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COLETA DE DADOS

PROFA. ENIMAR JERÔNIMO WENDHAUSEN


 Objetivo da aula

Conhecer os instrumentos de
coleta de dados, suas vantagens
e limitações.
Caminhos Para a Obtenção de Dados

 Pesquisa em ciências sociais –


caminhos para a obtenção de
dados:
Pesquisa bibliográfica e documental
Pesquisa de campo
Coleta de dados diretamente das pessoas:
 Observação
 Questionário
 Entrevista
Os mais utilizados nas ciências econômicas:

 Entrevista pessoal
 Questionário auto-aplicado
OBSERVAÇÃO
 Atividade de senso-comum, no entanto, pode ser
considerada como procedimento científico à
medida que:

 “a) serve a um objetivo formulado de pesquisa; b) é


sistematicamente planejada; c) é sistematicamente
registrada e ligada a proposições mais gerais; d) é
submetida à verificação e controles de validade e
precisão.” (GIL, 2000, p.133).
OBSERVAÇÃO
 Vantagem da utilização dessa técnica em relação as
outras:

 Os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer


intermediação.

 Principal inconveniente:
A presença do pesquisador pode alterar o
comportamento dos observados.
OBSERVAÇÃO
 Não constitui o método dos mais utilizados nas ciências
sociais, pois:

 Muitas ações humanas ocorrem no domínio privado.

 A observação pode provocar alterações no


comportamento das pessoas observadas, produzindo
resultados pouco confiáveis.

 Utilização bem mais restrita na Economia.


OBSERVAÇÃO
 Classificação:
 Observação Simples (observação–reportagem)
 O pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou
situação que pretende estudar.
 Observa de forma espontânea os fatos.
 O pesquisador é muito mais um espectador do que um ator.
 Vantagens:
 Possibilita a obtenção de dados para a definição do
problema.
 Favorece a construção de hipóteses acerca do problema
estudado.
OBSERVAÇÃO
 Limitações:

O registro das observações depende,


freqüentemente, da memória do investigador.

 Dá ampla margem à interpretação subjetiva ou


parcial do fenômeno estudado.
 A observação simples é realizada de forma
pouco sistemática, sua utilização não é
adequada para testar hipóteses ou descrever
com precisão as características da população
ou de um grupo.
OBSERVAÇÃO
 Observação Participante – o pesquisador assume
até certo ponto, o papel de um membro do grupo.
 b.1) natural
 quando o observador pertence à mesma
comunidade ou grupo que investiga.
 b.2) artificial
 quando o observador se integra ao grupo com o
objetivo de realizar uma investigação.
OBSERVAÇÃO
 Vantagens:
 “Facilita o rápido acesso a dados sobre situações
habituais em que os membros das comunidades se
encontram envolvidos.
 Possibilita o acesso a dados que a comunidade ou
grupo considera de domínio privado.”(GIL, 1999, p.
114).
 Desvantagens:
 Pode ter sua observação restrita a um retrato da
população pesquisada.
OBSERVAÇÃO
 Observação Sistemática – utilizada pelo
pesquisador, para descrever fenômenos ou testar
hipóteses.

 Antes de realizar a coleta de dados, o pesquisador


deve elaborar um plano específico para a
organização e o registro das informações.
 Ex.: verificar as características dos clientes
de um supermercado.

 O plano envolve: Sexo, idade aproximada,


produtos adquiridos, tempo de permanência
no supermercado etc.
QUESTIONÁRIO
 Técnica de investigação composta por questões apresentadas por
escrito às pessoas.

 Tipos: a) auto-aplicado e, b) aplicado com entrevista (formulário ou


entrevista totalmente estruturada).

 Vantagens em relação a outras técnicas:

 Pode atingir um grande número de pessoas.


 Implica em menores gastos.
 Não expõe os pesquisados à influência do entrevistador.
 Garante o anonimato das pessoas.
 Favorece a tabulação dos dados.
QUESTIONÁRIO
 Limitações:
 Pode excluir pessoas que não sabem ler e escrever.
 Impede o auxílio quando a questão não é entendida.
 Não oferece a garantia de que todos sejam preenchidos
completamente e devolvidos, etc.

