Você está na página 1de 127

PROJETO DE UM GALPÃO INDUSTRIAL COM PONTE ROLANTE

Rafael Lozano Espasandin

Projeto de graduação apresentado ao curso de


Engenharia Civil da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de engenheiro civil.

Orientadora: Silvia Corbani


Coorientador: Manoel Rodrigues Justino Filho

Rio de Janeiro
Abril de 2022
PROJETO DE UM GALPÃO INDUSTRIAL COM PONTE ROLANTE

Rafael Lozano Espasandin

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE


ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

________________________________
Prof. Silvia Corbani, D.Sc.
EP/UFRJ

________________________________
Prof. Manoel Rodrigues Justino Filho, D.Sc.
EP/UFRJ

________________________________
Prof. Michele Schubert Pfeil, D.Sc.
EP/UFRJ

Rio de Janeiro, RJ - Brasil


Abril de 2022
Espasandin, Rafael Lozano
Projeto de um galpão industrial com ponte rolante/ Rafael
Lozano Espasandin. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2022.
XIV, 111 p.: il.; 29,7cm.
Orientadora: Silvia Corbani.
Coorientador: Manoel Rodrigues Justino Filho.
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Civil, 2022.
Referências Bibliográficas: p. 107-108.
1. Estruturas de aço. 2. Galpão industrial. 3. Ponte rolante.
4. Perfis laminados e dobrados I. Corbani, Silvia. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Civil III. Título.

i
AGRADECIMENTOS

Embora este seja um trabalho individual, sem a ajuda de algumas pessoas que
estiveram presentes ao longo dos últimos anos a sua realização jamais seria possível.
Por esse motivo, gostaria de expressar a minha sincera gratidão:
A minha orientadora na Escola Politécnica da UFRJ, professora Silvia Corbani,
pela disposição, boa vontade e apoio a ideia da realização deste trabalho. Queria
agradecer também pela dedicação prestada e pelo conhecimento transmitido ao longo
das disciplinas Análise e Projeto de Estruturas Offshore I, Estruturas de Madeira I,
Estruturas de Aço I, Projeto de Estruturas de Aço e, em especial, na fase de realização
e apresentação do trabalho de conclusão de curso.
Ao meu coorientador na Escola Politécnica da UFRJ, professor Manoel
Rodrigues Justino Filho, pela cordialidade e prestatividade na elucidação de dúvidas,
além da dedicação prestada e pelo conhecimento transmitido ao longo das disciplinas
Fundamentos de Concreto Armado I, Fundamentos de Concreto Armado II, Projeto de
Estruturas de Aço e, em especial, na elaboração deste trabalho.
A professora Michele Schubert Pfeil, pelos ensinamentos transmitidos através
de seus livros publicados, além da importante contribuição para a elaboração deste
trabalho.
Aos meus professores e funcionários da Escola Politécnica da UFRJ pelo
excelente serviço prestado, que fazem com que esta faculdade seja um exemplo de
organização e qualidade; propiciando aos seus alunos uma sólida e conceituada
formação.
A Suzi Lozano, minha mãe, por todo carinho, apoio e por sempre ter me dado
suporte ao longo da realização do curso de Engenharia Civil.
Por fim, dedico este trabalho a duas pessoas que foram grandes entusiastas e
incentivadores dessa carreira, mas que infelizmente já não se fazem mais presentes
neste plano. José Maria Espasandin Farina e Eny da Silva Lozano, onde quer que vocês
estejam, podem ficar orgulhosos pelo fato que o vosso Rafael chega ao fim deste curso,
momento tão aguardado por todos... Estareis para sempre em minha memória e no meu
coração.

ii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Projeto de um galpão industrial com ponte rolante

Rafael Lozano Espasandin

Abril/2022

Orientador: Silvia Corbani


Coorientador: Manoel Rodrigues Justino Filho

Curso: Engenharia Civil

Na indústria da construção metálica brasileira, os galpões de uso geral são


responsáveis por uma grande parcela dos empreendimentos, podendo haver a adoção
de diversos sistemas estruturais na composição de sua estrutura. A escolha do sistema
deve ter em vista a garantia da segurança, economia e durabilidade, além do
atendimento às necessidades do cliente. O presente trabalho tem como objetivo a
idealização da estrutura de um galpão industrial com ponte rolante. A partir de vãos
definidos pelos projetos arquitetônico e de engenharia, foi concebida a solução
estrutural em pórticos compostos por perfis laminados nos pilares e perfis formados a
frio nas vigas treliçadas pois, apesar de ser um dos tipos mais antigos, possivelmente
ainda é o sistema mais barato de construção para galpões. A análise estrutural foi
realizada com o auxílio dos programas computacionais comerciais Autodesk Robot e
Cype 3d, que utilizam o método dos elementos finitos. As ações atuantes foram
calculadas conforme as normas técnicas NBR 6123 (ABNT, 1988) e NBR 6120 (ABNT,
2019). As combinações de carga, dimensionamento e verificação da segurança das
barras, contraventamento, ligações entre perfis e ligações da chapa de base seguiram
as prescrições das normas técnicas NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT,
2010). Os desenhos técnicos para a fabricação e montagem da estrutura são
disponibilizados como apêndice desse trabalho. Para a concepção arquitetônica
utilizada, a solução proposta resistiu aos esforços solicitantes, apresentando
deformações compatíveis e foi tecnicamente viável.

Palavras-chave: Estruturas de aço, Galpão industrial, Ponte rolante, Perfis laminados,


Perfil formado a frio.
iii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Civil Engineer.

Industrial shed design with overhead crane

Rafael Lozano Espasandin

April/2022

Advisor: Silvia Corbani


Co-Advisor: Manoel Rodrigues Justino Filho

Course: Civil Engineering

In the Brazilian metal construction industry, general-purpose sheds are


responsible for a large portion of the projects, and different structural systems may be
adopetd in the composition of their structure. The choice of the system must take into
account the guarantee of safety, economy and durability, in addition to meeting the
needs of the customer. The present work aims to idealize the structure of an industrial
shed with an overhead crane. From spans defined by the architectural and engineering
project, the structural solution was designed in frames composed of laminated profiles in
the colummsand cold-formed profiles in the truss beams because, despite being one of
the oldest types, it is possibly still the most cheap construction for sheds. The structural
analysis was carried out with the aid of the comercial computer softwares Autodesk
Robot e Cype 3d, based on the finite element method. The active loads were calculated
according to the technical standards NBR 6123 (ABNT, 1988) and NBR 6120 (ABNT,
2019). Load combinations, dimensioning and safety verification of the bars, bracing,
connections between profiles and base plate connections followed the requirements of
the Brazilian technical standards NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010).
The technical drawings for the fabrication and assembly of the structure are available as
an apêndix. For the idealized architectural design, the proposed solution met the required
efforts, had compatible deformations and was technically feasible.

Keywords: Steel structures, Industrial shed, Overhead crane, Laminated and Cold formed
profiles.

iv
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1. Cenário do projeto de galpões industriais no Brasil....................................... 1


1.2. Objetivos e metodologia ............................................................................... 2
1.3. Características do galpão ............................................................................. 3
1.4. Estrutura do trabalho .................................................................................... 5
2. ESPECIFICAÇÕES DOS COMPONENTES ........................................................ 7

2.1. Materiais ....................................................................................................... 7


2.2. Telha e fechamento lateral............................................................................ 7
2.3. Perfis de aço ................................................................................................. 8
2.4. Elementos da interface aço-concreto ............................................................ 9
2.5. Elementos das ligações ................................................................................ 9
3. AÇÕES ATUANTES NA ESTRUTURA .............................................................. 10

3.1. Peso próprio ............................................................................................... 10


3.2. Sobrecarga na cobertura ............................................................................ 10
3.3. Vento .......................................................................................................... 11
3.4. Efeito da ponte rolante ................................................................................ 17
3.4.1. Características da ponte rolante........................................................... 17

3.4.2. Força vertical (P) .................................................................................. 18

3.4.3. Força horizontal transversal à viga de rolamento (HT) .......................... 18

3.4.4. Força horizontal longitudinal de frenagem (HL)..................................... 18

4. COMBINAÇÕES DE AÇÕES............................................................................. 19

5. MODELO ESTRUTURAL .................................................................................. 22

5.1. Descrição geral ........................................................................................... 22


5.2. Transmissão das cargas e função dos elementos ...................................... 26
5.3. Flambagem e flambagem lateral ................................................................. 26
6. ANÁLISE ESTRUTURAL ................................................................................... 28

6.1. Disposição dos carregamentos atuantes .................................................... 28


6.1.1. Peso próprio......................................................................................... 28

6.1.2. Sobrecarga na cobertura...................................................................... 28


v
6.1.3. Vento ................................................................................................... 29

6.1.4. Ponte rolante........................................................................................ 31

6.2. Solicitações e flechas devidas às ações características.............................. 33


6.2.1. Terças – Perfil Ue 200x75x25x3,00 - #11 ............................................ 33

6.2.2. Travessas – Perfil Ue 200x75x25x3,00 - #11 ....................................... 35

6.2.3. Vigas treliçadas (banzos, diagonais e montantes) ............................... 36

6.2.4. Pilares – Perfil W 360 x 122 ................................................................. 39

6.2.5. Vigas de travamento – Perfil W 200 x 26,6 .......................................... 42

6.2.6. Vigas de rolamento – Perfil W 410 x 85 ............................................... 42

6.2.7. Consoles – Perfil W 360 x 91 ............................................................... 43

6.2.8. Contraventamentos e “correntes” ......................................................... 44

6.2.9. Mãos francesas – Perfil U 150x75x3,00 - #11 ...................................... 44

6.3. Deslocamentos ........................................................................................... 44


6.4. Reações nos apoios ................................................................................... 45
7. VERIFICAÇÕES E.L.U - NBR 8800 (ABNT, 2008) ............................................ 46

7.1. Limitação do índice de esbeltez .................................................................. 47


7.2. Resistência à tração ................................................................................... 47
7.3. Resistência à compressão .......................................................................... 48
7.4. Resistência à flexão - eixo X ....................................................................... 50
7.5. Resistência à flexão - eixo Y ....................................................................... 53
7.6. Resistência ao esforço cortante - eixo X ..................................................... 55
7.7. Resistência ao esforço cortante - eixo Y ..................................................... 55
7.8. Resistência ao esforço axial e flexão combinados ...................................... 56
7.9. Resumo das verificações ............................................................................ 57
8. VERIFICAÇÃO E.L.U. - NBR 14762 (ABNT, 2010)............................................ 58

8.1. Valores máximos da relação comprimento-espessura ................................ 58


8.2. Limitação de esbeltez ................................................................................. 59
8.3. Resistência à tração ................................................................................... 59
8.4. Resistência à compressão .......................................................................... 60
8.5. Resistência à flexão - eixo X ....................................................................... 62
8.6. Resistência à flexão - eixo Y ....................................................................... 63
vi
8.7. Resistência ao esforço cortante - eixo X ..................................................... 64
8.8. Resistência ao esforço cortante - eixo Y ..................................................... 64
8.9. Resistência ao momento fletor e cortante combinados ............................... 64
8.10. Resistência à flexo-compressão e flexo-tração ........................................... 65
8.11. Resumo das verificações ............................................................................ 65
8.12. Resistência da terça e banzo para carga concentrada ................................ 66
8.13. Resistência das telhas e fechamentos laterais............................................ 67
9. VERIFICAÇÃO E.L.S. ........................................................................................ 68

10. INTERFACE AÇO-CONCRETO - NBR 8800 (ABNT, 2008) .............................. 69

10.1. Soldas entre pilar e placa de base .............................................................. 69


10.2. Placa de base ............................................................................................. 72
10.3. Chumbadores ............................................................................................. 74
10.4. Outros componentes................................................................................... 76
11. LIGAÇÕES - NBR 8800 (ABNT, 2008) .............................................................. 77

11.1. Ligação Viga de rolamento (W 410 x 85) – Console (W 360 x 91) .............. 77
11.1.1. Verificação dos parafusos .................................................................... 77

11.2. Ligação Console (W 360 x 91) – Pilar (W 360 x 122) .................................. 78


11.2.1. Verificação da viga ............................................................................... 78

11.2.2. Verificação das soldas ......................................................................... 80

11.2.3. Verificação da chapa e parafusos ........................................................ 81

11.2.4. Verificação da necessidade de enrijecedores junto às mesas comprimida


da viga – item 5.7.3 da NBR 8800 (ABNT, 2008) ............................................... 83

11.2.5. Verificação da alma da coluna ao cisalhamento................................... 85

11.3. Ligação Viga de travamento (W 200 x 26,6) – Pilar (W 360 x 122) ............. 85
11.3.1. Verificação das soldas ......................................................................... 86

11.3.2. Verificação dos parafusos .................................................................... 88

11.4. Ligação Tirante (B – 16.00) – Pilar (W 360 x 122)....................................... 90


12. LIGAÇÕES - NBR 14762 (ABNT, 2010) ............................................................ 91

12.1. Verificações realizadas ............................................................................... 91


12.1.1. Parafusos............................................................................................. 91

12.1.2. Soldas de filete .................................................................................... 93


vii
12.2. Dimensionamento das ligações .................................................................. 94
12.2.1. Barras da viga treliçada com chapas gousset ...................................... 94

12.2.2. Chapas gousset com banzos e pilares ................................................. 95

12.2.3. Banzos - Chapas de emenda ............................................................... 97

12.2.4. Mãos francesas – Chapas de extremidade .......................................... 97

12.2.5. Terças e travessas ............................................................................... 98

12.2.6. “ Correntes” e contraventamentos horizontais ...................................... 99

13. LISTA DE MATERIAIS..................................................................................... 100

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 105

14.1. Conclusão ................................................................................................. 105


14.2. Sugestões para trabalhos futuros ............................................................. 106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 107

ANEXOS – DESENHOS TÉCNICOS........................................................................ 109

viii
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 – Fluxograma das etapas de um projeto estrutural. ..................................... 3


Figura 1.2 – Um quarto do galpão industrial e indicação dos seus componentes. ........ 4
Figura 1.3 – Um quarto do galpão industrial e indicação dos seus componentes. ........ 4
Figura 1.4 – Projeto 3D renderizado. ............................................................................ 5
Figura 2.1 – Telha tipo trapezoidal (SANTO ANDRÉ, 2022). ........................................ 7
Figura 2.2 – Detalhe da fixação de cobertura (SANTO ANDRÉ, 2022). ........................ 8
Figura 2.3 – Detalhe da fixação do fechamento lateral (SANTO ANDRÉ, 2022). .......... 8
Figura 3.1 – Coeficientes de pressão e forma atuando nas paredes. (a) Vento a 0º, (b)
vento a 90º.................................................................................................................. 13
Figura 3.2 – Coeficientes de pressão e forma atuando no telhado. (a) Vento a 0º, (b)
vento a 90º e (c) cpe médio. ......................................................................................... 13
Figura 3.3 – Combinações para o cálculo dos pórticos. .............................................. 14
Figura 3.4 – Esquema de atuação das cargas de vento nos pórticos. ........................ 15
Figura 3.5 – Localização das terças onde incide a ação do vento............................... 16
Figura 3.6 – Esquema de uma ponte rolante (BELLEI, 1998). .................................... 17
Figura 5.1 – Modelo estrutural de pórticos. Vista de elevação fontal........................... 22
Figura 5.2 – Elementos estruturais na vista de elevação lateral no plano dos pilares. 23
Figura 5.3 – Elementos estruturais no plano da cobertura. ......................................... 24
Figura 5.4 – Elevação com a disposição das mãos francesas saindo das terças da
cobertura. ................................................................................................................... 24
Figura 5.5 – Modelo estrutural das terças, travessas e vigas. ..................................... 25
Figura 5.6 – Modelo estrutural dos consoles. .............................................................. 25
Figura 5.7 – Modelo computacional 3D completo da estrutura.................................... 25
Figura 5.8 – Coeficientes K de flambagem, teóricos (Kt) e recomendados (Kr), em: (a)
plano transversal, (b) plano longitudinal. ..................................................................... 27
Figura 6.1 – Aplicação das cargas de peso próprio nas terças. .................................. 28
Figura 6.2 – Aplicação das ações de sobrecarga na cobertura nas terças.................. 29
Figura 6.3 – Aplicação das cargas concentradas para verificação. (a) Terça, (b) banzo
superior....................................................................................................................... 29
Figura 6.4 – Aplicação das cargas de vento nos pórticos. Vento a 0º (I), vista frontal. 30
Figura 6.5 – Aplicação das cargas de vento nos pórticos. Vento a 90º (III), vista 3D. . 30
Figura 6.6 – Trem tipo................................................................................................. 31
Figura 6.7 – Reação no apoio para diferentes posições do trem tipo. ......................... 31
Figura 6.8 – Envoltória nos apoios. ............................................................................. 31

ix
Figura 6.9 – Envoltória para os esforços cortantes. .................................................... 32
Figura 6.10 – Envoltória para o momento fletor. ......................................................... 32
Figura 6.11 – Aplicação das cargas verticais (kN) da ponte rolante. (a) Posição que
ocorrem as máximas reações nos apoios, (b) posição que ocorrem os momentos fletores
máximos. .................................................................................................................... 32
Figura 6.12 – Esforços solicitantes nas terças devido ao peso próprio. ...................... 34
Figura 6.13 – Esforços solicitantes nas terças devido ao vento a 0º (I). ...................... 35
Figura 6.14 – Esforços solicitantes nas terças devido a carga concentrada de 1 kN... 35
Figura 6.15 – Esforços solicitantes nas travessas devido ao peso próprio. ................. 36
Figura 6.16 – Esforços solicitantes nas travessas devido ao vento a 0º (I). ................ 36
Figura 6.17 – Esforços axiais nas vigas treliçadas para as ações de sobrecarga. ...... 37
Figura 6.18 – Cargas atuantes em um dos nós da treliça devido à sobrecarga. ......... 38
Figura 6.19 – Flechas nos banzos da viga treliçada.................................................... 38
Figura 6.20 – Esforços solicitantes nos pilares para as hipóteses de carga (a) cargas
características de peso próprio, (b) cargas características de sobrecarga e (c) cargas
verticais características da ponte rolante. ................................................................... 40
Figura 6.21 – Esforços solicitantes nos pilares para as hipóteses de carga (d) cargas
horizontais características da ponte rolante, (e) cargas características do vento a 0º e (f)
cargas características do vento a 90º. ........................................................................ 41
Figura 6.22 – Esforços solicitantes nas vigas de rolamento devido ao peso próprio. .. 42
Figura 6.23 – Esforço cortante máximo nas vigas de rolamento. ................................ 43
Figura 6.24 – Momento fletor máximo nas vigas de rolamento. .................................. 43
Figura 6.25 – Deformada: (a) peso próprio da estrutura (b) ponte rolante vertical. ..... 44
Figura 6.26 – Deformada: (a) ação horizontal da ponte (b) e vento a 0º. .................... 45
Figura 6.27 – Deformada devido ao vento a 90º (III). .................................................. 45
Figura 10.1 – Solicitações na base do pilar. ................................................................ 69
Figura 10.2 – Imagem 3D da base do pilar. ................................................................ 69
Figura 10.3 – Disposição dos elementos na base (Fisher e Kloiber, 2006). ................ 72
Figura 10.4 – Esforços atuantes (FISHER E KLOIBER, 2006). ................................... 74
Figura 11.1 – Imagem 3D da ligação viga de rolamento – console. ............................ 77
Figura 11.2 – Esforços transmitidos pela ligação pilar - console. ................................ 78
Figura 11.3 – Imagem 3D da ligação console – pilar................................................... 78
Figura 11.4 – Esforços nas mesas e alma da viga. ..................................................... 79
Figura 11.5 – Esforços transmitidos pela ligação viga de travamento - pilar. .............. 85
Figura 11.6 – Imagem 3D da ligação viga de travamento – pilar. ................................ 86
Figura 11.7 – Ligação tirante – pilar. (a) vista de corte, (b) vista de topo. ................... 90
Figura 11.8 – Ligação de tirante em ponte telescópica do aeroporto Santos Dumont. 90
x
Figura 12.1 – Ligação da diagonal e montante com banzo inferior. ............................ 94
Figura 12.2 – Ligação do banzo superior com pilar. .................................................... 95
Figura 12.3 – Ligação do banzo inferior com pilar. ...................................................... 96
Figura 12.4 – Ligação do banzo superior com pilar. .................................................... 99
Figura 13.1 – Porcentagem de cada subestrutura no peso total. .............................. 101

xi
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 – Características dos aços empregados ..................................................... 7


Tabela 2-2 – Perfis laminados utilizados. (GERDAU, 2022).......................................... 8
Tabela 2-3 – Perfis formados a frio utilizados. NBR 6355 (ABNT, 2012)....................... 9
Tabela 2-4 – Elemento da interface aço-concreto ......................................................... 9
Tabela 2-5 – Elemento das ligações ............................................................................. 9
Tabela 3-1 – Cargas lineares nas terças e nas travessas decorrentes do peso próprio
das telhas ................................................................................................................... 10
Tabela 3-2 – Cargas lineares nas terças decorrentes da sobrecarga na cobertura ..... 10
Tabela 3-3 – Valores de S2, Vk e q .............................................................................. 12
Tabela 3-4 – Cargas de vento atuantes nos pórticos .................................................. 15
Tabela 3-5 – Cargas de vento atuantes nas terças ..................................................... 16
Tabela 3-6 – Cargas de vento atuantes nas terças (cumeeira) e travessas (beirais) .. 16
Tabela 3-7 – Cargas de vento atuantes nas telhas e fechamentos laterais................. 16
Tabela 3-8 – Valores típicos para pontes rolantes (BELLEI, 1998) ............................. 17
Tabela 3-9 – Valores de HT ........................................................................................ 18
Tabela 4-1 – Combinações para o dimensionamento da estrutura. NBR 8800 (ABNT,
2008) .......................................................................................................................... 20
Tabela 4-2 – Combinações para o dimensionamento da estrutura. NBR 14762 (ABNT,
2010) .......................................................................................................................... 20
Tabela 4-3 – Combinações para o dimensionamento das vigas de rolamento ............ 21
Tabela 4-4 – Combinações para a verificação dos banzos superiores e terças .......... 21
Tabela 4-5 – Combinações ELS para a estrutura (1 e 2) e viga de rolamento (3 e 4) . 21
Tabela 6-1 – Valores máximos dos esforços nas terças ............................................. 33
Tabela 6-2 – Valores máximos dos esforços nas terças ............................................. 35
Tabela 6-3 – Perfis utilizados na treliça....................................................................... 37
Tabela 6-4 – Valores máximos dos esforços axiais N (kN) atuantes nas treliças ........ 37
Tabela 6-5 – Valores máximos de flechas nos banzos superiores (mm) ..................... 38
Tabela 6-6 – Valores máximos de esforços nos pilares por diferentes carregamentos42
Tabela 6-7 – Reações no apoio A3 na pior condição de carregamento ...................... 45
Tabela 7-1 – Limitação do índice de esbeltez ............................................................. 47
Tabela 7-2 – Resistência à tração............................................................................... 48
Tabela 7-3 – Resistência à compressão ..................................................................... 48
Tabela 7-4 – Cálculo de Nex e Ney ............................................................................... 49
Tabela 7-5 – Cálculo de Nez ........................................................................................ 49

xii
Tabela 7-6 – Razão b/t ............................................................................................... 50
Tabela 7-7 – Resistência à flexão no eixo X ............................................................... 50
Tabela 7-8 – Momentos resistentes para regime elástico ........................................... 51
Tabela 7-9 – Momentos resistentes para FLT ............................................................. 51
Tabela 7-10 – Parâmetros para momentos resistentes para FLT ............................... 52
Tabela 7-11 – Momentos resistentes para FLM .......................................................... 52
Tabela 7-12 – Momentos resistentes para FLA........................................................... 53
Tabela 7-13 – Resistência à flexão no eixo Y ............................................................. 53
Tabela 7-14 – Momentos resistentes para regime elástico ......................................... 53
Tabela 7-15 – Momentos resistentes para FLM .......................................................... 54
Tabela 7-16 – Momentos resistentes para FLA λp = 31,68, λr = 39,60 .......................... 54
Tabela 7-17 – Resistência ao esforço cortante no eixo X ........................................... 55
Tabela 7-18 – Esforços cortantes resistentes ............................................................. 55
Tabela 7-19 – Resistência ao esforço cortante no eixo Y ........................................... 56
Tabela 7-20 – Esforços cortantes resistentes ............................................................. 56
Tabela 7-21 – Resistência ao esforço axial e flexão combinados ............................... 56
Tabela 7-22 – Resumo das verificações ..................................................................... 57
Tabela 8-1 – Relação de perfis formados a frio por elemento estrutural ..................... 58
Tabela 8-2 – Razão b/t da alma e mesa dos perfis ..................................................... 59
Tabela 8-3 – Limitação do índice de esbeltez ............................................................. 59
Tabela 8-4 – Resistência à tração............................................................................... 60
Tabela 8-5 – Resistência à compressão ..................................................................... 60
Tabela 8-6 – Cálculo de Ney ........................................................................................ 61
Tabela 8-7 – Cálculo de Nexz ....................................................................................... 61
Tabela 8-8 – Cálculo de Nex ........................................................................................ 61
Tabela 8-9 – Tabela para dispensa de verificação de flambagem distorcional ............ 62
Tabela 8-10 – Resistência à flexão no eixo X ............................................................. 62
Tabela 8-11 – Momentos resistentes para regime elástico ......................................... 62
Tabela 8-12 – Momentos resistentes para FLT ........................................................... 63
Tabela 8-13 – Momentos resistentes para Fdist ......................................................... 63
Tabela 8-14 – Resistência à flexão no eixo Y ............................................................. 63
Tabela 8-15 – Resistência ao esforço cortante X ........................................................ 64
Tabela 8-16 – Resistência ao esforço cortante Y ........................................................ 64
Tabela 8-17 – Resistência ao momento fletor X e esforço cortante Y combinados ..... 65
Tabela 8-18 – Resistência ao momento fletor Y e esforço cortante X combinados ..... 65
Tabela 8-19 – Resistência à flexo-compressão........................................................... 65
Tabela 8-20 – Resistência à flexo-tração .................................................................... 65
xiii
Tabela 8-21 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010) - 1 ...................... 66
Tabela 8-22 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010) - 2 ...................... 66
Tabela 8-23 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010) ........................... 66
Tabela 9-1 – Verificação das flechas .......................................................................... 68
Tabela 10-1 – Limitações da solda de filete ................................................................ 70
Tabela 10-2 – Força resistente de cálculo das soldas NBR 8800 (ABNT, 2008) ......... 70
Tabela 12-1 – Verificações da ligação das barras da treliça com as chapas gousset . 94
Tabela 12-2 – Verificações da ligação das chapas gousset com os banzos ............... 95
Tabela 12-3 – Verificações da ligação das chapas gousset superiores com os pilares
................................................................................................................................... 96
Tabela 12-4 – Verificações da ligação das chapas gousset inferiores com os pilares . 96
Tabela 12-5 – Verificações da ligação das chapas de emenda................................... 97
Tabela 12-6 – Verificações da ligação das mãos francesas ........................................ 98
Tabela 12-7 – Verificações da ligação das terças ....................................................... 98
Tabela 13-1 – Lista de perfis estruturais - 1 .............................................................. 100
Tabela 13-2 – Lista de perfis estruturais - 2 .............................................................. 101
Tabela 13-3 – Classificação de galpões em kg/m2. (BELLEI, 1998) .......................... 102
Tabela 13-4 – Lista de elementos da interface aço-concreto .................................... 102
Tabela 13-5 – Lista de elementos das ligações segundo NBR 8800 (ABNT, 2008) .. 103
Tabela 13-6 – Lista de elementos das ligações segundo NBR 8800 (ABNT, 2008) .. 104

xiv
1. INTRODUÇÃO

1.1. Cenário do projeto de galpões industriais no Brasil

Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, o custo dos


empreendimentos é um parâmetro decisivo para a construção civil e, em particular, para
a área de construções metálicas. A engenharia moderna deve conjugar três aspectos
fundamentais: segurança, economia e durabilidade. Estes aspectos garantem a
competitividade de um projeto.
Segundo NOGUEIRA (2009), os galpões de uso geral de um só pavimento
representam grande parte dos empreendimentos no contexto da indústria da construção
metálica brasileira, podendo haver a adoção de diversos sistemas estruturais na
composição de sua estrutura.
De acordo com o Manual Brasileiro para Cálculos de Estruturas Metálicas (MIC,
1986) os galpões ou edifícios industriais são construções em aço geralmente
constituídas de sistemas estruturais compostos por pórticos regularmente espaçados,
com cobertura superior apoiada em sistemas de terças que se apoiam em vigas de alma
cheia, tesouras ou treliças, com grandes áreas cobertas e destinadas para uso
comercial (lojas, estacionamentos, centros de distribuição, entre outros), uso industrial,
agrícola ou outras aplicações.
No interior dos galpões de uso industrial, a movimentação de material pode ser
necessária. Tais galpões necessitam de uma estrutura adicional, conhecida como ponte
rolante, para promover essa movimentação. Em decorrência dessa característica, faz-
se necessário considerar a atuação, na estrutura, das ações verticais, horizontais
paralelas e horizontais transversais à viga de rolamento, devido a carga em movimento.
Em determinadas situações há de se considerar demandas específicas dos
clientes, que por vezes trazem complexidades ao projeto, como no presente trabalho,
para o qual foram estabelecidos os seguintes requisitos: ligações de campo
parafusadas, pilares de perfil laminado e cobertura apoiada sobre vigas treliçadas de
perfis formados a frio.
Dado o interesse que este tipo de construção desperta, existe vasta bibliografia
sobre os diversos aspectos envolvidos em um projeto, como definição do sistema
estrutural, a avaliação das de ações atuantes, a análise estrutural e o dimensionamento
dos elementos estruturais.
BELLEI (1998) aborda com bastante aprofundamento praticamente todos os
aspectos relacionados ao projeto de galpões industriais, desde os tipos de aço até a

