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1. Cor das Águas..................................................................................................... 3
1. 1. Definição........................................................................................................ 3
1.2. Importância nos estudos de controle de qualidade de águas......................... 3
1.3. Determinação da cor........................................................................................ 4
1.4. Remoção de cor ............................................................................................. 5
2. Sabor e odor....................................................................................................... 5
3. pH – Acidez e Alcalinidade.................................................................................. 6
3.1. Acidez.............................................................................................................. 6
3.2. Alcalinidade..................................................................................................... 9
4. Dureza da água................................................................................................... 11
5. Turbidez na água................................................................................................. 11
5.1. Definição........................................................................................................... 11
5.2. Causas da Turbidez.......................................................................................... 12
5.3. Consequências de uma alta turbidez na água ................................................ 12
5.4. A medição da Turbidez..................................................................................... 12
5.5. Remoção da Turbidez: Floculação e Decantação............................................ 13
5.6. A importância da turvação................................................................................ 13
6. Bibliografia.......................................................................................................... 13
1. Cor das Águas
1. 1. Definição
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a
luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da radiação
eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado
coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides orgânicos podem-se mencionar os ácidos
húmico e fúlvico, substâncias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos
orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. Também os esgotos sanitários se
caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em estado coloidal, além de
diversos efluentes industriais contendo taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas
(efluentes de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc), lignina e celulose (efluentes de
indústrias de celulose e papel, da madeira, etc.).
Com relação ao abastecimento público de água, a cor, embora seja um atributo estético
da água, não se relacionando necessariamente com problemas de contaminação, é padrão de
potabilidade (valor máximo permissível 5 uHazen pela portaria n° 36, de 1990, do Ministério da
Saúde). A presença de cor provoca repulsa psicológica pelo consumidor, pela associação com
a descarga de esgotos.
A cor das águas tem sido historicamente medida através de comparação visual,
empregando-se soluções padrão de cor e fonte de luz. Para estudos envolvendo necessidades
de medidas com maior grau de precisão, o método de determinação da cor por
espectrofotometria é recomendado. Para os controles rotineiros de estações de tratamento de
água e em estudos limnológicos, o uso do comparador visual é bastante razoável.
Neste, a amostra é disposta em um tubo de Nessler enquanto que em um outro adiciona-se
água destilada. Ligando-se a lâmpada do aparelho, vai-se observar uma mancha escura no
campo referente à amostra, devida à absorção de parte da radiação luminosa, enquanto que no
campo da água destilada a imagem é bastante clara. Em seguida, deverá ser pesquisada no
disco de cor qual a posição que leva à coincidência entre as manchas. O disco de cor contém
uma solução sólida de cloroplatinato de potássio (K2PtCl6) em cloreto de cobalto (CoCl2), daí o
nome de método platina-cobalto. Esta solução tem uma tonalidade esverdeada, tal como as
águas do rio europeu que era estudado quando o parâmetro foi introduzido. Assim, uma água
com cor 5, apresentará sombreamento semelhante ao produzido pela água destilada quando se
posiciona sobre ela o disco na posição 5, que contém a solução com 5 mg/L de platina. Quando
os valores da cor são muito elevados, como é o caso de efluentes industriais, devem ser
preparadas diluições prévias da amostra até reduzir a cor abaixo do alcance do disco; mas,
para este caso, o método espectrofotométrico é mais recomendado.
Deve ser observado que este método de comparação visual é de certa forma subjetivo,
dependendo da sensibilidade do operador. Além disso, as diversas águas apresentam
colorações muito diferentes da solução de cloroplatinato, dificultando a comparação. Quanto ao
resultado da cor, cinco unidades de cor ou 5 UC representa o mesmo que 5 mg/L Pt, ou 5
uHazen.
