... 15
3.4. MODELO CONSIDERANDO A CONTINUIDADE ................................................. 17

4 CARGAS ............................................................................................................................... 18
5 ESTADOS LIMITES (ELU E ELS) ..................................................................................... 21
6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................... 22
7 CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO ...................................................................... 23
7.1. DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO SIMPLES ......................................................... 23
7.2. VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO .................................................................... 26
7.3. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE DEFORMAÇÃO
EXCESSIVA ....................................................................................................................... 28
7.4. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE ABERTURA DE
FISSURAS ........................................................................................................................... 31

8 PROCESSO CONSTRUTIVO .............................................................................................. 33


8.1. ARMADURAS COMPLEMENTARES ...................................................................... 33
8.2. EXECUÇÃO ................................................................................................................. 37

9 METODOLOGIA.................................................................................................................. 39
9.1. DADOS DO PROJETO ................................................................................................ 39

10 APLICAÇÃO ...................................................................................................................... 43
10.1. DIMENSIONAMENTO ESTADO LIMITE ÚLTIMO ............................................. 43
10.2. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ........................................... 47

11 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 61
12 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 63

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1 INTRODUÇÃO

As lajes, também conhecidas como placas, são elementos planos bidimensionais, uma
vez que sua largura e comprimento possuem dimensões bem maiores que sua espessura. Estes
elementos estruturais recebem as cargas provenientes do uso e ocupação da edificação,
carregamentos permanentes e acidentais, e distribuem normalmente nas vigas ou em alguns
casos, diretamente nos pilares (BASTOS, 2015).
No âmbito da construção civil, existem diferentes tipos de lajes que se adequam às
situações ao qual serão submetidas. As lajes maciças, por exemplo, são compostas em toda sua
espessura por concreto e armaduras, dispostas longitudinalmente e transversalmente, possuindo
assim, peso próprio elevado e necessidade de grande quantidade de formas na sua execução.
De acordo com Machado (2017) o uso de lajes maciças foi por muito tempo a escolha
convencional, decorrente dos métodos de cálculo já consagrados. Porém, com a necessidade de
se vencer vãos maiores, obter menor peso próprio e facilidade no processo construtivo, as lajes
nervuradas apresentam uma ótima alternativa quando comparada com as maciças.
Conforme a NBR 6118/2014, as lajes nervuradas são lajes moldadas no local ou com
nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para os momentos positivos está localizada nas
nervuras, podendo entre estas ser utilizado um material inerte. Segundo Bastos (2015) a
resistência do material inerte, que pode ser blocos cerâmicos, de concreto ou poliestireno
expandido - EPS, não é considerada, pois não contribui para aumentar a resistência da laje,
sendo apenas as nervuras unidas e solidarizadas pela capa de concreto que proporciona a
resistência e rigidez desse elemento estrutural.
Atualmente, as lajes treliçadas ou pré-moldadas com vigotas, que são uma modalidade
das lajes nervuradas, estão se difundido entre as construções devido, principalmente, sua
facilidade de execução e economia. Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014) as lajes pré-
fabricadas são formadas por elementos pré-moldados (vigotas); material inerte (lajotas) e por
uma capa de concreto (mesa), sendo usualmente encontradas de dois tipos distintos: as
convencionais e treliçadas.
Enquanto as convencionais apresentam sua geometria em forma de “T” invertido
concretadas com armaduras na parte inferior, as treliças, que formam as nervuras das lajes pré-
moldadas do tipo treliçada, são compostas por três banzos paralelos e diagonais laterais
senoidais soldadas aos banzos. Segundo Cunha (2012) as lajes compostas por vigotas são
bastante empregadas no Brasil, em construções de pequeno e médio porte, principalmente as
de vigotas treliçadas, pela facilidade obtida na produção destas.

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Se por um lado a economia de concreto e formas torna-se o grande atrativo das lajes
pré-fabricadas, Cavalcante e Figueiredo Filho (2014) e Cunha (2012) destacam como
desvantagens desse sistema as deformações excessivas quando comparadas as lajes maciças de
mesma altura, tornando-as propensas a atingir o Estado Limite de Deformação Excessiva, além
da dificuldade na execução das instalações prediais.
Nesse sentido, Cunha (2012) afirma que pesquisas sobre as lajes constituídas por vigotas
estão sendo realizadas desde 1999 pelo Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola
de Engenharia de São Carlos, quando Droppa Junior (1999) iniciou estudos nessa área. No
entanto, vários profissionais responsáveis pelo dimensionamento desses elementos estruturais
desconhecem os estudos realizados nesse campo, bem como os resultados experimentais e
teóricos obtidos, não sendo assim incorporados pelos escritórios de engenharia do país.
Posto isto, este trabalho tem como objetivo principal realizar um levantamento de
pesquisas acerca do dimensionamento e processo construtivo de lajes pré-fabricadas do tipo
treliçada, apontando as principais dificuldades que estudantes de engenharia civil e projetistas
encontram durante o processo de idealização e execução desses elementos estruturais.
Adicionalmente, serão apresentadas noções básicas de dimensionamento e processo construtivo
das lajes pré-fabricadas do tipo treliçada. Por fim, realizara-se o dimensionamento desses
elementos estruturais aplicado a uma residência.

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2 LAJES TRELIÇADAS

A união de pesquisas de grandes autores como Droppa Junior (1999), Flório (2004),
Cunha (2012), Cavalcante e Figueiredo Filho (2014) acerca do tema, com biografias e estudos
atuais possibilitarão uma maior compreensão sobre o comportamento das lajes treliçadas e seu
processo de dimensionamento, principalmente devido as atualizações de normas como a NBR
6118/2014: Projetos de estruturas de concreto e a NBR 14859/2016: Lajes pré-fabricadas de
concreto - partes 1, 2 e 3.
Segundo Machado (2017) a busca por processos construtivos que ocasionem redução
de tempo na execução de obras e, por consequência, no custo desta, tem ganhado espaço no
campo de pesquisas acadêmicas e mercado de trabalho, a exemplo, a utilização de peças pré-
moldadas. As normas brasileiras regulamentadoras 14859:2016 partes 1, 2 e 3, tratam dos
requisitos para a modulação e execução das lajes pré-fabricadas, abordando acerca dos
componentes que as constitui, sendo estes: vigotas, elementos inertes e armaduras
eletrossoldadas.
A NBR 14859-1:2016, define vigota com armadura treliçada (Figura 1), como o
elemento estrutural pré-fabricado composto de concreto, com resistência mínima de 20 MPa e
armadura treliçada eletrossoldada, capaz de portar, quando necessário, armadura passiva
inferior de tração. As dimensões mínimas das vigotas treliçadas de acordo com a norma são
apresentadas na Tabela 1.
Figura 1: Dimensões das vigotas treliçadas

Fonte: NBR 14859-1:2016

Tabela 1: Dimensões mínimas das vigotas treliçadas (cm)


Largura (bv) 13 ± 0,5
Altura (hv) 7,5 ± 0,2
Largura mínima do apoio (ap) 1,5 ± 0,1
Altura mínima do apoio (hb) 3,0 ± 0,1
Fonte: NBR 14859-1:2016

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Os elementos de enchimento, apresentados na Figura 2, apesar de não serem


responsáveis pela resistência da laje, devem apresentar materiais de qualidade empregados na
sua formação, para garantir a segurança durante a fase de montagem e concretagem da laje.
Uma vez que, os materiais inertes são os responsáveis por transferir o peso do concreto ainda
fresco às vigotas e resistir às cargas oriundas de seu processo de construção, como o peso de
operários e equipamentos (ARCELORMITTAL, 2010).
Figura 2: Elementos inertes (Cerâmicos e EPS)

Fonte: NBR 14859-2:2016

Assim, a NBR 14859-2:2016 admite uma resistência mínima de ruptura para este
material de 1,0 kN ou 100 kg. Com relação as dimensões dos materiais inertes, a Tabela 2
apresenta os comprimentos (cm) padronizados desses elementos:
Tabela 2: Dimensões dos elementos de enchimento (cm)
Altura nominal (he) 7,0; 8,0; 9,5; 11,5; 15,5; 19,5; 23,5; 28,5
Largura nominal (be) 27,0; 30,0; 32,0; 37,0; 40,0; 47,0; 50,0
Comprimento nominal (c) 10,0;20,0; 25,0
Aba de encaixe vertical (av) 3,0
Aba de encaixe horizontal (ah) 1,5
Fonte: NBR 14859-2:2016
A NBR 14859-3:2017 permite apenas o uso de barras de aço CA-50 ou CA-60 para a
fabricação das treliças das lajes. As lajes com vigotas treliçadas possui a disposição de
armaduras suplementares em uma segunda camada disposta no momento da sua montagem,
sendo a única das pré-fabricadas que permite o uso de nervuras transversais ou perpendiculares
que ajudam na redução das flechas (MACHADO 2017).
Conforme Ferreira (2015) na fabricação das treliças normalmente é utilizado o aço CA-
60, as barras de aço dos banzo superior e inferior são interligados pelas armaduras diagonais,
espaçadas regulamente em 20 cm, como pode-se visualizar na Figura 3. Vale ressaltar, que a
designação das vigotas treliçadas encontradas no mercado ocorre de acordo com sua altura e

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diâmetro das barras, assim, uma treliça denominada por TR8644, significa que esta possui 8 cm
de altura, bitola da barra superior de 6 mm, diagonal de 4,2 mm e inferior de 4,2 mm.
Figura 3: Armaduras das treliças

Fonte: NBR 14859-3:2017


A barra superior atua como armadura de compressão durante a fase de montagem e
concretagem da laje treliçada, e pode colaborar na resistência ao momento fletor negativo; as
armaduras inferiores, resistem às forças de tração oriundas do momento fletor positivo;
enquanto as diagonais, além de funcionarem como armadura resistente às forças cortantes
servem para promover coesão entre o concreto pré-moldado da vigota e o concreto do
capeamento (ARCELOMITTAL, 2010).
A NBR 6118:2014 afirma que as lajes nervuradas devem apresentar a espessura da
mesa, quando não existirem tubulações horizontais embutidas, maior ou igual a 1/15 da
distância entre as faces das nervuras e não menor que 4 cm. E quando existirem tubulações
embutidas de diâmetro menor igual a 10 mm, o valor mínimo absoluto da espessura da mesa
deve ser 5 cm, para tubulações com bitola maior que 10 mm, a espessura da capa deve ser no
mínimo 4 cm mais o diâmetro da tubulação. A Figura 4 apresenta a seção transversal da laje
treliçada com todos os seus componentes: capa, treliça e material de enchimento.
Figura 4: Seção transversal laje treliçada

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014

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3 MODELOS DE CÁLCULOS

Apesar do Método dos Elementos Finitos ser bastante utilizado nos dias atuais, devido
ao avanço tecnológico das ferramentas computacionais, Flório (2003, apud Brasil, 2017)
aborda em seu estudo outros quatro modelos de cálculos que podem ser utilizados para a
obtenção dos esforços e deslocamento das lajes pré-moldadas, conforme exposto a seguir.

3.1. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE

Este método consiste na discretização da laje em elementos ortogonais de uma grelha.