1 de 111
montagem. O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é outra referência de
extrema relevância. Os manuais do CBCA fornecem um passo a passo para o projeto
de galpões (CBCA, 2011), e aspectos do dimensionamento de elementos de ligação
(CBCA, 2017). No cenário internacional destaca-se FISHER (1993, 2006), com textos
que contemplam todas as fases do projeto de galpões e da interface aço-concreto,
respectivamente.
No campo do dimensionamento segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008), destaca-
se PFEIL e PFEIL (2009), abordando aspectos práticos sobre o dimensionamento na
referida norma. Para o dimensionamento segundo a NBR 14762 (ABNT, 2010), tem-se
a obra de JAVARONI (2015).

1.2. Objetivos e metodologia

Este trabalho apresenta um memorial de cálculo de um galpão industrial com


ponte rolante e a verificação de segurança dos seus elementos estruturais, baseada nas
normas técnicas NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010). As etapas do
trabalho são as seguintes:
• Definição dos perfis das telhas e fechamentos laterais;
• Seleção de materiais;
• Definição do sistema estrutural;
• Definição dos carregamentos conforme recomendações da NBR 6120 (ABNT,
2019) e NBR 6123 (ABNT, 1988);
• Definição das combinações de ações conforme NBR 8681 (ABNT, 2003) e
NBR 8800 (ABNT, 2008);
• Análise da estrutura no programa comercial Autodesk Robot
(www.autodesk.com/products/robot-structural-analysis) e Cype 3D
(www.cype.pt);
• Análise crítica dos resultados;
• Dimensionamento da estrutura, interface aço-concreto e ligações, utilizando
os códigos desenvolvidos;
• Desenvolvimento dos desenhos de detalhamento por meio do programa
Autodesk Revit (www.autodesk.com.br/products/revit), conforme NBR 14611
(ABNT, 2000).
• Modelagem geométrica da estrutura realizada no programa Trimble Tekla
Structures (www.tekla.com/br).
Os itens listados estão resumidos no fluxograma da Figura 1.1.

2 de 111
ARQUITETURA
•Escolha da solução estrutural
•Locação das peças
CONCEPÇÃO
•Prédimensionamento das peças
•Solução para lajes e fundações

AÇÕES E •Levantamento das ações


COMBINAÇÕES •Geração das combinações

•Processamento das combinações


ANÁLISE ESTRUTURAL •Obtenção dos esforços
•Obtenção dos deslocamentos

DIMENSIONAMENTO E •Dimensionamento de todas as peças


DETALHAMENTO •Detalhamento de todas as peças

EMISSÃO DOS
•Elaboração de todos os desenhos
DESENHOS

ESTRUTURA

Figura 1.1 – Fluxograma das etapas de um projeto estrutural.

1.3. Características do galpão

A Figura 1.2 apresenta a seção transversal da estrutura. A Figura 1.3 contém os


elementos estruturais do galpão. Dada a dupla simetria e de forma a permitir uma melhor
visualização da estrutura, apenas um quarto está representado.
• Local: Av. Brasil, Bangu, Rio de Janeiro;
• Vão entre os eixos dos pilares: 20 m;
• Comprimento: 30 m;
• Altura até o topo da cumeeira: 12,667 m;
• Altura até o banzo inferior da viga treliçada: 10,928 m;
• Altura até o topo da viga de rolamento: 8,694 m;
• Espaçamento entre pilares: 6 m;
• Capacidade da ponte rolante: 80 kN (8,16 tf);
• Cobertura e fechamento lateral: Telhas trapezoidais;
• Sistema estrutural transversal: Formado por pórticos bi-engastados com
pilares laminados e vigas treliçadas compostas por perfis formados a frio;

3 de 111
• Sistema estrutural longitudinal: Formado por meio de contraventamentos
verticais e horizontais;
• Ligações: pilar – fundação do tipo engastada; viga treliçada – pilar do tipo
flexível, viga de travamento – pilar do tipo flexível, console – pilar do tipo
rígida.

Figura 1.2 – Um quarto do galpão industrial e indicação dos seus componentes.

Figura 1.3 – Um quarto do galpão industrial e indicação dos seus componentes.

4 de 111
Na Figura 1.4 apresenta-se o projeto 3D renderizado.

Figura 1.4 – Projeto 3D renderizado.

Através do link é possível baixar o vídeo da estrutura 3D renderizada.

1.4. Estrutura do trabalho

No Capítulo 2 são especificados os materiais e todos os componentes utilizados


no projeto, com suas principais características.
No Capítulo 3 são descritas e calculadas as ações na estrutura.
No Capítulo 4 são apresentadas as combinações de cargas utilizadas para o
dimensionamento, de acordo com as normas pertinentes.
No Capítulo 5 é descrito o modelo estrutural adotado, assim como as suas
particularidades.
No Capítulo 6 é realizada a análise estrutural, onde são descritos os esforços
solicitantes da estrutura.
No Capítulo 7 são feitas as verificações para o E.L.U. segundo a norma NBR
8800 (ABNT, 2008).
No Capítulo 8 são feitas as verificações para o E.L.U. segundo a norma NBR
14762 (ABNT, 2010).
No Capítulo 9 são feitas as verificações para o E.L.S. segundo as normas NBR
8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010).

5 de 111
No Capítulo 10 é dimensionada a interface aço-concreto conforme preconiza a
norma NBR 8800 (ABNT, 2008).
No Capítulo 11 são dimensionadas as ligações, segundo a norma NBR 8800
(ABNT, 2008).
No Capítulo 12 são dimensionadas as ligações, segundo a norma NBR 14762
(ABNT, 2010).
No Capítulo 13 é apresentada a lista de materiais, contendo todos os
componentes necessários no projeto.
No Capítulo 14 são feitas as considerações finais.

6 de 111
2. ESPECIFICAÇÕES DOS COMPONENTES

2.1. Materiais

Chapas, perfis e chumbadores que compõem esta estrutura são de aço ABNT
MR-250 (ASTM A36). Os parafusos comuns são aço ASTM A307. Cabe ressaltar que
em projeto normalmente são utilizados perfis laminados de aço ABNT AR-350 (ASTM
A572 Gr. 50) da Gerdau e parafusos de alta resistência em aço ASTM A325.

Tabela 2-1 – Características dos aços empregados


Material fu (MPa) fy (MPa) ft e fb (MPa) fv < 0,4 fy (MPa) ρ (g/cm3)
ABNT MR-250 ≥ 400 ≥ 250 ≤ 150 ≤ 100 7,85
ASTM A-307 ≥ 415 - - - -

2.2. Telha e fechamento lateral

A telha escolhida, Figura 2.1 e Figura 2.2, é do tipo trapezoidal, modelo 40,
fabricada pela empresa Santo André (2022), com as seguintes especificações:
• Resistência: 1,10 kN/m2, para dois apoios com vão de 2,00 m;
• Espessura: 0,43 mm;
• Inclinação mínima: 5%;
• Material: aço galvanizado pré-pintado;
• Peso: 4,21 kg/m2 (considerando a sobreposição na largura);
A largura (direção das terças) útil é de 980 mm e o comprimento de até 15 m.
O fechamento lateral é do tipo trapezoidal, Figura 2.3 modelo 40, fabricado pela
empresa Santo André (2022), com as seguintes especificações:
• Resistência: 1,32 kN/m2, para dois apoios com vão de 2,00 m;
• Espessura: 0,43 mm;
• Material: aço galvanizado pré-pintado;
• Peso: 4,21 kg/m2 (considerando a sobreposição na largura);
A largura (direção das terças) útil é de 980 mm e o comprimento de até 15 m.

Figura 2.1 – Telha tipo trapezoidal (SANTO ANDRÉ, 2022).

7 de 111
Figura 2.2 – Detalhe da fixação de cobertura (SANTO ANDRÉ, 2022).

Figura 2.3 – Detalhe da fixação do fechamento lateral (SANTO ANDRÉ, 2022).

2.3. Perfis de aço

Os perfis de aço utilizados na estrutura e suas propriedades de seção transversal


e massa linear estão disponíveis nas Tabela 2-2 e Tabela 2-3, para os perfis laminados
e os formados a frio, respectivamente.

Tabela 2-2 – Perfis laminados utilizados. (GERDAU, 2022)


Elemento Perfil Área Ix (cm4) Iy (cm4) It (cm4) Massa linear
(cm²) (kg/m)
Viga de rolamento W 410 x 85 108,6 31658 1804 94,5 85,0
Console W 360 x 91 115,9 26755 4483 92,6 91,0
Pilar W 360 x 122 (H) 155,3 36599 6147 212,7 122,0
Viga de travamento W 200 x 26,6 34,2 2611 330 7,7 26,6
Cont. vertical
Cont. horizontal
B – 16.00 2,0 0,3 0,3 0,64 1,6
“Corrente” barra
redonda
“Corrente” perfil L 2.1/2 x 3/16” 5,8 361 91 0,44 4,6
Notas: Nas Tabela 2-2 e Tabela 2-3, Ix e Iy designam os momentos de inércia em torno dos eixos
x e y dos perfis e It a constante de torção.
1Para o perfil cantoneira “L”, I e I representam as inércias em relação aos eixos principais de
x y
inércia.

8 de 111
Tabela 2-3 – Perfis formados a frio utilizados. NBR 6355 (ABNT, 2012)
Elemento Perfil Área Ix Iy It Massa linear
(cm²) (cm4) (cm4) (cm4) (kg/m)
Terça Ue 200x75x25x3,00 -
11,4 694 87 0,34 8,95
Travessa #11
Banzo superior U 150x75x8,00 - #02 21,9 718 116 4,67 17,17
Banzo inferior
U 150x75x6,30 - #03 17,6 595 95 2,33 13,80
2 Diagonais externas
Diagonal centrais
Montante U 150x75x3,00 - #11 8,7 311 49 0,26 6,83
Mão francesa

2.4. Elementos da interface aço-concreto

Tabela 2-4 – Elemento da interface aço-concreto


Componente Material Dimensões e características Tensão resistente
SMAW, de ângulo, de
Solda de filete E70XX fw = 485 MPa
fábrica, pernas de 8 e 10mm.
Porcas ASTM A563 1 1/2” fu = 520 MPa
Arruelas ASTM F436 1 1/2” fu = 520 MPa
Parafusos de Φ 38,1 mm, L = 626 mm,
ASTM A307 fu = 415 MPa
ancoragem massa 21,33 kg
580 mm x 580 mm x 38 mm,
Placas de base ABNT MR-250 fy = 250 MPa
massa 100,35 kg

2.5. Elementos das ligações

Tabela 2-5 – Elemento das ligações


Componente Material Dimensões e características Tensão resistente
Parafusos ASTM A307 ½”, ¾” e 1” fu = 415 MPa
Porcas ASTM A307 ½”, ⅝”, ¾” fu = 415 MPa
Arruelas ASTM A307 ½”, ⅝”, ¾” fu = 415 MPa
Cantoneira ABNT MR-250 L76,2x76,2x6,3 fy = 250 MPa
Cantoneira ABNT MR-250 L100x100x6,3 – 150 mm fy = 250 MPa
Cantoneira ABNT MR-250 L100x100x6,3 – 100 mm fy = 250 MPa
Chapa de extremidade ABNT MR-250 254x440x12,7 fy = 250 MPa
Chapa de extremidade ABNT MR-250 80x80x6,3 fy = 250 MPa
Chapa de emenda ABNT MR-250 360x150x6,3 fy = 250 MPa
Chapa de emenda ABNT MR-250 360x75x6,3 fy = 250 MPa
Chapa de emenda ABNT MR-250 220x75x6,3 fy = 250 MPa
Chapas gousset ABNT MR-250 6,3mm - formas variadas; fy = 250 MPa
SMAW, de ângulo, de
Solda de filete E70XX fw = 485 MPa
fábrica, pernas variadas.

9 de 111
3. AÇÕES ATUANTES NA ESTRUTURA

3.1. Peso próprio

A ação do peso próprio, que é o produto da massa linear pelo comprimento das
peças, é calculada automaticamente pelo programa de análise estrutural.
Entretanto, o peso dos elementos acessórios sobre a viga de rolamento é
incluído manualmente. Neste projeto, o trilho TR-37 possui massa linear de 37,1 kg/m,
incluindo os acessórios de fixação. Consequentemente, aplicou-se um carregamento de
0,39 kN/m sobre a viga de rolamento.
Adicionalmente, os pesos próprios das telhas e fechamentos laterais foram
aplicados e o resumo do carregamento gerado nas terças e travessas está disponível
na Tabela 3-1.

Tabela 3-1 – Cargas lineares nas terças e nas travessas decorrentes do peso próprio das
telhas
Elemento Massa (kg/m2) Peso (kN/m2) Largura de Peso (kN/m)
Influência (m)
Terças - meio 4,21 0,04 2,00 0,08
Terças - extremo 4,21 0,04 1,00 0,04
Travessa - meio 4,21 0,04 2,00 0,08
Travessas - extremo 4,21 0,04 1,00 0,04

3.2. Sobrecarga na cobertura

De acordo com a NBR 6120 (ABNT, 2019) e NBR 8800 (ABNT, 2008), deve-se
considerar uma sobrecarga de 0,25 kN/m2, de caráter permanente, para coberturas com
acesso apenas para manutenção, em projeção horizontal. Admite-se que essa
sobrecarga englobe as cargas decorrentes de instalações elétricas e hidráulicas, de
isolamentos térmicos e acústicos e de pequenas peças eventualmente fixadas na
cobertura, até um limite superior de 0,05 kN/m2. A Tabela 3-2 apresenta esta carga
quando aplicada às terças.

Tabela 3-2 – Cargas lineares nas terças decorrentes da sobrecarga na cobertura


Elemento Peso (kN/m2) Largura de Influência (m) Peso (kN/m)
Terças - meio 0,25 2,00 0,50
Terças - extremo 0,25 1,00 0,25

10 de 111
Adicionalmente, deve-se aplicar em elementos isolados (terças e banzos
superiores) uma sobrecarga concentrada de 1 kN aplicada na posição mais
desfavorável desses elementos. Essa carga tem caráter variável.

3.3. Vento

A ação do vento foi calculada com base na NBR 6123 (ABNT, 1988), da seguinte
forma:
a) velocidade básica V0: 35 m/s (Rio de Janeiro entre as Isopletas de 30 m/s e
35 m/s). A favor da segurança, utilizou-se a maior;
b) fator topográfico S1: 1,0 (terreno plano ou fracamente acidentado);
c) fator rugosidade S2: A partir da categoria e classe foram obtidos os
parâmetros b (0,86), Fr (1,00) e p (0,12), para classe A e b (0,85), Fr (0,98) e
p (0,13), para classe B. O valor de S2 depende da altura z e é calculado
conforme:
𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏 × 𝐹𝑟 × ( ) (3.1)
10

• categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco


espaçados em zona florestal, industrial ou urbanizada. A cota média do
topo dos obstáculos é considerada igual a 10m. Exemplos: zonas de
parques e bosques com muitas árvores; cidades pequenas e seus
arredores; subúrbios densamente construídos de grandes cidades;
áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas;
• Classe A: Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e
peças individuais de estruturas sem vedação. Toda edificação na qual
a maior dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m. Utilizada para
o dimensionamento de terças, travessas, telhas e fechamentos laterais.
• Classe B: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m e
50 m. Utilizada para o restante da estrutura.
d) Fator estático S3: 0,95:
• grupo 3: Edificações e instalações industriais com baixo fator de
ocupação (depósitos, silos, construções rurais, etc.);
e) Velocidade característica e pressão dinâmica do vento:

𝑉𝑘 = 𝑉0 × 𝑆1 × 𝑆2 × 𝑆3 (3.2)

11 de 111
𝑞 = 0,613 × 𝑉𝑘2 (3.3)

A Tabela 3-3 mostra um resumo dos valores encontrados. Vale salientar que a
altura considerada foi ligeiramente superior à altura da estrutura pois o vento atua nas
superfícies de vedação e não diretamente na estrutura.

Tabela 3-3 – Valores de S2, Vk e q


Classe A Classe B
z (m) S2 Vk (m/s) q (kN/m2) S2 Vk (m/s) q (kN/m2)
5,00 0,79 26,31 0,42 0,76 25,27 0,39
10,00 0,86 28,60 0,50 0,83 27,60 0,47
12,67 0,88 29,42 0,53 0,86 28,60 0,50

f) Coeficiente de pressão e de forma, externos, para as paredes de edificações


de planta retangular, considerando a altura das paredes.
• altura relativa (h/b) = 12,00 m / 20,00 m = 0,6; 1/2 < h/b ≤ 3/2;
• proporção em planta (a/b) = 30,00 m / 20,00 m = 1,5; 1 ≤ a/b ≤ 3/2;
Para o vento a 0º, os valores dos coeficientes nas partes A1, B1, A2, B2, C e D
são obtidos na tabela 4 da norma NBR 6123 (ABNT, 1988). Da mesma forma, para o
vento a 90º, os valores dos coeficientes nas partes A, B, C1, C2, D1 e D2 podem ser
obtidos.
Os valores dos coeficientes nas partes A3 e B3 são obtidos por interpolação
linear, considerado Ce o mesmo valor das partes A2 e B2 para a/b = 1 e - 0,2 para a/b
> 2. Todos esses valores são mostrados na Figura 3.1.
A largura da parte A1 (B1) é dada pelo maior valor entre a/4 ou b/3 (menor que
2h), igual a 30,00 m / 4 = 7,50 m.
A largura da parte C1 (D1) é dada pelo menor valor entre 2h ou b/2, igual a 0,5
x 20,00 m = 10,00 m.
Para o cálculo das chapas de fechamento lateral, travessas e fixações, será
utilizado cpe médio, aplicado à parte de barlavento das paredes paralelas ao vento, em
uma distância dada pelo menor valor entre 0,2 b ou h, igual a 0,2 x 20,0 m = 4,00 m.
g) Coeficiente de pressão e de forma, externos, para telhado.
• Altura relativa (h/b) = 12,00 m / 20,00 m = 0,6; 1/2 < h/b ≤ 3/2;
• θ = 2,86º (os coeficientes foram obtidos pela interpolação dos dados
para θ = 0º e θ = 5º);
Para o vento a 0º, os valores dos coeficientes nas partes E, G, F, H são obtidos
na Tabela 5 da norma NBR 6123 (ABNT, 1988). Da mesma forma, para o vento a 90º,
os valores desses coeficientes podem ser obtidos.

12 de 111
Figura 3.1 – Coeficientes de pressão e forma atuando nas paredes. (a) Vento a 0º, (b) vento a
90º.

Os valores dos coeficientes nas partes I e J no vento a 0º são obtidos por


interpolação linear, considerado Ce o mesmo valor das partes F e H para a/b = 1 e - 0,2
para a/b > 2. Todos esses valores são mostrados na Figura 3.2, assim como os valores
do cpe médio.
Para o projeto das vedações, utiliza-se cpe médio e q calculado com Classe A.
Para o projeto das terças e acessórios, utiliza-se cpe médio próximo as cumeeiras e
beirais e Ce no restante, com q calculado com Classe A.
A largura da parte E/G é dada pelo maior valor entre a/4 ou b/3 (menor que 2h),
igual a 30,00 m / 4 = 7,50 m.
A largura da parte hachurada é o menor entre h ou 0,15b igual a 0,15 x 20,00 m
= 3,00 m;

Figura 3.2 – Coeficientes de pressão e forma atuando no telhado. (a) Vento a 0º, (b) vento a
90º e (c) cpe médio.

13 de 111
h) Coeficiente de pressão interna: Para a obtenção desses coeficientes levou-
se em conta a existência de duas paredes internas de alvenaria (não
representadas nos desenhos), do piso até o telhado, e dessa forma a
estrutura apresenta duas faces opostas igualmente permeáveis, as outras
faces impermeáveis:
• Vento perpendicular a uma face permeável: cpi = +0.2;
• Vento perpendicular a uma face impermeável: cpi = -0.3;
i) Combinações para o cálculo dos pórticos:
Após o cálculo dos coeficientes externos e internos se faz necessário combiná-
los para gerar as hipóteses de ação do vento.
As combinações de vento a 0º são simétricas e provocam sucção em todos os
componentes (duas paredes e duas águas). A que possui cpi = 0,2 apresenta magnitude
superior à outra em todos os componentes. Por essa razão, somente ela será
considerada. Das quatro combinações possíveis, a combinação vento a 0º e cpi = -0,30
não será utilizada, restando as demais para serem combinadas com as outras cargas.

Vento a 0º
I - cpi = 0,2 II - cpi = - 0,3

Vento a 90º
III - cpi = 0,2 IV - cpi = - 0,3

Figura 3.3 – Combinações para o cálculo dos pórticos.

j) Cargas de vento nos pórticos


As cargas atuantes nos pórticos estão apresentadas na Tabela 3-4. O cálculo foi
feito, para cada uma das hipóteses, da seguinte forma:

𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝑞𝑛 ( ) = 𝑑 (𝑚) × 𝑞 ( 2 ) × (𝐶𝑒 − 𝑐𝑝𝑖 ) (3.4)
𝑚 𝑚

14 de 111
sendo d (m) é o espaçamento entre os pórticos.

Tabela 3-4 – Cargas de vento atuantes nos pórticos


q (kN/m2) d dxq Combinação I Combinação III Combinação IV
(m) (kN/m) Coef. (C qI Coef. qIII Coef. (Ce qIV
e
- cpi) (kN/m) (Ce - cpi) (kN/m) - cpi) (kN/m)
1 0,39 6,00 2,34 -1,10 -2,57 0,50 1,17 1,00 2,34
2 0,47 6,00 2,82 -1,10 -3,10 0,50 1,41 1,00 2,82
3 0,50 6,00 3,00 -1,10 -3,30 0,50 1,50 1,00 3,00
4 0,50 6,00 3,00 -1,14 -3,42 -1,06 -3,18 -0,56 -1,68
5 0,50 6,00 3,00 -1,14 -3,42 -0,80 -2,40 -0,30 -0,90
6 0,50 6,00 3,00 -1,10 -3,30 -0,70 -2,10 -0,20 -0,60
7 0,47 6,00 2,82 -1,10 -3,10 -0,70 -1,97 -0,20 -0,56
8 0,39 6,00 2,34 -1,10 -2,57 -0,70 -1,64 -0,20 -0,47

Figura 3.4 – Esquema de atuação das cargas de vento nos pórticos.

k) Cargas de vento nas terças para o cálculo dos pórticos


Quando consideradas atuando nas terças, em vez de nos pórticos, o seguinte
cálculo é adotado:
𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝑞𝑛 ( ) = 𝐿 (𝑚) × 𝑞 ( 2 ) × (𝐶𝑒 − 𝑐𝑝𝑖 ) (3.5)
𝑚 𝑚

Onde L (m) é o espaçamento da terça ou travessa, que varia de acordo com


cada elemento.
A Figura 3.5 mostra a localização das cargas de vento, numeradas na Tabela
3-5, atuantes nas terças e travessas.

