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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo refletir acerca de algumas ações do coordenador pedagógico,
seus papeis e desafios. Trabalhamos o perfil do coordenador e as habilidades que ele precisa
desenvolver para conseguir exercer a sua função gerencial pedagógica de forma estratégia e
inovadora. Buscamos contextualizar acerca do que é universidade hoje para compreender as
demandas que são exigidas do coordenador, sendo a universidade um universo em transformação
e mudanças constante e com os seus desafios próprio. O coordenador é o agente que
estrategicamente pode coordenar os interesses da instituição, os interesses do corpo docente e
dos alunos e conduzir estas demandas como um maestro conduz uma orquestra.
ABSTRACT
This work aims to reflect on some actions of the pedagogical coordinator, their roles and challenges. We
work on the profile of the coordinator and the skills that he needs to develop in order to be able to carry
out his pedagogical management function in a strategic and innovative way. We seek to contextualize
about what is university today to understand the demands that are required of the coordinator, being the
university a universe in constant transformation and changes and with its own challenges. The
coordinator is the agent who can strategically coordinate the interests of the institution, the interests of
faculty and students, and conduct these demands as a conductor conducts an orchestra
1 INTRODUÇÃO
1
Professor Mestre em Educação. Orientador do Artigo Científico.
2
Discente em Pós Graduação em Docência do Ensino Superior pelo STBISULl, pós graduada em Dinâmicas
de Grupo pela SBDG e Graduada em Psicologia pela UNIC. E-mail Chris.psico32@Gmail.com
2
Para Marcon:
A coordenação hoje é vista muitas vezes como uma função de bastidor e apenas
burocrática, onde muitos não conhecem seu labor e os desafios que lhe são
propostos todos os dias, desacreditam ou muitas vezes menosprezam o trabalho
do coordenador. A chegada à função de coordenador muitas vezes acontece por
indicação, mas nem sempre tal profissional indicado está preparado para exercer
a função, o que prejudica o trabalho coletivo, pois o coordenador não tem as
habilidades necessárias e não conhece a abrangência do trabalho e assim pode-
se correr o risco de se pensar somente em uma parte do todo, seja administrativo
ou burocrático, deixando outras partes em aberto, como a gestão de pessoas e as
questões pedagógicas. Cabe lembrar que muitos profissionais da educação são
excelentes professores, mas nem todos serão bons coordenadores.
Este ano de eleição tivemos alguns debates, onde o papel da universidade foi
questionada, a sua missão, seus valores, sua produtividade como detentora do
conhecimento e a prática da pesquisa científica e também o tipo de alunos que
está formando, nos pareceu que os debates ideológicos socialistas e grupos
como as feministas e os LGBT tem dominado o ambiente universitário e muitos
questionaram o papel verdadeiro da universidade e sua função na sociedade
brasileira. O que a nossa universidade está formando e em que está contribuindo?
Fatores que geraram dúvidas referente a necessidade de ir a uma universidade,
medo por parte de familiares que enviam seus adolescentes para serem
moldados e não tem gostado do que tem recebido. Parece que a universidade
virou lugar para despertar da sexualidade, uso de álcool e drogas, porém
pergunta-se, onde está o saber? Citando Filho, Dr. José Camilo dos Santos, em
seu artigo Educação Geral na universidade, ele nos aponta uma direção do que
se espera por universidade.
Neste cenário tão desafiador da universidade brasileira faço uso das palavras da
Adriana A. Guimarães que em seu artigo sobre, o ideal da universidade,
analisando a obra de Robert Paul Wolff, sobre um dos tipos de universidade que é
abordado por ele e intitulado, A Universidade como santuário do saber, nos
remete o quão distante nossa universidade está desta realidade talvez alcançada
somente nos cursos de doutorado e phd.
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Trata-se de um modelo que encontra muito pouca oposição real aos ideais e
aos tipo de atividade do erudito. Para Wolff(1993), mesmo os entusiastas de
outras tradições como os da pesquisa científica e da prestação de serviços
reconhecem essa atividade e concordam que os intelectuais humanistas
devem fazer parte de qualquer projeto de uma universidade ideal.