No caso das lajes com nervuras unidirecionais, as vigotas no sentido de sua disposição são
consideradas como vigas em “T”, já na direção transversal, a capa deve ser representada por
um elemento retangular, sendo a mesa o único elemento rígido nesta direção. Para as lajes
bidirecionais, nas duas direções são consideradas vigas de seção transversal em “T” e o seu
funcionamento é semelhante ao de uma placa. Flório (2003, apud Brasil, 2017) ainda afirma
que a desvantagem desse método é a necessidade de programas computacionais para o seu
processamento e obtenção de resultados.
Ferreira (2015) ainda alega que quanto aos carregamentos, às cargas podem ser
consideradas distribuídas na extensão das barras que formam as grelhas, de acordo com sua
área de influência, ou admitem-se forças concentradas diretamente sobre seus nós.

3.2. MODELO DE GRELHA EQUIVALENTE SIMPLIFICADO

A contribuição da capa de concreto em relação aos esforços e deslocamento da laje


unidirecional é pequena, por esse motivo o modelo anterior pode ser simplificado. Os elementos
no sentido em que as nervuras estão dispostas continuam sendo considerados com as mesmas
características geométricas do modelo I (vigas com seção transversal em “T”), enquanto os da
direção secundária não apresentam elementos rígidos. Para as de lajes bidirecionais, não há esta
simplificação já que ambas as direções apresentam nervuras.

3.3. MODELO DE VIGA INDEPENDENTE

Carvalho e Figueiredo Filho (2014) compara o comportamento de três situações básicas:


elementos isolados, laje pré-moldada com capa de concreto e laje maciça; em um pavimento

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simples, vide Figura 5, submetido às mesmas características de cargas, apoio, geometria e


características elásticas do concreto, com o intuito de se observar a diferença de esforços e
deslocamentos entre os modelos.
Figura 5: Elemento modelo

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014


Para a análise do caso “a”, formados por nervuras isoladas, cada elemento trabalha como
uma viga independente. Enquanto na análise da laje pré-moldada (elementos mais a capa) e laje
maciça, foi utilizado o processo de grelha equivalente. Os resultados de deslocamento desses
modelos são apresentados nas Figuras 6, 7 e 8, respectivamente.
Figura 6: Estado de deslocamento com todos elementos isolados

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014


Figura 7: Estado de deslocamento da laje pré-moldada

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014

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Figura 8: Estado de deslocamento da laje maciça

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014


Os momentos fletores dos três casos podem ser verificados na Figura 9, na qual se
demonstra os diagramas dos momentos da região central do pavimento. Como observado, os
valores dos esforços e deslocamentos são maiores respectivamente, nos elementos isolados, laje
pré-moldada e lajes maciças. Assim, por possuir um comportamento intermediário e mais
próximo dos elementos independentes, a favor da segurança, as lajes pré-moldadas podem ser
dimensionadas como elementos isolados, alternativa simples e bastante utilizada devido sua
facilidade e agilidade.
Figura 9: Estado de deslocamento da laje pré-moldada

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014


Esta metodologia e o método de grelha simplificada distinguem-se no modo de
dimensionamento, isto é, no primeiro dimensiona apenas um elemento de vigota, assumindo
que seja uma viga, e não grelha como o segundo. Contudo, este método não se aplica as lajes
bidirecionais.

3.4. MODELO CONSIDERANDO A CONTINUIDADE

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Brasil (2017) afirma que a consideração da continuidade nas lajes formadas por vigotas
deve ser bastante cuidadosa, tendo em vista que estas trabalham para absorver os esforços
provocados pelos momentos positivos. A consideração de momentos negativos nos apoios (face
superior tracionada e inferior comprimida), apesar de diminuir os positivos centrais, traz
consigo alguns problemas: não existe armadura na região superior e nem concreto na face inferior
suficiente para absorver os momentos. Assim, alternativas como a utilização de armaduras
negativas e adição de concreto em uma faixa próxima ao apoio, tornando-a maciça e mais rígida
para absorver a compressão, tornam o método inutilizado segundo o autor, já que o objetivo
principal das lajes pré-fabricadas é a economia.
Ferreira (2015) afirma que a consideração da continuidade em um pavimento pode gerar
um dimensionamento mais econômico, tendo em vista a redução dos momentos fletores positivo
nesta análise. Contudo, o momento fletor negativo pode, em diversas situações, ser superior ao
resistido pela seção em “T”, de tal modo que nos apoios intermediários nem sempre é possível obter
regiões comprimidas suficientes para resistir ao momento negativo encontrado pelo cálculo elástico,
acarretando na plastificação do concreto.
Ainda segundo o autor, é uma prática usual considerar as lajes pré-fabricadas simplesmente
apoiadas, não sendo uma análise correto, pois depende de critérios adotados e executados. Com o
aumento dos momentos positivos, para uma mesma carga, ocorrerá o aumento da seção ou até
mesmo a limitação de vãos a serem vencidos devido ao aumento de fechas.

4 CARGAS

Dando continuidade ao estudo de Carvalho e Figueiredo Filho (2014), os resultados das


ações das nervuras nas vigas de apoio do elemento analisado, são expressos no gráfico da Figura
10. No modelo dos elementos isolados apenas a viga V1 recebe as ações das vigotas, e é
representado pela curva E. O caso da laje pré-moldada é expressa no gráfico pelas curvas A e
C, que representam a absorção dos esforços pelas vigas V1 (com maior intensidade) e V2,
respectivamente. Enquanto a laje maciça é apresentada pelas curvas B e D, na qual as ações nas
vigas V1 e V2 são quase iguais, devido a geometria do pavimento assumir praticamente um
formato quadrado, ocorrendo a distribuição de esforços nos dois sentidos.

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Figura 10: Diagrama das ações das nervuras nas vigas V1 e V2

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho, 2014


Os autores ainda comparam outros sete casos de painéis de lajes pré-moldada aplicando
diferentes situações entre eles, observando a influência da altura da laje, fissuração da capa,
deslocabilidade dos apoios e geometria do pavimento, com o intuito de se verificar a absorção
de cargas pelas vigas secundárias.
Desse estudo pode-se verificar que todos os quesitos influenciam na absorção de cargas
pelas vigas de apoios e estas sempre receberão cargas provenientes das lajes, porém, não se
pode afirmar com precisão o valor destas reações. Nessa perspectiva, os autores aconselham a
utilização de um dos dois tipos de procedimento. O primeiro, denominado processo
simplificado, recomenda que nas vigas perpendiculares as nervuras, atuem todas as cargas
provenientes da laje, e nas vigas paralelas, atue 25% da carga total, valor ligeiramente menor
do que o máximo encontrado nas pesquisas.
Já no processo racional, as ações nas vigas dependem essencialmente das dimensões da
laje. Quando a relação entre os vãos for 1, será admitida que 75% da carga total atuam nas vigas
perpendiculares as nervuras (direção y), e nas vigas paralelas (direção x), os demais 25%.
Quando a relação for igual a 2, os valores de cargas distribuídas serão 92% e 8%,
respectivamente. As equações (1) e (2) são referentes ao processo racional.
Ação nas vigas perpendiculares as nervuras:
(58 + 17 ∗ 𝜆) ∗ 𝑝 ∗ 𝑙𝑥
𝑃𝑣𝑦 = (1)
200
Ação nas vigas paralelas as nervuras:
(42 − 17 ∗ 𝜆) ∗ 𝑝 ∗ 𝑙𝑦
𝑃𝑣𝑥 = (2)
200

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𝑙𝑦
Onde 𝜆 = 𝑙
𝑥

𝑙𝑥 − Vão na direção paralela a nervura;


𝑙𝑦 − Vão na direção perpendicular.
As ações verticais que podem atuar na laje são provenientes da carga permanente
estrutural, decorrente do peso próprio da estrutura, carga permanente devido à sobrecarga,
provenientes de elementos como forros e revestimentos de pisos, e as cargas acidentais, que
podem agir sobre a estrutura em função do seu uso. Os valores dessas cargas podem ser obtidos
através da NBR 6120:1980 – Cargas para cálculo de estruturas de edificações.
No caso de paredes sobre a laje, as cargas devido ao peso da alvenaria são distribuídas
as nervuras em duas situações possíveis. Caso a alvenaria seja disposta perpendicularmente as
nervuras, acrescenta-se uma carga concentrada na posição correspondente:
𝐺𝑎𝑙𝑣 = 𝛾𝑎𝑙𝑣 ∗ ℎ𝑎𝑙𝑣 ∗ 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (3)

Caso a alvenaria seja disposta paralela as nervuras, será necessário apenas acrescentar
uma carga distribuída devido a parede ao longo do eixo dessa nervura:
𝐺𝑎𝑙𝑣 = 𝛾𝑎𝑙𝑣 ∗ ℎ𝑎𝑙𝑣 (4)

Com:
𝛾𝑎𝑙𝑣 − Peso específico da unidade de alvenaria que compõe a parede;
ℎ𝑎𝑙𝑣 − Altura da alvenaria.
Quando existirem paredes diretamente sobre a laje, Brasil (2017, apud Gaspar, 1997)
recomenda a utilização de vigotas justapostas para aumentar a rigidez do sistema, como
observado na Figura 11.
Figura 11: Vigotas justapostas

Fonte: Brasil (2017, apud Gaspar, 1997)

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5 ESTADOS LIMITES (ELU E ELS)

Santine (2005) afirma que uma estrutura de concreto armado bem projetada deve
fornecer uma margem de segurança contra a ruptura, deformações máximas permitidas e
proporcionar durabilidade. Assim, um projeto estrutural adequado deve ofertar estabilidade,
conforto e durabilidade dos elementos estruturais. Desta forma, uma estrutura não apresenta
mais os requisitos de utilização, quando esta atinge o chamado “estado limite”.
A NBR 6118:2014 define dois estados limites, um relacionado ao colapso da estrutura
e outro pertinente a critérios de utilização. O Estado Limite Último (ELU) é o estado-limite
conexo ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determina a paralisação
do uso da estrutura. Enquanto o Estado Limite de Serviço (ELS), são estados-limites
relacionados ao conforto do usuário, à durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas,
seja em relação aos usuários ou máquinas e equipamentos suportados pelas estruturas.
A segurança das estruturas de concreto armado depende ainda de verificações de alguns
estados limites de serviço, definidos na seção 3.2 da referida norma, como o estado limite de
deformação excessiva (ELS-DEF) e o estado limite de abertura de fissura (ELS-W).
De acordo com a 6118:2014 na seção 11.8.3, para o ELS, as ações atuantes na estrutura
podem ser combinadas de três maneiras, que são classificadas conforme a sua permanência no
elemento estrutural. As combinações quase permanentes podem atuar durante grande parte da
vida útil da estrutura, e sua utilização pode ser indispensável na verificação do ELS-DEF. Já as
combinações frequentes são utilizadas quando ações atuam na estrutura repetidas vezes durante
sua vida útil, pode ser essencial na verificação dos estados-limites de formação de fissuras, de
abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Por fim, as combinações raras são consideradas
quando ações agem algumas vezes durante o período de vida da estrutura, e seu uso pode ser
necessário na verificação do estado-limite de formação de fissuras.
As combinações últimas, apresentada no tópico 11.8.2 da norma, são classificadas em
normais, especiais ou de construção e excepcionais. Nas combinações normais, em cada
combinação devem estar presentes, com seus valores característicos, as ações permanentes e a
ação variável principal, e as demais ações variáveis devem possuir seus valores reduzidos. Já
nas combinações especiais, cada combinação deve estar presentes as ações permanentes e a
ação variável especial, caso exista, com seus valores característicos e as demais ações variáveis
com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos. Nas
combinações excepcionais, cada combinação deve considerar, com seus valores
representativos, as ações permanentes e a ação variável excepcional, caso exista, e as demais

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ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores
reduzidos de combinação.
Assim, as estruturas de concreto armado são dimensionadas com base nas combinações
últimas, obtendo-se as seções, áreas de aço, bitolas de armaduras e demais critérios para o
detalhamento dos elementos estruturais. Em seguida, verificam-se os estados limites de serviço
com base nas combinações de serviço.