15 de 111
Tabela 3-5 – Cargas de vento atuantes nas terças
CI C III C IV CI C III C IV
Espaça- Espaça-
Trav. / qI qII qIII Trav. / qI qII qIII
mento mento
Terça (kN/m) kN/m (kN/m) Terça (kN/m) (kN/m) (kN/m)
(m) (m)
1 1,00 -0,43 0,20 0,39 14 1,00 -0,57 -0,40 -0,15
2 2,00 -0,86 0,39 0,78 15 2,00 -1,14 -0,80 -0,30
3 2,00 -0,86 0,39 0,78 16 2,00 -1,14 -0,80 -0,30
4 2,00 -1,03 0,47 0,94 17 2,00 -1,14 -0,80 -0,30
5 2,00 -1,03 0,47 0,94 18 2,00 -1,14 -0,80 -0,30
6 2,00 -1,07 0,49 0,97 19 1,00 -0,57 -0,40 -0,15
7 1,00 -0,55 0,25 0,50 20 1,00 -0,55 -0,35 -0,10
8 1,00 -0,57 -0,53 -0,28 21 2,00 -1,07 -0,68 -0,19
9 2,00 -1,14 -1,06 -0,56 22 2,00 -1,03 -0,66 -0,19
10 2,00 -1,14 -1,06 -0,56 23 2,00 -1,03 -0,66 -0,19
11 2,00 -1,14 -1,06 -0,56 24 2,00 -0,86 -0,55 -0,16
12 2,00 -1,14 -1,06 -0,56 25 2,00 -0,86 -0,55 -0,16
13 1,00 -0,57 -0,53 -0,28 26 1,00 -0,43 -0,27 -0,08

Figura 3.5 – Localização das terças onde incide a ação do vento.

l) Cargas para o dimensionamento das telhas, terças, fechamentos laterais,


travessas e fixações.

Tabela 3-6 – Cargas de vento atuantes nas terças (cumeeira) e travessas (beirais)
q (kN/m2) Coef. (cpe - cpi) Espaçamento (m) qI (kN/m)
0,53 - 2,2 2,00 - 2,33

Como todas as terças e travessas possuem o mesmo perfil, será considerada


apenas a carga referente ao pior caso.

Tabela 3-7 – Cargas de vento atuantes nas telhas e fechamentos laterais


q (kN/m2) Coef. (cpe - cpi) qI (kN/m2)
0,53 - 2,2 - 1,17

16 de 111
3.4. Efeito da ponte rolante

Para o cálculo dos efeitos induzidos na estrutura pela ponte rolante devido aos
movimentos transversais do carro e de içamento da carga, assim como o movimento
longitudinal da ponte, se faz necessário, primeiramente, a obtenção dos dados da ponte,
normalmente disponibilizadas pelos fabricantes.
Neste trabalho os dados foram obtidos através da Tabela C-38 (BELLEI, 1998).

Figura 3.6 – Esquema de uma ponte rolante (BELLEI, 1998).

Tabela 3-8 – Valores típicos para pontes rolantes (BELLEI, 1998)


Capacidade Vão Folga Altura Peso Peso Carga
máxima mínima mínima trole ponte roda
Q A B C F G
kN (tf) m mm mm mm mm kN (tf) kN (tf) kN (tf)
80 (≈ 8) 18–24 200 1300 3200 4200 26,5 147,5 80,0
(≈ 2,6) (≈ 15,0) (≈ 8,1)

3.4.1. Características da ponte rolante

• Controle remoto;
• Capacidade (carga içada): 80 kN ≈ 8,2 tf;
• Vão (distância entre trilhos): 19,296 m (18 – 24 m);
• Peso trole: 26,5 kN (2,6 tf);
• Peso total: 147,5 kN (15 tf);
• Coef. Impacto vertical: 10% (controle remoto);
• Fadiga: Condições de carregamento 2 de 100.000 a 500.000 ciclos;
• B = 200 mm;
• C = 1300 mm;
• F = 3200 mm;
• G = 4200 mm.

17 de 111
3.4.2. Força vertical (P)

• Pmax por roda: 80 kN (8,1 tf) x 1,1 = 88 kN;


• Pmin por roda: 40% x 80 kN = 32 kN (3,3 tf) x 1,1 = 35,2 kN;

3.4.3. Força horizontal transversal à viga de rolamento (HT)

Tabela 3-9 – Valores de HT


Cálculo Carga de cada lado Carga por roda
10% de (CI + Trole) 10% x (80 + 26,5) kN = 10,7 kN 5,4 kN
5% de (CI + Ptotal) 5% x (80 + 147,5) kN = 11,4 kN 5,7 kN
15% de CI 15% x 80 kN = 12 kN 6 kN

Utilizou-se 15% de CI para HT.

3.4.4. Força horizontal longitudinal de frenagem (HL)

HL é igual a 20% da carga máxima por roda motriz x número de rodas motrizes,
com cada lado da ponte (trilho) possuindo uma roda motriz.
HL = 20% x 80 kN x 1 = 16 kN.

18 de 111
4. COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Para uma combinação normal de ações, os coeficientes de majoração utilizados


são mostrados abaixo, onde os valores entre parênteses representam efeitos
favoráveis:
Ações permanentes (γg):
• Peso próprio de estruturas metálicas: 1,25 (1,00);
• Peso próprio de elementos construtivos em geral e equipamentos: 1,50 (1,00);
Ações variáveis (γq):
• Ação do vento: 1,40 (0,00);
• Demais ações variáveis: 1,50 (0,00) NBR 8800 (ABNT, 2008) / 1,30 (0,00)
NBR 14762 (ABNT, 2010).
Para uma combinação normal de ações, os fatores de combinação utilizados são
os seguintes:
• Vento – Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral: 0,6;
• Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos – Vigas de rolamentos de pontes
rolantes: 1,0 NBR 8800 (ABNT, 2008);
• Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos – Pilares e outros elementos ou
subestruturas que suportam vigas de rolamento de pontes rolantes: 0,7.
Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:

𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞1 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 𝛾𝑞𝑗 𝜓0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 (4.1)

Onde:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 representa os valores característicos das ações permanentes;
𝐹𝑄1,𝑘 é o valor característico da ação variável considerada principal para a
combinação;
𝐹𝑄𝑗,𝑘 representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar
concomitantemente com a ação variável principal.
No presente projeto atuam as seguintes ações: peso próprio (PP), sobrecarga
na cobertura (Q1), carga concentrada (Q2), ponte rolante vertical (PRV), ponte rolante
horizontal (PRh+ e PRh-) e Vento (V).
Cabe ressaltar que as cargas verticais da ponte rolante podem assumir duas
configurações, a depender se o carro e a carga içada estão em um extremo (eixo A) ou
no outro (eixo B). Como a estrutura apresenta carregamentos assimétricos, ambas as
configurações foram consideradas.

19 de 111
As combinações presentes nas Tabela 4-1 e Tabela 4-2 foram geradas pelas
NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010), respectivamente, para o modelo
principal. Essas tabelas podem ser divididas em duas partes: a primeira, com as
combinações 1 a 4, se refere às situações em que as cargas permanentes são
favoráveis a estrutura e as cargas de vento e ponte rolante horizontal são desfavoráveis.
Neste caso, nas combinações 1 e 2 a carga de vento é a ação variável principal e, nas
combinações 3 e 4 as cargas horizontais da ponte são as principais.
Na segunda situação, prevista nas combinações 5 a 10, todas as cargas atuam
solicitando desfavoravelmente a estrutura.

Tabela 4-1 – Combinações para o dimensionamento da estrutura. NBR 8800 (ABNT, 2008)
Permanentes Variáveis
Comb. PP Q1 PRv(I,II) PRh+ PRh- V(I,III,IV)
1 1,00 1,00 1,05 1,40
2 1,00 1,00 1,05 1,40
3 1,00 1,00 1,50 0,84
4 1,00 1,00 1,50 0,84
5 1,25 1,50 1,05 1,05 1,40
6 1,25 1,50 1,05 1,05 1,40
7 1,25 1,50 1,50 1,05 0,84
8 1,25 1,50 1,50 1,05 0,84
9 1,25 1,50 1,05 1,50 0,84
10 1,25 1,50 1,05 1,50 0,84

Tabela 4-2 – Combinações para o dimensionamento da estrutura. NBR 14762 (ABNT, 2010)
Permanentes Variáveis
Comb. PP Q1 PRv(I,II) PRh+ PRh- V(I,III,IV)
1 1,00 1,00 0,91 1,40
2 1,00 1,00 0,91 1,40
3 1,00 1,00 1,30 0,84
4 1,00 1,00 1,30 0,84
5 1,25 1,50 0,91 0,91 1,40
6 1,25 1,50 0,91 0,91 1,40
7 1,25 1,50 1,30 0,91 0,84
8 1,25 1,50 1,30 0,91 0,84
9 1,25 1,50 0,91 1,30 0,84
10 1,25 1,50 0,91 1,30 0,84

A carga içada pela ponte rolante pode assumir duas posições mais desfavoráveis
na direção transversal, uma próxima ao pilar direito e outra próxima ao pilar esquerdo.
Dessa forma, PRv pode assumir duas condições, PRvI e PRvII. A estrutura é simétrica
e consequentemente as ações de peso próprio também são, assim como as ações de
sobrecarga e de vento a 0º (I). Entretanto, devido à assimetria das condições de V90º

20 de 111
(III) e V90º (IV), se faz necessário considerar as duas posições da ponte rolante. Se
todos os carregamentos fossem simétricos, bastaria considerar apenas uma condição
da ponte. O vento assume três condições e consequentemente V pode ser VI, VIII e VIV.
Dessa forma, são 10 combinações para cada ação vertical da ponte e para cada
um dos três ventos, havendo um total de 60 combinações para cada norma de
dimensionamento ou 120 combinações no total.
Para o dimensionamento isolado das vigas de rolamento, as seguintes
combinações foram utilizadas:

Tabela 4-3 – Combinações para o dimensionamento das vigas de rolamento


Permanentes Variáveis
Comb. PP PRv1 PRv2 PRh
1 1,25 1,50 1,05
2 1,25 1,50 1,05

Para verificar terças e banzos superiores, foi considerada uma carga


concentrada de 1 kN atuando isoladamente no ponto mais desfavorável.

Tabela 4-4 – Combinações para a verificação dos banzos superiores e terças


Permanentes Variáveis
Comb. PP Q1 Q2
1 1,25 1,50 1,50

Para o estado limite de serviço aplicou-se a seguinte expressão:

𝐹𝑠𝑒𝑟 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ∑ 𝜓2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 (4.2)

Para uma combinação quase permanente de serviço, os fatores de combinação


utilizados foram os seguintes:
• Vento – Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral: 0;
• Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos – Vigas de rolamentos de pontes
rolantes: 0,5 - NBR 8800 (ABNT, 2008);
• Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos – Pilares e outros elementos ou
subestruturas que suportam vigas de rolamento de pontes rolantes: 0,4.

Tabela 4-5 – Combinações ELS para a estrutura (1 e 2) e viga de rolamento (3 e 4)


Permanentes Variáveis
Comb. PP Q1 PRv PRh+ PRh- V
1 1,00 1,00 0,4 0,4 0
2 1,00 1,00 0,4 0,4 0
3 1,00 1,00 0,5 0,5 0
4 1,00 1,00 0,5 0,5 0

21 de 111
5. MODELO ESTRUTURAL

5.1. Descrição geral

O modelo estrutural adotado foi o de 6 pórticos engastados nos apoios,


espaçados de 6 m entre si, compostos por pilares laminadas e travados
longitudinalmente por vigas também laminadas. O pilar é ligado rigidamente aos
consoles de apoio da viga de rolamento e de forma flexível às vigas de travamento,
ambos formados por perfis laminados. As ligações são aparafusadas.
As vigas treliçadas são compostas de perfis dobrados. Os banzos e diagonais
extremas são ligadas aos pilares com ligações flexíveis por meio de chapas gousset
soldadas aos pilares. Os banzos são compostos por três barras, sendo duas de 5,00 m
e uma de 10,00 m, unidas rigidamente umas às outras através de chapas de emenda.
No banzo superior o perfil é levemente dobrado (5,73º), as mesas cortadas e soldadas
de forma a produzir o trecho da cumeeira.
As diagonais e os montantes são compostos por perfis de tamanhos variados, a
depender da angulação, e unidos entre si e aos banzos através de ligações
aparafusadas com a utilização de chapas gousset, conferindo, assim, a característica
de ligações flexíveis.
A Figura 5.1 apresenta a vista de elevação frontal dos pórticos, mostrando os
elementos pilares, consoles, banzos, diagonais, montantes e ligações com a base.

Figura 5.1 – Modelo estrutural de pórticos. Vista de elevação fontal.

22 de 111
Adotou-se também contraventamentos verticais entre pilares, e no plano dos
banzos superiores, com o objetivo de melhorar a estabilidade com relação à flambagem
global e lateral, além de uma melhor distribuição dos esforços horizontais. Segundo
BELLEI (1998), quando o galpão possui ponte rolante, os contraventamentos verticais
devem ser feitos até a ponte rolante e acima desta. Os contraventamentos no plano dos
banzos superiores são adotados nas duas direções devido à ação horizontal do vento e
são responsáveis pelo travamento do banzo superior. Para o travamento dos banzo
inferiores, foi adotada a solução de mão francesa a 45º, a partir das terças da cobertura.
Os contraventamentos são compostos por barras trefiladas de tamanhos variados e
funcionam como tirantes, resistindo apenas a tração, exceto as mãos francesas,
formadas por perfis U e ligadas rigidamente às terças e banzos inferiores.
Os perfis utilizados para as terças possuem boa resistência à flexão em relação
à um dos eixos, tendo uma resistência bem menor em relação ao outro. Como as
coberturas são inclinadas, há flexão nas duas direções, havendo a necessidade de
diminuir o vão na direção de menor resistência. Diferentemente das terças, as travessas
têm as cargas de peso próprio atuando perpendicularmente ao eixo de menor
resistência, havendo uma necessidade ainda maior de se reduzir o vão entre os apoios.
Em ambos os casos essa redução pode ser feita com a utilização de “correntes” flexíveis
e rígidas entre as barras superiores pois essas sofrerão compressão.
A Figura 5.2 apresenta a vista de elevação lateral no plano dos pilares,
mostrando os 6 pórticos, tirantes de contraventamento em “X”, “correntes” flexíveis e
rígidas, travessas de fechamento, vigas de travamento e ligações com a base.

Figura 5.2 – Elementos estruturais na vista de elevação lateral no plano dos pilares.

A Figura 5.3 apresenta a vista superior da cobertura, mostrando os 6 pórticos,


terças e vigas de travamento. Os elementos de travamento também são representados:

23 de 111
tirantes de contraventamento em “X” em ambas as direções e “correntes” flexíveis e
rígidas para travamento das terças.

Figura 5.3 – Elementos estruturais no plano da cobertura.

A Figura 5.4 mostra uma elevação com a disposição das mãos francesas.

Figura 5.4 – Elevação com a disposição das mãos francesas saindo das terças da
cobertura.

As cargas de peso próprio das telhas são aplicadas na mesa superior das terças,
fora do centro de cisalhamento, ocasionado tensões cisalhantes devidas à flexão e à
torção. Quando a terça é colocada com a “boca” para baixo, a componente horizontal
do peso próprio atua de forma a incrementar o a tensão devida à torção. Quando a
“boca” está para cima, o oposto ocorre. Haja vista que a magnitude da tensão devida à
torção é muito maior que à devida a flexão, tem-se a razão pela qual a escolha desse
projeto foi a “boca” virada para cima. Cabe ressaltar que essa solução não considera
aspectos de manutenção como o possível acúmulo de poeira e água nas terças,
situação que pode ser problemática do ponto de vista de manutenção.

24 de 111
As terças, travessas de fechamento, vigas de rolamento e vigas de travamento
seguem o modelo simplesmente apoiado nas suas estruturas de suporte, onde não há
transmissão de momentos fletores. As terças possuem inclinação em relação ao plano
horizontal para acompanhar a inclinação do telhado.
Esses modelos também foram utilizados de forma isolada com a finalidade de
dimensionamento da viga de rolamento e da verificação das terças para carga isolada.

Figura 5.5 – Modelo estrutural das terças, travessas e vigas.

Os consoles possuem ligação em balanço (engastado e livre).

Figura 5.6 – Modelo estrutural dos consoles.

As telhas e fechamentos laterais não foram consideradas no modelo, uma vez


que o fabricante fornece as informações necessárias para a escolha desses elementos,
assim como para o dimensionamento da estrutura, tais como resistência e peso.
Na Figura 5.7 é possível ver o modelo computacional 3D contemplando todos os
elementos da estrutura e linhas de eixo. Foram adotadas cores e camadas diferentes
para cada elemento, de forma a prover uma melhor visualização do modelo completo.

Figura 5.7 – Modelo computacional 3D completo da estrutura.

25 de 111
5.2. Transmissão das cargas e função dos elementos

As cargas provenientes do vento incidem sobre as telhas e são transmitidas para


as terças e travessas junto com o peso próprio daquelas. As terças, além de absorverem
essas cargas, ainda são dimensionadas para suportar uma sobrecarga concentrada
devido à manutenção e outra, distribuída, devido aos componentes da cobertura como
iluminação, por exemplo. Essas cargas, juntamente com o peso das terças são
transmitidas aos nós dos banzos superiores das vigas treliçadas. Na sequência, todas
essas cargas, o peso próprio da viga treliçada e eventualmente uma carga concentrada
de manutenção atuante no banzo superior são transmitidas aos pilares. Os pilares, por
sua vez, além de suportarem o seu peso próprio, suportam as cargas provenientes das
travessas, das vigas de travamento, e dos consoles. Estes, por fim, recebem o
carregamento das vigas de rolamento, dimensionadas para receber as cargas do trilho,
acessórios e da ponte rolante.
A viga de travamento garante uma ligação longitudinal entre os pórticos. Os
tirantes trabalham à tração e tem a função de reduzir comprimentos de flambagem,
assim como distribuir melhor as forças horizontais.
As mãos francesas têm como função o travamento do banzo inferior fora do
plano da treliça e as “correntes” têm a função de reduzir os vãos de terças e travessas.

5.3. Flambagem e flambagem lateral

Para terças, travessas, montantes, diagonais, vigas de rolamento, vigas de


travamento, mãos francesas e “correntes” rígidas o coeficiente de flambagem (K) é igual
a 1, ou seja, o comprimento de flambagem é o próprio comprimento da peça, em ambos
os planos.
No caso dos banzos, considerou-se o travamento provocado pelas diagonais e
montantes em um plano e pelas terças, contraventamentos e mãos francesas no outro.
O comprimento de flambagem é o comprimento dos elementos entre os travamentos.
Cabe ressaltar que uma melhor solução do ponto de vista de travamento do banzo
inferior seria a utilização de vigas treliçadas para o travamento da estrutura, no lugar de
vigas de alma cheia.
Os consoles têm o coeficiente de flambagem (K) igual a 2, ou seja, o
comprimento de flambagem é o dobro do comprimento da peça, em ambos os planos.
Os pilares são travados no plano transversal pelas vigas treliçadas e no plano
longitudinal pelas vigas de travamento e contraventamentos. A Figura 5.8 mostra os

26 de 111
parâmetros K de flambagem, teóricos (Kt) e recomendados (Kr), dos dois sistemas
estruturais utilizados. Neste projeto utilizou-se o K recomendado.
Em todos os casos considerou-se o comprimento destravado em ambas as abas
(superior e inferior) igual ao comprimento de flambagem e o fator de modificação para
o momento crítico Cb igual a 1.

Figura 5.8 – Coeficientes K de flambagem, teóricos (Kt) e recomendados (Kr), em: (a)
plano transversal, (b) plano longitudinal.

27 de 111
6. ANÁLISE ESTRUTURAL

6.1. Disposição dos carregamentos atuantes

O objetivo desta seção é demonstrar e justificar os pontos de aplicação e


distribuição das cargas ao longo do modelo adotado. As cargas já foram apresentadas
e calculadas nas seções precedentes.

6.1.1. Peso próprio

As cargas devido ao peso próprio atuam uniformemente ao longo do


comprimento das peças, sempre no sentido negativo do eixo z global. Elas são
diferentes em cada peça da estrutura, a depender do perfil (seção) adotado. As cargas
dos trilhos e acessórios também foram alocadas como cargas uniformemente
distribuídas ao longo das vigas de rolamento. As cargas das telhas e fechamentos
laterais foram alocadas como cargas uniformemente distribuídas sobre as terças e
travessas, respectivamente, a depender das áreas de influências dessas, ou seja, os
elementos de extremidade são menos carregados que os centrais por receberem carga
de uma área menor.
A Figura 6.1 apresenta duas cargas de peso próprio: uma referente à própria
terça (embaixo) e outra referente ao peso das telhas (em cima). A mesma situação
ocorre com as travessas e vigas de rolamento.

Figura 6.1 – Aplicação das cargas de peso próprio nas terças.

6.1.2. Sobrecarga na cobertura

A sobrecarga atuante na cobertura foi alocada como carga uniformemente


distribuída sobre as terças, novamente considerando as áreas de influências dessas.

28 de 111
Figura 6.2 – Aplicação das ações de sobrecarga na cobertura nas terças.

A verificação das terças (Figura 6.3 (a)) e banzos superiores (Figura 6.3 (b))
como elementos isolados foi feita aplicando-se uma carga concentrada no ponto mais
desfavorável, ou seja, na posição central desses elementos, conforme Figura 6.3.

Figura 6.3 – Aplicação das cargas concentradas para verificação. (a) Terça, (b) banzo superior.

6.1.3. Vento

As cargas de vento podem atuar de três formas distintas: Vento a 0º e vento a


90º nas combinações III e IV. Em todos os casos elas foram consideradas atuando
diretamente sobre as terças e travessas, de forma uniformemente distribuída, embora
na realidade estas cargas estejam atuando sobre as telhas. As ações do vento sempre
atuam perpendicularmente as áreas sobre as quais incidem, ou seja, horizontalmente
no fechamento lateral e inclinada no telhado.
A Figura 6.4 mostra a aplicação das cargas de vento a 0º ao longo das travessas
e terças.
A Figura 6.5 mostra a aplicação das cargas de vento a 90º (III) ao longo das
travessas e terças, na vista computacional 3D do programa utilizado.

29 de 111
Figura 6.4 – Aplicação das cargas de vento nos pórticos. Vento a 0º (I), vista frontal.

Figura 6.5 – Aplicação das cargas de vento nos pórticos. Vento a 90º (III), vista 3D.

30 de 111
6.1.4. Ponte rolante

As cargas provenientes da ponte rolante e que são de interesse para o


dimensionamento da estrutura são as verticais e horizontais transversais à viga de
rolamento.
Como a carga da ponte rolante é uma carga móvel, se faz necessário analisar o
trem tipo se deslocando sobre a viga de rolamento para que se chegue à situação mais
desfavorável para as reações nos apoios, transmitidas aos pilares, esforços cortantes e
momentos fletores utilizados para o dimensionamento da viga.

Figura 6.6 – Trem tipo.

Pela análise das reações nos apoios, verifica-se que o pior caso ocorre quando
o trem tipo está com uma das rodas sobre o apoio dos pilares, conforme as Figura 6.7
e Figura 6.8:

Figura 6.7 – Reação no apoio para diferentes posições do trem tipo.

Figura 6.8 – Envoltória nos apoios.

31 de 111
Da mesma forma que para as reações nos apoios, a pior situação para o esforço
cortante ocorre com o trem tipo no apoio, conforme mostra a Figura 6.9.

Figura 6.9 – Envoltória para os esforços cortantes.

Para o momento fletor, a pior situação ocorre com o trem tipo distante 2,15 m do
apoio, conforme mostra a Figura 6.10.

Figura 6.10 – Envoltória para o momento fletor.

Os resultados apresentados para as piores solicitações também podem ser


obtidos também com expressões disponíveis em AISC (2011).
Dessa forma, as cargas verticais podem ocorrer em duas posições distintas,
nunca simultaneamente. O mesmo ocorre com as cargas horizontais. As cargas
verticais podem ocorrer em simultâneo com as cargas horizontais.
Na Figura 6.11 (a) é possível ver a aplicação das cargas verticais na pior posição
para a reação nos apoios (pilares) e da horizontal em um sentido. Na Figura 6.11 (b) é
possível ver a aplicação das cargas verticais na pior posição para o momento fletor e da
horizontal no outro sentido. Entre parênteses está a carga vertical no lado menos
solicitado.

Figura 6.11 – Aplicação das cargas verticais (kN) da ponte rolante. (a) Posição que ocorrem as
máximas reações nos apoios, (b) posição que ocorrem os momentos fletores máximos.

32 de 111
6.2. Solicitações e flechas devidas às ações características

Esta etapa tem por objetivo a avaliação dos esforços internos solicitantes e
flechas resultantes dos carregamentos característicos, ou seja, não são utilizadas
combinações e sim as cargas atuando de forma isolada, além de uma visão geral do
deslocamento da estrutura.
A análise de cada uma das cargas que atuam na estrutura, de forma isolada,
tem a função de identificar a coerência dos resultados, de acordo com a teoria de análise
das estruturas, sendo de fundamental importância pois é uma forma bastante eficiente
de se identificar eventuais erros na construção do modelo e/ou aplicação dos
carregamentos. Cabe ressaltar que essa análise avalia a estrutura como um todo,
considerando a interação entre os componentes, e não cada peça isoladamente.
O código de cores utilizado a seguir será o seguinte: esforços axiais N estão
representados em verde, esforços cortantes Vy em rosa, esforços cortantes Vz em azul
escuro, momentos torsores Mt em roxo, momentos fletores My em verde, momentos
fletores Mz em azul marinho, flechas F em laranja e deslocamentos D em vermelho.
Os esforços estão em escalas variadas, para uma melhor clareza dos diagramas
e os eixos representados são sempre os eixos locais de cada elemento.
Quando não há menção a determinada ação e/ou solicitação, é porque esta não
é relevante para o elemento analisado.