Águas naturais possuem intensidade de cor que varia entre 0 e 200 unidades pois,
acima disso, já seriam águas de brejo e pântano com elevada concentração de matéria
orgânica dissolvida. Coloração abaixo de 10 unidades quase não é perceptível. No Brasil,
aceita-se para água bruta, isto é, antes do seu tratamento e distribuição em sistemas urbanos,
valores de até 75 unidades de cor (Resolução CONAMA nº 20, de 18/06/86).
2. Sabor e odor
A água pura não produz sensação de odor ou sabor nos sentidos humanos. Uma das
principais fontes de odor nas águas naturais é a decomposição biológica da matéria orgânica.
No meio anaeróbio, isto é, no lodo de fundo de rios e de represas e, em situações críticas, em
toda a massa líquida, ocorre a formação do gás sulfídrico, H2S, que apresenta odor típico de
ovo podre, de mercaptanas e amônia, esta última ocorrendo também em meio aeróbio. Águas
eutrofizadas, isto é, águas em que ocorre a floração excessiva de algas devido à presença de
grandes concentrações de nutrientes liberados de compostos orgânicos biodegradados, podem
também manifestar sabor e odor. Sabe-se que certos gêneros de algas cianofíceas (algas
azuis, resistentes às condições de severa poluição) produzem compostos odoríficos, em alguns
casos até mesmo tóxicos. É, por exemplo, o problema cíclico que ocorre em São Paulo na
Represa do Guarapiranga, manancial que recebe esgotos e abastece parte da região
metropolitana. Vários episódios têm ocorrido, sendo que há alguns anos uma floração de
Anabaena provocou odor semelhante ao do BHC, sendo que a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo-SABESP, encontrou grandes dificuldades para contornar o
problema na fase de captação, onde foram testados diversos algicidas, e na fase do tratamento
(emprego de adsorção em carvão ativado).
Outra fonte que causa problemas de sabor e odor nas águas para abastecimento
público refere-se à presença de fenóis. Esses compostos, mesmo quando presentes em
quantidades diminutas (o padrão de potabilidade no Brasil é de 0,1μg/L, a título de
recomendação), reagem com o cloro residual livre formando clorofenóis que apresentam odor
característico e intenso. Além destas fontes principais, existe ainda o gosto na água proveniente
de metais, acidez ou alcalinidade pronunciadas, cloreto (sabor salgado), etc..
Na legislação brasileira aparece apenas a designação “não objetável” para sabor e odor, o que
representa certa subjetividade. A legislação paulista é talvez rigorosa demais, condenando a
presença de qualquer tipo de odor senão o de cloro. Nos Estados Unidos é utilizada a técnica
do odor limite para quantificar o problema, que consiste em proceder-se a diluições da amostra
até que o odor não seja mais detectado. Se, por exemplo, apenas com diluições superiores a
1:5 os odores não podem mais ser percebidos, diz-se que aquela amostra de água apresenta
odor limite 5. É óbvio que é uma técnica que também envolve subjetividade e imprecisões, mas
é uma maneira de se aproximar melhor à questão, que pode ser interessante em diversos
estudos. Para uma identificação precisa das concentrações dos compostos aromáticos
presentes na água, técnicas analíticas sofisticadas como a cromatografia gasosa ou
cromatografia/espectrometria de massa podem ser necessárias.
3. pH – Acidez e Alcalinidade
3.1. Acidez
Em ácidos simples, durante uma padronização dos reagentes, o ponto mais definido e
preciso para se determinar a acidez é o ponto de inflexão de uma curva de titulação, no qual o
valor do pH é onde a função muda de côncava para convexa, ou vice-e-versa. Devido à mistura
de reagentes nas amostras ou ao desconhecimento de parte deles, se faz necessário às vezes
o uso de outras técnicas, como os indicadores. No momento da mudança de cor da amostra, é
o valor do Ponto de Equivalência. A seguir vemos um exemplo de curva de titulação:
Figura 3.1.1 – Exemplos de curvas de titulação. Em A, titulação de um meio ácido. Em b,
titulação de um meio básico.