6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Para Brasil (2017) a realização do pré-dimensionamento de lajes pré-fabricadas consiste


apenas em comparar valores de vão e sobrecarga juntamente com catálogos disponibilizados por
fornecedores, como observa-se na Figura 12, e escolher a melhor opção. É importante cautela, pois
a maioria das tabelas oferecidas pelos fabricantes não levam em consideração as verificações do
ELS-DEF, assim, essas tabelas servem apenas como pontapé inicial, não como dimensionamento,
já que a altura de uma laje deve ser determinada dependendo do momento fletor último ou da flecha
limite, lembrando que esta última deve levar em consideração a fissuração e fluência do concreto.
Figura 12: Tabela de pré-dimensionamento de lajes treliçadas com bloco em EPS

Fonte: ENGEMOLDE, 2019


Estas tabelas podem ser encontradas em diversos materiais, por exemplo, Carvalho e
Figueiredo Filho (2014) fornecem algumas tabelas mais elaboradas que apresentam vãos máximos,
em função de cargas distribuídas e altura de lajes, admitindo alguns critérios adotados pelos autores,
como condições de apoio, coeficiente de fluência e intereixo entre nervuras.

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7 CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO

Conforme El Debs (2000) as lajes formadas por nervuras pré-fabricadas, apresenta seu
comportamento estrutural análogo aos de lajes armadas em uma direção, lajes unidirecionais,
com a seção resistente formada pela vigota e o concreto moldado no local. Carvalho (2000,
apud Brasil, 2017) afirma que o funcionamento das lajes pré-fabricadas seria mais eficiente
com o posicionamento das nervuras apenas na direção do menor vão, simplesmente apoiadas
nas extremidades. E com isso, as vigas que receberiam maiores cargas provenientes da laje
seriam as quais as vigotas estão apoiadas.
A NBR 6118:2014 determina que as lajes nervuradas unidirecionais devem ser
calculadas segundo a direção das nervuras, desprezando a rigidez transversal e a rigidez à
torção. Enquanto, as bidirecionais podem ser calculadas, para efeito de esforços solicitantes,
como lajes maciças.
O uso de lajes bidirecionais é uma alternativa quando se tem a relação entre o menor e
maior vão (ℓ𝑥 ⁄ℓ𝑦 ) menor que dois, apresentando comportamento estrutural melhor que as
armadas em uma direção, permitindo uma melhor distribuição de cargas as vigas de apoio e
diminuindo as deformações. No entanto, não frequentemente utilizadas devido à dificuldade de
se encontrar materiais inertes que facilitem sua execução e promova economia (SANTINE,
2005). Assim, esse trabalho focará no dimensionamento e processo construtivos das lajes pré-
fabricadas com armação treliçada unidirecionais.

7.1. DIMENSIONAMENTO A FLEXÃO SIMPLES

Para o cálculo manual das lajes treliçadas considera-se o modelo de cálculo de viga
independente. Segundo Cunha (2012) a seção transversal, para resistir aos esforços de
momentos positivos e negativos, é diferente. Para os momentos positivos, a região comprimida
possui a largura colaborante da laje “bf”, com a seção geralmente em forma de “T”, como
observado na Figura 13. Enquanto para os momentos negativos, a seção resistente a compressão
é retangular, pois a zona comprimida localiza-se na parte inferior da vigota, em que “bw” é a
largura da nervura, conforme Figura 14.

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Figura 13: Seção transversal da peça para momentos fletores positivos

Fonte: Cunha, 2012

Figura 14: Seção transversal da peça para momentos fletores negativos

Fonte: Cunha, 2012


Para os momentos fletores positivos, em uma seção “T” pode ocorrer duas situações
relacionadas a posição da linha neutra (LN). A primeira, e mais vantajosa hipótese, é que a linha
neutra passe pela mesa, enquanto a segunda é que esta se encontre na alma da nervura.
Inicialmente, considera nos cálculos a atuação da primeira hipótese (linha neutra
passando pela mesa), assim a dedução das equações utilizadas para o dimensionamento a flexão
simples corresponde a uma seção retangular e logo após encontrar a posição da LN, se verifica
a veracidade da afirmativa assegurada inicialmente.
De acordo com Carvalho e Figueiredo Filho (2014), considerando o equilíbrio de forças
na seção de uma peça retangular de concreto armado, tem-se que a força que atua no concreto
(Fc) deve ser igual a atuante no aço (Fs), e realizando o equilíbrio dos momentos, tem-se:
𝑀𝑑 = 𝐹𝑐 ∗ 𝑧 = 𝐹𝑠 ∗ 𝑧 (5)

Conhecendo a posição da LN, torna-se possível saber o domínio que a peça está
trabalhando e calcular a resultante das tensões de compressão no concreto (Fc) e o braço de
alavanca (z):
𝐹𝑐 = 0,85 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 0,8𝑥 (6)

𝑧 = 𝑑 − 0,4𝑥 (7)

Substituindo essas equações no equilíbrio de momentos, confere a seguinte fórmula:

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𝑀𝑑 = 0,85 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 0,8𝑥 ∗ (𝑑 − 0,4𝑥) (8)

Assim, podemos obter a seguinte equação para a posição da linha neutra:


𝑀𝑑
0,68 ∗ 𝑑 ± √(0,68 ∗ 𝑑)2 − 4 ∗ 0,272 ∗ ( )
𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑
𝑥= (9)
0,544
Onde:
𝑑 − Altura útil da peça;
𝑀𝑑 − Momento solicitante de cálculo;
𝑏𝑤 − Largura da peça;
𝑓𝑐𝑑 − Resistência de cálculo à compressão do concreto.
Com a LN passando pela mesa, bw é igual a bf (largura colaborante da mesa), como
observado na Figura 13.
Determinada a posição da linha neutra, é possível calcular a área de aço necessária para
resistir ao esforço solicitante. Admitindo que o elemento estrutural esteja trabalhando no
domínio de deformação 2 ou 3, para um melhor aproveitamento da armadura, tem-se que a área
de aço pode ser calculada através da equação (10).
𝑀𝑑 (10)
𝐴𝑠 =
𝑧 ∗ 𝑓𝑦𝑑

A verificação do domínio de deformação é dada pela relação x/d, onde a NBR


6118/2014 limita esta relação em 0,45, com o propósito de se evitar a ruptura frágil. Para o aço
CA50, a posição da linha neutra no limite dos domínios 2-3 e 3-4, são respectivamente:
𝑥2,3 = 0,259 ∗ 𝑑 (11)

𝑥3,4 = 0,628 ∗ 𝑑 (12)


Para o CA60, a posição da linha neutra no limite dos domínios 3-4 é dada por:
𝑥3,4 = 0,590 ∗ 𝑑 (13)
Logo, verifica-se que a peça não poderá trabalhar no limite do domínio 3-4. Assim, para
𝑥 < 0,259 ∗ 𝑑, a peça se encontra no domínio 2 e para 0,259𝑑 < 𝑥 < 0,450𝑑, o elemento
estrutural trabalha no domínio 3.
A segunda hipótese, linha neutra passando pela alma da seção transversal da peça,
requer um pouco mais de atenção, pois a seção comprimida se apresenta em forma de “T”. Para
encontrar a armadura necessária para resistir aos esforços, inicialmente pode dividir a peça em
dois elementos retangulares, conforme exposto na Figura 15.

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Figura 15: Seção comprimida dividida em dois retângulos

Fonte: Cavalcante e Figueiredo Filho (2014)


Pode-se inferir que o momento resistido pelas abas (𝑀1) é dado por:
ℎ𝑓 (14)
𝑀1 = 𝐹𝑐1 ∗ (𝑑 − )
2
ℎ𝑓 (15)
𝑀1 = 0,85 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ ℎ𝑓 ∗ (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤) ∗ (𝑑 − )
2
E o restante do momento (𝑀2) é absorvido pela alma, igualmente como obtido no
processo de seções retangulares:
𝑦 (16)
𝑀2 = 𝑀𝑑 − 𝑀1 = 𝐹𝑐2 ∗ (𝑑 − )
2
Portanto, a armadura obtida para resistir ao momento positivo é dada por a somatória
das áreas de aço:
𝑀1 𝑀2 (17)
𝐴𝑠 = + 𝑦
ℎ𝑓
(𝑑 − 2 ) ∗ 𝑓𝑦𝑑 (𝑑 − 2) ∗ 𝑓𝑦𝑑

7.2. VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO

A NBR 6118:2014 alega que para a realização do projeto das lajes nervuradas, devem ser
seguidas as seguintes condições:
a) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode ser
dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento da região das
nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje;
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas;
permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm
e a largura média das nervuras for maior que 12 cm;
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa
deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites
mínimos de espessura.

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A NBR 6118:2014 na seção 19.4.1 dispensa a utilização de armadura transversal para lajes
desde que a força cortante resistente de cálculo (𝑉𝑅𝑑1) seja maior ou igual a força cortante
solicitante de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ):
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 (18)

A força cortante resistente (sem armadura de protensão) é dada pela equação (19):
V𝑅𝑑1 = [τ𝑅𝑑 ∗ 𝑘 ∗ (1,2 + 40 ∗ ⍴1)] ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 (19)

Onde:
τ𝑅𝑑 − Tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento:
𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 (20)
τ𝑅𝑑 = 0,25 ∗
𝛾𝑐
𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 − Resistência característica inferior do concreto a tração, obtido conforme a NBR
6118:2014.
⍴1 − Taxa de armadura de tração ancorada no apoio, obtida pela equação (21):
𝐴𝑠1 (21)
⍴1 = ≤ |0,02|
𝑏𝑤 ∗ 𝑑
𝐴𝑠1 − Área de armadura longitudinal total das nervuras no trecho considerado (normalmente
de um metro quando se trata de lajes);
𝑏𝑤 − Soma da largura das nervuras no trecho considerado;
𝑑 − Altura útil das nervuras;
𝑘 − Coeficiente que pode assumir dois valores:
 Para elementos onde 50 % da armadura inferior não chega até o apoio: k = |1|;
 Para os demais casos: k = | 1,6 − d |, não menor que | 1 |, com d em metros.
Conforme Machado (2017) na maioria dos casos de lajes com armação treliçada, essa
condição é satisfeita e não há necessidade de inserir estribos. A diagonal da armadura treliçada
também contribui para a absorção dos esforços cortantes desde que a barra do seu banzo
superior esteja localizada acima da linha neutra, porém essa contribuição é difícil de se
mensurar e não é levada em consideração nos cálculos.
A não obediência da equação (18) resulta na necessidade de se calcular a área de armadura
transversal, na qual a NBR 6118:2014 na seção 19.4.2 dirige ao dimensionamento como
critérios de vigas, localizado no seu item 17.4. Porém, sabe-se que a utilização de estribos nesse
tipo de laje dificulta seu processo construtivo e pode acarretar gastos desnecessários, assim
recomenda-se uma melhor avaliação dos critérios adotados inicialmente para que seja satisfeita
esta condição imposta.