6.2.1. Terças – Perfil Ue 200x75x25x3,00 - #11

Para as diferentes hipóteses de carregamento, os seguintes esforços atuam nas


terças:

Tabela 6-1 – Valores máximos dos esforços nas terças


Ação N (kN) VY (kN) VZ (kN) MY (kN.m) MZ (kN.m) Flecha (mm)
Peso próprio 0,70 0,02 0,53 0,81 0,02 2,2
Sobrecarga 1,70 0,04 1,49 2,23 0,03 6,1
Ponte vertical 1,43 - - - - -
Ponte horizontal - 6,49 - - - - -
Vento a 0º (I) - 3,98 - 3,41 - 5,09 - - 13,9
Vento a 90º (III) - 6,18 - 3,17 - 4,75 - - 13,0
Vento a 90º (IV) - 4,53 - 1,68 - 2,50 - - 6,8
Carga concentrada - - 0,5 1,49 - 3,3

Utilizou-se a hipótese de peso próprio para verificar a validade do modelo. Nessa


condição atuam sobre as terças, além do peso próprio (p.p.) das barras, o p.p. e a tração

33 de 111
imputadas pelas “correntes”, ambas atuando no meio do vão. Os valores máximos
obtidos estão de acordo com a teoria, conforme verificado a seguir:

𝑞𝑙 𝐹
𝑉𝑌 = + (6.1)
2 2
𝑘𝑁
(0,088 + 0,083) × 𝑠𝑒𝑛 (2,86º) × 6 𝑚 − 0,02 𝑘𝑁
𝑉𝑌 = 𝑚 + = 0,02 𝑘𝑁
2 2
𝑞𝑙 𝐹
𝑉𝑍 = + (6.2)
2 2
𝑘𝑁
(0,088 + 0,083) × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º) × 6 𝑚 0,031 𝑘𝑁 × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º)
𝑉𝑍 = 𝑚 + = 0,53 𝑘𝑁
2 2
𝑞 𝑙2 𝐹 𝑙
𝑀𝑌 = + (6.3)
8 4
𝑘𝑁
( 0,088 + 0,083) × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º) × (6 𝑚)2 0,031 𝑘𝑁 × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º) × 6 𝑚
𝑀𝑌 = 𝑚 + = 0,81 𝑘𝑁. 𝑚
8 4
2
𝑞𝑙 𝐹𝑙 (6.4)
𝑀𝑍 = +
8 4
𝑘𝑁
( 0,088 + 0,083) × 𝑠𝑒𝑛 (2,86º) × (6 𝑚)2 −0,02 𝑘𝑁 × 6 𝑚
𝑀𝑍 = 𝑚 + = 0,02 𝑘𝑁. 𝑚
8 4
5 𝑞 𝑙4 1 𝐹 𝑙3
𝑓𝑋𝑍 = × + × (6.5)
384 𝐸𝐼 48 𝐸𝐼
5 𝑘𝑁 (6 𝑚)4
𝑓𝑋𝑍 = × ( 0,088 + 0,083) × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º) ×
384 𝑚 200000 𝑀𝑃𝑎 𝑥 694 𝑐𝑚4
1 (6 𝑚)3
+ × 0,031 𝑘𝑁 × 𝑐𝑜𝑠 (2,86º) × = 2,2 𝑚𝑚
48 200000 𝑀𝑃𝑎 𝑥 694 𝑐𝑚4

Figura 6.12 – Esforços solicitantes nas terças devido ao peso próprio.

As solicitações devido à sobrecarga resultam em diagramas semelhantes aos de


peso próprio, entretanto, com magnitude superior.
As ações da ponte rolante não atuam diretamente nas terças, entretanto, geram
esforços axiais, somente.
Diferentemente do peso próprio, o vento atua perpendicularmente à superfície
das terças, sendo mais crítico quando está a 0º, gerando esforços cortantes e momentos
fletores em somente uma direção, em sentido oposto àquelas cargas.

34 de 111
Figura 6.13 – Esforços solicitantes nas terças devido ao vento a 0º (I).

Por fim, a verificação adicional com uma carga concentrada de 1 kN atuando na


posição mais desfavorável provoca os esforços mostrados na Figura 6.14.

Figura 6.14 – Esforços solicitantes nas terças devido a carga concentrada de 1 kN.

6.2.2. Travessas – Perfil Ue 200x75x25x3,00 - #11

Para as diferentes hipóteses de carregamento, os seguintes esforços atuam nas


travessas:

Tabela 6-2 – Valores máximos dos esforços nas terças


Ação N (kN) VY (kN) VZ (kN) MY (kN.m) MZ (kN.m) Flecha (mm)
Peso próprio - 0,30 - - 0,14 1,0
Sobrecarga - - - - - -
Ponte vertical 0,88 - - - - -
Ponte horizontal - - - - - -
Vento a 0º (I) 0,86 - 3,21 4,81 - 13,1
Vento a 90º (III) 0,97 - 2,03 3,05 - 6,0
Vento a 90º (IV) 0,60 - 2,91 4,35 - 8,3

Para as ações de peso próprio, as travessas exibem comportamento semelhante


às terças, exceto pelo fato de não estarem inclinadas, gerando esforços cortantes e
momentos fletores em somente uma direção.
Com relação à flecha, é possível verificar um comportamento diferente.
Enquanto nas terças a ação do peso próprio atua predominantemente perpendicular ao

35 de 111
eixo de maior inercia, nas travessas ela atua perpendicular ao eixo de menor inercia,
resultando em flechas superiores.

5 𝑘𝑁 (6 𝑚)4
𝑓= × (0,088 + 0,083) ×
384 𝑚 200000 𝑀𝑃𝑎 𝑥 87 𝑐𝑚4
1 (6 𝑚)3
+ × −0,608 𝑘𝑁 × = 16,6 𝑚𝑚 − 15,7 𝑚𝑚 = 0,9 𝑚𝑚
48 200000 𝑀𝑃𝑎 𝑥 87 𝑐𝑚4

Figura 6.15 – Esforços solicitantes nas travessas devido ao peso próprio.

A partir da equação acima e da Figura 6.15 é possível observar como as


“correntes” têm um papel importante na diminuição dos esforços cortantes, momentos
fletores e flechas nas terças.
As ações de sobrecarga não produzem solicitações nas travessas.
As ações da ponte rolante produzem esforços axiais, somente, da mesma forma
que ocorre com as terças.
As cargas de vento produzem efeito semelhante aos produzidos pelo peso
próprio, só que perpendicular ao eixo de maior inércia. Elas atuam de forma simétrica
nos pórticos, para a condição a 0º, e assimétrica, para 90º.

Figura 6.16 – Esforços solicitantes nas travessas devido ao vento a 0º (I).

6.2.3. Vigas treliçadas (banzos, diagonais e montantes)

Na Tabela 6-3 são apresentados os perfis utilizados na viga treliçada.

36 de 111
Tabela 6-3 – Perfis utilizados na treliça
Elemento Banzo superior Banzo inferior Montante
2 Diagonais externas Diagonal centrais
Perfil U 150x75x8,00 - #02 U 150x75x6,30 - #03 U 150x75x3,00 - #11

A principal característica desses elementos é ser solicitado essencialmente por


esforços axiais. As cargas de peso próprio induzem esforços de compressão no banzo
superior e tração no banzo inferior, além de compressão nas diagonais e tração nos
montantes. Para as barras inclinadas e verticais, devido à ação do peso próprio o
esforço de compressão aumenta e o de tração diminui ao longo do elemento. Também
se verifica uma diminuição das solicitações nos banzos em direção aos pilares, fazendo
com que estes sejam mais solicitados próximos ao eixo central da viga. Comportamento
oposto ocorre com as diagonais e montantes, que são mais solicitados próximo aos
pilares. Por essa razão, optou-se por utilizar um perfil mais resistente nas duas
diagonais próximas aos pilares.
A viga se comporta da mesma forma para a ação de sobrecarga, com a única
diferença que não há variação de esforço ao longo do elemento.
Não há esforço axial devido a ação da ponte rolante.
Para a ação do vento, é possível observar a inversão de sinais em relação as
cargas anteriores, ou seja, o banzo superior passa a ficar tracionado, assim como as
diagonais, enquanto os inferiores e montantes ficam comprimidos.
A Tabela 6-4 fornece os valores máximos de esforços axiais para cada um dos
elementos da viga treliçada, onde o sinal negativo indica compressão, e a Figura 6.17
mostra os esforços na viga.

Tabela 6-4 – Valores máximos dos esforços axiais N (kN) atuantes nas treliças
Elemento Banzo superior Banzo inferior Diagonal Montante
Peso próprio - 29,16 26,59 - 22,84 8,17
Sobrecarga - 41,07 37,22 - 32,31 10,76
Vento a 0º (I) 89,44 - 63,04 74,53 - 24,87
Vento a 90º (III) 77,44 - 66,98 72,71 - 24,61
Vento a 90º (IV) 38,26 - 39,68 39,97 - 13,69

Figura 6.17 – Esforços axiais nas vigas treliçadas para as ações de sobrecarga.

37 de 111
Foi realizada uma verificação para um dos nós, na condição de atuação da
sobrecarga, de acordo com a teoria de treliças, conforme Figura 6.18.

Figura 6.18 – Cargas atuantes em um dos nós da treliça devido à sobrecarga.

∑ 𝐹𝑥 = (36,601 − 26,392) × cos(2,86º) − 12,065 × cos(32,02º) = 0

∑ 𝐹𝑦 = (36,601 − 26,392) × sen(2,86º) − 12,065 × sen(32,02º) + 3 + 3,078 = 0

Por questões construtivas, houve a necessidade de não apoiar as terças de


cumeeira e extremidade no nós, o que gerou “picos” de esforços cortantes Vy e
momentos fletores Mz. Entretanto, dada a proximidade dos nós, esses “picos” não foram
significativos, tendo valores máximos VY de 3,27 kN e MZ de 0,93 kN.m para a ação do
vento a 0º (I).
Com relação as flechas, estas ocorrem com maior magnitude no banzo superior,
para todas as condições de carregamento, sendo a condição mais severa devido a ação
do vento a 0º (I), em sentido oposto a provocada pelo peso próprio e sobrecarga.
Diagonais e montantes apresentam flechas apenas na condição de peso próprio.
A Tabela 6-5 apresenta os valores das flechas máximas e a Figura 6.19
diagrama das flechas para ação de sobrecarga (a) e vento a 0º (I) (b).

Tabela 6-5 – Valores máximos de flechas nos banzos superiores (mm)


Solicitação Peso próprio Sobrecarga V0º V90º (III) V90º (IV)
Flecha 5,3 7,6 14,2 13,7 7,6

Figura 6.19 – Flechas nos banzos da viga treliçada.

38 de 111
Por fim, a verificação adicional com uma carga concentrada de 1 kN atuando na
posição mais desfavorável provoca esforço cortante VY de 0,50 kN, momento fletor MZ
de 0,35 kN.m, e flecha de 0,7 mm, apresentando mesmo perfil que para as terças,
conforme Figura 6.14.

6.2.4. Pilares – Perfil W 360 x 122

As Figura 6.20 e Figura 6.21 mostram os resultados dos esforços solicitantes


atuando nos pilares. A figura (a) representa a condição de carregamento de peso
próprio, a figura (b) de sobrecarga, a figura (c) da ponte rolante vertical, a figura (d) da
ponte rolante horizontal, a figura (e) de vento 0º e a figura (f) de vento a 90º.
Para as ações de peso próprio (figura (a)), é possível verificar um incremento
gradual no esforço axial devido ao peso próprio dos pilares, além de grandes “saltos”
nas ligações com o banzo inferior/diagonal e consoles, devido a grande quantidade de
carga vertical (eixo global) transmitida por esses elementos. Também é possível verificar
pequenos saltos nas ligações com as travessas e banzo superior, devido a menor
quantidade de carga transmitidas por esses elementos.
Com relação ao esforço cortante, há uma solicitação a partir da ligação com o
banzo superior devido à transmissão de esforços horizontais (eixo global) a partir dessa
subestrutura, mantendo-se constante até a ligação com o banzo inferior/diagonal, onde
ocorre um “salto” devido aos esforços horizontais transmitidos nesse ponto, mantendo-
se constante até a ligação com a base.
Para o momento fletor, é possível ver uma descontinuidade no ponto de ligação
do console, devido ao peso próprio da ponte rolante atuando no console e gerando
momento na ligação. Também é possível ver momento atuando na base. Há pequenas
descontinuidades nos pontos de ligação das travessas pois essas apresentam
pequenas excentricidades em relação ao eixo dos pilares, gerando momentos
concentrados. Nos demais trechos, onde não há momento concentrado, o diagrama
apresenta variação linear devido ao esforço cortante, mudando de inclinação no ponto
de ligação com o banzo inferior/diagonal da treliça, onde o esforço cortante muda de
sentido e magnitude, decrescendo até zero no ponto de ligação com o banzo superior.
A flecha ocorre em um mesmo sentido ao longo de toda a pilar e apresenta
comportamento típico de pórtico engastado nas bases com caga uniformemente
distribuída na barra horizontal.
As ações de sobrecarga nas terças (figura (b)) provocam esforço axial constante
a partir da ligação com o banzo superior, tendo um grande salto no banzo
inferior/diagonal, onde há uma transmissão maior de esforços verticais (eixo global), se

39 de 111
mantendo constante até a base. O esforço cortante atua de forma similar às cargas de
peso próprio, assim como o momento fletor, exceto pelo fato de que este não apresenta
descontinuidade pois a sobrecarga não induz momento concentrado. A flecha também
ocorre de forma similar
Quando as ações verticais da ponte rolante atuam (figura (c)), é possível
observar a ocorrência de esforço axial constante a partir da ligação do console com o
pilar, de esforço cortante de pequena magnitude ao longo do pilar, com incremento na
região da viga treliçada, e momento fletor, com descontinuidade devido ao momento
concentrado aplicado pela carga da ponte. Há ocorrência de flecha com maior
magnitude até a ligação com os consoles e praticamente nula acima destes,
comportamento característico de pórticos com cargas concentradas a determinada
altura.

Figura 6.20 – Esforços solicitantes nos pilares para as hipóteses de carga (a) cargas
características de peso próprio, (b) cargas características de sobrecarga e (c) cargas verticais
características da ponte rolante.

Para a carga horizontal da ponte (d) não há esforço axial, há um “salto” no


esforço cortante na região dos consoles, devido à ação horizontal da ponte, anulando-

40 de 111
se na ligação com o banzo superior. Há uma pequena descontinuidade de momento
fletor devido ao momento concentrado aplicado pela carga da ponte. Há ocorrência de
flecha com mudança de sentido e maior magnitude na ligação com os consoles.
Para as cargas de vento (e, f), verifica-se esforço axial de tração constante a
partir da ligação com o banzo superior, sendo que em magnitude desprezível, com um
grande incremente a partir do banzo inferior, se mantendo constante até a base. Tais
esforços se devem às ações verticais do vento que são transmitidas aos pilares.
Diferentemente do que ocorreu com os casos anteriores, os esforços cortantes
sofrem “saltos” ao longo do pilar devido à transmissão de esforços a partir das travessas,
tendo o maior incremento na região da viga treliçada.
O diagrama de momento varia linearmente devido ao esforço cortante e não há
descontinuidades, sendo que a inclinação da reta varia em cada trecho devido à
mudança de magnitude dos esforços cortantes.
A única diferença entre os ventos é com relação a flecha, pois o vento a 0º atua
de forma simétrica, enquanto o vento a 90º desloca a estrutura para um mesmo lado.

Figura 6.21 – Esforços solicitantes nos pilares para as hipóteses de carga (d) cargas
horizontais características da ponte rolante, (e) cargas características do vento a 0º e (f) cargas
características do vento a 90º.

41 de 111
A Tabela 6-6 mostra os valores máximos para os esforços solicitantes sob as
diferentes condições de carregamento.

Tabela 6-6 – Valores máximos de esforços nos pilares por diferentes carregamentos
Ação N (kN) VY (kN) VZ (kN) MY (kN.m) MZ (kN.m) Flecha (mm)
Peso próprio -43,42 - 14,09 12,93 - 1,2
Sobrecarga -14,84 - 18,66 18,83 - 1,6
Ponte vertical -128,07 - - 8,14 24,68 - 1,4
Ponte horizontal - - 4,42 22,39 - - 1,1
Vento a 0º (I) 33,81 - - 52,55 - 52,21 - - 1,5
Vento a 90º (III) 32,69 - - 68,22 89,01 - - 4,8
Vento a 90º (IV) 17,85 - - 46,41 95,87 - - 4,3

6.2.5. Vigas de travamento – Perfil W 200 x 26,6

Essas vigas sofrem esforços axiais máximos de compressão de 2,54 kN e tração


de 1,76 kN devido à ação horizontal da ponte rolante e esforços axiais máximos de
compressão de 2,41 kN e tração de 1,48 kN devido à ação do vento a 90º (III).
Também são solicitadas por esforços cortantes de 0,79 kN e momentos fletores
de 1,19 kN.m devido a ação do peso próprio.
As flechas só ocorrem devido ao peso próprio e seu valor é igual a 0,9 mm.
O diagrama de esforços solicitantes e flecha é idêntico, em forma, ao da Figura
6.16.

6.2.6. Vigas de rolamento – Perfil W 410 x 85

O peso próprio (considerando trilho e acessórios) atuando nas vigas de


rolamento produz solicitações máximas de esforço cortante VZ no valor de 3,69 kN,
momento fletor MY no valor de 5,53 kN.m e flecha de 0,4 mm.

Figura 6.22 – Esforços solicitantes nas vigas de rolamento devido ao peso próprio.

42 de 111
A ação vertical da ponte rolante na posição mais desfavorável ao cortante (uma
roda na extremidade) produz solicitações máximas de esforço cortante VZ no valor de
129,05 kN, momento fletor MY de 131,41 kN.m e flecha de 6,7 mm.

Figura 6.23 – Esforço cortante máximo nas vigas de rolamento.

A ação vertical da ponte rolante na posição mais desfavorável ao momento fletor


(afastada 2,15 m da extremidade) produz solicitações máximas de esforço cortante VZ
no valor de 110 kN, momento fletor MY de 141,88 kN.m e flecha de 8 mm.

Figura 6.24 – Momento fletor máximo nas vigas de rolamento.

Também há solicitações de esforço cortante VY, no valor de 8,8 kN e momento


fletor MZ de 10 kN.m devido à ação horizontal da ponte rolante.

6.2.7. Consoles – Perfil W 360 x 91

São solicitados com esforços cortantes máximos de 7,86 kN e momentos fletores


de - 2,73 kN.m devido ao peso próprio, esforços axiais máximos de 8,80 kN e momentos
MY de - 3,39 kN.m devido as ações horizontais da ponte rolante e esforços cortantes
máximos de 46,93 kN e momentos fletores de – 129,07 kN.m devido à ação vertical da
ponte rolante.

43 de 111
6.2.8. Contraventamentos e “correntes”

Os tirantes, perfil B-16.00, como era de se esperar, apresentaram apenas


solicitações axiais de tração, de 4,04 kN para o peso próprio, 0,99 kN pela sobrecarga,
0,86 kN para as cargas da ponte rolante vertical, 3,92 kN para as da ponte rolante
horizontal, 5,28 kN para as do vento a 90º (III) e 2,74 kN para as do vento a 90º (IV).
As “correntes” perfil L 2.1/2 x 3/16” apresentam o esforço de tração máximo, de
2,30 kN, na condição de vento a 0º (I) e esforço de compressão máximo, de 0,671 kN
quando a sobrecarga atua.

6.2.9. Mãos francesas – Perfil U 150x75x3,00 - #11

Os travamentos tipo mão francesa são solicitados a compressão de 2,46 kN para


a sobrecarga e tração de 5,70 kN para o vento a 0º (I).

6.3. Deslocamentos

As figuras abaixo mostram as deformadas (deslocamentos globais) da estrutura,


representadas de forma bastante exagerada e todas na mesma escala. A Figura 6.25
representa a ação de peso próprio (a) e ações verticais da ponte rolante (b). A Figura
6.26 representa as deformas devido às ações horizontais da ponte rolante (a) e as ações
do vento a 0º (b). Por fim, as ações do vento a 90º (Figura 6.27) deslocam a estrutura
para cima e para o lado, provocando os maiores deslocamentos.

Figura 6.25 – Deformada: (a) peso próprio da estrutura (b) ponte rolante vertical.

44 de 111
Figura 6.26 – Deformada: (a) ação horizontal da ponte (b) e vento a 0º.

Figura 6.27 – Deformada devido ao vento a 90º (III).

Através do link é possível ver a estrutura se deformando, com ampliação de


100x, devido à ação de sobrecarga. Através do link é possível ver a estrutura se
deformando, com ampliação de 100x, devido à ação do vento a 0º.

6.4. Reações nos apoios

As reações nos apoios variam de acordo com o apoio. Variam também,


evidentemente, de acordo com a ação ou combinação selecionada.
O apoio mais solicitado, na pior condição (combinação), de acordo com o
modelo, é o que está nos eixos A e 3 e os seguintes valores foram encontrados:

Tabela 6-7 – Reações no apoio A3 na pior condição de carregamento


Reação Valor
Rx 0 kN
Ry 37,50 kN
Rz - 256,32 kN
Mx 137,96 kN.m
My 0 kN.m
Mz 0 kN.m

45 de 111
7. VERIFICAÇÕES E.L.U - NBR 8800 (ABNT, 2008)

Todos os perfis laminados do projeto são duplamente simétricos, possuem alma


não-esbelta, de forma que apenas as verificações pertinentes serão apresentadas
abaixo.
Simbologia e valores utilizados:
Ag - área bruta da seção transversal da barra (cm2);
Aw - área efetiva ao cisalhamento (cm2);
bf - largura da mesa (mm);
bw - largura da alma (mm);
Cb - fator de modificação para diagrama de momento fletor não-uniforme: 1,0;
Cw - constante de empenamento da seção transversal (cm6);
d - altura total da seção transversal (mm);
E - módulo de elasticidade do aço: 200 GPa;
fy - resistência ao escoamento do aço: 250 MPa;
G - módulo de elasticidade transversal do aço: 77 GPa;
h - altura da alma, igual à distância entre as faces internas das mesas (mm);
I - momento de inércia da seção transversal (cm4);
It - momento de inércia à torção uniforme (cm4);
J - constante de torção da seção transversal (cm4);
Kv - coeficiente de flambagem local por esforço cortante;
KL - comprimento de flambagem por flexão (m);
KzLz - comprimento de flambagem por torção (m);
Lb - distância entre pontos travados à flambagem lateral (m);
Mpl - momento fletor de plastificação (kN.m);
Mr - momento fletor correspondente ao início do escoamento (kN.m);
MRd - momento fletor resistente de cálculo (kN.m);
MSd - momento fletor solicitante de cálculo (kN.m);
Ne - força axial de flambagem elástica (kN);
Nexz - força axial de flambagem elástica por flexo-torção (kN);
Nt(c),Rd - força axial de tração (compressão) resistente de cálculo (kN);
Nt(c),Sd - força axial de tração (compressão) solicitante de cálculo (kN);
Q - fator de redução total associado à flambagem local: 1,0;
ν - coeficiente de Poisson;
Vpl - esforço cortante de plastificação (kN);
VRd - esforço cortante resistente de cálculo (kN);

46 de 111
VSd - esforço cortante solicitante de cálculo (kN);
W - módulo de resistência elástico mínimo da seção transversal (cm3);
Wef,y - módulo de resistência mínimo elástico, relativo ao eixo de flexão, para uma
seção com mesa comprimida de largura igual a bf dada por F.3.2, com  igual a
fy (cm3);
x0, y0 - coordenadas do centro de cisalhamento (mm);
r - raio de giração (cm);
r0 - raio de giração polar da seção em relação ao centro de cisalhamento (cm);
tf - espessura da mesa (mm);
tw - espessura da alma (mm);
Z - módulo de resistência plástico (cm3);
γa1 - coeficiente de segurança do material ao escoamento: 1,1;
η - índice de aproveitamento;
λ - índice de esbeltez;
λ0 - índice de esbeltez reduzido;
λp - parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação;
λr - parâmetro de esbeltez correspondente ao início do escoamento;
χ - fator de redução total associado à resistência à compressão.

7.1. Limitação do índice de esbeltez

𝐾. 𝐿
𝜆= ≤ 200
𝑟

Tabela 7-1 – Limitação do índice de esbeltez


Elemento Perfil Kx Lx rx λx Ky Ly ry λy
Viga de rolamento W410x85 6,00 17,07 35,1 6,00 4,08 147,2
Console W360x91 1,10 15,19 7,3 1,10 6,22 17,8
Pilar W360x122 14,4 15,35 93,8 6,48 6,29 103,0
Viga de travamento W200x26,6 6,00 8,74 68,7 6,00 3,11 193,2
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 1,85 2,52 73,5 1,85 1,26 147,1

7.2. Resistência à tração

𝑁𝑡,𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑁𝑡,𝑅𝑑

Sendo:

47 de 111
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝑁𝑡,𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Tabela 7-2 – Resistência à tração


Elemento Perfil Nt,Sd Ag Nt,Rd η
Viga de rolamento W410x85 0,06 108,60 2468,18 0,00
Console W360x91 13,20 115,90 2634,09 0,01
Pilar W360x122 - - - -
Viga de travamento W200x26,6 3,24 34,20 777,27 0,00
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 2,10 5,80 131,82 0,02
Cont. e “corrente” B–16.00 5,83 2,01 45,70 0,13

7.3. Resistência à compressão

𝑁𝑐,𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑁𝑐,𝑅𝑑

Sendo:

𝜒. 𝑄. 𝐴𝑞 . 𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Fator de redução χ

2 0,877
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆0 ≤ 1,5: 𝜒 = 0,685𝜆0 / 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆0 > 1,5: 𝜒 =
𝜆0 2

𝑄. 𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝜆0 = √
𝑁𝑒

Tabela 7-3 – Resistência à compressão


Elemento Perfil Nc,Sd Ne λ0 χ Ag Nc,Rd η
Viga de rolamento W410x85 0,03 989 1,66 0,32 108,60 788,63 0,00
Console W360x91 13,20 72604 0,20 0,98 115,90 2590,46 0,01
Pilar W360x122 268,84 2890 1,16 0,57 155,30 2011,35 0,13
Viga de travamento W200x26,6 7,07 181 2,17 0,19 34,20 144,26 0,08
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 1,59 53 1,64 0,33 5,80 42,16 0,04

48 de 111
Força axial de flambagem elástica (anexo E)

A força axial de flambagem elástica, Ne, de uma barra com seção transversal
duplamente simétrica, caso de todos os perfis utilizados, ou simétrica em relação a um
ponto, é dada pelo menor valor entre os obtidos para (a) flambagem por flexão em
relação ao eixo principal de inércia X da seção transversal (b) flambagem por flexão em
relação ao eixo principal de inércia Y da seção transversal e (c) para flambagem por
torção em relação ao eixo longitudinal Z:

𝜋 2 . 𝐸. 𝐼𝑥 𝜋 2 . 𝐸. 𝐼𝑦 1 𝜋 2 . 𝐸. 𝐶𝑤
𝑁𝑒𝑥 = 𝑁𝑒𝑦 = 2 𝑁𝑒𝑧 = [ + 𝐺. 𝐽]
(𝐾𝑥 . 𝐿𝑥 )2 (𝐾𝑦 . 𝐿𝑦 ) 𝑟0 2 (𝐾𝑧 . 𝐿𝑧 )2

Sendo:

𝑟0 = √𝑟𝑥 2 + 𝑟𝑦 2 + 𝑥0 2 + 𝑦0 2

Tabela 7-4 – Cálculo de Nex e Ney


Elemento Perfil Ix Kx Lx Nex Iy Ky Ly Ney
Viga de rolamento W410x85 31658 6,00 17358 1804 6,00 989
Console W360x91 26755 1,10 433308 4483 1,10 72604
Pilar W360x122 36599 14,4 3484 6147 6,48 2890
Viga de travamento W200x26,6 2611 6,00 1432 330 6,00 181
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 36,81 1,85 212 9,19 1,85 53

Tabela 7-5 – Cálculo de Nez


Elemento Perfil r0 Cw Kz Lz J Nez
Viga de rolamento W410x85 17,55 715165 6,00 94,48 3634
Console W360x91 16,42 1268709 0,70 92,61 190122
Pilar W360x122 16,59 1787806 12,0 212,70 6841
Viga de travamento W200x26,6 9,27 32477 6,00 7,65 892
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 3,55 1,37 1,85 0,44 270

Flambagem local de barras axialmente comprimidas (anexo F)

Nenhum dos perfis laminados supera a relação (b/t)lim, de forma que Q será
sempre igual a 1,00. Para o perfil L. Q (Qs) será igual a 0,982.