O problema que fica é que, em alguns casos, a erudição torna-se o único
conhecimento válido nas universidades. O modelo é, dentro do estágio atual
das ciências modernas, fora do seu tempo. (Guimarães, 2013 p 31)
abrir um pouco mais acerca das demandas que ele precisará estar preparado
para enfrentar, gostaria de me atentar a um novo modelo de universidade que
vem sendo proposto, que é denominado a universidade empreendedora. Fazendo
uma citação de Audy, Jorge luis Nicolas (2011) ele faz a seguinte observação; “ A
academia tem recebido diversos sinais, tanto do ambiente externo quanto do
ambiente interno, que apontam para pressões crescentes por uma renovação da
Universidade para fazer frente às novas demandas”. (2011, pg 265).
O Processo de transformação ocorrido a partir da década de 90 no cenário do
ensino superior alterou significativamente o processo de trabalho das
instituições de Ensino e com isso as responsabilidades para coordenar um
curso. Atualmente, coordenar um curso de ensino superior exige o
conhecimento das demandas existentes na área e a criação de soluções que
atendam as necessidades de todo o curso e das Instituições de Ensino
Superior - IES. São necessárias novas técnicas de gestão e de conhecimento
que resultem em novos procedimentos acadêmicos. ( 2008, pg 1)
Sabemos que a universidade privada tem despontado no Brasil, ela tem sido
responsável pela formação dos profissionais, precisando assim dar uma resposta
ao mercado e proporcionar profissionais qualificados, fator este que reforça o
pensamento de Audy sobre a necessidade da universidade empreendedora
dando suporte a ideia de universidade que forma profissionais para o mercado de
trabalho e profissional, como resposta as novas demandas da sociedade. O Autor
trata o modelo, denominado “O modelo da Tríplica Hélice”, que é um modelo de
relações interligadas entre Governo, Empresa e Academia. Cintado Audy:
Ainda citando o autor, que faz referência á Etzowitz(2003) para definir o que seria
a universidade empreendedora.
O coordenador deve estar ciente que a sua função, não é “quebrar o galho” de
ninguém, muito menos “tapar um buraco”, se ele não conhecer o universo que
está lhe sendo proposto, ele corre o risco do fracasso profissional. Coordenação é
uma função estratégica, política, gerencial, acadêmica e institucional (CABEÇO,
REQUEMA, 2012) e para exercê-la, precisa-se de pessoas competentes e que
estejam dispostas a se manterem ativas e produtivas, buscando se capacitar
constantemente e montar uma equipe que a auxilie nas funções secundárias,
como a parte burocrática.
Algumas das atribuições que requer esta parte burocrática não é menos
importante, o coordenador precisa dominar e desempenhar bem este papel para
ter um sucesso na sua função, é um recurso que se bem administrado, se torna
estratégico e norteador de todo o trabalho, porém ele não pode parar aí. Algumas
tarefas burocráticas tomam bastante tempo do coordenador, porém podem ser
delegadas a uma equipe de apoio, onde o coordenador somente vai gerir estas
informações e aplicar os levantamentos que são conhecidos. As tarefas vão
desde: Confecionar o diário de classe, criar e fiscalizar o cumprimento do
currículo do curso, juntamente com as ementas das disciplinas, cuidar dos
horários, faltas, atestados dos docentes, funcionários e alunos, tratar de toda a
documentação exigida, produzir boletins, históricos e certificação e controlar
horário de estágio, criar avaliações de desempenho, contratar pessoas para a
equipe de trabalho, fiscalizar andamento dos trabalhos da secretaria, limpeza e
higiene das salas de aula e instituição, propor reuniões, armazenar documentação
e estar sempre atendo as mudanças na legislação, além de cuidar da imagem da
instituição e do curso perante os órgãos responsáveis e aumentar ou manter a
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A parte burocrática precisa estar organizada, para que não tome o tempo do
coordenador de outras atividades que ele deve desempenhar, o que vai exigir do
mesmo a capacidade de organização e gestão de tempo, dispor de agenda que
facilite à ele fazer o melhor em todos os aspectos da sua função, seja burocrática,
pedagógica ou relacional.