 Tipos de questões:
 a) fechadas;
 b) abertas;
 c) questões dependentes.
QUESTIONÁRIO
 Questões fechadas:
Deve-se evitar um número muito grande de alternativas, pois
isso poderá prejudicar a escolha.
Sendo também necessário garantir que haja
sempre uma alternativa em que o respondente
se enquadre.

 Questões abertas.
Evitar muitas questões abertas.
QUESTIONÁRIO
 NÚMERO DE PERGUNTAS
 ESCOLHA DAS PERGUNTAS
 Está condicionada a natureza da informação desejada,
nível sociocultural dos interrogados etc.
 Incluir apenas perguntas relacionadas ao problema
pesquisado e que possam ser respondidas sem maiores
dificuldades;
 não devem ser incluídas perguntas cujas respostas possam ser
obtidas de forma mais precisa através de outros
procedimentos;
 deve-se evitar perguntas que envolvam a intimidade das
pessoas.
QUESTIONÁRIO
 FORMULAÇÃO DAS PERGUNTAS
Devem ser formuladas de forma clara e precisa;
 deve-se levar em consideração o nível de
informação do interrogado;
 a pergunta não deve sugerir respostas e deve
referir-se a uma única idéia de cada vez, além de
possibilitar uma única interpretação.
QUESTIONÁRIO
 ORDEM DAS PERGUNTAS
 Adota-se a técnica do “funil” – cada questão deve
relacionar-se com a questão antecedente.
 PREVENÇÃO DE DEFORMAÇÕES
 O pesquisador deve levar em consideração os mecanismos
de defesa social. Estes, de maneira inconsciente intervêm na
situação de resposta a um questionário.
 Algumas deformações:
 A defesa de fachada: o respondente acredita estar
correndo o risco de ser julgado e reage oferecendo
respostas defensivas, ou socialmente desejáveis, encobrindo
sua real percepção acerca do fato.
QUESTIONÁRIO
 Defesa contra a pergunta personalizada –
“Na sua opinião…”, “o que você pensa a
respeito de…”, entre outras,. São perguntas
que tendem a provocar fugas.

 Deve-se evitar iniciar o questionário com


perguntas que provoquem tais reações.
QUESTIONÁRIO
 APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
 Apresentação gráfica
 Instruções para preenchimento
 Introdução do questionário
 Pré-teste do questionário
ENTREVISTA
 Técnica em que o pesquisador se apresenta ao pesquisado
e formula as perguntas.
 Vantagens:
 Permite ao entrevistador adaptar-se às características e
circunstâncias em que se desenvolve a entrevista.
 Possibilita o esclarecimento de questões não entendidas;
 Oferece maior garantia de respostas do que o
questionário.
ENTREVISTA
 Não exige que o entrevistado saiba ler e
escrever.
 Possibilita captar a expressão corporal do

entrevistado, bem como a tonalidade da voz e


a ênfase nas respostas.
 Permite a obtenção de dados com elevado
nível de profundidade.
ENTREVISTA
 Alguns cuidados:

 Preparar um roteiro de entrevista.