𝑏 𝑏
≤( )
𝑡 𝑡 𝑙𝑖𝑚

49 de 111
𝑏𝑓 𝐸 𝑏𝑤 𝐸
𝑀𝑒𝑠𝑎 (𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4): ( ) = 0,56 √ 𝐴𝑙𝑚𝑎 (𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2): ( ) = 1,49 √
𝑡𝑓 𝑙𝑖𝑚 𝑓𝑦 𝑡𝑤 𝑙𝑖𝑚 𝑓𝑦

Tabela 7-6 – Razão b/t


Elemento Perfil bf/tf (bf/tf)lim bw/tw (bw/tw)lim
Viga de rolamento W410x85 4,97 15,84 34,92 42,14
Console W360x91 7,74 15,84 33,71 42,14
Pilar W360x122 5,92 15,84 24,58 42,14
Viga de travamento W200x26,6 7,92 15,84 32,79 42,14

Pra o perfil L, tem-se:

𝐸 𝑏 𝐸
𝑀𝑒𝑠𝑎 (𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3): 12,73 = 0,45 √ ≤ ≤ 0,91 √ = 25,74
𝑓𝑦 𝑡 𝑓𝑦

𝑏 𝐸
𝑄𝑠 = 1,34 − 0,76 √ = 0,982
𝑡 𝑓𝑦

7.4. Resistência à flexão - eixo X

𝑀𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑀𝑅𝑑

Como 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 , deve-se considerar viga de alma não-esbelta (Anexo G - NBR 8800


(ABNT, 2008)).

ℎ 𝐸
𝜆= 𝜆𝑟 = 5,70 √
𝑡𝑤 𝑓𝑦

Tabela 7-7 – Resistência à flexão no eixo X


Elemento Perfil MSd h tw λ λr MRd η
Viga de rolamento W410x85 219,17 380,60 10,90 34,92 161,22 275,26 0,80
Console W360x91 75,12 320,20 9,50 33,71 161,22 381,84 0,20
Pilar W360x122 138,82 319,60 13,00 24,58 161,22 347,21 0,40
Viga de travamento W200x26,6 1,48 190,20 5,80 32,79 161,22 54,73 0,03

O momento fletor resistente de cálculo MRd de vigas de alma não-esbelta deve


ser tomado como o menor valor entre os obtidos nas seguintes seções:
(a) Máximo momento fletor resistente de cálculo:

50 de 111
1,50 . 𝑊 . 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 ≤
𝛾𝑎1

Tabela 7-8 – Momentos resistentes para regime elástico


Elemento Perfil Wx MRd
Viga de rolamento W410x85 1518,37 517,63
Console W360x91 1515,86 516,77
Pilar W360x122 2016,47 687,43
Viga de travamento W200x26,6 252,27 86,00
“Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 8,20 2,79

(b) Estado-límite último de flambagem lateral com torção, FLT (anexo G).
Para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 :

𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 :

𝐶𝑏 𝜆 − 𝜆𝑝 𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 = [𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 − 𝑀𝑟 ). ]≤
𝛾𝑎1 𝜆𝑟 − 𝜆𝑝 𝛾𝑎1

Tabela 7-9 – Momentos resistentes para FLT


Elemento Perfil Mpl Mr λ λp λr MRd
Viga de rolamento W410x85 432,93 265,71 147,21 49,78 174,97 275,26
Console W360x91 420,03 - 11,32 49,78 - 381,84
Pilar W360x122 567,45 352,88 190,74 49,78 212,80 347,21
Viga de travamento W200x26,6 70,58 44,15 96,58 49,78 168,98 54,73

Sendo:

𝐿𝑏 𝐸 1,38 √𝐼𝑦 . 𝐽 27 . 𝐶𝑤 . 𝛽12


𝜆= 𝜆𝑝 = 1,76 √ 𝜆𝑟 = . √1 + √1 +
𝑟𝑦 𝑓𝑦 𝑟𝑦 . 𝐽. 𝛽1 𝐼𝑦

(𝑓𝑦 − 0,30 . 𝑓𝑦 ) 𝑊
𝛽1 =
𝐸𝐽

𝑀𝑝𝑙 = 𝑍 . 𝑓𝑦 𝑀𝑟 = (𝑓𝑦 − 𝜎𝑟 ) 𝑊

51 de 111
Tabela 7-10 – Parâmetros para momentos resistentes para FLT
Elemento Perfil Zx Wx Lb ry Iy J Cw β1
Viga de rolamento W410x85 1732 1518 6,0 4,08 1804 95 715165 0,01
Console W360x91 1680 - - - - - - -
Pilar W360x122 2270 2017 5,7 6,29 6147 213 1787806 0,01
Viga de travamento W200x26,6 282 252 6,0 3,11 330 7,65 4181 0,03

(c) Estado-limite último de flambagem local mesa comprimida, FLM (anexo G).
Para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 :

𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Sendo:

𝑏𝑓 /2 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 0,38 √
𝑡𝑓 𝑓𝑦

𝑀𝑝𝑙 = 𝑍 . 𝑓𝑦

Tabela 7-11 – Momentos resistentes para FLM


Elemento Perfil bf tf λ λp Zx Mpl MRd
Viga de rolamento W410x85 181 18,20 4,97 10,75 1732 432,93 393,57
Console W360x91 254 16,40 7,74 10,75 1680 420 381,84
Pilar W360x122 257 21,70 5,92 10,75 2270 567,45 515,86
Viga de travamento W200x26,6 133 8,40 7,92 10,75 282 70,58 64,16

(d) Estado-limite último de flambagem local da alma, FLA (anexo G).


Para 𝜆 < 𝜆𝑝 :

𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Sendo:

ℎ 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 3,76 √
𝑡𝑤 𝑓𝑦

𝑀𝑝𝑙 = 𝑍 𝑓𝑦

52 de 111
Tabela 7-12 – Momentos resistentes para FLA
Elemento Perfil h tw λ λp Zx Mpl MRd
Viga de
W410x85 381 10,90 34,92 106,35 17312 432,93 393,57
rolamento
Console W360x91 320 9,50 33,71 106,35 1680 420,03 381,84
Pilar W360x122 320 13,00 24,58 106,35 2270 567,45 515,86
Viga de
W200x26,6 190 5,8 32,79 106,35 282 70,58 64,16
travamento

7.5. Resistência à flexão - eixo Y

𝑀𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑀𝑅𝑑

Tabela 7-13 – Resistência à flexão no eixo Y


Elemento Perfil MSd MRd η
Viga de rolamento W410x85 13,44 60,22 0,22
Console W360x91 0,02 111,53 0,00
Pilar W360x122 0,02 163,08 0,00
Viga de travamento W200x26,6 - - -

O momento fletor resistente de cálculo MRd de vigas de alma não-esbelta deve


ser tomado como o menor valor entre os obtidos nas seguintes seções:

(a) Máximo momento fletor resistente de cálculo:

1,50 . 𝑊 . 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 ≤
𝛾𝑎1

Tabela 7-14 – Momentos resistentes para regime elástico


Elemento Perfil Wy MRd
Viga de rolamento W410x85 199,34 67,96
Console W360x91 352,99 120,34
Pilar W360x122 478,37 163,08
Viga de travamento W200x26,6 - -

(b) Estado-límite último de flambagem local mesa comprimida, FLM (anexo G).
Para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 :

𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

53 de 111
Sendo:

𝑏𝑓 /2 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 0,38 √
𝑡𝑓 𝑓𝑦

𝑀𝑝𝑙 = 𝑍 . 𝑓𝑦

Tabela 7-15 – Momentos resistentes para FLM


Elemento Perfil bf tf λ λp Zy Mpl MRd
Viga de rolamento W410x85 181,00 18,20 4,97 10,75 310,40 77,60 70,55
Console W360x91 254 16,40 7,74 10,75 538,10 134,53 122,30
Pilar W360x122 257,00 21,70 5,92 10,75 732,40 183,10 166,45
Viga de travamento W200x26,6 - - - - - - -

(c) Estado-limite último de flambagem local da alma, FLA (anexo G).


Para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 :

𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 :

1 𝜆 − 𝜆𝑝 𝑀𝑝𝑙
𝑀𝑅𝑑 = [𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 − 𝑀𝑟 ). ]≤
𝛾𝑎1 𝜆𝑟 − 𝜆𝑝 𝛾𝑎1

Sendo:

ℎ 𝐸 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 1,12 √ 𝜆𝑟 = 1,40√
𝑡𝑤 𝑓𝑦 𝑓𝑦

𝑀𝑝𝑙 = 𝑍 𝑓𝑦 𝑀𝑟 = W𝑒𝑓,𝑦 𝑓𝑦

Tabela 7-16 – Momentos resistentes para FLA λp = 31,68, λr = 39,60


Elemento Perfil Zy Mpl Wef,y Mr h tw λ MRd
Viga de rolamento W410x85 310,4 77,6 199,3 49,8 380,6 10,9 34,9 60,2
Console W360x91 538,1 134,53 353,0 88,25 320,2 9,50 33,71 111,53
Pilar W360x122 732,4 183,10 - - 319,6 9,4 24,58 166,45
Viga de travamento W200x26,6 - - - - - - - -

54 de 111
7.6. Resistência ao esforço cortante - eixo X

𝑉𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑉𝑅𝑑

Tabela 7-17 – Resistência ao esforço cortante no eixo X


Elemento Perfil VSd Vpl VRd η
Viga de rolamento W410x85 4,80 988,26 898,42 0,01
Console W360x91 0,07 1249,68 1136,07 0,00
Pilar W360x122 0,01 1673,07 1520,97 0,00
Viga de travamento W200x26,6 - - - -

A força cortante resistente de cálculo, VRd, é determinada pela expressão, para


𝜆 < 𝜆𝑝 :

𝑉𝑝𝑙
𝑉𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Sendo:

𝑉𝑝𝑙 = 0,60 𝐴𝑤 𝑓𝑦 𝐴𝑤 = 2 𝑏𝑓 𝑡𝑓

𝑏𝑓 /2 𝑘𝑣 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 1,10 √
𝑡𝑓 𝑓𝑦

Tabela 7-18 – Esforços cortantes resistentes


Elemento Perfil λ bf tf Aw kv λp VRd
Viga de rolamento W410x85 4,97 181 18,20 65,88 1,2 34,08 898,42
Console W360x91 7,74 254 16,40 83,31 1,2 34,08 1249,68
Pilar W360x122 5,92 257 21,70 111,5 1,2 34,08 1520,97
Viga de travamento W200x26,6 - - - - - - -

7.7. Resistência ao esforço cortante - eixo Y

𝑉𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑉𝑅𝑑

55 de 111
Tabela 7-19 – Resistência ao esforço cortante no eixo Y
Elemento Perfil VSd Vpl VRd η
Viga de rolamento W410x85 169,61 681,80 619,81 0,27
Console W360x91 203,43 503,03 457,30 0,45
Pilar W360x122 36,85 707,85 643,50 0,06
Viga de travamento W200x26,6 0,99 180,09 163,72 0,01

A força cortante resistente de cálculo, VRd, é determinada pela expressão, para


𝜆 < 𝜆𝑝 :

𝑉𝑝𝑙
𝑉𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

Sendo:

𝑉𝑝𝑙 = 0,60 𝐴𝑤 𝑓𝑦 𝐴𝑤 = 𝑑 𝑡𝑤

ℎ 𝑘𝑣 𝐸
𝜆= 𝜆𝑝 = 1,10 √
𝑡𝑤 𝑓𝑦

Tabela 7-20 – Esforços cortantes resistentes


Elemento Perfil λ h tw d Aw kv λp VRd
Viga de rolamento W410x85 34,9 380,6 10,9 417 45,45 5,0 69,57 619,81
Console W360x91 33,7 320,2 9,5 353 33,54 5,0 69,57 457,30
Pilar W360x122 24,6 319,6 13,0 363 47,19 5,0 69,57 643,50
Viga de travamento W200x26,6 32,8 190,2 5,8 207 12,01 5,0 69,57 163,72

7.8. Resistência ao esforço axial e flexão combinados

𝑁𝑆𝑑
< 0,2
𝑁𝑅𝑑
𝑁𝑐,𝑆𝑑 𝑀𝑥,𝑆𝑑 𝑀𝑦,𝑆𝑑
𝜂= +( + ) ≤1
2 𝑁𝑐,𝑅𝑑 𝑀𝑥,𝑅𝑑 𝑀𝑦,𝑅𝑑

Tabela 7-21 – Resistência ao esforço axial e flexão combinados


Elemento Perfil NSd NRd Mx,Sd Mx,Rd My,Sd My,Rd η
Viga de rolamento W410x85 0,06 2468 219,17 275,26 6,32 60,22 0,90
Console W360x91 9,24 2634 75,12 381,84 0,02 111,53 0,20
Pilar W360x122 33,65 2011 138,82 347,21 0,01 163,08 0,41
Viga de travamento W200x26,6 7,07 144 1,48 54,73 0,00 16,49 0,05

56 de 111
7.9. Resumo das verificações

Na Tabela 7-22 estão resumidas as verificações realizadas. Estão ressaltadas


em verde as que alcançaram o maior coeficiente de aproveitamento  do material (%),
ou seja, o maior percentual de atingimento da resistência do material.

Tabela 7-22 – Resumo das verificações


Coeficiente de aproveitamento 
Elemento Perfil λx λy Nt Nc Mx My Vx Vy NMx
My1
(1) Viga de rolamento W410x85 35 147 0% 0% 80% 22% 1% 27% 90%
(2) Console W360x91 13 22 1% 1% 20% 0% 0% 45% 20%
(3) Pilar W360x122 50 90 - 13% 40% 0% 0% 6% 41%
(4) Viga de travamento W200x26,6 69 193 0% 5% 3% - - 1% 5%
(5) “Corrente” perfil L2.1/2x3/16” 74 147 2% 4% - - - - -
(6) Cont. e “corrente” B–16.00 - - 13% - - - - - -
Nota: O coeficiente de aproveitamento refere-se a cada uma das solicitações já definidas
previamente.
1NMxMy refere-se à resistência ao esforço axial e flexão combinados.

Combinações utilizadas na verificação crítica:


(1) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 1,5.PRv2 + 1,05.PRh + 0,84.Ventoa 90º (IV);
(2) 1,25.PP + Sobrecarga + 1,5.PRv1;
(3) PP + Sobrecarga(1) + 1,05.PRh1(3) + 1,4.Ventoa90º(IV);
(4) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 1,05.PRv1 + 1,5.PRh + 0,84.Ventoa 90º (IV);
(5) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 1,5.PRv1;
(6) PP + Sobrecarga + 1,05.PRv1 + 1,5.PRh + 0,84.Ventoa 90º (III) .

57 de 111
8. VERIFICAÇÃO E.L.U. - NBR 14762 (ABNT, 2010)

Para a verificação dos elementos estruturais constituídos de perfis formados a


frio, relacionados na Tabela 8-2, além da simbologia utilizada na seção anterior, a
seguinte será utilizada:
Aef - área efetiva da seção transversal da barra método MLE (cm2);
D - comprimento do enrijecedor da mesa (mm);
Kd - coeficiente de flambagem por distorção;
Mdist - momento fletor de flambagem por distorção elástica (kN.m);
Wc - módulo resistência elástico da seção bruta relativo à fibra comprimida (cm3);
Wc,ef - módulo de resistência elástico da seção efetiva em relação à fibra
comprimida, calculado com base nas larguras efetivas dos elementos, conforme 9.2,
adotando σ = χFLTfy (cm3);
Wef - módulo de resistência elástico da seção efetiva calculado com base nas
larguras efetivas dos elementos, conforme 9.2, com σ calculada para o estado limite
último de escoamento da seção (cm3);
γ - coeficiente de segurança do material: 1,20;
λdist - índice de esbeltez reduzida associado à flambagem por distorção;
χ dist - fator de redução associado à flambagem por distorção;
χ FLT - fator de redução associado à flambagem lateral com torção.

Tabela 8-1 – Relação de perfis formados a frio por elemento estrutural


Elemento Perfil
Terça e travessa Ue 200x75x25x3,00 - #11
Banzo superior U 150x75x8,00 - #02
Banzo inferior e duas diagonais externas U 150x75x6,30 - #03
Diagonal centrais, montante e mão francesa U 150x75x3,00 - #11

8.1. Valores máximos da relação comprimento-espessura

Alma: Em elementos comprimidos com ambas as bordas vinculadas a elementos


AA, a relação largura-espessura não deve ultrapassar o valor 500.

𝑏
≤ 500
𝑡

58 de 111
Mesa: Em elementos comprimidos AA, tendo uma borda vinculada à alma ou
mesa e a outra ao enrijecedor de borda simples, a relação largura-espessura não deve
ultrapassar o valor 60.

𝑏
≤ 60
𝑡

Em almas de perfis U não enrijecidos sujeitos à compressão uniforme, a relação


largura-espessura não deve ultrapassar o valor 90.

𝑏
≤ 90
𝑡

Tabela 8-2 – Razão b/t da alma e mesa dos perfis


Perfil bw tw bw/tw bf tf bf/tf
Ue200x75x25x3,00 188,00 3,00 63 63,00 3,00 21
U150x75x8,00 118,00 8,00 15 - - -
U150x75x6,30 124,80 6,30 20 - - -
U150x75x3,00 138,00 3,00 46 - - -

8.2. Limitação de esbeltez

As formulações e requisitos são idênticos às da NBR 8800 (ABNT, 2008), de


forma que não serão expostos aqui.

Tabela 8-3 – Limitação do índice de esbeltez


Perfil Kx Lx rx λx Ky Ly ry λy
Ue200x75x25x3,00 6,00 7,08 76,90 3,00 2,77 108,40
U150x75x8,00 1,85 5,73 32,3 1,85 2,30 80,50
U150x75x6,30 2,00 5,82 34,40 4,00 2,33 171,80
U150x75x3,00 2,39 5,98 39,9 2,39 2,38 100,30

8.3. Resistência à tração

As formulações e requisitos são idênticos às da NBR 8800 (ABNT, 2008), de


forma que não serão expostos aqui.

59 de 111
Tabela 8-4 – Resistência à tração
Perfil Nt,Sd Ag Nt,Rd η
Ue200x75x25x3,00 - - - -
U150x75x8,00 52,07 21,88 497,20 0,11
U150x75x6,30 35,29 17,58 399,62 0,09
U150x75x3,00 21,59 8,70 197,76 0,20

8.4. Resistência à compressão

𝑁𝑐,𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑁𝑐,𝑅𝑑

Sendo:

𝜒. 𝐴𝑒𝑓 . 𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 =
𝛾

Fator de redução χ:

2 0,877
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆0 ≤ 1,5: 𝜒 = 0,685𝜆0 / 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜆0 > 1,5: 𝜒 =
𝜆0 2

A 𝑓𝑦
𝜆0 = √
𝑁𝑒

Tabela 8-5 – Resistência à compressão


Perfil Nc,Sd λ0 Ne χ Aef Nc,Rd η
Ue200x75x25x3,00 1,94 1,36 153,27 0,46 10,10 96,65 0,02
U150x75x8,00 99,47 0,91 666,86 0,71 21,88 323,34 0,31
U150x75x6,30 43,67 1,93 117,60 0,23 17,58 85,95 0,51
U150x75x3,00 32,18 1,31 125,81 0,48 8,01 80,96 0,40

Força axial de flambagem elástica:

A força axial de flambagem elástica, Ne, é dada pelo menor valor entre os obtidos
por (a), (b):

(a) Força normal de flambagem elástica por flexão em relação ao eixo Y.

𝜋 2 . 𝐸. 𝐼𝑦
𝑁𝑒𝑦 =
(𝐾𝑦 . 𝐿𝑦 )2

60 de 111
Tabela 8-6 – Cálculo de Ney
Perfil Ney Ky Ly Iy
Ue200x75x25x3,00 191,48 3,00 87,30
U150x75x8,00 666,86 1,85 115,94
U150x75x6,30 117,60 4,00 95,32
U150x75x3,00 170,65 2,39 49,19

(b) Força normal de flambagem elástica por flexão-torção:

𝑁𝑒𝑥 + 𝑁𝑒𝑧 4 𝑁𝑒𝑥 𝑁𝑒𝑧 [ 1 − (𝑥0 /𝑟0 )2 ]


𝑁𝑒𝑥𝑧 = [1 − √1 − ]
𝑥0 2 (𝑁𝑒𝑥 + 𝑁𝑒𝑧 )2
2 [1 − ( ) ]
𝑟0

Tabela 8-7 – Cálculo de Nexz


Perfil Nexz x0
Ue200x75x25x3,00 153,27 -56,19
U150x75x8,00 880,10 -46,19
U150x75x6,30 517,91 -46,40
U150x75x3,00 125,81 -46,70

Sendo:

𝜋 2 . 𝐸. 𝐼𝑥 1 𝜋 2 . 𝐸. 𝐶𝑤
𝑁𝑒𝑥 = 𝑁𝑒𝑧 = [ + 𝐺𝐽]
(𝐾𝑥 . 𝐿𝑥 )2 𝑟0 2 (𝐾𝑧 . 𝐿𝑧 )2

𝑟0 = √𝑟𝑥 2 + 𝑟𝑦 2 + 𝑥0 2 + 𝑦0 2

Tabela 8-8 – Cálculo de Nex


Perfil Nex Kx Lx Ix Nez r0 Kz Lz Cw J
Ue200x75x25x3,00 380,33 6,00 693,64 185,92 10,00 3,00 7283 0,34
U150x75x8,00 4132,68 1,85 718,48 965,52 7,71 1,85 3743 4,67
U150x75x6,30 2935,61 2,00 594,88 557,21 7,80 2,00 3237 2,33
U150x75x3,00 1079,25 2,39 311,10 131,53 7,95 2,39 1818 0,26

Flambagem distorcional:

Perfis U simples não estão sujeitos a flambagem distorcional. Perfis U enrijecidos


são dispensados dessa verificação quando a relação D/bw é maior do que o mínimo
previsto na norma:

61 de 111
Tabela 8-9 – Tabela para dispensa de verificação de flambagem distorcional
Perfil bf/bw bw/t (D/bw)mín D/bw
Ue200x75x25x3,00 0,38 66,67 0,07 0,13

8.5. Resistência à flexão - eixo X

𝑀𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑀𝑅𝑑

Tabela 8-10 – Resistência à flexão no eixo X


Perfil MSd MRd η
Ue200x75x25x3,00 6,73 13,03 0,52

O momento fletor resistente de cálculo MRd deve ser tomado como o menor valor
calculado em a), b) e c), onde:

a) Início de escoamento da seção efetiva

𝑊𝑒𝑓 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾

Tabela 8-11 – Momentos resistentes para regime elástico


Perfil Wef MRd
Ue200x75x25x3,00 69,36 15,76

b) Flambagem lateral com torção

χFLT 𝑊𝑐,𝑒𝑓 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾

Sendo:

𝜆0 ≤ 0,6: χFLT = 1
0,6 < 𝜆0 ≤ 1,336: χFLT = 1,11 (1 − 0,278 𝜆0 2 )
1
𝜆0 ≥ 1,336: χFLT =
𝜆0 2
0,5
𝑊𝑐 𝑓𝑦
𝜆𝟎 = ( )
𝑀𝑒
0,5
𝑀𝐞 = 𝐶𝑏 𝑟0 (𝑁𝑒𝑦 𝑁𝑒𝑧 )

62 de 111
Tabela 8-12 – Momentos resistentes para FLT
Elemento Cb Me Wc,ef λ0 χFLT Wc,ef MRd
Ue200x75x25x3,00 1,00 18,87 69,36 0,96 0,83 69,36 13,03

Ney, Nez e r0 conforme calculados na seção anterior.

c) Flambagem por distorção

χdist 𝑊 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾

Sendo:

0,22 1
𝜆𝐝𝐢𝐬𝐭 > 0,673: 𝛘𝐝𝐢𝐬𝐭 = (1 − )
𝜆𝐝𝐢𝐬𝐭 𝜆𝐝𝐢𝐬𝐭
0,5
𝑊𝑓𝑦
𝜆𝐝𝐢𝐬𝐭 = ( )
𝑀𝑑𝑖𝑠𝑡
2
𝜋2 𝐸 𝑡
𝑀𝑑𝑖𝑠𝑡 = 𝑊𝑘𝑑 2 ( )
12 (1 − 𝑣 ) 𝑏𝑓
0,7
𝑏𝑓 𝐷
𝑘𝐝 = 0,5 < 0,6 ( ) ≤ 0,8
𝑏𝑤 𝑡

Tabela 8-13 – Momentos resistentes para Fdist


Elemento kd Mdist λdist χdist W MRd
Ue200x75x25x3,00 1,33 26,72 0,81 0,90 69,36 14,23

8.6. Resistência à flexão - eixo Y

𝑀𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑀𝑅𝑑

Onde:
𝑊𝑒𝑓 𝑓𝑦
𝑀𝑅𝑑 =
𝛾

Tabela 8-14 – Resistência à flexão no eixo Y


Elemento Msd MRd Wef η
Ue200x75x25x3,00 0,20 3,84 16,88 0,05
U150x75x8,00 0,64 5,02 22,09 0,13
U150x75x6,30 0,11 4,06 17,88 0,03

63 de 111
8.7. Resistência ao esforço cortante - eixo X

𝑉𝑤,𝑆𝑑
𝜂= ≤1
𝑉𝑅𝑑

A seção é composta por duas almas iguais. Sobre cada uma delas, o esforço de
cálculo é VSd = 0,5 VSd. O coef. de flambagem local por esforço cortante KV é igual a 5,0.
A força cortante resistente de cálculo da alma VRd deve ser calculada por:

0,5 0,6 𝑓𝑦 ℎ𝑡
ℎ 𝐸 𝑘𝑣
≤ 1,08 ( ) (1): 𝑉𝑅𝑑 =
𝑡 𝑓𝑦 𝛾
0,5
𝐸 𝑘𝑣
0,5
ℎ 𝐸 𝑘𝑣
0,5 0,65 𝑡2 (𝐸 𝑘𝑣 𝑓𝑦 )
1,08 ( ) < ≤ 1,4 ( ) : 𝑉𝑅𝑑 =
𝑓𝑦 𝑡 𝑓𝑦 𝛾

0,5 0,905 𝐸𝑘𝑣 𝑡3


ℎ 𝐸 𝑘𝑣 ℎ
> 1,4 ( ) (2): 𝑉𝑅𝑑 =
𝑡 𝑓𝑦 𝛾

Tabela 8-15 – Resistência ao esforço cortante X


Elemento Vsd VRd h/t (1) h t η
Ue200x75x25x3,00 0,39 25,77 21,00 33,46 63,00 3,00 0,00
U150x75x8,00 0,63 64,36 7,38 33,46 59,00 8,00 0,00
U150x75x6,30 0,46 53,61 9,90 33,46 62,40 6,30 0,00
U150x75x3,00 0,08 28,23 23,00 33,46 69,00 3,00 0,00

8.8. Resistência ao esforço cortante - eixo Y

A verificação para o esforço cortante em Y é idêntica a X, exceto pelo VSd


utilizado ser o próprio cortante e o coeficiente de flambagem local por esforço cortante
KV ser igual a 5,00.