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7.3. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE DEFORMAÇÃO


EXCESSIVA

Sabe-se que um dos grandes problemas das lajes pré-fabricadas corresponde à


deformação excessiva que esses elementos tendem a possuir. Como critério de segurança, a
flecha desses tipos de lajes pode ser obtida por meio da análise de elementos isolados. Assim,
Cavalcante e Figueiredo Filho (2014) apresenta a seguinte equação para o cálculo da flecha
imediata, levando em consideração a condição de nervuras simplesmente apoiada nas vigas de
contorno:
5 ∗ 𝑝 ∗ 𝑙4 (22)
𝑎=
384 ∗ 𝐸𝑐 ∗ 𝐼𝑚
Na qual:
𝑝 − Carga atuante na nervura;
𝑙 − Vão do tramo;
𝐸𝑐 − Módulo de elasticidade do concreto;
𝐼𝑚 − Inercia média
Di Pietro (1992, apud Brasil, 2017) também apresenta o cálculo da flecha imediata
levando em consideração casos de continuidade sobre apoios centrais, sendo que para as situações
com apoio-engaste e engaste-engaste, os valores aproximados das flechas imediatas são,
respectivamente:
2 ∗ 𝑝 ∗ 𝑙4 (23)
𝑎=
384 ∗ 𝐸𝑐 ∗ 𝐼𝑚

𝑝 ∗ 𝑙4 (24)
𝑎=
384 ∗ 𝐸𝑐 ∗ 𝐼𝑚
O efeito de fissuração do elemento estrutural é considerado através da inercia média de
Branson. Conforme Cunha (2012), sabendo-se que um mesmo elemento pode trabalhar nos
estádios I e II, ou seja, uma parte pode estar fissurada e outra não, a não linearidade de tal
situação pode ser apresentada através de uma inercia média que considera de forma aproximada
a fissuração do concreto e é expressa pela equação (25):

𝑀𝑟 𝑛 𝑀𝑟 𝑛 (25)
𝐼𝑚 = ( ) ∗ 𝐼𝐼 + [1 − ( ) ] ∗ 𝐼𝐼𝐼
𝑀𝑎𝑡 𝑀𝑎𝑡
Sendo:

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𝐼𝑚 − Momento de inércia da seção bruta de concreto;


𝐼I − Momento de inércia no estádio I da seção bruta ou homogeneizada;
𝐼𝐼𝐼 − Momento de inércia da peça no estádio II puro;
𝑀𝑟 − Momento de fissuração do concreto;
𝑀𝑎𝑡 − Momento fletor atuante na seção crítica do vão;
𝑛 − Índice de valor igual a 4, caso esteja trabalhando com uma seção da peça; ou igual a 3, caso
analise da peça ao longo de seu comprimento.
Segundo a NBR 6118 e como já mencionado, nos estados-limites de serviço as
estruturas trabalham parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II. A separação entre
esses dois estádios é definida pelo momento de fissuração, dado pela equação:
∝∗ 𝑓𝑐𝑡𝑚 ∗ 𝐼𝑐 (26)
𝑀𝑟 =
𝑦𝑡

∝ − Fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a resistência


à tração direta;
𝑦𝑡 − Distância do centro de gravidade da seção à fi bra mais tracionada;
𝐼𝑐 − Momento de inércia da seção bruta de concreto;
𝑓𝑐𝑡,𝑚 − Resistência à tração direta do concreto.
A NBR 6118:14 no seu item 17.3.2.1.1, sugere que o cálculo das características
geométricas no estádio I, seja realizado sem a consideração da presença de armadura, ou seja,
basta calcular as propriedades, área, centro de gravidade e inércia, da seção bruta,
respectivamente:
𝐴𝑐 = (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 + 𝑏𝑤 ∗ ℎ (27)

ℎ𝑓2 ℎ2 (28)
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ 2 + 𝑏𝑤 ∗ 2
𝑦𝑐𝑔 =
𝐴𝑐

2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 3 𝑏𝑤 ∗ ℎ3 ℎ𝑓 ℎ 2 (29)
𝐼𝑐 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 ∗ (𝑦𝑐𝑔 − ) + 𝑏𝑤 ∗ ℎ ∗ (𝑦𝑐𝑔 − )
12 12 2 2

Para o cálculo das propriedades da seção no estádio II puro, deve-se conhecer a relação
entre os módulos de deformação do aço e do concreto (∝𝑒 ) dado pela equação (30), e a posição
da linha neutra (𝑥𝐼𝐼 ).

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30

𝐸𝑠 (30)
∝𝑒 =
𝐸𝑐
Conforme Carvalho e Figueiredo Filho (2014, apud Ghali e Favre, 1986) a posição da
linha neutra é encontrada igualando o momento estático da seção homogeneizada a zero,
conforme equação (31):
𝑎1 ∗ 𝑥𝐼𝐼2 + 𝑎2 ∗ 𝑥𝐼𝐼 + 𝑎3 = 0 (31)

Sendo os coeficientes:
𝑏𝑓 (32)
𝑎1 =
2
𝑎2 = ℎ𝑓 ∗ (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) + (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴𝑠 ′ +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 (33)

ℎ𝑓 (34)
𝑎3 = −𝑑 ′ ∗ (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 − 𝑑 ∗∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 − ∗ (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 )
2
Caso a LN se encontre na mesa o momento de inércia da peça no estádio II puro pode
ser calculado através da equação (35), caso contrário, utiliza-se a equação (36):
𝑏𝑓 ∗ 𝑥𝐼𝐼 3 (35)
𝐼𝑥 𝐼𝐼 = +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)2 + (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2
3

2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ ℎ𝑓 3 𝑏𝑤 ∗ 𝑥𝐼𝐼 3 ℎ𝑓
𝐼𝑥 𝐼𝐼 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∗ (𝑥𝐼𝐼 − ) +∝𝑒 ∗ 𝐴𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)2 (36)
12 12 2
+ (∝𝑒 − 1) ∗ 𝐴′𝑠 ∗ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2

O efeito de fluência do concreto deve ser considerado no cálculo da flecha final, e é


expressa na NBR 6118:2014 no seu item 17.3.2.1.2. A flecha adicional diferida no tempo é a
flecha decorrente da atuação de cargas de longa duração na estrutura, em função da fluência,
podendo ser obtida de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata pelo fator
α𝑓 dado pela equação (37):
𝛥𝜉 (37)
𝛼𝑓 =
1 + 50⍴′
Sendo:


𝐴𝑠 ′ (38)
⍴ =
𝑏∗𝑑
𝜉 − Coeficiente função do tempo;
𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡𝑜) (39)

𝜉(𝑡0 ) = 0,68(0,996𝑡 )𝑡 0,32 , para t ≤70 meses;

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𝜉(𝑡) = 2, para t > 70 meses.

O valor da flecha final será a soma da flecha imediata com a flecha deferida no tempo
decorrente do efeito de fluência do concreto. A NBR 6118:2014 determina os valores-limites
de deslocamentos que visam proporcionar um adequado comportamento da estrutura
relacionado ao estado limite de serviço, que podem ser observados na Figura 16.
Figura 16: Deslocamento limites relacionados a aceitabilidade sensorial

Fonte: NBR 6118:2014

7.4. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO DE ABERTURA DE


FISSURAS

Silva (2012, apud Brasil, 2017) aponta que as fissuras podem ser formadas em
decorrência dos efeitos de retração térmica ou reações químicas internas, que ocorrem durante
o processo de cura do concreto, sendo o principal causador de fissuras a baixa resistência à
tração deste material.
Segundo a NBR 6118:2014 o estado limite de abertura de fissura (ELS-W) corresponde
ao estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados no
item 13.4.2. Desta forma, a abertura máxima característica (wk) das fissuras, desde que não
exceda valores da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, sob ação das combinações frequentes, não tem
importância significativa na corrosão das armaduras passivas. A Figura 17 apresenta os limites
de abertura de fissuras em função da classe de agressividade do ambiente.

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32

Figura 17: Exigências de durabilidade segundo a NBR 6118:2014 relacionadas à


fissuração e à proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental

Fonte: NBR 6118:2014


Na seção 17.3.3, estado limite de fissuração da referida norma, para cada elemento ou
grupo de elementos das armaduras que controlam a fissuração do elemento estrutural, deve ser
considerada uma área 𝐴𝑐𝑟𝑖 do concreto de envolvimento, constituída por um retângulo cujos
lados não sejam distantes mais de 7,5ɸ do eixo da barra da armadura, conforme exposto na
Figura 18.
Figura 18: Concreto de envolvimento da armadura

Fonte: NBR 6118:2014


Assim, tem-se duas equações para se obter o valor característico da abertura de
fissuração, na qual prevalece o menor valor de wk entre elas:
ɸ𝑖 𝜎𝑠𝑖 3𝜎𝑠𝑖 (40)
𝑤𝑘 = ∗ ∗
12,5 ∗ Ƞ1 𝐸𝑠𝑖 𝑓𝑐𝑡𝑚

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ɸ𝑖 𝜎𝑠𝑖 4 (41)
𝑤𝑘 = ∗ ∗ ( + 45)
12,5 ∗ Ƞ1 𝐸𝑠𝑖 ⍴𝑟𝑖

𝜎𝑠𝑖 , ɸ𝑖 𝐸𝑠𝑖 , ⍴𝑟𝑖 , são definidos para cada área de envolvimento em exame;
𝐴𝑐𝑟𝑖 − Área da região de envolvimento protegida pela barra ɸ𝑖 ;
𝐸𝑠𝑖 − Módulo de elasticidade do aço da barra considerada, de diâmetro ɸ𝑖 ;
ɸ𝑖 − Diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada;
⍴𝑟𝑖 – Taxa de armadura passiva ou ativa aderente (que não esteja dentro de bainha) em relação
à área da região de envolvimento (𝐴𝑐𝑟𝑖 );
𝜂1 − Coeficiente de conformação superficial 𝜂1 da armadura passiva considerada;
𝑓𝑐𝑡𝑚 − Resistência média do concreto à tração;
𝜎𝑠𝑖 − Tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no estádio
II.

8 PROCESSO CONSTRUTIVO

Tão importante quanto o dimensionamento, é o processo construtivo das lajes treliçadas,


erros durante a execução podem acarretar grandes problemas patológicos, assim como a falta
de segurança, já que este é um critério garantido no dimensionamento que depende da execução
do elemento estrutural. Condições de apoio, concretagem, escoramento, são quesitos que
influenciam diretamente a resistência da laje e que pode ocasionar divergências entre os
critérios adotados durante o processo de dimensionamento e detalhamento desta. Assim, esse
tópico visa auxiliar e correlacionar o processo construtivo aos critérios utilizados no
dimensionamento das lajes.