Figura 3.1.2 – Indicadores com suas respectivas mudanças de cor de acordo com o pH do meio
Também não se deve usar indicadores com amostras de águas turvas ou coloridas, que
podem atrapalhar na hora de determinar o “end-point”. Outra observação a se fazer é quanto à
presença ou suspeita da amostra conter íons metálicos hidrolisáveis, quando deve-se fazer um
pré-tratamento conhecido como “Hot Peroxide treatment”, grosseiramente traduzido para
“peróxido quente”, e consiste em uma espécie de “esterilização” de íons metálicos, com adição
também de H2SO4.
Portanto, indicadores por cor devem ser utilizados para titulações de rotina e controle,
na ausência de cor e turbidez, e para titulações preliminares para definir o tamanho da amostra
e a força do titulante.
Acidez=
[ ( A∗B ) −( C∗D ) ]∗50000 mgCaCO 3/ L
mLde amostra
Onde:
B= normalidade de NaOH;
3.2. Alcalinidade
Para amostras de baixa alcalinidade (menor que 20 mg CaCO3/L) usa-se uma técnica
de extrapolação baseada na proporcionalidade próxima da concentração de íons H⁺ para o
excesso de titulante além do ponto de equivalência. A quantidade de ácido padrão requerido
para reduzir o pH exatamente 0.3 unidades é medida cuidadosamente. Devido ao fato desta
mudança no pH corresponder a exatamente o dobro da concentração de íons hidrogênio, uma
simples ultrapassagem pode chegar ao ponto de equivalência.
Assim como na acidez, são utilizados na alcalinidade os indicadores por cor. A
fenolftaleína e o roxo de metacresol podem ser usados para titulação alcalina para pH 8.3. O
verde de bromocresol ou uma mistura de verde de bromocresol e vermelho de metila podem ser
usados para pH 4.5.
A∗N∗50000
Alcalinidade= mgCaCO 3/ L
mL de amostra
Onde:
Ou:
A∗t∗1000
Alcalinidade= mgCaCO 3/ L
mL de amostra
Onde:
Onde:
N = normalidade do ácido.
4. Dureza da água
Em depósitos subterrâneos, a água pode entrar em contato com certos materiais como o
calcário (CaCO3) ou a dolomita (CaCO3 . MgCO3).
Dessa forma, passa a existir em sua composição uma quantidade excessiva de íons
Ca e Mg2+, na forma de bicarbonatos (HCO3-), nitratos (NO3-), cloretos (Cl-) e sulfatos (SO42-) o
2+
que a torna imprópria para consumo humano. A esse tipo de água chamamos água dura ( com
teores acima de 150 mg/L), mole (com teores abaixo de 75 mg/L) ou moderada (com teores
entre 75 e 150 mg/L).
Assim, a dureza da água é medida geralmente com base na quantidade de partes por
milhão de Carbonato de Cálcio CaCO3, também representada como mg/L de Cálcio CaCO 3.
Quanto maior a quantidade de "ppm", mais "dura" será considerada a água.
A dureza pode ser removida pela simples fervura da água ou pela adição de cal.
5. Turbidez na água
5.1. Definição
Turbidez é a medida da transparência de uma amostra ou corpo d´água, em termos da redução
de penetração da luz, devido à presença de matéria em suspensão ou substâncias coloidais.
Mede a “não” propagação da luz na água. É o resultado da maior ou menor presença de
substâncias coloidais ou partículas em suspensão na amostra recolhida para estudo. Ou seja,
é em termos mais simples, a dificuldade que um feixe de luz possui em atravessar certa
quantidade desta amostra d`água, conferindo a mesma uma aparência turva: quanto maior for a
dispersão da luz, maior será a turbidez, já que esses materiais refletem a luz que lhes serão
iluminadas.