Tabela 8-16 – Resistência ao esforço cortante Y


Elemento Vsd VRd (1) h t h/t η
Ue200x75x25x3,00 4,49 76,91 68,31 188,00 3,00 62,67 0,06

8.9. Resistência ao momento fletor e cortante combinados

Essa verificação aplica-se tanto para Mx e Vy quanto para My e Vx.

64 de 111
Para barras sem enrijecedores transversais de alma, o momento fletor solicitante
de cálculo e a força cortante solicitante de cálculo devem satisfazer à seguinte
expressão de interação:

𝑀𝑆𝑑 2 𝑉𝑆𝑑 2
𝜂= ( ) +( ) ≤1
𝑀𝑅𝑑 𝑉𝑅𝑑

Tabela 8-17 – Resistência ao momento fletor X e esforço cortante Y combinados


Elemento MSd MRd VSd VRd η
Ue200x75x25x3,00 6,69 15,76 0,32 76,91 0,18

Tabela 8-18 – Resistência ao momento fletor Y e esforço cortante X combinados


Elemento MSd MRd VSd VRd η
Ue200x75x25x3,00 0,20 3,84 0,39 51,55 0,00
U150x75x8,00 0,64 5,02 0,23 128,73 0,02
U150x75x6,30 0,11 4,06 0,22 107,21 0,00

8.10. Resistência à flexo-compressão e flexo-tração

𝑁𝑐,𝑆𝑑 𝑀𝑥,𝑆𝑑 𝑀𝑦,𝑆𝑑


𝜂= + + ≤1
𝑁𝑐,𝑅𝑑 𝑀𝑥,𝑅𝑑 𝑀𝑦,𝑅𝑑
𝑁𝑡,𝑆𝑑 𝑀𝑥,𝑆𝑑 𝑀𝑦,𝑆𝑑
𝜂= + + ≤1
𝑁𝑐,𝑅𝑑 𝑀𝑥,𝑅𝑑 𝑀𝑦,𝑅𝑑

Tabela 8-19 – Resistência à flexo-compressão


Elemento Nc,Sd Mx,Sd My,Sd Nc,Rd Mx,Rd My,Rd η
Ue200x75x25x3,00 1,28 6,73 0,18 96,65 13,03 3,84 0,58
U150x75x8,00 99,40 0,01 0,64 323,34 21,57 5,02 0,44
U150x75x6,30 42,94 0,00 0,11 85,95 17,25 4,06 0,53

Tabela 8-20 – Resistência à flexo-tração


Elemento Nt,Sd Mx,Sd My,Sd Nt,Rd Mx,Rd My,Rd η
Ue200x75x25x3,00 0,02 6,73 0,14 259,15 13,03 3,84 0,55
U150x75x8,00 50,91 0,01 0,48 497,20 21,57 5,02 0,20

8.11. Resumo das verificações

Nas
Tabela 8-21 e Tabela 8-22 estão resumidas as verificações realizadas. Estão
ressaltadas em verde as que alcançaram o maior coeficiente de aproveitamento  do
material (%), ou seja, o maior percentual da resistência do material.

65 de 111
Tabela 8-21 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010) - 1
Elemento (b/t)A (b/t)M λx λy Nt Nc Mx My
(1) Ue200x75x25x3,00 63 60 77 108 0% 2% 52% 5%
(2) U150x75x8,00 15 - 32 81 11% 31% 0% 13%
(3) U150x75x6,30 20 - 34 172 9% 51% 0% 3%
(4) U150x75x3,00 46 - 40 100 11% 40% 0% 0%
Nota: O coeficiente de aproveitamento refere-se a cada uma das solicitações já definidas
previamente.

Tabela 8-22 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010) - 2


Elemento Vx Vy MxVy1 MyVx2 NcMxMy3 NtMxMy4
(1) Ue200x75x25x3,00 1% 6% 18% 0% 58% 55%
(2) U150x75x8,00 1% 0% 0% 2% 44% 20%
(3) U150x75x6,30 0% 0% 0% 0% 53% 16%
(4) U150x75x3,00 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Nota: O coeficiente de aproveitamento refere-se a cada uma das solicitações já definidas
previamente.
1M V : Resistência ao momento fletor X e esforço cortante Y combinados;
x y

2M V : Resistência ao momento fletor Y e esforço cortante X combinados;


y x

3N
cMxMy: Resistência à flexo-compressão;
4N M M : Resistência à flexo-tração.
t x y

Combinações utilizadas na verificação crítica:


(1) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 0,91.PRv2 + 0,91.PRh + 1,4.Ventoa 0º (I);
(2) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 0,91.PRv1 +1,3.PRh;
(3) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 0,91.PRv1 + 0,91.PRh + 1,4.Ventoa 90º (IV);
(4) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 0,91.PRv2 + 1,3.PRh.

8.12. Resistência da terça e banzo para carga concentrada

Tabela 8-23 – Resumo das verificações NBR 14762 (ABNT, 2010)


Elemento Nc Mx My Vx Vy MxVy MyVx NcMxMy NtMxMy
(1) Terça - 25% 0% 0% 2% 4% - - -
(2) Banzo 11% - 12% 1% - - 2% 23% -

Combinações utilizadas na verificação crítica:


(1) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 1,5.QC;
(2) 1,25.PP + 1,5.Sobrecarga + 1,5.QC.

66 de 111
8.13. Resistência das telhas e fechamentos laterais

As resistências fornecidas pelo fabricante são de 1,10 kN/m2 para as telhas e


1,32 kN/m2 para os fechamentos laterais, ambos na condição bi apoiada com vão de
2,00 m.
Considerando a pior condição de vento atuando nas telhas, com carga de 1,17
kN/m2, descontando a componente do peso próprio perpendicular às telhas, de 0,07
kN/m2, conclui-se que as telhas resistem.
Considerando a pior condição de vento (CI) atuando nos fechamentos, com
carga de 1,17 kN/m2, conclui-se que os fechamentos resistem.

67 de 111
9. VERIFICAÇÃO E.L.S.

As normas estabelecem valores dos deslocamentos máximos requeridos para


situações usuais nas construções. Todos os elementos estruturais “passaram” com
certa folga nessa verificação. Os valores podem ser vistos na Tabela 9-1.

Tabela 9-1 – Verificação das flechas


Elemento δ δlim Norma
Terças de cobertura 13,10 mm NBR 14762
L/120
Travessas de fechamento L/458 (26,19%) (ABNT, 2010)
12,89 mm NBR 14762
Vigas de cobertura L/250
L/>1000 (16,11%) (ABNT, 2010)
Vigas de rolamento
- Deslocamento vertical
8,35 mm NBR 8800
para pontes rolantes com L/600
L/719 (55,67%) (ABNT, 2008)
capacidade nominal
inferior a 200 kN.
Vigas de rolamento
- Deslocamento
7,46 mm NBR 8800
horizontal, exceto para L/400
L/805 (49,73%) (ABNT, 2008)
pontes rolantes
siderúrgicas.
4,92 mm NBR 8800
Pilares H/300
L/>1000 (12,30%) (ABNT, 2008)

68 de 111
10. INTERFACE AÇO-CONCRETO - NBR 8800 (ABNT, 2008)

A placa de base e chumbadores foram calculados tendo como referência o pilar


mais solicitado, que está sobre os eixos A e 3. Os valores máximos das solicitações são
Nc,Sd = 24,8 kN, VSd = 37,5 kN e MSd = 137,96 kN.m

Figura 10.1 – Solicitações na base do pilar.

A Figura 10.2 apresenta uma imagem 3D da base do pilar.

Figura 10.2 – Imagem 3D da base do pilar.

10.1. Soldas entre pilar e placa de base

O tipo de solda escolhida foi a de filete, de ângulo, procedimento de soldagem


SMAW.
Limitações (6.2.6):
O tamanho mínimo da perna de uma solda de filete é dado em função da parte
menos espessa soldada (item 6.2.6.2.1).
O tamanho máximo da perna de uma solda de filete que pode ser usado ao longo
de bordas de partes soldadas é o seguinte (item 6.2.6.2.2):

69 de 111
(b) ao longo de bordas de material com espessura igual ou superior a 6,35 mm,
não mais do que a espessura do material subtraída de 1,5 mm, a não ser que
nos desenhos essa solda seja indicada como reforçada durante a execução, de
modo a obter a espessura total desejada da garganta
O comprimento efetivo de uma solda de filete, dimensionada para uma
solicitação de cálculo qualquer, não pode ser inferior a 4 vezes seu tamanho da perna
e a 40 mm (item 6.2.6.2.3).

Tabela 10-1 – Limitações da solda de filete


Elemento Menor espessura do metal-base dwmin dwmax dw Iwmin Iw
na junta (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
Alma 13,3 6,0 13,0 8,0 40,0 100,0
Mesa 22,0 8,0 22,0 10,0 40,0 257,0

Exigências do metal da solda e dos procedimentos de soldagem (6.2.4):


Na Tabela extraída da AWS D1.1, são apresentados alguns metais-base e
eletrodos de solda que podem ser usados em procedimentos de soldagem pré-
qualificados. Mais informações podem ser obtidas na AWS D1.1.
Para o presente projeto, utilizou-se o eletrodo E70XX e o A36 para o metal base
da placa de base.

Força resistente de cálculo (6.2.5):


A força resistente de cálculo, Fw,Rd, dos diversos tipos de solda está indicada na
Tabela 8, na qual Aw é a área efetiva da solda, AMB é a área do metal-base (produto do
comprimento da solda pela espessura do metal base menos espesso), fy é a menor
resistência ao escoamento entre os metais-base da junta e fw a resistência mínima à
tração do metal da solda.

Tabela 10-2 – Força resistente de cálculo das soldas NBR 8800 (ABNT, 2008)
Tipo de solda Tipo de solicitação e orientação Força resistente de cálculo, Fw,Rd

Filete Tração ou compressão paralelas ao


Não precisa ser considerado.
eixo da solda.

Cisalhamento na seção efetiva (a Metal-base deve atender a 6.5


solicitação de cálculo é igual à
0,6𝐴𝑤 𝑓𝑤
resultante vetorial de todas as forças Metal da solda:
de cálculo na junta que produzam 𝛾𝑤2
tensões normais ou de cisalhamento
na superfície de contato das partes
ligadas).
2)O valor de γw2 é igual a 1,35 para combinações normais, especiais ou de construção e
igual a 1,15 para combinações excepcionais.

70 de 111
Dessa forma, as forças e tensões resistentes são dadas por:

0,6𝐴𝑤 𝑓𝑤 0,6𝑓𝑤
𝐹𝑤.𝑅𝑑 = = 1675 𝑘𝑁 𝜎𝑤.𝑅𝑑 = = 215,6 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑤2 𝛾𝑤2
0,6𝐴𝑔 𝑓𝑦 0,6 𝑓𝑦
𝐹𝑅𝑑 = = 1498 𝑘𝑁 𝜎𝑅𝑑 = = 136,4 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑎1 𝛾𝑎1

Sendo:

Ag = 10 mm x (2 x 257 mm + 2 x 221,8 mm) + 2 x 8 mm x 100 mm = 109,9 cm2


Aw = 0,707 Ag = 77,7 cm2

Onde:
Ag: Área bruta do metal base;
fy: Tensão de escoamento do metal base (250 MPa);
γa1: O coeficiente de segurança do material do metal base (1,1);
Aw: Área efetiva da solda;
fw: Tensão de escoamento do metal de adição (485 MPa);
γw2: O coeficiente de segurança do material do metal de adição (1,25);

Considerando os esforços atuantes na base do pilar, calculou-se as tensões


solicitantes nos cordões de solda de acordo com o critério de von-misses:

0,5
𝜎𝑆𝑑 = (𝜎⟂ 2 + 3 (𝜏⟂ 2 + 𝜏⫽ 2 ))
Tensões atuantes no metal base:

𝑀𝑆𝑑 𝑁𝑐.𝑆𝑑
𝑀𝑒𝑠𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝜎𝑆𝑑 = 𝑦𝑚𝑎𝑥 + = 94,6 𝑀𝑃𝑎
𝐼𝑥 𝐴𝑡

0,5
2 2
𝑀𝑆𝑑 𝑁𝑐.𝑆𝑑 𝑉𝑆𝑑
𝐴𝑙𝑚𝑎: 𝜎𝑆𝑑 = (( 𝑦max _𝑠𝑎 + ) +3 ( )) = 48,3 𝑀𝑃𝑎
𝐼𝑥 𝐴𝑡 𝐴𝑠𝑎

𝑀𝑆𝑑 𝑁𝑐.𝑆𝑑
𝑀𝑒𝑠𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝜎𝑆𝑑 = 𝑦𝑚𝑎𝑥 − = 90,2 𝑀𝑃𝑎
𝐼𝑥 𝐴𝑡

71 de 111
Onde (dados obtidos no autocad):
Ix: Momento de inércia da área total do cordão de solda em relação ao eixo de
aplicação do momento solicitante (28600 cm4);
ymax: Distância do eixo até o bordo superior da solda da mesa (191,5 mm);
At: Área total do cordão de solda (111,6 cm2);
ymax_sa: Distância do eixo até o bordo superior da solda da alma (50 mm);
Asa: Área do cordão de solda da alma (16 cm2).

Todos ficam abaixo do limite de resistência do metal base. Para o metal de


adição, as tensões podem ser obtidas dividindo-se as tensões do metal base por 0,707.
Como a resistência é quase o dobro, esse critério “passa” com folga.

10.2. Placa de base

Para a estimativa das dimensões da placa base, utilizou-se como referência


PIMENTA, R. J. et al., 2010, indicando uma distância de 80 mm do eixo do parafuso à
borda da placa. A norma estabelece um valor mínimo de 1,75 d (76.2 mm). Assim, as
medidas iniciais foram calculadas como:

𝑁 = 𝑑 + 2 𝑥 80 𝑚𝑚 = 523 𝑚𝑚
𝑁𝑎𝑑𝑜𝑡 = 580 𝑚𝑚
𝐵 = 𝑏𝑓 + 2 𝑥 80 𝑚𝑚 = 417 𝑚𝑚
𝐵𝑎𝑑𝑜𝑡 = 580 𝑚𝑚

𝑚 = 𝑁 − 0,95 𝑑 = 117,6 𝑚𝑚
𝑛 = 𝐵 − 0,85 𝑏𝑓 = 187,2 𝑚𝑚

Figura 10.3 – Disposição dos elementos na base (Fisher e Kloiber, 2006).

72 de 111
Como a base está sujeita a elevados esforços de momento, há uma grande
excentricidade e o procedimento de cálculo, não se considerando o confinamento do
concreto (A1 = A2), é mostrado a seguir:

𝑀𝑆𝑑 137,96 𝑘𝑁. 𝑚


𝑒= = = 5563 𝑚𝑚
𝑁𝑆𝑑 24.8 𝑘𝑁

𝑓𝑐𝑘 𝐴1
𝜎𝑐.𝑅𝑑 = √ = 12,8 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑐 𝛾𝑛 𝐴2

𝑙𝑥 𝑁𝑆𝑑
𝜀𝑚𝑎𝑥 = − = 288 𝑚𝑚 < 𝑒
2 2𝜎𝑐.𝑅𝑑 𝑙𝑦

Fazendo o equilíbrio de forças na vertical, tem-se:

𝑙𝑥
𝑓= − 80 𝑚𝑚 = 210 𝑚𝑚
2
2
𝑙𝑥 𝑙𝑥 2 𝑁𝑆𝑑

𝑙𝑐 = ( + 𝑓) ± ( + 𝑓) − (𝑒 + 𝑓) = 960𝑚𝑚 𝑜𝑢 40 𝑚𝑚
2 2 𝜎𝑐.𝑅𝑑 𝑙𝑦

𝐹𝑡.𝑆𝑑 = 𝜎𝑐.𝑅𝑑 𝑙𝑐 𝑙𝑦 − 𝑁𝑆𝑑 = 274 𝑘𝑁

Verificação da placa devido à presença da força de tração dos chumbadores:

𝑑 𝑡𝑓
𝑥=𝑓− + = 39,4 𝑚𝑚
2 2

𝐹𝑡.𝑆𝑑 𝑥
𝑡𝑝.𝑚𝑖𝑛 = 2 = 18,1 𝑚𝑚
√ 𝑓𝑦
( ) 𝑙𝑦
𝛾𝑎1

Verificação da placa considerando o valor de n (dominante):

𝑙
𝜎𝑐.𝑅𝑑 𝑙𝑐 (𝑛 − 2𝑐 )
𝑡𝑝.𝑚𝑖𝑛 = 2 √ = 38 𝑚𝑚
𝑓𝑦
𝛾𝑎1

Adotou-se uma espessura de placa de 38,1 mm (1 ½”).

73 de 111
Onde:
fy: Tensão de escoamento da placa (250 MPa);
fck: Resistência do concreto (25 MPa);
γc: Coeficiente de segurança do concreto (1,4);
γn: Coeficiente de comportamento (1,4);
γa1: Coeficiente de segurança da placa (1,1);

Figura 10.4 – Esforços atuantes (FISHER E KLOIBER, 2006).

Verificação a compressão

Adicionalmente foi feita uma verificação para a pior condições de esforço axial
de compressão, que ocorre isoladamente e tem seu valor máximo de 256,32 kN.

𝑁𝑆𝑑 𝛾𝑐 𝛾𝑛
𝐴1.𝑚𝑖𝑛 = = 203,0 𝑐𝑚2
𝑓𝑐𝑘
𝐴1 = 𝑁𝑎𝑑𝑜𝑡 𝐵𝑎𝑑𝑜𝑡 = 3364 𝑐𝑚2
𝑁𝑆𝑑
𝜎𝑆𝑑 = = 0,8 𝑀𝑃𝑎
𝑁𝑎𝑑𝑜𝑡 𝐵𝑎𝑑𝑜𝑡

2𝜎𝑆𝑑
𝑡𝑝.𝑚𝑖𝑛 = 𝑛 = 15,5 𝑚𝑚
√ 𝑓𝑦
𝛾𝑎1

10.3. Chumbadores

Para os chumbadores, alguns requisitos e recomendações devem ser


seguidos:
- Espaçamento mínimo entre furos: 3 d (114,3 cm), NBR 8800 (ABNT, 2008);
- Diâmetro do furo 2 5/16” (Fisher e Kloiber, 2006);

74 de 111
- Sobrediâmetro de 3 mm (Bellei, 2006);
- Comprimento de ancoragem mínimo de 12 d (Bellei, 2006);
- Espaçamento mínimo entre os chumbadores é de 5 d > 100 mm (190,50 cm)
(Bellei, 2006);
- Para chumbadores solicitados à tração, recomenda-se colocar duas porcas
para aumentar a resistência dos filetes de rosca (Bellei, 2006).
O parafuso escolhido foi o de 1 ½” (38,1 mm) ASTM A307 e o dimensionamento
à tração:

0,75𝐴𝑔 𝑓𝑢
𝐹𝑡.𝑅𝑑 = = 262,8 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

Onde:
fu: Tensão última do parafuso (415 MPa);
γa2: Coeficiente de segurança do parafuso (1,35);
Ag: Área bruta do parafuso (1140 mm2).

𝐹𝑡.𝑆𝑑
𝑛= = 1,04
𝐹𝑡.𝑅𝑑
𝑛𝑎𝑑𝑜𝑡 = 2
𝐹𝑡.𝑆𝑑
𝐹𝑡.𝑆_𝑢𝑛 = = 136,8 𝑘𝑁
2

Verificação à tração e cisalhamento combinados:

𝑉𝑆𝑑
𝐹𝑣.𝑆_𝑢𝑛 = = 9,4 𝑘𝑁
4
0,40𝐴𝑔 𝑓𝑢
𝐹𝑣.𝑅𝑑 = = 140,2 𝑘𝑁
𝛾𝑎2
𝐹𝑡.𝑆_𝑢𝑛 2 𝐹𝑣.𝑆_𝑢𝑛 2
( ) +( ) = 0,3 ≤ 1
𝐹𝑡.𝑅𝑑 𝐹𝑣.𝑅𝑑

Segundo Bellei, 2006, o comprimento de embutimento é igual a:

𝐹𝑡.𝑆𝑑
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑒 = = 995 𝑐𝑚2
0,055 𝑓𝑐𝑘

75 de 111
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑒
𝐿𝑐 = √ = 178 𝑚𝑚
3,14

𝐿𝑐𝑚𝑖𝑛 = 12 𝜙 = 457,2 𝑚𝑚
𝐿𝑐𝑎𝑑𝑜𝑡 = 50 𝑐𝑚

10.4. Outros componentes

Segundo (Fisher e Kloiber, 2006), o graute cimentício deve seguir os seguintes


requisitos:
- 50 mm de espessura (pilar instalado no topo de fundação);
- Resistência à compressão pelo menos 2 vezes a do concreto. Escolhido:
Graute plus (60 MPa aos 28 dias) da Quartzolit-Saint-Gobain;

76 de 111
11. LIGAÇÕES - NBR 8800 (ABNT, 2008)

As ligações entre perfis laminados serão verificadas conforme a norma NBR


8800 (ABNT, 2008). Essa norma também se aplica a perfis formados a frio quando a
espessura da parte mais fina ultrapassar 4,75mm.

11.1. Ligação Viga de rolamento (W 410 x 85) – Console (W 360 x 91)

Nessa ligação a mesa da viga é aparafusada a mesa do console. São utilizados


dois parafusos, um de cada lado. Há transmissão apenas de esforço cortante devido a
força horizontal da ponte rolante.
A ligação possui as seguintes característica:
• Parafuso: ASTM A-307, ϕ = 1/2” (12,7 mm), Ap = 1,27 cm2, fub = 415 MPa;
• ϕ𝑐 = 1, lf = 42,5 mm, fu = 400 MPa, γa2 = 1,35;
• Vd = 4,8 kN.

Figura 11.1 – Imagem 3D da ligação viga de rolamento – console.

11.1.1.Verificação dos parafusos

a) Cisalhamento

0,40. 𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑣.𝑅𝑑 = = 15,6 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 2,4 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

b) Resistencia à pressão de contato - Rasgamento entre furo e borda

ϕ𝑐 . 𝑙𝑓 . 𝑡𝑚𝑒𝑠𝑎 . 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = = 229 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 2,4 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

77 de 111
11.2. Ligação Console (W 360 x 91) – Pilar (W 360 x 122)

Figura 11.2 – Esforços transmitidos pela ligação pilar - console.

Nessa ligação o perfil da viga é soldado a uma chapa de extremidade e


aparafusado à mesa do perfil da coluna. Há transmissão de esforço axial, esforço
cortante e momento fletor.
A ligação possui as seguintes característica:
• Material da chapa: 254 x 440 x 12,7 (Aço ASTM A-36);
• Eletrodo de solda: E70XX;
• Parafuso: ASTM A-307, ϕ = ¾”;
• Ligação por contato;
• Nd = 10 kN, Vd = 204 kN, Md = 75 kN.m.

Figura 11.3 – Imagem 3D da ligação console – pilar.

11.2.1.Verificação da viga

O momento na viga será resistido através de esforços de tração e compressão


nas mesas sem considerar a resistência da alma. Ainda, a força de tração na viga será
considerada resistida apenas pelas mesas, ao passo que a força cortante é resistida
pela alma da viga:

78 de 111
Figura 11.4 – Esforços nas mesas e alma da viga.

a) Verificação da mesa à tração – item 5.2.2 da NBR 8800 (ABNT, 2008)

𝐴𝑔 = 𝑏𝑓 . 𝑡𝑓 = 41,7 𝑐𝑚2
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦 𝑀𝑑 𝑁𝑑
𝑁𝑡.𝑅𝑑 = = 947 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑡 = + = 228 𝑘𝑁
𝛾𝑎1 𝑙 2

b) Verificação da mesa à compressão


Efetividade da mesa à compressão – tabela F.1 da NBR 8800 (ABNT, 2008)

𝑏𝑓 𝐸
= 7,7 ≤ 0,56 √ = 16
2. 𝑡𝑓 𝑓𝑦

A mesa comprimida não apresenta problema de flambagem local, ou seja, é tão


efetiva quanto a mesa tracionada.