8.1. ARMADURAS COMPLEMENTARES

As armaduras complementares são do tipo de distribuição, longitudinal, negativa e


transversal. A NBR 14859-2:2016 prescreve a utilização de armadura de distribuição nas
direções transversais e longitudinais que deve ser posicionada na capa, para controlar o efeito
da fissuração, assim como agir na distribuição de tensões oriundas de cargas concentradas.
Para o aço CA25 as armaduras de distribuição devem ter seção de no mínimo 0,9 cm²/m
e para as barras de CA50 e CA60, 0,6 cm²/m, devendo conter, pelo menos, três barras por metro

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de laje. Essa armadura não deve ser amarrada na barra superior da treliça, seu posicionamento
correto deve ser no meio da capa.
As armaduras longitudinais são dispostas, como o próprio nome já diz,
longitudinalmente às nervuras, quando estas não suportam todo o esforço de tração. Sua
utilização só é recomendada caso não se tenha como adicionar a barra inferior no interior da
vigota. A Figura 19 apresenta a seção transversal de uma laje com armação treliçada, contendo
as armaduras necessárias para sua construção.
Figura 19: Seção transversal da laje treliçada

Fonte: Manual técnico: ArcelorMittal (2010)


Segundo Brasil (2017) nos encontros de lajes, a recomendação construtiva é que seja
realizada a intercalação de nervuras para se evitar a continuidade, e consequentemente a adição
de armaduras negativas, como observa-se na Figura 20.
Figura 20: Vigotas intercaladas

Fonte: Brasil (2017)


Na Figura 21, pode-se observar as condições de apoio com continuidade, o que acarreta
na adição de armaduras negativas para combater o momento negativo no apoio. Na região do
apoio as vigotas devem adentrar a viga no mínimo 5 cm, e no máximo a metade da largura da

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viga, para não ocorrer dificuldade na sua concretagem. Alguns manuais técnicos de fabricantes
de vigotas disponibilização o tamanho do gancho de ancoragem de barras adicionais de acordo
com o diâmetro destas.
Figura 21: Continuidade no apoio

Fonte: Manual técnico: ArcelorMittal (2010)


Cunha (2012) afirma que no caso de balanços, em que as nervuras são perpendiculares
as do tramo adjacente, o comprimento de ancoragem reta das armaduras negativas deve ser
maior que o comprimento do balanço e duas vezes maior que o valor do intereixo. A resistência
a compressão da parte inferior neste caso, é garantida realizando uma região maciça como
observa-se na Figura 22.
Figura 22: Disposição da armadura negativa em balanços de vigotas perpendiculares

Fonte: Cunha (2012, apud EF-96, 1997)


Conforme Ferreira (2016) em vistorias realizadas por Ávilla Junior (2009), as obras que
possuíam lajes pré-fabricadas sem a utilização de nervuras de travamento, barras de aço
dispostas perpendicularmente as longitudinais, apresentavam fissuras paralelas as nervuras,
como observado na Figura 23. Ainda segundo o autor, a falta de nervura de travamento propicia

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a não compatibilização de deslocamentos, principalmente em lajes que se apresentam em


formas de “T” ou “L”.
A NBR 14859-1:2016 faz a recomendação da utilização de nervuras de travamento
sempre que os vãos teóricos sejam superiores a quatro metros, e quando o vão ultrapassar seis
metros, deve-se utilizar no mínimo duas nervuras.
Figura 23: Nervuras transversais

Fonte: Ferreira (2016, apud Ávilla Junior, 2009)


A utilização de várias nervuras transversais pode configurar um quadro de lajes
bidirecionais, como observado na Figura 24, a qual se comporta como placa. Logo, o processo
manual de viga independente visto nesse trabalho, não se aplica a tal comportamento.
Figura 24: Lajes Bidirecionais

Fonte: Brasil (2017, apud Medrano et.al. 2005)

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8.2. EXECUÇÃO

Carvalho e Figueiredo Filho (2014) resume a execução da laje treliçada em sete etapas,
iniciando pelo nivelamento do piso para a locação das escoras, que não devem distar 1,5 metros
entre si. Para a execução do escoramento é necessário apenas pontaletes, que podem ser
metálicos ou de madeira; tabuas em espelho, que serve de apoio às vigotas; e base de madeira,
para que a escora não se fixe diretamente sobre o solo e ocorram recalques devido a cargas
concentradas que provoquem deformações na laje. Outro ponto importante na execução do
escoramento é a presença de contraventamento nas duas direções, que deixa os pontaletes mais
estáveis, principalmente em alturas mais elevadas. Se existir a necessidade de contraflechas, é
nessa etapa que deve ser realizada.
Após o escoramento, é realizado o posicionamento das vigotas, dispondo o material de
enchimento nas extremidades, que serve como gabarito. As vigotas devem apoiar-se na forma
da viga, após estar pronto o escoramento, nivelamento a armação, e adentrar no mínimo 5 cm,
na qual a concretagem da viga deve ser realizada simultaneamente a concretagem da capa.
Para a locação do material de enchimento, segundo o manual técnico da ArcelorMittal
(2010), devem-se executar fileiras ortogonais ao sentido das vigotas, iniciando-se pelas duas
fileiras mais externas e indo em direção ao centro da laje, tomando cuidado para manter o
esquadro e evitar folgas entre os enchimentos, o que acarretaria no vazamento do concreto.
Nesta etapa, caso seja necessário a utilização de nervuras transversais, deve-se deixar o espaço
entre os materiais de enchimento, de no mínimo 10 cm, como visto na Figura 25, para o
posicionamento das armaduras e concretagem das nervuras.
Figura 25: Posicionamento das vigotas, lajotas e nervuras transversais

Fonte: Manual técnico: ArcelorMittal (2010)


A quarta etapa consiste no posicionamento das armaduras de distribuição e negativas
(se for o caso), dispostas conforme o projeto estrutural, a armadura negativa deve ser amarrada

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sobre a de distribuição. Após esta etapa, é necessário realizar a limpeza da superfície da laje
antes da concretagem, evitando assim interferências na distribuição de esforços entre as
superfícies de contato.
Antes da concretagem da laje é necessário certificar-se se a resistência (fck) é maior ou
igual ao indicado no projeto. No mínimo, durante os três primeiros dias após o lançamento do
concreto, é essencial realizar a cura do material, que tem por objetivo evitar a retração do
concreto e consequentemente o aparecimento de fissuras.
A última etapa da execução da laje é a retirada de escoramento, em edifícios de múltiplos
pisos não se deve retirar o escoramento do piso inferior antes de terminar a execução da laje
imediatamente superior. O escoramento deve sempre ser retirado do centro para as
extremidades no caso de lajes biapoiadas e da extremidade ao apoio no caso de balanço, como
indicado na Figura 26.
Figura 26: Sequência da retirada do escoramento

Fonte: Manual técnico: ArcelorMittal (2010)

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9 METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica segundo Marconi e Lakatos (2010), envolve toda bibliografia


já tornada pública em relação ao tema estudado, desde jornais, revistas, livros, artigos, teses,
monografia, e demais métodos de publicações e comunicação, que tem como objetivo colocar
o pesquisador em contato direto com tudo que se conhece sobre o tema. De acordo com Manzo
(1971, apud Marconi e Lakatos, 2010), a bibliografia permite meios de definir e resolver
problemas, não apenas os que já são conhecidos, mas também aqueles que não obtiveram uma
resposta suficientemente concreta para determinadas questões.
Conforme Cervo, Bervian e Silva (2007), a pesquisa bibliográfica procura explicar um
problema a partir de referências teóricas já publicadas, com o intuito de conhecer e analisar as
contribuições científicas realizadas por autores em tempos distintos. De acordo com Marconi e
Lakatos (2010), a pesquisa bibliográfica não é apenas uma repetição do que já foi apresentado,
mas sim, uma análise sob um novo ponto de vista, que pode chegar a conclusões inovadoras
sobre o objeto estudado.
Dessa maneira, realizou-se um levantamento de informações, acerca do tema em
questão com o intuito de construir o embasamento teórico que auxilie no desenvolvimento e
análise do projeto estrutural, com enfoque aos métodos de dimensionamento das lajes e
processos construtivos. Em seguida, apresentam-se exemplos de dimensionamento de lajes
treliçadas, seguindo a metodologia de dimensionamento de vigas independentes especificada
no referencial teórico.

9.1. DADOS DO PROJETO

O projeto estudado, disponibilizado no site AditivoCAD, trata-se de um residencial


unifamiliar de 158,69 m² de área construída, composto de dois pavimentos: o térreo que conta
com uma sala de estar, sala de jantar, cozinha, área de serviço, garagem e lavabo, apresentado
na Figura 26; e o pavimento superior, no qual está localizado o quarto e suítes da edificação,
indicado na Figura 27.
A planta estrutural do pavimento superior, apresentada na Figura 28, além de fornecer
informações acerca da posição de vigas e pilares, indica a numeração e o sentido em que as
vigotas das lajes estarão distribuídas, levando em consideração o menor vão.

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Figura 27: Planta baixa pavimento térreo

Fonte: AditivoCAD, 2000

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Figura 28: Planta baixa pavimento superior

Fonte: AditivoCAD, 2000

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Figura 29: Planta estrutural pavimento superior

Fonte: AditivoCAD, 2000

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10 APLICAÇÃO

Inicialmente definiram-se alguns critérios para o dimensionamento: para as lajes


indicadas na planta de forma, foi adotado o modelo de viga independente simplesmente
apoiada, classe de agressividade I, utilizando cargas de revestimento e peso próprio de acordo
com fabricantes de lajes, assim como a especificação da resistência do concreto (fck), com
objetivo de se verificar a confiabilidade de tabelas de dimensionamento expostas em seus
catálogos.

10.1. DIMENSIONAMENTO ESTADO LIMITE ÚLTIMO

O dimensionamento do Estado Limite Último foi realizado conforme os passos


indicados abaixo:

a) Cargas atuante na laje:

 Permanentes:
Peso próprio da estrutura (𝑔1) = indicada conforme fabricante;
Revestimento (𝑔2) = 0,5 𝑘𝑁/𝑚².
 Acidentais (𝑞):
Conforme NBR 6120 para dormitórios e banheiros de edifícios residenciais 𝑞 =
1,5 𝑘𝑁/𝑚².

b) Pré-dimensionamento:

Utilizando catálogos fornecidos por fabricante, pode-se realizar o pré-dimensionamento


das lajes. Através da Figura 12 – Tabela de pré-dimensionamento de lajes treliçadas com bloco
em EPS, para uma carga acidental de 1,5 kN//m² e revestimento de 0,5 kN/m² tem-se que uma
laje de 12 cm, com intereixo de 45 cm, pode vencer vãos de até 4,66 m.
Para a laje 7, que possui 3,5 m de comprimento, o emprego dessa laje seria viável
conforme catálogo. Assim, será adotado a laje LT12, a qual possui as seguintes propriedades
conforme fabricante:

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Figura 30: Propriedades da LT 12

Fonte: ENGEMOLDE, 2018

c) Seção Transversal:

O manual técnico de lajes treliçadas ArcelorMittal, indica um fabricante de treliças, com


dimensões padronizadas, exposto na Figura 31:
Figura 31: Treliças Belgo padronizadas

Fonte: Manual técnico: ArcelorMittal (2010)


Assim, será adotada a treliça TR8645, a mais utilizada para lajes de 12 cm de altura para
respeitar o cobrimento das armaduras, além de apresentar taxa de armadura inferior maior que
a TR8644. As armaduras que formam a treliça são indicadas na figura 31 que possui barras
inferiores de 5 mm, o que acarreta em um uma altura útil de acordo com a equação (42):
∅ (42)
𝑑 = ℎ − (𝑐𝑛 − )
2
0,5
𝑑 = 12 − (1,5 + )
2
𝑑 = 10,25 𝑐𝑚