Ele precisará ser um líder e exercer a liderança com maestria, pois precisa fazer
com que pessoas da sua equipe trabalhem em favor do coletivo, da instituição,
alunos e professores. Para isso ele vai precisar ter grande capacidade relacional,
pois ele depende de outras pessoas para cumprir o seu papel de coordenador
gestor.
Este ano foi divulgado na mídia, uma pesquisa realizada por, “Varkey Foundation,
o Índice Global de Status de Professor 2018”. Neste levantamento o Brasil ficou
em ultimo lugar na pesquisa. Fator que revela uma preocupação para a educação
brasileira e uma meta de atuação para o coordenador. Na pesquisa foram listados
alguns aspectos que levaram o Brasil para o ultimo lugar da lista, dentre eles foi
citado; “Falta de respeito do aluno com relação ao professor e salário insuficiente
ao docentes” (2018), fatos que fazem com que a profissão não seja estimada ou
tenha prestígio, e assim, vá caindo em descrédito. Esta reportagem demonstra
uma tipo de demanda clássica que o coordenador deve estar apto para trabalhar,
demandas entre professores e alunos.
Os estudantes não sabem ler com compreensão; não sabem escrever com
desenvoltura; Os estudantes desconhecem uma língua estrangeira científica;
Os estudantes desconhecem os grandes mestres da literatura universal; Os
estudantes desconhecem os grandes traços e peculiaridades da cultura
brasileira; Os estudantes desconhecem os grandes mestres da cultura
ocidental e sua vinculação com a cultura brasileira; (2017, pg 4)
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Nestes aspectos citados acima, percebemos que o coordenador deverá buscar ter
uma desenvoltura para corrigir estes problemas em parceria com os professores,
pois como o aluno entra na universidade não deve ser como ele sairá, caberá
uma parceria entre coordenador e professores para que o processo com o aluno
seja crescente e gradativo, os alunos devem ser trabalhados em cada ano. O
coordenador deverá buscar agir como facilitador, ouvindo as queixas e propondo
medidas para diminuir às distancias entre o baixo prestígio do professor e a baixa
qualidade do aluno universitário, fazendo do professor o seu aliado para o
crescimento do aluno no decorrer dos anos na universidade.
O coordenador deve ser também alguém acessível, tantos aos professore como
para os alunos, entendendo que o seu trabalho é receber e ouvir as pessoas a
quem ele lidera, para isso ele precisa ser alguém, que tanto professores, alunos
ou membros da equipe tenham facilidade de conversar e expor os problemas. Ele
precisa estar presente na rotina da universidade, ser uma figura conhecida,
precisa estar em sala de aula, precisa estar na sala dos professores recebendo e
motivando os mesmos para suas aulas, precisa estar em comunhão com os
membros da secretaria e administração. O coordenador deve ser aquele que
motiva e valoriza todos os que estão a sua volta.
Finalizando, o Coordenador deve ser a figura que promove, ele deve buscar
parcerias com outras instituições para facilitar os alunos no mercado de trabalho,
em melhores estágios e oportunidades. Deve promover seus professores, dando
ênfase aos seus trabalhos científicos, promovendo bonificações e premiações
para assim ter a sua disposição pessoas altamente qualificadas para instruir na
universidade. Deve também promover a universidade, não descuidando da
infraestrutura e dos equipamentos, trazendo tecnologia e inovação para a sala de
aula e ambiente da universidade como laboratórios e biblioteca. O coordenador
deve sempre ter o foco na gestão da qualidade, buscando sempre o melhor para
contribuir para a sociedade a quem presta serviço maior.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou contribuir com uma reflexão sobre as demandas e conflitos
que os coordenadores pedagógicos vivenciam todos os dias e buscou motivá-los
aqueles que estão desatualizados no seu contexto à buscar capacitação para se
adequarem ao que é esperado deles neste período de grandes mudanças e
transformações no contexto brasileiro.
REFERÊNCIAS
FILHO, Prof. Dr. José Camilo dos Santos. Educação Geral na Universidade.
Revista Eletronica:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/educac
ao_geral_na_universidade.pdf. Acesso em 23/11/2018.
Site consultados:
Ministério do trabalho -
http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf. Acesso
em 14 de Novembro de 2018.