𝑀𝑑 𝑁𝑑
𝑁𝑐.𝑅𝑑 = 𝑁𝑡.𝑅𝑑 ≥ 𝑃𝑑𝑐 = − = 218 𝑘𝑁
𝑙 2

c) Verificação da alma ao cisalhamento local - item 5.4.3.1 da NBR 8800 (ABNT,


2008)

𝐴𝑤 = 𝑏𝑤 . 𝑡𝑤 = 30,4 𝑐𝑚2
0,6. 𝐴𝑤 . 𝑓𝑦
𝑉𝑅𝑑 = = 415 𝑘𝑁 ≥ 𝑉𝑑 = 204 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

79 de 111
11.2.2.Verificação das soldas

a) Mesa superior: 𝑑𝑤_𝑚 = 6 𝑚𝑚

a.1) Escoamento do metal base na face da fusão – tabela 8 da NBR 8800 (ABNT,
2008)
𝐴𝑀𝐵 = 𝑑𝑤_𝑚 . (2. 𝑏𝑓 − 𝑡𝑤 ) = 29,9 𝑐𝑚2
0,6 . 𝐴𝑀𝐵 . 𝑓𝑦
𝐹𝑀𝐵.𝑅𝑑 = = 408 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑡 = 228 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

a.2) Verificação da ruptura da solda na seção efetiva – tabela 8 da NBR 8800


(ABNT, 2008)

𝐴𝑤 = 0,707 . 𝑑𝑤_𝑚 . (2. 𝑏𝑓 − 𝑡𝑤 ) = 21,1 𝑐𝑚2


0,6 . 𝐴𝑤 . 𝑓𝑤
𝐹𝑤.𝑅𝑑 = = 456 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑡 = 228 𝑘𝑁
𝛾𝑤2

b) Alma: 𝑑𝑤_𝑎 = 6 𝑚𝑚 𝑒 𝐼𝑤 = 200 𝑚𝑚

- força na solda devida ao esforço cortante, considerando dois filetes no


comprimento da alma.

𝑉𝑑 𝑘𝑁
𝑓𝑣 = = 5,1
2. 𝑏𝑤 𝑐𝑚

- força na solda da alma devida à força na solda das mesas; próximo à mesa, a
solda da alma deverá também absorver uma parcela da tensão normal na mesa dada
por:
𝑃𝑑𝑡
𝜎𝑡 = = 55 𝑀𝑃𝑎
𝑡𝑓 . 𝑏𝑓
𝑡𝑤 𝑘𝑁
𝑓𝑡 = 𝜎𝑡 = 2,6
2 𝑐𝑚

- força resultante na solda da alma

𝑘𝑁
𝑓𝑟 = √𝑓𝑣 2 + 𝑓𝑡 2 = 5,7
𝑐𝑚

80 de 111
b.1) Escoamento do metal base na face da fusão – tabela 8 da NBR 8800 (ABNT,
2008)

0,6 . 𝑑𝑤_𝑎 . 𝑓𝑦 𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝐹𝑀𝐵.𝑅𝑑 = = 8,2 ≥ 𝑓𝑟 = 5,7
𝛾𝑎1 𝑐𝑚 𝑐𝑚

b.2) Verificação da ruptura da solda na seção efetiva – tabela 8 da NBR 8800


(ABNT, 2008)

0,6 . 𝑑𝑤_𝑎 . 𝑓𝑤 𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝐹𝑤.𝑅𝑑 = = 13 ≥ 𝑓𝑟 = 8,1
𝛾𝑤2 𝑐𝑚 𝑐𝑚

11.2.3.Verificação da chapa e parafusos

a) Esforços nos parafusos

a.1) Força cortante de cálculo por parafuso


𝑉𝑑
𝐹𝑣.𝑆𝑑 = = 34 𝑘𝑁
𝑛

a.2) Cálculo da linha neutra e momento de inercia da seção composta

𝑦
𝑏𝑝𝑙 . 𝑦. = 2. 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦) + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙2 − 𝑦) + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙3 − 𝑦)
2
𝑦 = 5,86𝑐𝑚
𝑦3
𝐼 = 𝑏𝑝𝑙 . + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦)2 + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙2 − 𝑦)2 + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙3 − 𝑦)2 = 13478 𝑐𝑚4
3

a.3) Força de tração dos parafusos na posição mais afastada da LN acrescida


da força de tração atuante.

𝑀𝑑 𝑁𝑑
𝐹1𝑑 = 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦) + = 54,5 𝑘𝑁
𝐼 6

a.4) Verificação do efeito alavanca

e1 = 100 mm;
e2 = 77 mm;

81 de 111
b = 30 mm;
a = 37,5 mm (menor entre 50 mm e 1,25b)
p = 3,96 cm (menor entre e1 / 2 e b + ϕ/2) + 3,96 cm (menor entre e2 e b + ϕ/2)
p = 7,92 cm

1,5 . 𝑝 . 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 2 . 𝑓𝑦
𝑀𝛼 = = 72,5 𝑘𝑁. 𝑚
𝛾𝑎1
ϕ′ = ϕ + 1,6 mm = 20,7 mm
𝑝 − ϕ′
𝛿=
𝑝
𝑇 = 𝐹1𝑑
𝑇. ϕ′ − 𝑀𝛼
𝛼= = 0,75
𝛿 𝑀𝛼

Como 0 < α < 1, existirá efeito alavanca, sendo o efeito adicional de tração no
parafuso dado por:
ϕ
𝑎′ = 𝑎 + = 4,71 𝑐𝑚
2
ϕ
𝑏 ′ = 𝑏 − = 2,05 𝑐𝑚
2

𝑇. b − 𝑀𝛼
𝑄= = 8,3 𝑘𝑁
𝑎′
𝑇𝑅 = 𝑇 + 𝑄 = 63 𝑘𝑁

b) Verificação da chapa de extremidade

b.1) Efeito do momento fletor: Está automaticamente verificado pois se α < 1 é


porque o momento M2 solicitante é menor do que o momento resistente.

b.2) Efeito da força cortante:


Considerando a largura p e a área líquida efetiva para seção rectangular, a
tensão de cisalhamento de cálculo é:

𝑇𝑅
𝑉𝑆𝑑 = 1,5 . = 93,7 𝑀𝑃𝑎
𝑝 . 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎
𝑓𝑦
𝑉𝑅𝑑 = 0,6 . = 136,4 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑎1

82 de 111
c) Verificação dos Parafusos

c.1) Tração pura – item 6.3.3.1 da NBR 8800 (ABNT, 2008)

0,75. 𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑡.𝑅𝑑 = = 131 𝑘𝑁 ≥ 𝑇𝑅 = 63 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.2) Tração com cisalhamento

𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑡𝑐.𝑅𝑑 = − 1,90 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 110,5 𝑘𝑁 ≥ 𝑇𝑅 = 63 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.3) Cisalhamento

0,40. 𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑣.𝑅𝑑 = = 70 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 34 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.4) Resistencia à pressão de contato


c.4.1) Rasgamento entre dois furos

ϕ𝑐 = 1
ϕ′
𝑙𝑓 = 2. 𝑏 + 𝑡𝑓 − 2 = 55,7 𝑚𝑚
2
ϕ . 𝑙𝑓 . 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 . 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = 𝑐 = 210 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 34 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.4.2) Rasgamento entre furo e borda

ϕ′
𝑙𝑓 = 𝑎 − = 27,2 𝑚𝑚
2
ϕ . 𝑙𝑓 . 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 . 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = 𝑐 = 102 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 34 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

11.2.4.Verificação da necessidade de enrijecedores junto às mesas comprimida


da viga – item 5.7.3 da NBR 8800 (ABNT, 2008)

a) Mesa comprimida

83 de 111
𝑘 = 𝑡𝑓 + 𝑟 = 37,5 𝑚𝑚
𝑑 = 363 𝑚𝑚

a.1) Escoamento local da alma

1,1. (5𝑘 + 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 ). 𝑓𝑦 . 𝑡𝑤


𝐹𝑅𝑑 = = 651 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑐 = 218 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

a.2) Enrugamento da alma

1,5
0,66. 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 2 𝑡𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 𝑡𝑤 𝐸 . 𝑓𝑦 . 𝑡𝑓
𝐹𝑅𝑑 = . (1 + 3. ( ).( ) ).√ = 971 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑐 = 218 𝑘𝑁
𝛾𝑎1 𝑑 𝑡𝑓 𝑡𝑤

b) Mesa tracionada

b.1) Verificação da mesa da coluna à tração

6,25. 𝑡𝑓 2 . 𝑓𝑦
𝐹𝑅𝑑 = = 669 𝑘𝑁 ≥ 𝑃𝑑𝑡 = 228 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

b.2) Verificação da mesa da coluna à flexão


Considerando não haver o efeito alavanca.

e1 = 116,4 mm;
e2 = 500 mm;
b = 43,5 mm;
a = 54,4 mm (menor entre 77 mm e 1,25b)
p = 5,31 cm (menor entre e1 / 2 e b + ϕ/2) + 3,96 cm (menor entre e2 e b + ϕ/2)
p = 10,61 cm

1,5 . 𝑝 . 𝑡𝑓 2 . 𝑓𝑦
𝑀𝛼 = = 283,9 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝛾𝑎1

𝑀 = 𝑇𝑅 . 𝑏 = 273,1 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

b.2) Verificação da alma da coluna à tração

84 de 111
O esforço solicitante de tração é, considerando dois parafusos solicitando a faixa
de alma de largura “p” à tração:
𝐴𝑔 = 𝑝. 𝑡𝑤 = 13,8 𝑐𝑚2
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝑁𝑡.𝑅𝑑 = = 314 𝑘𝑁 ≥ 2𝑇𝑅 = 126 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

11.2.5.Verificação da alma da coluna ao cisalhamento

𝑏𝑤 = 𝑑 − 2𝑡𝑓 = 320 𝑚𝑚
𝑎
𝑃𝑎𝑟𝑎 > 3, 𝑘𝑣 = 5

𝑏𝑤
𝜆= = 24,6
𝑡𝑤

𝐾𝑣 𝐸
𝜆𝑝 = 1,1 √ = 69,6
𝑓𝑦

0,6. 𝑏𝑤 . 𝑡𝑤 . 𝑓𝑦
𝑉𝑅𝑑 = = 567 𝑘𝑁 ≥ 𝑉𝑆𝑑 = 𝑃𝑑𝑡 = 228 𝑘𝑁
𝛾𝑎1

11.3. Ligação Viga de travamento (W 200 x 26,6) – Pilar (W 360 x 122)

Figura 11.5 – Esforços transmitidos pela ligação viga de travamento - pilar.

Nessa ligação o perfil da viga é aparafusado a uma chapa lateral que é soldada
à alma do perfil do pilar. Há transmissão de esforço axial e esforço cortante.
A ligação possui as seguintes característica:
• Material da chapa: Aço ASTM A-36, fy = 250 MPa, fu = 400 MPa, γa1 = 1,1;
• Cantoneira L76,2x76,2x6,3; b = 76,2 mm, t = 6,3 mm;
• Eletrodo de solda: E70XX, fw = 415 MPa, γw2 = 1,35;
• Parafuso: ASTM A-307 ϕ = 1/2” = 12,7mm, n = 3; fub =415 MPa, γa2 = 1,35;

85 de 111
• Ndc = 5,3 kN Vd = 0,5 kN (valores para cada lado).

Figura 11.6 – Imagem 3D da ligação viga de travamento – pilar.

11.3.1.Verificação das soldas

a) Dimensão nominal da solda:

t = 6,3 mm
Valor mínimo recomendado: 𝑑𝑤_𝑚𝑖𝑛 = 3 𝑚𝑚
Valor mínimo recomendado: 𝑑𝑤_𝑚á𝑥 = 𝑡 − 1,5 𝑚𝑚 = 5 𝑚𝑚
Valor adotado: 𝑑𝑤 = 5 𝑚𝑚
Garganta efetiva: 𝑎 = 0,707. 𝑑𝑤 = 3,5 𝑚𝑚

b) Propriedades geométricas da seção efetiva do grupo solda

𝐼𝑤1 = 66 𝑚𝑚 ; 𝑥𝑔1 = 33 𝑚𝑚
𝐼𝑤2 = 140 𝑚𝑚 ; 𝑥𝑔2 = 0 𝑚𝑚

b.1) Posição do centroide (G)

2. 𝐼𝑤1 . 𝑥𝑔1 + 𝐼𝑤2 . 𝑥𝑔2


𝑥𝑔 = = 1,60 𝑐𝑚
2. 𝐼𝑤1 + 𝐼𝑤2

b.2) Áreas

𝐴𝑀𝐵 = 𝑑𝑤 . (2. 𝐼𝑤1 + 𝐼𝑤2 ) = 13,6 𝑐𝑚2


𝐴𝑤 = 0,707. 𝐴𝑀𝐵 = 9,6 𝑐𝑚2

86 de 111
b.3) Momento de inércia unitário

𝐼𝑤2 3 𝐼𝑤1
𝐼′𝑥 = +2 ( + 𝐼𝑤1 . (7 𝑐𝑚)2 ) = 877 𝑐𝑚3
12 12
𝐼𝑤2 2
𝐼𝑤1 3
𝐼′𝑦 = + 𝐼𝑤2 . 𝑥𝑔 + 2 ( + 𝐼𝑤1 . (𝑥𝑔1 − 𝑥𝑔 )2 ) = 123 𝑐𝑚3
12 12

b.4) Momento de inércia polar e seção efetiva da solda

𝐼𝑥 = 𝑎𝐼′𝑥 = 310 𝑐𝑚4


𝐼𝑦 = 𝑎𝐼′𝑦 = 43 𝑐𝑚4
𝐼𝑝 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = 353 𝑐𝑚4

c) Tensões atuantes na solda


c.1) Tensão na seção efetiva da solda

𝑉𝑑 𝑁𝑑𝑐
𝑓𝑣 = = 0,5 𝑀𝑃𝑎, 𝑓𝑑𝑐 = = 5,5 𝑀𝑃𝑎
𝐴𝑤 𝐴𝑤
𝑥 = (𝐼𝑤1 − 𝑥𝑔 ), 𝑦 = 7 𝑐𝑚

𝑟 = √𝑥 2 + 𝑦 2 = 8,6 𝑐𝑚
𝑉𝑑 . (𝑏 − 𝑥𝑔 )
𝑓𝑀 = . 𝑟 = 0,73 𝑀𝑃𝑎
𝐼𝑝
𝑦 𝑥
𝑓𝑀𝑥 = 𝑓𝑀 = 0,6 𝑀𝑃𝑎, 𝑓𝑀𝑦 = 𝑓𝑀 = 0,43 𝑀𝑃𝑎
𝑟 𝑟
2
𝑓𝑤 = √(𝑓𝑀𝑥 + 𝑓𝑡 )2 + (𝑓𝑀𝑦 + 𝑓𝑣 ) = 6,2 𝑀𝑃𝑎

c.2) Tensão na face de fusão

𝑓𝑀𝐵 = 0,707. 𝑓𝑤 = 4,4 𝑀𝑃𝑎

d) Resistência de cálculo da solda

d.1) Escoamento do metal base na face da fusão – tabela 8 da NBR 8800 (ABNT,
2008)

87 de 111
0,6 . 𝑑𝑤 . 𝑓𝑦
𝑓𝑀𝐵.𝑅𝑑 = = 136,4 𝑀𝑃𝑎 ≥ 𝑓𝑀𝐵 = 4,4 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑎1
d.2) Verificação da ruptura da solda na seção efetiva - tabela 8 da NBR 8800
(ABNT, 2008)

0,6 . 𝑑𝑤 . 𝑓𝑤
𝑓𝑤.𝑅𝑑 = = 184,4 𝑀𝑃𝑎 ≥ 𝑓𝑤 = 6,2 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑤2

11.3.2.Verificação dos parafusos

a) Força de cisalhamento

𝑉𝑑
𝐹𝑣𝑐 = = 0,2 𝑘𝑁
𝑛
𝑀2
𝐹𝑣𝑀 = = 0,2 𝑘𝑁
𝑧
𝑧 = 9 𝑐𝑚
𝑀2 = 𝑉𝑑 . 𝑒2 = 0,02 𝑘𝑁. 𝑚
(𝑏 − 𝑡) 𝑡𝑤
𝑒2 = +𝑡+ = 4,4 𝑐𝑚
2 2
𝑡𝑤 = 5,8 𝑚𝑚

𝐹𝑣.𝑆𝑑 = √𝐹𝑣𝑐 2 + 𝐹𝑣𝑀 2 = 0,3 𝑘𝑁

b) Força de tração
b.1) Cálculo da linha neutra e momento de inercia da seção composta

𝑦
𝑏. 𝑦. = 2. 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦) + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙2 − 𝑦) + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙3 − 𝑦)
2
𝑦 = 2,19𝑐𝑚
3
𝑦
𝐼 = 𝑏. + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦)2 + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙2 − 𝑦)2 + 2. 𝐴𝑝 . (𝑙3 − 𝑦)2 = 166 𝑐𝑚4
3

b.2) Força de tração dos parafusos na posição mais afastada da LN acrescida


da força de tração atuante.

𝑀 𝑁𝑑
𝐹1𝑑 = 𝐴𝑝 . (𝑙1 − 𝑦) + = 2 𝑘𝑁
𝐼 𝑛

88 de 111
c) Resistência de cálculo dos parafusos
c.1) Tração pura – item 6.3.3.1 da NBR 8800 (ABNT, 2008)

0,75. 𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑡.𝑅𝑑 = = 29,3 𝑘𝑁 ≥ 𝐹1𝑑 = 2 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.2) Tração com cisalhamento

𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑡𝑐.𝑅𝑑 = − 1,90 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 38,5 𝑘𝑁 ≥ 𝐹1𝑑 = 2 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.3) Cisalhamento

0,40. 𝐴𝑝 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑣.𝑅𝑑 = = 15,6 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 0,3 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.4) Resistencia à pressão de contato


c.4.1) Rasgamento entre dois furos

ϕ𝑐 = 1
2
𝑙𝑓 = 45 𝑚𝑚 − (ϕ + 1,6 mm) = 30,7 𝑚𝑚
2
ϕ . 𝑙𝑓 . 𝑡. 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = 𝑐 = 57 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣𝑐 = 0,2 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

c.4.2) Rasgamento entre furo e borda


1
𝑙𝑓 = 25 𝑚𝑚 − (ϕ + 1,6 mm) = 17,9 𝑚𝑚
2
ϕ . 𝑙𝑓 . 𝑡. 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = 𝑐 = 33 𝑘𝑁 ≥ 𝐹𝑣.𝑆𝑑 = 0,3 𝑘𝑁
𝛾𝑎2

d) Verificação das cantoneiras


d.1) Estado limite de escoamento da seção bruta

𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝑁𝑡.𝑅𝑑 = = 200,5 𝑘𝑁 ≥ Vd = 0,5 kN
𝛾𝑎1
𝐴𝑔 = 8,8 𝑐𝑚2

89 de 111
d.2) Estado limite de ruptura da seção líquida

𝐴𝑒 . 𝑓𝑢
𝑁𝑡.𝑅𝑑 = = 138,4 𝑘𝑁 ≥ Vd = 0,5 kN
𝛾𝑎2
𝐴𝑔 = 𝐶𝑡 . 𝐴𝑛 = 4,7 𝑐𝑚2
2,13
𝐶𝑡 = 1 − = 0,76
9
𝐴𝑛 = 𝑡 (14 − 3 . (𝜙 + 1,6 𝑚𝑚) = 6,1 𝑐𝑚2

11.4. Ligação Tirante (B – 16.00) – Pilar (W 360 x 122)

Nessa ligação o tirante, rosqueado na ponta, é preso a um perfil “L” através de


duas porcas e uma arruela. O perfil, por sua vez, é soldando à alma do pilar. Se faz
necessário soldar uma chapa à uma das abas do perfil de forma a se obter a inclinação
correta do tirante. Essa ligação teve como referência as ligações executadas nas pontes
telescópicas do aeroporto Santos Dumont, conforme Figura 11.8, tirada pelo próprio
autor. A ligação possui as seguintes característica:
• Material da chapa: Aço ASTM A-36, fy = 250 MPa, fu = 400 MPa, γa1 = 1,1;
• Cantoneira L152x152x6,5;
• Eletrodo de solda: E70XX,
• Porca e arruela: ASTM A-307 ϕ = 5/8”
• Ndt = 0,4 kN

Figura 11.7 – Ligação tirante – pilar. (a) vista de corte, (b) vista de topo.

Figura 11.8 – Ligação de tirante em ponte telescópica do aeroporto Santos Dumont.

90 de 111
12. LIGAÇÕES - NBR 14762 (ABNT, 2010)

As ligações entre perfis formados a frio e entre esses e perfis laminados serão
verificadas conforme a norma NBR 14762 (ABNT, 2010). A espessura da parte mais
fina não deve ultrapassar 4,75mm.

12.1. Verificações realizadas

12.1.1.Parafusos

Dimensões do furo:

Para um diâmetro nominal do parafuso maior ou igual a 12,5 mm, utiliza-se um


diâmetro de furo-padrão de d + 1,5 mm.

Espaçamentos mínimo:

A distância da borda de um furo à extremidade do elemento conectado não deve


ser inferior a d, onde d é o diâmetro nominal do parafuso.

Espaçamento máximo:

A distância da borda de um furo à extremidade do elemento conectado não deve


2
𝐸
ser superior a: 1,37. 𝑡. ( ) .
𝑓𝑦

Rasgamento entre furo e borda:

𝑡. 𝑒. 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,45)
𝛾

onde
fu: resistência à ruptura do aço (metal-base);
t: espessura do elemento analisado;
e: distância, na direção da força, do centro do furo à extremidade do elemento
conectado;

91 de 111
Pressão de contato (esmagamento):

𝛼𝑒 . 𝑑. 𝑡. 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,55)
𝛾

onde
d: diâmetro nominal do parafuso;
αe: igual a 0,183t + 1,53, com t em mm;

Força de tração resistente de cálculo do parafuso:

0,75. 𝐴𝑏 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑣,𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,35)
𝛾

Onde
Ab: área bruta da seção transversal do parafuso;
fub: resistência à ruptura do parafuso na tração;

Força de cisalhamento resistente de cálculo do parafuso:

0,4. 𝐴𝑏 . 𝑓𝑢𝑏
𝐹𝑣,𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,35)
𝛾

Tração e cisalhamento combinados:

2 2
𝐹𝑡,𝑆𝑑 𝐹𝑣,𝑆𝑑
( ) +( ) ≤1
𝐹𝑡,𝑅𝑑 𝐹𝑣,𝑅𝑑

onde
Ft,Sd: força de tração solicitante de cálculo no parafuso;
Fv,Sd: força de cisalhamento solicitante de cálculo no parafuso;
Ft,Rd: força de tração resistente de cálculo do parafuso;
Fv,Rd: força de cisalhamento resistente de cálculo do parafuso.

92 de 111
Colapso por rasgamento:

0,6. 𝐴𝑔𝑣 . 𝑓𝑦 + 𝐴𝑛𝑡 . 𝑓𝑢


𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,65)
𝛾
0,6. 𝐴𝑛𝑣 . 𝑓𝑢 + 𝐴𝑛𝑡 . 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,65)
𝛾

Onde
Agv: área bruta sujeita ao cisalhamento da parte suscetível ao rasgamento;
Anv: área líquida sujeita ao cisalhamento da parte suscetível ao rasgamento;
Ant: área líquida sujeita à tração da parte suscetível ao colapso por rasgamento;

12.1.2.Soldas de filete

Estado-limite último de ruptura do metal-base (solicitação paralela ao eixo):

𝐿 0,75. 𝑡. 𝐿. 𝑓𝑢
𝑃𝑎𝑟𝑎 > 25, 𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 2,0)
𝑡 𝛾

Onde
L: comprimento do filete de solda;
t: menor espessura dos elementos soldados;

Estado-limite último de ruptura do metal-base (solicitação normal ao eixo):

𝑡. 𝐿. 𝑓𝑢
𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,55)
𝛾

Estado-limite último de ruptura da solda:

0,75. 𝑡𝑒𝑓 . 𝐿. 𝑓𝑤
𝐹𝑅𝑑 = (𝛾 = 1,65)
𝛾

Onde
fw: resistência à ruptura da solda;
tef: garganta efetiva da solda de filete, considerada como 0,7 w;
w: perna da solda;

93 de 111
12.2. Dimensionamento das ligações

Alguns elementos serão comuns a todas as ligações, conforme relacionados


abaixo:
• Material das chapas: Aço ASTM A-36, fy = 250 MPa, fu = 400 MPa, E = 200 MPa;
• Espessura das chapas (t): 3 mm;
• Distância do centro do furo à boda mais próxima (e): 90 mm;
• Parafuso: ASTM A-325, fub = 825 MPa;
• Eletrodo de solda: E70XX, fw = 485 MPa

12.2.1.Barras da viga treliçada com chapas gousset

As ligações entre as barras da treliça e as chapas gousset serão do tipo


aparafusadas, sendo dimensionadas para as piores condições de esforço axial, ou seja,
para um esforço de tração de 79,2 kN e de compressão de 81,7 kN. Serão utilizados 2
parafusos (um de cada lado), d = 1” (25,4 mm), Ab = 5,07 cm2.
Os perfis considerados nessa ligação foram U 150x75x3,00 - #11 para diagonais
e montantes, todos perfis formados a frio.

Figura 12.1 – Ligação da diagonal e montante com banzo inferior.

Tabela 12-1 – Verificações da ligação das barras da treliça com as chapas gousset
Espaçamento Emín (mm) Emáx (mm)
Adotado = 90 mm 25,4 116,2
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Rasgamento entre furo e borda 74,5 39,6
Pressão de contato (esmagamento) 40,9 40,9
Força de cisalhamento no parafuso 123,9 40,9
Colapso por rasgamento (1) 42,6 39,6
Colapso por rasgamento (2) 51,8 39,6

αe Agv (cm2) Anv (cm2) Ant (cm2)


2,1 2,7 2,3 0,7

94 de 111
12.2.2.Chapas gousset com banzos e pilares

As chapas gousset são ligadas aos banzos superiores, banzos inferiores e


pilares através de soldas. Para as ligações com os banzos, considerou-se que as soldas
devem resistir à uma solicitação paralela de 71,5 kN, equivalente ao maior esforço axial
(81,7 kN) atuando na diagonal inclinada 29º. Serão utilizadas 2 chapas (uma de cada
lado).
Os perfis considerados nessa ligação foram U 150x75x6,30 - #03 para banzos
inferiores, U 150x75x8,00 - #02 para banzos superiores, ambos perfis formados a frio e
perfil laminado W 360 x 122 para o pilar.

Tabela 12-2 – Verificações da ligação das chapas gousset com os banzos


Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Estado-limite último de ruptura do metal-
45 35,8
base (solicitação paralela ao eixo)
Estado-limite último de ruptura da solda 46,3 35,8

L (mm) t (mm) tef (mm)


100 3,0 2,1

Para as ligações das chapas dos banzos superiores com os pilares, considerou-
se que as soldas devem resistir à uma solicitação paralela de 79,1 kN e uma normal de
3,9 kN, equivalente ao maior esforço axial de tração (79,2 kN) atuando no banzo
superior inclinado 2,85º. Serão utilizadas 2 chapas (uma de cada lado).

Figura 12.2 – Ligação do banzo superior com pilar.