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Tratando-se de uma vigota biapoiada, a largura colaborante (𝑏𝑓) será o seu próprio
intereixo. A largura mínima (𝑏𝑣) de uma treliça é indicada na Figura 1, que corresponde a 13
cm, retirando 1,5 cm de apoio dos materiais de enchimento de ambos os lado, obtém-se 𝑏𝑤, de
tal modo que:
𝑏𝑤 = 10 𝑐𝑚

𝑏𝑓 = 45 𝑐𝑚

d) Esforços

Com uma carga total, como indicada nos itens “a” e “b”, conforme equação (43):
𝑃 = (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (43)

𝑃 = (1,46 + 0,5 + 1,5)𝑘𝑁/𝑚² ∗ 0,45𝑚

𝑃 = 1,56 𝑘𝑁/𝑚

Tem-se um momento característico e esforço cortante conforme expressões (44) e (45),


respectivamente:
𝑃 ∗ 𝑙2 (44)
𝑀𝑘 =
8
1,56 ∗ 3,52
𝑀𝑘 =
8
𝑀𝑘 = 2,39 𝑘𝑁. 𝑚

𝑃∗𝑙 (45)
𝑉𝑘 =
2
1,56 ∗ 3,5
𝑉𝑘 =
2
𝑉𝑘 = 2,73 𝑘𝑁

e) Posição da Linha Neutra:

Admitindo inicialmente que a linha neutra passa pela mesa, ou seja, 𝑏𝑤 = 𝑏𝑓, pela equação
(09), tem-se:

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1,4 ∗ 2,39
0,68 ∗ 0,1025 ± √(0,68 ∗ 0,1025)2 − 4 ∗ 0,272 ∗ ( )
25000
0,45 ∗
1,4
𝑥=
0,544
𝑥 = 0,0061 𝑚

Logo, a linha neutra localiza-se na mesa, pois 𝑥 = 0,61 𝑐𝑚 < 4 𝑐𝑚.

f) Cálculo da armadura:

Verificando o domínio da peça, apresenta-se:


𝑥 0,61 (46)
= = 0,060
𝑑 10,25

Como 𝑥 = 0,060𝑑 < 0,259𝑑, verifica-se que a peça trabalha no domínio 2, portanto, pela
equação (10), a área de aço necessária para combater os esforços é igual à:
1,4 ∗ 239
𝐴𝑠 =
60
(10,25 − 0,4 ∗ 0,61) ∗
1,15
𝐴𝑠 = 0,64 𝑐𝑚²

Como a treliça tem duas barras inferiores de 5 mm, a área de aço presente na treliça é
de 0,39 cm², necessitando, ainda, de 0,25 cm². Assim, será adicionado uma barra de 6 mm que
possui área de 0,28 cm², o que acarretará uma área de aço total de:
𝐴𝑠 = 0,67 𝑐𝑚²

g) Verificação ao cisalhamento

A força resistente ao cisalhamento é dada pela equação (19), esta deverá ser maior ou
igual à força cortante solicitante, para que assim seja possível realizar a dispensa das armaduras
transversais. A tensão resistente ao cisalhamento é fornecida pela equação (20), na qual:
2
0,21 ∗ 253
τ𝑅𝑑 = 0,25 ∗
1,4
τ𝑅𝑑 = 0,32 𝑀𝑃𝑎

O coeficiente k é igual à:

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k = | 1,6 – 0,1025|= 1,50

A taxa de armadura de tração ancorada no apoio é dada pela equação (21):


0,67
⍴1 = = 0,0065
10 ∗ 10,25
Por fim, apresenta-se a força resistente ao cisalhamento segundo equação (20):
V𝑅𝑑1 = [0,032 ∗ 1,50 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0065)] ∗ 10 ∗ 10,25

V𝑅𝑑1 = 7,18 𝑘𝑁

Logo, a equação (18) é satisfeita, pois:


𝑉𝑆𝑑 = 1,4 ∗ 2,73 (47)

𝑉𝑆𝑑 = 3,82 𝑘𝑁

O dimensionamento com relação ao Estado Limite Último foi realizado e definido uma
vigota do modelo TR8645 com adição de uma barra de 6 mm. Agora necessita realizar as
verificações em relação ao Estado Limite de Serviço (ELS-DEF e ELS-W).

10.2. VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

Iniciando as verificações do Estado de Limite de Serviço de Deformação Excessiva


(ELS-DEF), objetiva-se encontrar a flecha da vigota, dada pela equação (22) e compará-la com
o máximo permitido pela norma. Para o cálculo da flecha, necessita-se da Inercia média de
Branson (𝐼𝑚 ), que carece do momento de fissuração e das propriedades da seção transversal da
peça nos estádios I e II, equações essas encontradas em Carvalho e Figueiredo Filho (2014) de
modo mais detalhado.

a) Propriedades da seção no estádio I

Conforme equação (27) a área da seção bruta corresponde à:


𝐴𝑐 = (45 − 10) ∗ 4 + 10 ∗ 12

𝐴𝑐 = 260 𝑐𝑚²

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Assim como o centro de gravidade e o momento de inércia da seção bruta são expressas pelas
equações (28) e (29):
4² 122
(45 − 10) ∗ ( ) + 10 ∗
𝑦𝑐𝑔 = 2 2
260
𝑦𝑐𝑔 = 3,85 𝑐𝑚

Momento de Inercia à flexão:


(45 − 10) ∗ 4³ 10 ∗ 12³ 4 2
𝐼𝑐 = + + (45 − 10) ∗ 4 ∗ (3,85 − ) + 10 ∗ 12
12 12 2
12
∗ (3,85 − )2
2
𝐼𝑐 = 2660,51 𝑐𝑚4

b) Propriedades da seção no estádio II

Os módulos de deformação do aço e do concreto (∝𝑒 ) calculado pela equação (30) é indicado
abaixo:
𝐸𝑠 210000
∝𝑒 = =
𝐸𝑐 5600√25

∝𝑒 = 7,5

Supondo que a linha neutra está localizada na mesa da peça, obtém-se os coeficientes
𝑎1 , 𝑎2 𝑒 𝑎3 , conforme equações (32), (33) e (34):
45
𝑎1 = = 22,5 𝑐𝑚
2

Para seções retangulares, caso em que a linha neutra está localizada na mesa da peça, tem-se
que:
𝑏𝑤 = 𝑏𝑓 ; ℎ𝑓 = 0; 𝐴′𝑠 = 0
Logo:
𝑎2 = 7,5 ∗ 0,67 = 5,03 𝑐𝑚²

𝑎3 = −10,25 ∗ 7,5 ∗ 0,67 = −51,51 𝑐𝑚³

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De tal modo que a posição da linha neutra é:

−5,03 ± √5,03² − 4 ∗ 22,5 ∗ (−51,51)


𝑥𝐼𝐼 =
2 ∗ 22,5
𝑥𝐼𝐼 = 1,41 𝑐𝑚 < 4𝑐𝑚

Logo, a profundidade da linha neutra é inferior a espessura da mesa e a inércia no


estádio II puro pode ser calculada pela equação (35):
45 ∗ 1,41³
𝐼𝐼𝐼 = + 7,5 ∗ 0,67 ∗ (1,41 − 10,25)²
3
𝐼𝐼𝐼 = 434,73 𝑐𝑚4

c) Momento de fissuração

Por se tratar de peça com seção em “T” o fator que correlaciona aproximadamente a resistência
à tração na flexão com a resistência à tração direta é igual à:
∝= 1,2

E a resistência média a tração do concreto, indicado na equação (48):


𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 2/3 (48)

𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 ∗ 252/3

𝑓𝑐𝑡𝑚 = 2,56 𝑀𝑃𝑎

Tem-se pela equação que (26):


1,2 ∗ 0,256 ∗ 2660,51
𝑀𝑟 =
(12 − 3,85)
𝑀𝑟 = 1,00 𝑘𝑁. 𝑚

d) Combinações de serviço

Conforme figura 15, em relação a aceitabilidade sensorial, dois limites são estipulados.
O primeiro associado aos deslocamentos visíveis em elementos estruturais, na qual deve-se
realizar o cálculo da flecha com a totalidade das cargas com uma combinação quase permanente
e compara-la com o limite estabelecido. Enquanto o segundo, corresponde as vibrações sentidas
no piso, na qual deve-se considerar os deslocamentos provenientes de cargas acidentais, assim,

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carece o cálculo da flecha com uma combinação rara e outra com uma combinação permanente
e subtrai-las para obter o valor da flecha devido apenas as cargas acidentais. De tal modo:
 Combinação Quase Permanente:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = ((𝑔1 + 𝑔2 ) + 0,3 ∗ 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (49)

𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = ((1,46 + 0,5) + 0,3 ∗ 1,5) ∗ 0,45


𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = 1,08 𝑘𝑁/𝑚

E momento atuante conforme equação (44):


1,08 ∗ 3,52
𝑀𝑎𝑡 =
8
𝑀𝑎𝑡 = 1,66 𝑘𝑁. 𝑚

 Combinação Rara:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑞) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (50)

𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (1,46 + 0,5 + 1,5) ∗ 0,45


𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = 1,56 𝑘𝑁/𝑚

1,56 ∗ 3,52
𝑀𝑎𝑡 =
8
𝑀𝑎𝑡 = 2,39 𝑘𝑁. 𝑚

 Combinação Permanente:
𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (𝑔1 + 𝑔2 ) ∗ 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑖𝑥𝑜 (51)

𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = (1,46 + 0,5) ∗ 0,45


𝐹𝑑𝑠𝑒𝑟 = 0,88 𝑘𝑁/𝑚

0,88 ∗ 3,52
𝑀𝑎𝑡 =
8
𝑀𝑎𝑡 = 1,35 𝑘𝑁. 𝑚

e) Inércia Média de Branson


O valor da inércia média é obtido pela equação (25), sem seguida apresenta-se o cálculo
de acordo com as três combinações dispostas no item anterior:

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100 3 100 3
𝐼𝑚𝑞𝑝 =( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
166 166
𝐼𝑚𝑞𝑝 = 921,31 𝑐𝑚4

100 3 100 3
𝐼𝑚𝑟𝑎𝑟𝑎 =( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
238 238
𝐼𝑚𝑟𝑎𝑟𝑎 = 599,83 𝑐𝑚4
100 3 100 3
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑟 = ( ) ∗ 2660,51 + [1 − ( ) ] ∗ 434,73
135 135
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑟 = 1339,38 𝑐𝑚4

f) Flechas imediatas

Pela equação (22) pode-se calcular as flechas imediatas das vigotas bi apoiadas, para as
combinações quase permanente, rara e permanente, respectivamente:
5 ∗ 1,08 ∗ 3,54
𝑎𝑞𝑝 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 9,21 ∗ 10−6
𝑎𝑞𝑝 = 0,82 𝑐𝑚

5 ∗ 1,56 ∗ 3,54
𝑎𝑟𝑎𝑟𝑎 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 6,00 ∗ 10−6
𝑎𝑟𝑎𝑟𝑎 = 1,81 𝑐𝑚