As águas de lagos, lagoas, açudes e represas apresentam, em geral, baixa turbidez, porém
variável em função dos ventos e das ondas que, nas rasas, podem revolver os sedimentos do
fundo. Via de regra, após uma chuva forte, as águas dos mananciais de superfície ficam turvas,
graças ao carreamento dos sedimentos das margens pela enxurrada. Assim, os solos argilosos
e as águas em movimentação, ocasionam turbidez.
As partículas suspendidas absorvem calor da luz do sol, tornando as águas turvas em águas
mais quentes e reduzindo, desta maneira, a concentração de oxigênio (visto que na água o
oxigênio se dissolve melhor nas mais frias). Além dessa diminuição de oxigênio, as partículas
em suspensão dispersam a luz, decrescendo a atividade fotossintética em plantas e algas, o
que contribui a baixar a concentração de oxigênio mais ainda.
Há ainda os efeitos causados pela sedimentação das partículas no fundo de rios não profundos,
que podem encobrir ovos de peixes e larvas de insetos, impedindo um desenvolvimento
saudável da espécie.
Uma água com alta turbidez se caracteriza por ser uma água suja. É essencial eliminar a
turbidez afim de se desinfectar efetivamente a água destinada para consumo, pois além do seu
impacto ambiental, também pode acarretar danos a saúde humana já que em sua composição
estão partículas suspensas, metais, compostos orgânicos tóxicos, pesticidas, etc.
Quanto maior a intensidade da luz espalhada maior será turbidez da amostra analisada. O
turbidímetro é o aparelho utilizado para a leitura, este aparelho é constituído de um nefelômetro,
sendo a turbidez expressa em unidades nefelométricas de turbidez (UNT), ou em mg/L de Si02
(miligramas por litro em Sílica).
A remoção da turbidez de uma amostra de água pode ser feita através de processos físicos
(tratamentos primários para a remoção de partículas em suspensão) e processos físico-
quimícos (coagulação, floculacão seguida de decantação), de acordo com o grau da turvação
observada e com a origem dos materiais encontrados na amostra. Pode ser necessário uso de
processos especiais e modernos como a filtração com membrana e ultracentrifugação (forças
centrífugas muito fortes).
Basicamente, o utilizado para a remoção da turbidez, que nada mais é do que a limpeza da
água, são os processos de limpeza mais comumente conhecidos e utilizados em estações de
tratamento.
do ponto de vista estético uma água turva é comumente considerada como poluída;
- a filtrabilidade de uma água é tanto mais difícil e cara, quanto mais turva a água for;
- a desinfecção de uma água é tanto menos eficiente quanto mais turva ela for, uma vez que se
diminui desse modo o tempo de contato do desinfetante aplicado com os microorganismos a
eliminar;
- uma água com alta turbidez a penetração da luz é diminuída, o que reduz a eficiência
fotossintética causando danos a ecossistemas;
6. Bibliografia
Cor, Sabor e Odor:
http://e-geo.ineti.pt/bds/lexico_hidro/lexico.htm
http://200.144.189.36/phd/LeArc.aspx?id_arq=731
www.uac.pt/~anaseca/pdf_bioquimica/introd_espectrof.pdf
pH – Acidez e Alcalinidade:
TARAS, MICHAEL J.: STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND
WASTEWATER. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION: NEW YORK, N. Y., 1971.
13TH EDITION. 874P.
http://www.ufpa.br/quimicanalitica/tabelaindicador.jpg
http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CHYMICA/AcidoBase/TitAfracoBf.htm
http://e-geo.ineti.pt/bds/lexico_hidro/lexico.htm
http://200.144.189.36/phd/LeArc.aspx?id_arq=731
www.uac.pt/~anaseca/pdf_bioquimica/introd_espectrof.pdf
Dureza:
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Hard_water
Turbidez:
http://gdeh.fct.unl.pt/tla/protocolos/turvacao.pdf
http://www.c2o.pro.br/analise_agua/x254.html