95 de 111
Tabela 12-3 – Verificações da ligação das chapas gousset superiores com os pilares
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Estado-limite último de ruptura do metal-
45 1,9
base (solicitação paralela ao eixo)
Estado-limite último de ruptura do metal-
77,4 39,6
base (solicitação normal ao eixo)
Estado-limite último de ruptura da solda 46,3 32,7

L (mm) t (mm) tef (mm)


2 x 50 3,0 2,1

Para as ligações das chapas dos banzos inferiores com os pilares, considerou-
se que as soldas devem resistir à uma solicitação paralela de 32,6 kN e uma normal de
39,6 kN. Para a obtenção dessas solicitações considerou-se a componente vertical da
diagonal em sua compressão máxima (81,7 kN) e a componente horizontal do esforço
axial de tração do banzo inferior, de 32,6 kN.

Figura 12.3 – Ligação do banzo inferior com pilar.

Tabela 12-4 – Verificações da ligação das chapas gousset inferiores com os pilares
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Estado-limite último de ruptura do metal-
189 39,6
base (solicitação paralela ao eixo)
Estado-limite último de ruptura do metal-
325,2 311,5
base (solicitação normal ao eixo)
Estado-limite último de ruptura da solda 194,4 51,3

L (mm) t (mm) tef (mm) d (mm) e (mm) h (mm)


2 x 210 3,0 2,1 210 79 363

96 de 111

𝐹𝐻 . 𝑒 𝐹𝑉 . 2
𝐹𝐻,𝑆𝑑 = 𝐹𝐻 + ( + ).𝐿
𝑊 𝑊

𝐹𝑤,𝑆𝑑 = √𝐹𝐻 2 + 𝐹𝑉 2

𝑑2
𝑊=
3

12.2.3.Banzos - Chapas de emenda

A ligação entre os segmentos dos banzos é feita através de chapas de emenda.


Essas ligações devem suportar esforços axiais máximos de tração de 82 kN e de
compressão de 68,2 kN. Serão utilizados 3 parafusos d = 3/4” (19,1 mm), Ab = 2,85 cm2.
Os perfis considerados nessa ligação foram U 150x75x6,30 - #03 para banzos
inferiores, U 150x75x8,00 - #02 para banzos superiores, ambos perfis formados a frio.

Tabela 12-5 – Verificações da ligação das chapas de emenda


Espaçamento Emín (mm) Emáx (mm)
Adotado = 90 mm 19,1 116,2
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Rasgamento entre furo e borda 74,5 27,3
Pressão de contato (esmagamento) 30,7 27,3
Força de cisalhamento no parafuso 69,7 27,3
Colapso por rasgamento (1) 44,9 27,3
Colapso por rasgamento (2) 55,8 327,3

αe Agv (cm2) Anv (cm2) Ant (cm2)


2,1 2,7 2,4 0,8

12.2.4.Mãos francesas – Chapas de extremidade

A ligação dessas barras com as terças e banzos inferiores é feita através de


chapas de extremidade e parafuso. Essas ligações devem suportar esforços axiais
máximos de tração de 4,7 kN e de compressão de 5 kN. Será utilizado 1 parafuso d =
1/2” (12,7 mm), Ab = 1,27 cm2. A distância do centro do furo à boda mais próxima (e)
será de 110 mm.
O perfil considerado nessa ligação foi U 150x75x3,00 - #11, formado a frio, para
as mãos francesas.

97 de 111
Tabela 12-6 – Verificações da ligação das mãos francesas
Espaçamento Emín (mm) Emáx (mm)
Adotado = 110 mm 12,7 116,2
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Rasgamento entre furo e borda 91,0 3,3
Pressão de contato (esmagamento) 20,4 3,5
Força de tração no parafuso 58,1 3,3
Força de cisalhamento no parafuso 31,0 3,5
Colapso por rasgamento (1) 52,7 3,3
Colapso por rasgamento (2) 67,9 3,3

αe Agv (cm2) Anv (cm2) Ant (cm2)


2,1 3,3 3,1 0,9

12.2.5.Terças e travessas

Essas barras estão ligadas às treliças e colunas e estão sujeitas à esforços


cortantes máximos de 5 kN. Será utilizado 1 parafuso d = 1/2” (12,7 mm), Ab = 1,27 cm2.
A distância do centro do furo à boda mais próxima (e) será de 50 mm.
O perfil considerado nessa ligação foi Ue 200x75x25x3,00 - #11, formado a frio,
tanto para as terças quanto para as travessas.

Tabela 12-7 – Verificações da ligação das terças


Espaçamento Emín (mm) Emáx (mm)
Adotado = 50 mm 12,7 116,2
Verificação FRd (kN) FSd (kN)
Rasgamento entre furo e borda 41,4 3,3
Pressão de contato (esmagamento) 20,4 3,5
Força de tração no parafuso 58,1 3,3
Força de cisalhamento no parafuso 31,0 3,5
Colapso por rasgamento (1) 36,3 3,3
Colapso por rasgamento (2) 41,7 3,3

αe Agv (cm2) Anv (cm2) Ant (cm2)


2,1 1,5 1,3 0,9

98 de 111
12.2.6.“Correntes” e contraventamentos horizontais

As “correntes” e contraventamentos horizontais serão rosqueadas na ponta e


fixadas às terças através de porcas e arruelas. A “Correntes” perfil será soldada a uma
chapa de extremidade. Parafusos, porcas e arruelas 5/8”, A307 e solda E70XX.
Os perfis considerados nessa ligação foram L 2.1/2 x 3/16”, laminado, para
“correntes” perfil e B – 16.00, laminado, para “correntes” tipo barra redonda e
contraventamentos.

Figura 12.4 – Ligação do banzo superior com pilar.

99 de 111
13. LISTA DE MATERIAIS

A Tabela 13-1 lista todos os materiais empregados na estrutura do galpão,


quantidades, comprimentos unitários (m), comprimentos totais (m), massas unitárias
(kg) e massas totais (m), além da massa total da estrutura, de 40.940 kg.

Tabela 13-1 – Lista de perfis estruturais - 1


Comp. Unit. Massa unit. Massa total
Perfil (Série) Qt.
(m) (kg) (kg)
B-16.00 (Barra Trefilada) 44 6,325 9,98 439,12
B-16.00 (Barra Trefilada) 8 10,080 15,91 127,28
B-16.00 (Barra Trefilada) 8 7,129 11,25 90
B-16.00 (Barra Trefilada) 8 6,279 9,91 79,28
B-16.00 (Barra Trefilada) 30 2,002 3,16 94,8
B-16.00 (Barra Trefilada) 10 1,652 2,61 26,1
B-16.00 (Barra Trefilada) 5 0,300 0,47 2,35
B-16.00 (Barra Trefilada) 20 3,526 5,57 111,4
B-16.00 (Barra Trefilada) 10 1,800 2,84 28,4
B-16.00 (Barra Trefilada) 40 2,000 3,16 126,4
B-16.00 (Barra Trefilada) 20 3,525 5,56 111,2
Subtotal 1236,33
L 2.1/2 x 3/16" (Cantoneira) 20 1,850 8,42 168,4
Subtotal 168,4
W 200 x 26.6 (I) 20 6,000 161,08 3221,6
Subtotal 3221,6
W 360 x 122.0 (H) 12 12,000 1462,93 17555,16
Subtotal 17555,16
W 360 x 91.0 (H) 12 0,200 18,2 218,4
W 360 x 91.0 (H) 12 0,352 32,03 384,36
Subtotal 602,76
W 410 x 85.0 (I) 10 6,000 511,51 5115,1
Subtotal 5115,1
Total
Laminado 27899,35
Comp. Unit. Massa unit. Massa total
Perfil (Série) Qt.
(m) (kg) (kg)
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 6 1,500 10,25
61,5
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 2,500 17,08
204,96
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 1,400 9,56
114,72
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 1,300 8,88
106,56
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 1,200 8,2
98,4

100 de 111
Tabela 13-2 – Lista de perfis estruturais - 2
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 1,100 7,51
90,12
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 2,441 16,68
200,16
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 12 2,385 16,29
195,48
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 20 1,697 11,59
231,8
Perfil "U" - 150x75x3,00 - #11 (Perfil "U") 20 1,980 13,52
270,4
Subtotal 1574,1
Perfil "U" - 150x75x6,30 - #03 (Perfil "U") 12 2,332 32,19
386,28
Perfil "U" - 150x75x6,30 - #03 (Perfil "U") 12 2,283 31,51
378,12
Perfil "U" - 150x75x6,30 - #03 (Perfil "U") 12 5,000 69,01
828,12
Perfil "U" - 150x75x6,30 - #03 (Perfil "U") 6 10,000 138,03 828,18
Subtotal 2420,7
Perfil "U" - 150x75x8,00 - #02 (Perfil "U") 12 10,012 171,95 2063,4
Subtotal 2063,4
Perfil "Ue" - 200x75x25x3,00 - #11
130 6,000 53,71
(Perfil "Ue") 6982,3
Subtotal 6982,3
Total PFF 13040,5
Total
estrutura 40939,85

Contraventamentos 3%

Vigas de travamento 8%

Terças/Travessas 17%

Treliças 15%

Pilares 43%

Vigas de rolamento 14%

Figura 13.1 – Porcentagem de cada subestrutura no peso total.

101 de 111
A relação entre massa dos elementos estruturais e área é igual a:

𝑀 40.940 𝑘𝑔 𝑘𝑔
= 2
= 68,23 2
𝐴 600 𝑚 𝑚

Segundo BELLEI (1998), o galpão pode ser classificado como médio, com a
relação kg/m2 compreendida entre 60 e 120.

Tabela 13-3 – Classificação de galpões em kg/m2. (BELLEI, 1998)


Elementos da estrutura de aço Classificação
Muito Muito
Leve Médio Pesado
leve pesado
Cobertura:
Tesouras, vigas secundárias,
terças, lanternim, 5 a 10 10 a 20 20 a 30 30 a 60 40 a 80
contraventamento, tirantes,
vigas, pórticos, etc.
Parte inferior:
Pilares, plataformas, vigas de
10 a 20 20 a 40 40 a 90 90 a 140 160 a 320
rolamento, vigas e colunas de
tapamento etc.
Total ≤ 30 > 30 a 60 60 a 120 120 a 200 200 a 400

As Tabela 13-4, Tabela 13-5 e Tabela 13-6 listam todos os elementos


empregados nas ligações da estrutura.

Tabela 13-4 – Lista de elementos da interface aço-concreto


Solda Qt. bases lado Comp. Unit. Comp. Total
(mm) (mm) (mm)
Solda de filete E70XX fábrica 12 8 200 2400
Solda de filete E70XX fábrica 12 10 1016 12192
Elementos para aparafusar Qt. bases Qt./base Qt. total
Porcas 1 ½” ASTM A307 12 12 144
Arruelas 1 ½” ASTM A307 12 8 96
Placas de base Qt. bases Qt./base Dimensões Peso (kg) Peso total
(mm) (kg)
Parafusos de ancoragem Φ 38,1 – L
12 4 21,33 256
ASTM A307 626
Placa base ASTM A36 12 1 580x580x38 100,35 1204

102 de 111
Tabela 13-5 – Lista de elementos das ligações segundo NBR 8800 (ABNT, 2008)
Ligação Qt. ligações Qt. Por ligação Qt. Total
Viga de rolamento - console
Parafusos ½” ASTM A307 10 4 40
Porcas ½” ASTM A307 10 4 40
Arruelas ½” ASTM A307 10 4 40
Console - pilar
Chapa de extremidade
12 1 12
254 x 440 x 12,7 ASTM A-36
Parafusos ¾ ” ASTM A307 12 6 72
Porcas ¾ ” ASTM A307 12 6 72
Arruelas ¾ ” ASTM A307 12 6 72
Solda de filete E70XX fábrica 12 0,899 m 10,788 m
Viga de travamento - Pilar
Cantoneira L76,2x76,2x6,3 ASTM A36 20 4 80
Parafusos ½” ASTM A307 20 12 240
Porcas ½” ASTM A307 20 12 240
Arruelas ½” ASTM A307 20 12 240
Solda de filete E70XX fábrica 20 0,153 m 3,060 m
Tirante - pilar
Porcas 5/8” ASTM A307 32 2 64
Arruelas 5/8” ASTM A307 32 1 32
Solda de filete E70XX fábrica 32 0,150 m 4,8 m
“Corrente” perfil
Chapa de extremidade
20 1 40
80 x 80 x 6,3 ASTM A-36
Parafusos 1/2” ASTM A307 20 2 40

103 de 111
Tabela 13-6 – Lista de elementos das ligações segundo NBR 8800 (ABNT, 2008)
Ligação Qt. peças Qt. por peça Qt. Total
Barras da viga treliçada - chapas gousset
Parafusos 1” ASTM A307 6 84 504
Porcas 1” ASTM A307 6 84 504
Arruelas 1” ASTM A307 6 84 504
Chapas gousset - banzos e pilares
Chapas gousset 6,3 mm formas variadas 6 44 264
Solda de filete E70XX fábrica dw = 3 mm 6 5,780 m 34,680 m
Banzos - Chapas de emenda
Chapa 360x150x6,3 ASTM A36 6 4 24
Chapa 360x75x6,3 ASTM A36 6 8 48
Parafusos 3/4” ASTM A307 6 24 144
Mãos francesas
Chapa 220x75x6,3 ASTM A36 40 2 80
Parafusos 1/2” ASTM A307 40 2 80
Terças e travessas
Cantoneira L100x100x6,3 – 150 mm ASTM A36 - - 104
Cantoneira L100x100x6,3 – 100 mm ASTM A36 - - 52
Parafusos 1/2” ASTM A307 130 2 260
“Correntes” e contraventamentos
Parafusos 1/2” ASTM A307 187 2 374

104 de 111
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

14.1. Conclusão

Ao longo deste trabalho de conclusão de curso foram abordadas todas as etapas


da elaboração do projeto estrutural de um galpão industrial. O projeto teve início com a
seleção dos materiais, definição do sistema estrutural e o posterior lançamento da
estrutura. Na sequência, foram definidas as cargas características e as combinações de
carga. Com a estrutura modelada e carregada, realizou-se a análise estrutural com
programas comerciais. A coerência dos resultados foi analisada criticamente e em
seguida realizou-se o dimensionamento da estrutura e dos elementos de ligação,
segundo as normas NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010). Por fim, foram
gerados os desenhos de detalhamento para fabricação e montagem e a modelagem
geométrica da estrutura.
Na elaboração deste projeto foi possível observar a interação e
intercambialidade entre diversos programas de engenharia, de distintos segmentos de
atuação, como análise estrutural, dimensionamento, modelagem e desenho. Com o
advento da tecnologia BIM (“Building Information Modeling”) o trabalho do engenheiro
ficou bastante facilitado, entretanto, verifica-se a necessidade de um profissional
competente para uma correta análise dos resultados, assim como para a tomada de
decisões que reflitam em uma estrutura mais segura e econômica.
Considerando apenas a taxa de utilização de aço, a solução utilizada é mais
econômica do que sistemas que utilizam perfis laminados também nas vigas da
cobertura (NOGUEIRA, 2009). Entretanto, a comparação entre soluções estruturais não
deve levar em conta apenas a utilização de aço, mas também os custos referentes a
fabricação das peças, içamento e montagem da cobertura, dentre outros custos,
referentes ao canteiro de obras. Apesar de resultarem em fundações mais caras, bases
engastadas propiciam estruturas mais econômicas (BELLEI, 1998), sendo mais
utilizadas na prática e por isso foram escolhidas para esse projeto. Ligações
aparafusadas se mostraram uma excelente alternativa para as conexões de campo,
onde é mais difícil garantir a qualidade das soldas, no que diz respeito a boa execução
segundo os requisitos de norma.
É possível concluir que para a concepção arquitetônica utilizada, a solução
proposta é segura no que diz respeito a resistências dos elementos, resistências das
ligações entre perfis e resistência das ligações entre perfis e fundações, conforme

105 de 111
preconizado pelas normas técnicas brasileiras, além de tecnicamente viável e
preliminarmente mais econômica.

14.2. Sugestões para trabalhos futuros

Abaixo seguem algumas sugestões para projetos futuros na temática de


estruturas para galpões industriais:

• Projeto de galpões com colunas treliçadas;


• Projeto de galpões com vigas de perfis laminados;
• Projeto de galpões com perfis tubulares;
• Estudos detalhados sobre o posicionamento e quantidade de
contraventamentos necessários para um melhor travamento da estrutura;

106 de 111
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN INSTITUTE OF STEEL CONSTRUCTION (AISC), 2011, Steel


Construction Manual. 14th ed. Chicago, IL.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 1988, NBR 6123,


Cargas devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2000, NBR 14611,


Desenho técnico – Representação simplificada em estruturas metálicas. Rio de
Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2003, NBR 8681,


Ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2008, NBR 8800,


Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio
de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2010, NBR 14762,


Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Rio de
Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2012, NBR 6355,


Perfis estruturais de aço formados a frio — Padronização. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 2019, NBR 6120,


Ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro.

BELLEI, I. H, 1998, Edifícios industriais em aço. 2a ed. São Paulo, Pini.

BELLEI, I. H, 2006, Interfaces aço-concreto. Rio de Janeiro, IBS/CBCA.

CARNEIRO, F., MARTINS, J., 2008, Análise de Estruturas - Contraventamento de


Edifícios. 1a ed. Porto, Portugal. Disponível em:
<https://pilaresedificios.files.wordpress.com/2011/10/contraventamento-de-
estruturas.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2022.

CONGREGAÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA, 2012, Elaboração gráfica do projeto


de graduação. Resolução 05. Rio de Janeiro. Escola Politécnica – UFRJ.

FISHER, J. M., 1993, Industrial Buildings, Roofs to Column Achorage. Steel Design
Guide Series, 7. Chicago, American Institute of Steel Construction (AISC).

FISHER, J. M., KLOIBER, L.A., 2006, Base plate and anchor rod design. 2nd ed. Steel
Design Guide Series, 1. Chicago, American Institute of Steel Construction (AISC).

GERDAU, 2022, Perfis Estruturais Gerdau - Tabela de Bitolas. São Paulo.

107 de 111
INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA
CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA), 2004, Galpões para usos gerais. 3a ed. Rio de
Janeiro.

INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA


CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA), VASCONCELLOS, A. L., 2017, Ligações em
estruturas metálicas. Rio de Janeiro.

JAVARONI, C. E, 2015, Estruturas de aço: dimensionamento de perfis formados a frio.


1 ed. Rio de Janeiro, Elsevier.

KULAK, G.L., FISHER, J.W., STRUIK, J.H., 2001, Guide to Design Criteria for Bolted
and Riveted Joints. 2nd ed. Chicago, IL, American Institute of Steel Construction
(AISC).

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO, SECRETARIA DE TECNOLOGIA


INDUSTRIAL (MIC/STI), 1986, Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas.
1ª ed. Brasília.

NOGUEIRA, G. S., 2009. Avaliação de soluções estruturais para galpões compostos


por perfis de aço formados a frio. Dissertação de Mestrado, Escola de Minas/UFOP,
Outro Preto, MG.

PFEIL, W., PFEIL, M. 2009, Estruturas de Aço. 8a ed. Rio de Janeiro, LTC.

PIMENTA, R. J., ARAÚJO, A. M., SARMANHO, A. C., et al., 2010, “Ligações de apoio
de pilares em perfil tubular.” Congresso Latino-Americano da Construção Metálica,
p.1-17, São Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www.construmetal.com.br/2010/downloads/contribuicoes-tecnicas/15-ligacoes-
de-apoio-de-pilares-em-perfil-tubular.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2012.

SANTO ANDRE, Telha trapezoidal, informações técnicas. Disponível em:


<https://www.sandre.com.br/telha_trapezoidal_40>. Acesso em: 01 nov.2021.

108 de 111
ANEXOS – DESENHOS TÉCNICOS

109 de 111
A B 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
30000
DET D 30000

U150X75X8 3° DET A DET H 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000
2002 DET F DET J
CH3X75

45°
35°
29°

33°
31°

37°
DET G CH3X75

1850

1850
Ue200X75X25X3 L64X5
2017 2000 2000 2000 2000
U150X75X6.3 U150X75X8 CH13X305
DET B U150X75X3

3747
U150X75X3 U150X75X6.3 U150X75X3
2000

2000
171
W410X85 DET C BARRA.RED.16
DET I U150X75X6.3 DET K
DET E
W360X91 3000

2000
2000

12000
3050
2000

2000
BARRA.RED.16

8694

8100
2000
2000

DET L DET M
W360X122

1800
1800
223

+0 20000 +0 +0

223
ELEVAÇÃO TÍPICA - EIXOS 1,2,3,4,5,6 ELEVAÇÃO TÍPICA - MÃOS FRANCESAS ELEVAÇÃO - EIXOS A, B
1:100 1:100 1:100

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

30000 30000 30000

6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000
B B B
Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I
VIGA DE ROLAMENTO

BARRA.RED.16

DET O
20000

20000

20000
L64X5

3050 DET P
BARRA.RED.16

3000

VIGA DE ROLAMENTO
Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I
A A A

352
Ue200X75X25X3
Ue200X75X25X3

PLANTA - PLANO DAS BASES PLANTA - PLANO DAS VIGAS DE ROLAMENTO PLANTA - PLANO DA COBERTURA
1:100 1:100 1:100

ENDEREÇO: AV. BRASIL, BANGU, RIO DE JANEIRO

PROPRIETÁRIO: ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ

AUTOR DO PROJETO: RAFAEL LOZANO ESPASANDIN

RESPOSÁVEL TÉCNICO: SILVIA CORBANI

A
PROPRIETÁRIO: ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ

RESPOSÁVEL TÉCNICO: SILVIA CORBANI


B
NOTAS:
Medidas em milimetros.
6 Estrutura em aço ASTM A36.
Eletrodos E-70XX. De acordo com AWS D1.1/92.
O concreto da base deverá ter fck > 60 MPa.
5
4
3
TÍTULO: GALPÃO INDUSTRIAL COM PONTE ROLANTE FOLHA:
2
CONTEÚDO: DESENHOS - ESTRUTURA
01 / 02
1 ANEXO - PÁGINA 110 DO RELATÓRIO

VISTA 3D DESENHO: TELEFONE: ESCALA: REVISÃO: DATA:

1:100 ABC-123456789-01-001 21 98022-1400 COMO INDICADA 0 24/04/2022


181

5 1*M25x57
5

125
233

98
90
132,5
A

119
156,5

65,5

5
156,5 17,5 98,5

37,
362,5
1*M25x57

299,5
1*M13x32

198,5
1*M25x57 91, 1*M25x57 90

125
5
1*M25x57
62,5 37,5
1*M25x57 5
90
5 1*M13x32

40
61,5

113,5

118,5
40

292
40

37,5
170

129,5
5

40

65,5
L100X100X10

37,
5
187

37,
5
37

37°

1*M25x57

37,5
12
1*M13x32
,5

1*M13x32 1*M19x44 1*M19x44


40

50
62,5
1*M25x57
37,5 125 360 200 105
40 70
5
A
90 90 90
50 50 431

37,5
37,5
76,5 5 177

81
CH13 62,5
6

81
5 5 5 1*M25x57 267

DETALHE A DETALHE B DETALHE C DETALHE D DETALHE E DETALHE F DETALHE G DETALHE H CORTE A A


1:5 1:10 1:10 1:10 1:10 1:5 1:5 1:10 1:10

Chapa
254x440x12.7 254
77
6 6

50
Viga

30
W 360 x 91.0

76
5
C
6 6 W360X122 5
440

6 6

6*M13x38
6*M13x38 W200X26.6
5 L76.2X76.2X6.3 35
234

153,5
Viga
5 L100X100X10 5
W 360 x 91.0

45 25
95
(6)
3/4"x3", Tipo 1, ASTM A325T
5 W360X122 1*M13x32 W360X122
3/4", ASTM A563, C 6
5 5

140
2 3/4", ASTM F436, Tipo 1 W360X122 6

25 45
L100X100X10
1*M19x100
6

9,5
10
5 5 5
82
5 ,5 1*M13x32
Pilar Pilar
Ue200X75X25X3 Ue200X75X25X3
W 360 x 122.0 W 360 x 122.0 W200X26.6 20
6

B
Chapa frontal da viga W 360 x 91.0 C5 5 5
1*M13x32
(e = 12.7 mm)
A 6 5 6
DETALHE I CORTE B B DETALHE J CORTE C C DETALHE K DETALHE L DETALHE M
1:15 1:15 1:10 1:10 1:10 1:10 1:10

15 15

∅ 38.1 ASTM A-36 (liso)


10 10

Concreto de 6000

ENDEREÇO: AV. BRASIL, BANGU, RIO DE JANEIRO


Pilar
W 360 x 122.0
regularização: 50 mm 1500 1500 1500 1471

CH6X80

DD D
40

D
500

8 100

W410X85
PROPRIETÁRIO: ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ
8 100

CH8X85 DET N
CH8X85
10

Concreto: C25, em geral 48,5


AUTOR DO PROJETO: RAFAEL LOZANO ESPASANDIN
Placa base
580x580x38

1 2 2
VISTA FRONTAL DA BASE ANCORAGEM DOS CHUMBADORES ELEVAÇÃO TÍPICA - VIGA DE ROLAMENTO DETALHE N RESPOSÁVEL TÉCNICO: SILVIA CORBANI
1:15 1:15 1:50 1:10

PROPRIETÁRIO: ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ

RESPOSÁVEL TÉCNICO: SILVIA CORBANI

NOTAS:
E Medidas em milimetros.
Parafusos de ancoragem Estrutura em aço ASTM A36.
1*M16x38
Eletrodos E-70XX. De acordo com AWS D1.1/92.
4 ∅ 38.1

10
O concreto da base deverá ter fck > 60 MPa.
80

1*M13x100

1*M19x100
F
399,5

1*M19x100
420

580

8 100
8 100

64

1*M16x38 1*M16x38
1*M13x100 1*M19x100
80

10
1*M16x38
1*M16x38
76 64 40 1*M13x100 TÍTULO: GALPÃO INDUSTRIAL COM PONTE ROLANTE FOLHA:
E F
80 420 80 Placa base
580x580x38
102

580
89

1*M13x100 1*M13x100
CORTE D D DETALHE O CORTE E E DETALHE P CORTE F F
CONTEÚDO: DESENHOS - DETALHES
02 / 02
1:15 1:10 1:10 1:10 1:10
ANEXO - PÁGINA 111 DO RELATÓRIO
Tekla Structures

DESENHO: TELEFONE: ESCALA: REVISÃO: DATA:

ABC-123456789-01-001 21 98022-1400 COMO INDICADA 0 24/04/2022

Você também pode gostar