5 ∗ 0,88 ∗ 3,54
𝑎𝑝𝑒𝑟𝑚 =
384 ∗ 28 ∗ 106 ∗ 1,34 ∗ 10−5
𝑎𝑝𝑒𝑟𝑚 = 0,46 𝑐𝑚

O limite da flecha imediata devido a totalidade das cargas em uma combinação quase
permanente conforme figura 15 é de:
350 (52)
𝑎𝑙𝑖𝑚1 =
250
𝑎𝑙𝑖𝑚1 = 1,4 𝑐𝑚

Logo, a flecha 𝑎𝑞𝑝 está dentro do permitido pela norma, pois:

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0,82 𝑐𝑚 < 1,4 𝑐𝑚

A flecha imediata decorrente de deslocamentos devido as cargas acidentais é obtida pela


subtração da 𝑎𝑟𝑎𝑟𝑎 e 𝑎𝑝𝑒𝑟𝑚 , que corresponde à:
𝑎𝑐.𝑎 = 1,81 − 0,46 = 1,35 𝑐𝑚
E o seu limite estabelecido em norma é, conforme figura 15:
350 (53)
𝑎𝑙𝑖𝑚2 =
350
𝑎𝑙𝑖𝑚2 = 1 𝑐𝑚

Assim, a flecha obtida é superior ao aceitável pela NBR 6118:2014, já que 𝑎𝑐.𝑎 > 𝑎𝑙𝑖𝑚2 .

g) Flechas deferidas no tempo

A flecha deferida no tempo devido ao efeito de fluência do concreto é adquirida através


da multiplicação da flecha imediata da combinação quase permanente pelo coeficiente de
fluência, determinado pela equação (37), com 𝐴𝑠 ′ sendo a armadura que combate a compressão,
neste caso, igual a zero, tem-se que ⍴′ é igual a zero, logo:
α𝑓 = 𝛥𝜉 (54)

Com a retirada do escoramento aos 28 dias, temos:


28 (55)
𝑡= = 0,93
30

O coeficiente 𝜉 para a idade (𝑡0 ) dado pelas condições da equação (39), corresponde à:
𝜉(𝑡0 ) = 0,68(0,9960,93 )0,930,32

𝜉(𝑡0 ) = 0,64

O coeficiente 𝜉 para o tempo infinito (𝑡∞ ):


𝜉(𝑡∞ ) = 2
Logo,
α𝑓 = 2 − 0,64 = 1,36

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53

E flecha total:
𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,82 ∗ (1 + 1,36)

𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,93 𝑐𝑚

A flecha total acaba por ser superior ao permitido:


𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,93 𝑐𝑚 > 1,4 𝑐𝑚

Assim, pode-se adotar uma contra flecha segundo a NBR 6118 de no máximo:
𝑙 (56)
𝑎𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑓. = = 1,0 𝑐𝑚
350

O que provocaria uma flecha final de:


𝑎𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1,93 − 1,0
𝑎𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,93 𝑐𝑚 < 1,4 𝑐𝑚

E a condição de estado limite de serviço de deformação excessiva relacionado a


aceitabilidade sensorial visual estaria atendida. De acordo com Pinheiro e Muzardo (2004), a
contra flecha pode ser adotada mesmo que os deslocamentos estejam abaixo dos limites
estabelecidos na norma. Na verificação das vibrações sentidas no piso, que é indicado para
lajes, não são consideradas fluência e contra flecha, sendo a flecha total igual a flecha final
apresentada acima.

h) Verificação do Estado Limite de Abertura de Fissura

O objetivo deste tópico é verificar se a abertura de fissuras do elemento estrutural está


dentro dos limites estabelecidos pela norma, assim utilizando o menor valor entre as equações
(29) e (30), iremos comparar com o quadro da Figura 17.
A tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no estádio
II (𝜎𝑠𝑖 ), pode ser calculada segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), a favor da segurança,
por uma equação mais simplificada, dada pela expressão (57):
𝑓𝑦𝑑 (𝑔1 + 𝑔2 + 0,4 ∗ 𝑞) (57)
𝜎𝑠𝑖 = ∗
1,4 (𝑔1 + 𝑔2 + 𝑞)

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60 (1,46 + 0,5 + 0,4 ∗ 1,5)


𝜎𝑠𝑖 = ∗
1,4 ∗ 1,15 (1,46 + 0,5 + 1,5)

𝜎𝑠𝑖 = 27,57 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

A taxa de armadura ⍴𝑟𝑖 é obtida pela relação:


𝐴𝑠 (58)
⍴𝑟𝑖 =
𝐴𝑐𝑟𝑖
Com:
ɸ𝑖 (59)
𝐴𝑐𝑟𝑖 = (7,5ɸ𝑖 + 2 + ) ∗ ℎ𝑏
2
0,5
𝐴𝑐𝑟𝑖 = (7,5 ∗ 0,5 + 2 + ) ∗ 3,0
2
𝐴𝑐𝑟𝑖 = 18,0 𝑐𝑚²

A área de uma barra de 5mm é aproximadamente 20 cm², portanto pela equação (58):
0,20
⍴𝑟𝑖 = = 0,0111
18,0

Com Ƞ1 = 1,4, para barras entalhadas CA60, obtém-se:


0,5 27,57 3 ∗ 27,57
𝑤𝑘1 = ∗ ∗
12,5 ∗ 1,4 21000 0,256
𝑤𝑘1 = 0,0121𝑐𝑚
𝑤𝑘1 = 0,12 𝑚𝑚

0,5 27,57 4
𝑤𝑘2 = ∗ ∗( + 45)
12,5 ∗ 1,4 21000 0,0111
𝑤𝑘2 = 0,0155 𝑐𝑚
𝑤𝑘2 = 0,16 𝑚𝑚

Assim, o valor característico da abertura de fissura de 0,12 mm obedece a norma que


possui valor limite de 0,40 mm.
Utilizando os critérios e catálogo do fabricante, pôde-se perceber que para o Estado
Limite Último a vigota com a adição de uma barra de 6 mm, atenderia os requisitos de
segurança, assim como Estado Limite de Serviço de abertura de fissuras. Porém, na verificação

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do Estado Limite de Serviço de deformação excessiva, a flecha obtida na avaliação sensorial


que poderia causar vibrações sentidas no piso, foi maior que a permitida. Logo, em razão na
ineficiência da vigota escolhida em relação ao ELS-DEF, diminui-se o intereixo para 40 cm, o
mínimo, com o intuito de diminuir as flechas, porém, ainda não se teve o resultado esperado e
a flecha continuou acima do limite.
A outra solução adotada será aumentar a dimensão da laje e repetir o procedimento
anterior de dimensionamento. Utilizando os mesmos critérios antecedentes, intereixo de 45 cm,
resistência do concreto, retirada de escoramento aos 28 dias, treliça adotada TR8645 com área
de armaduras inferiores de 0,39 cm², e tomando uma nova altura para a laje de 14 cm, o novo
valor da carga devido ao peso próprio é de 1,56 kN/m², de modo que os resultados são
apresentados simplificadamente nas tabelas 3 e 4:
Tabela 3: Dimensionamento da laje L7 do tipo LT14: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


𝒉 14,0 𝒙 0,52 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝒉𝒇 4,0 𝒙/𝒅 0,043 𝒌 1,48
𝒃𝒇 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,55 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0048
𝒃𝒘 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 8,08 𝑘𝑁
𝒍 350 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 0,59𝑐𝑚²
Autoria própria, 2019
Assim, com uma nova altura de laje de 14 cm com uma treliça TR8645, será necessário
adotar uma barra de 5,0 mm para combater o momento fletor positivo. Realizando-se a
verificação do estado limite de serviço pela tabela 4, inclui-se:
Tabela 4: Dimensionamento da laje L7 do tipo LT14: ELS

ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,5 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,33 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,77𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,46 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,78 𝑐𝑚 ⍴𝒓𝒊 0,011
𝑰𝑰𝑰 561,86 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,4 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 1,0 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Comparando as flechas calculadas apresentadas no quadro acima com os limites
estabelecidos pelas equações (52) e (53), temos que o ELS-DEF é atendido, assim como o ELS-
W, que não possuiu modificações. Portanto, para tal laje será utilizado uma LT14 com treliça

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TR8645 mais adição de uma barra CA60 de 5 mm, com material de enchimento em EPS de 10
cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4 cm de espessura.

LAJE L1 e L2

Com relação ao dimensionamento das demais lajes, repete-se o mesmo procedimento


com os mesmos critérios utilizados na laje L7, exposta detalhadamente nos tópicos anteriores,
assim de modo simplificado os resultados serão exibidos nas seguintes tabelas. Para as lajes L1
e L2 a altura de 12 cm foi suficiente, assim como a treliça utilizada, não havendo necessidade
de barras adicionais, como observa-se na tabela 5.
Tabela 5: Dimensionamento da laje L1 e L2 do tipo LT12: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


𝒉 12,0 𝒙 0,10 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝒉𝒇 4,0 𝒙/𝒅 0,010 𝒌 1,50
𝒃𝒇 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,11 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0038
𝒃𝒘 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 6,65 𝑘𝑁
𝒍 145 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 -
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De acordo com equações (52) e (53) os novos limites de flecha devido a totalidade das
cargas em uma combinação quase permanente de aceitabilidade sensorial, e flecha imediata
decorrente de deslocamentos devido as cargas acidentais para estas lajes são expostas na tabela
6, na qual apresenta a verificação do Estado Limite de Serviço do elemento estrutural:
Tabela 6: Dimensionamento da laje L1 e L2 do tipo LT12: ELS

ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 3,85 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,0002 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,57 𝑘𝑁
𝑰𝒄 2660,52 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,0008𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,09 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,0005 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,0011
𝑰𝑰𝑰 264,85 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 0,58 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,00 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,41 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
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Deste modo, para tais lajes será utilizado uma LT12 com treliça TR8654, com material
de enchimento em EPS de 8 cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4 cm de
espessura.

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LAJE L3

A laje L3 solicitou uma altura de 14 cm, pois assim como a L7, para uma altura de 12
cm, a flecha devido a carga acidental foi superior ao aceitável pela norma. Com relação ao
Estado Limite Último será necessário a adição de uma barra CA60 de 6 mm, como observado
na tabela 7, a área de aço calculada é superior a existente na treliça.
Tabela 7: Dimensionamento da laje L3 do tipo LT14: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


𝒉 14,0 𝒙 0,58 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝒉𝒇 4,0 𝒙/𝒅 0,048 𝒌 1,48
𝒃𝒇 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,61 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0055
𝒃𝒘 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 8,23𝑘𝑁
𝒍 370 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 0,67 𝑐𝑚²
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O dimensionamento da laje correspondente ao estado limite de serviço é apresentado na
tabela 8.
Tabela 8: Dimensionamento da laje L3 do tipo LT14: ELS

ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,50 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,52 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 1,02𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,55 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 1,22 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,0011
𝑰𝑰𝑰 631,17 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,48 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 1,06 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Para tal laje será utilizado uma LT14 com treliça TR8654 mais adição de uma barra
CA60 de 6 mm, com material de enchimento em EPS de 10 cm de altura, 32 cm de largura, e
capa de concreto de 4 cm de espessura.