 Estabelecer um contato inicial.
 Devem ser feitas, em primeiro lugar, perguntas que
não conduzam à recusa em responder.
 Realizar uma pergunta de cada vez.
ENTREVISTA
 Limitações:
 Custo com treinamento de pessoal e aplicação das
entrevistas;
 Tempo despendido;
 Influência das opiniões pessoais do entrevistador
sobre as respostas do entrevistado;
 Dificuldade de tabulação e análise dos dados, no
caso das entrevistas abertas;
 Ausência de anonimato.
ENTREVISTA
 No caso de respostas incompletas, o
entrevistador deve estimular o entrevistado a
fornecer a resposta, sem, no entanto sugerir a
mesma.
 As respostas devem ser registradas
imediatamente.
ENTREVISTA
 POR TELEFONE:
 Vantagens:
 “Custos muito mais baixos;
 Maior facilidade de seleção da amostra;
 Mais rapidez;
 Maior aceitação dos moradores das grandes cidades,
que temem abrir suas portas para estranhos;
 Possibilidade de agendar o momento mais apropriado
para a realização da entrevista;
 […]”. (GIL, 2000, p. 144).
ENTREVISTA
 Limitações:
 “Possibilidade de interrupção da entrevista pelo
entrevistado;
 Menor quantidade de informações;
 Impossibilidade de descrever as características do
entrevistado ou as circunstâncias em que se realizou
a entrevista;
 Parcela significativa da população que não dispõe
de telefone ou não tem seu nome na lista.”(GIL,
2000, p. 144).
ENTREVISTA
 Classificação:

 Entrevista Informal
 Entrevista Focalizada (Semi – estruturada)
 Entrevista por Pautas
 Entrevista Estruturada
ENTREVISTA INFORMAL
 É o menos estruturado possível.
 O que se pretende com este tipo de entrevista
é obter uma visão geral do problema
pesquisado.
 É recomendada nos estudos exploratórios, que

abordam realidades pouco conhecidas pelo


pesquisador.
ENTREVISTA FOCALIZADA
 O entrevistador permite ao entrevistado falar
livremente sobre o assunto, evitando que o
mesmo desvie do tema original.

 Utilizada com grupos de pessoas que


passaram por uma experiência específica.
 O entrevistador confere ao entrevistado
ampla liberdade para se expressar sobre o
assunto.

 Requer grande habilidade do pesquisador


para manter o foco do interesse temático.
ENTREVISTA POR PAUTAS
 Apresenta certo grau de estruturação, já que se
guia por uma relação de interesse que o
explorador vai explorando ao longo de seu curso.

 As pautas devem ser ordenadas e guardar certa


relação entre si.

 O entrevistador faz poucas perguntas diretas e


deixa o entrevistado falar livremente à medida
que se refere às pautas assinaladas.
ENTREVISTA ESTRUTURADA
 Se desenvolve a partir de uma relação fixa de
perguntas, cuja ordem e redação permanece
invariável para todos os entrevistados que
geralmente são em grande número.
 Vantagens:
 Entre algumas citadas anteriormente, possibilita a
análise estatística dos dados.
 Limitações:
 Não possibilita a análise dos fatos com profundidade.
COMO SE PLANEJA UM
QUESTIONÁRIO?
 É fácil construir um questionário?

 Deve-se definir no projeto: os objetivos do trabalho


e o tipo de respondentes.

 Um questionário escrito sem finalidade definida


terá perguntas desnecessárias.
 Seja específico ao redigir o objetivo de sua
pesquisa.

 Não escreva: “o objetivo deste questionário é levantar


algumas informações sobre moradores de rua” (VIEIRA,
2009, 24)

 Escreva: “ O objetivo desse questionário é levantar as


características demográficas de menores de 16 anos
moradores de rua da cidade de São Paulo, região
central, em 2009”. (VIEIRA, 2009, 24)
 Escolha dos respondentes
É importante definir e conhecer as características da
população alvo antes de começar a construir o
questionário.
 Exemplos:
 Médicos

 Cuidadoras de crianças em orfanatos


 Carta de apresentação
 Explicar por que o questionário está sendo aplicado (o
que se pretende saber e para quê).
 Enfatizar a importância da resposta.

 Dar o nome da pessoa ou da instituição responsável


pela pesquisa.
 Dar o nome e telefone da pessoa que deve ser
contatada, em caso de dúvida.
 Garantir o sigilo.

 Agradecer ao respondente.
REFERÊNCIAS
 GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de
pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 ______. Técnicas de pesquisa em economia e


elaboração de monografias. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2000.

 VIEIRA, Sonia. Como elaborar questionários. São


Paulo: Atlas, 2009.

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