LAJE L4

No que se refere ao dimensionamento da laje L4, assim como a anterior, necessitou-se


de uma altura de 14 cm, e adição de armadura de 4.2 mm, como indicado na tabela 9. A tabela

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10 apresenta as flechas e valor característico de abertura de fissuras, em que ambos os critérios


estão de acordo com os limites estipulados nas figuras 16 e 17.
Tabela 9: Dimensionamento da laje L4 do tipo LT14: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


𝒉 14,0 𝒙 0,49 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝒉𝒇 4,0 𝒙/𝒅 0,040 𝒌 1,48
𝒃𝒇 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,51 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0043
𝒃𝒘 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 7,97𝑘𝑁
𝒍 340 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 0,53 𝑐𝑚²
Autoria própria, 2019
Na tabela 10, que apresenta o dimensionamento da laje relacionada ao estado limite de
serviço, pode-se observar que os limites de flechas e abertura de fissuras são respeitados.
Tabela 10: Dimensionamento da laje L4 do tipo LT14: ELS

ELS-DEF ELS-W
𝒚𝒄𝒈 4,50 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,26 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,85 𝑘𝑁
𝑰𝒄 4223,33 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,65𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝒙𝑰𝑰 1,39 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,61 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,011
𝑰𝑰𝑰 509,09 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 1,36 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,13 𝑚𝑚
𝑴𝒓 1,37 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,97 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Por conseguinte, para a laje L4 será utilizado uma LT14 com treliça TR8654 mais adição
de uma barra CA60 de 4.2 mm, com material de enchimento em EPS de 10 cm de altura, 32 cm
de largura, e capa de concreto de 4 cm de espessura.

LAJE L5

Para a laje L5 a altura de 12 cm será suficiente para combater as solicitações, sem


necessidade de adição de armadura, como observado na tabela 11. As fechas e valor
característico de abertura de fissuras estão de acordo com a NBR 6118:2014, como constatado
na tabela 12.

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Tabela 11: Dimensionamento da laje L5 do tipo LT12: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


𝒉 12,0 𝒙 0,27 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝒉𝒇 4,0 𝒙/𝒅 0,027 𝒌 1,5
𝒃𝒇 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,28 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0038
𝒃𝒘 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 6,65 𝑘𝑁
𝒍 235 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 −
Autoria própria, 2019

Tabela 12: Dimensionamento da laje L5 do tipo LT12: ELS

ELS-DEF ELS-W
𝑦𝑐𝑔 3,85 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,03 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,57 𝑘𝑁
𝐼𝑐 2260,52 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,09𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝑥𝐼𝐼 1,09 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,06 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,011
𝐼𝐼𝐼 264,85 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 0,94 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑀𝑟 1,00 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,67 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Assim como as lajes L1 e L2, será utilizado uma LT12 com treliça TR8654, com
material de enchimento em EPS de 8 cm de altura, 32 cm de largura, e capa de concreto de 4
cm de espessura.

LAJE L6

Assim como a laje anterior, utiliza-se altura de 12 cm, sem adição de armadura,
conforme tabela 13, e ELS-DEF e ELS-W são atendidos, como indica a tabela 14.
Tabela 13: Dimensionamento da laje L6 do tipo LT12: ELU

Propriedades (cm) ELU- Flexão ELU- Cisalhamento


ℎ 12,0 𝒙 0,10 𝑐𝑚 𝛕𝑹𝒅 0,032 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
ℎ𝑓 4,0 𝒙/𝒅 0,009 𝒌 1,5
𝑏𝑓 45,0 𝑨𝒔 𝒄𝒂𝒍𝒄𝒖𝒍𝒂𝒅𝒐 0,10 𝑐𝑚² ⍴𝟏 0,0038
𝑏𝑤 10,0 𝑨𝒔 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆 0,39 𝑐𝑚² 𝐕𝑹𝒅𝟏 6,65 𝑘𝑁
𝑙 140 𝑨𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐 −
Autoria própria, 2019

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Tabela 14: Dimensionamento da laje L6 do tipo LT12: ELS


ELS-DEF ELS-W
𝑦𝑐𝑔 3,85 𝑐𝑚 𝒂𝒒𝒑 0,0001 𝑐𝑚 𝝈𝒔𝒊 27,57 𝑘𝑁
𝐼𝑐 2260,52 𝑐𝑚4 𝒂𝒂𝒄𝒊𝒅 0,0005𝑐𝑚 𝑨𝒄𝒓𝒊 18,0 𝑐𝑚²
𝑥𝐼𝐼 1,09 𝑐𝑚 𝒂𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 0,0004 𝑐𝑚 ⍴𝒄𝒓𝒊 0,011
𝐼𝐼𝐼 264,85 𝑐𝑚4 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟏 0,56𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟏 0,12 𝑚𝑚
𝑀𝑟 1,00 𝑘𝑁. 𝑚 𝒂𝒍𝒊𝒎𝟐 0,40 𝑐𝑚 𝒘𝒌𝟐 0,16 𝑚𝑚
Autoria própria, 2019
Resumindo, as lajes L3, L4 e L7, possuem as seguintes propriedades: altura de 14 com,
com treliça TR8645 e adição de barra CA-60 de 5; 4.2; e 6 mm, respectivamente. Os materiais
de enchimento devem possuir altura de 10 cm, largura de 32 cm; e capa de concreto de 4 cm.
As lajes L1, L2, L5 e L6, possuem as seguintes propriedades: altura de 12 cm, com
treliça TR8645, os materiais de enchimento devem possuir altura de 8 cm, largura de 32 cm; e
capa de concreto de 4 cm.
As armaduras de distribuição serão dispostas na capa na direção longitudinal e
transversal, para aço CA60, deve-se ter seção de no mínimo 0,6cm²/m, assim, pode-se empregar
uma malha-pop 20x20 de 4.2 mm que possui área de 0,69 cm²/m.

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11 CONCLUSÃO

O mercado da construção civil está em constante evolução, exigindo cada vez mais do
profissional capacitação na área. O conhecimento acerca do dimensionamento e processo
construtivos da laje treliçada é de grande importância, por tratar-se de um elemento estrutural
de grande utilização nas construções. Nesse sentido, este estudo teve como principal objetivo
realizar um levantamento de pesquisas acerca do dimensionamento e processo construtivo de
lajes pré-fabricadas do tipo treliçada, apontando os principais critérios para a elaboração do
cálculo estrutural desses elementos, assim como apresentando informações que auxiliem no seu
processo construtivo, sancionando algumas dúvidas de estudantes e profissionais da área
referente ao tema. Por fim, realizou-se o dimensionamento desses elementos estruturais
aplicado a uma residência, tendo o intuito de esclarecer e descrever as etapas desse processo.
Relacionado ao dimensionamento, constatou-se que apenas as tabelas disponibilizadas
pelo fabricante, não são indicadas para a realização do dimensionamento desses elementos
estruturais, já que as lajes de maior comprimento, não passaram na verificação do Estado Limite
de Serviço de Deformação Excessiva correspondente ao critério de “aceitabilidade sensorial:
vibração sentida no piso” indicado na NBR 6118:2014.
No que diz respeito ao Estado Limite Último, essas tabelas não disponibilizam dados de
armadura, ou tipo de treliça a utilizar, ou até mesmo a necessidade de adição de barras. Além
do mais, deve-se atentar aos critérios empregados pelo fabricante, como as cargas que estes
consideram para vencer determinados vãos, valores de intereixo, resistência do concreto e
demais dados fornecidos no catálogo, por esse motivo empregou-se essas informações
conforme fabricante, para se averiguar a confiabilidade de tais tabelas.
Com relação ao processo construtivo das lajes treliçadas, é importante que os critérios
adotados no dimensionamento sejam atendidos na fase de execução, ou seja, a concepção da
estrutura deve corresponder a construção real. As condições de apoio apresentam grande
influência no cálculo estrutural, pois alteram os esforços solicitantes, disposição de armaduras,
e rigidez da estrutura. Em vários momentos, a consideração da continuidade seria de grande
valia para se evitar, por exemplo, aumentar a altura da laje ou taxa de armadura, quando esta
não fosse suficiente para combater os esforços solicitantes e apresentassem flechas excessivas.
Porém, Carvalho e Figueiredo Filho (2014) afirmam que se caso for considerar a continuidade
nas lajes pré-fabricadas, observa-se que existem duas seções a serem consideradas, no caso
deste trabalho, uma com
𝑏𝑤 = 45𝑐𝑚, sujeita a momento positivo e outra com 𝑏𝑤 = 10𝑐𝑚, sujeita a combater momento

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negativo. E neste caso, o emprego da expressão de Branson não seria simples, devendo ser
usados outros procedimentos ou softwares de cálculo estruturais.
Deste modo, este trabalho visou auxiliar estudantes e profissionais acerca do
dimensionamento e processo construtivo das lajes treliçadas, iniciando uma pesquisa sobre o
tema e evidenciando a necessidade da análise desses elementos estruturais. Pretende-se, ainda,
que o presente trabalho motive a iniciativa de novas pesquisas na área e melhorem a qualidade
dos projetos estruturais empregados no mercado de trabalho.

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12 REFERÊNCIAS

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Pré-fabricadas de concreto Parte 1: Vigotas, minipainéis e painéis – Requisitos. Rio de
Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT. NBR 14859-2 Lajes


Pré-fabricadas de concreto Parte 2: Elementos inertes para enchimento e fôrma–
Requisitos. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT. NBR 14859-3 Lajes


pré-fabricadas de concreto Parte 3: Armadura treliçadas eletrossoldadas para lajes pré-
fabricadas — Requisitos. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT. NBR 6118:2014 -


Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BASTOS, P. Lajes de Concreto: Estruturas de Concreto I - Notas de Aula. Bauru - SP,


2015.

BRASIL, C. Lajes pré-fabricadas de concreto: tipologias, dimensionamento,


detalhamento, métodos executivos e patologias. Santa Maria - RS, 2017.

CARVALHO, R; FIGUEIREDO FILHO, J. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais


de concreto armado. 4° edição. São Paulo: EdUFSCar, 2014.

CERVO, A; BERVIAN, A; SILVA, R. Metodologia Científica. 6° edição. São Paulo:


Editora Pearson Prentice Hall, 2007.

CUNHA, M. Recomendações para projeto de lajes formada por vigotas com armação
treliçada. São Carlos – SP, 2012.

DI PIETRO, J. E. Projeto, execução e produção de lajes com vigotas pré-moldadas de


concreto. 1993. Santa Maria – RS, 1992.

EL DEBS, M. Concreto Pré-moldado: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Editora


Eesc-USP, 2000.

ENGEMOLDE. Pré-fabricados de concreto. Disponível em:


<http://www.engemolde.com.br/solucoes/detalhe.asp?cod=15>. Acesso em: 02 de janeiro de
2019.

FERREIRA, R. Laje nervurada unidirecional com pré-laje treliçada e elemento de


enchimento. Rio de Janeiro, 2015.

FERREIRA, T. Otimização estrutural de lajes formadas por vigotas treliçadas com e sem
protensão. Uberlânia – MG, 2016.

FLÓRIO, M. Projeto e execução de lajes unidirecionais com vigotas em concreto armado.


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Baixado por Vinícius Helio (viniciusheliots@gmail.com)


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MACHADO, F. Otimização de lajes de concreto com nervuras pré-moldadas com


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MANUAL TÉCNICO ARCELOR MITTAL. MANUAL TÉCNICO DE LAJES


TRELIÇADAS. Brasil, 2010.

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Baixado por Vinícius Helio (viniciusheliots@gmail.com)

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