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ESCOLA DIEESE DE CIÊNCIAS DO TRABALHO

PROCESSO SELETIVO 2022


PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA E TRABALHO - EAD

Etapa 2 – Carta de apresentação

Prezado candidato(a),

Para participar da 2a etapa do processo seletivo da pós-graduação EAD em Economia


e Trabalho, você deverá elaborar uma carta de apresentação. Sua apresentação deverá
ter, no mínimo, 01 e, no máximo, 03 páginas e necessariamente abranger as questões a
seguir apresentadas:

1) Trajetória de Vida - Fale um pouco da sua trajetória de vida, formação escolar, e


dos referenciais que considera importantes para a formação da pessoa que você é
hoje.
2) Experiência Profissional - Fale um pouco sobre sua experiência de trabalho,
como, onde e quando começou a trabalhar, que atividades e funções já exerceu,
quais as vivências importantes e marcantes em sua trajetória profissional.

3) Qual é a situação de trabalho? (Carteira assinada, sem carteira assinada,


desempregado, só estuda/nunca trabalhou)

4) Em que entidade/instituição/órgão trabalha?

5) Interesse no Tema Trabalho - Fale um pouco sobre o seu interesse pelo tema
trabalho, que é fundamental para o nosso curso.

6) Expectativa no curso - Você acha que o curso de Economia e Trabalho pode


contribuir para melhorar a sua formação geral e profissional? De que maneira?
Trajetória de vida de Gabriel Prestes Batista

Minha trajetória de vida começa na cidade de Juína, Mato Grosso. Meus pais, nascidos
e criados em distintas cidades paranaense, encontram-se no município após migrarem com os
familiares a procura de oportunidades na região. Casam-se, minha mãe engravida e decidem,
no ano de 1996, mudar-se para a cidade de Salto, São Paulo, onde, de fato, ocorreu meu
nascimento em 30 de junho. Nós vamos morar no Jardim das Nações, bairro que nos acolhe e
no qual me criei. Estudo nas escolas públicas disponíveis ali mesmo, a duas quadras de minha
casa. No fundamental, escola José Benedito Gonçalves, mais comumente conhecida como
“Zezito”. No Ensino Médio, escola Dolores Antunes da Silva, no qual frequentei até meu
segundo ano do ensino médio. Locais que não só devo minha eterna gratidão pela minha
formação escolar, mas que foram fundamentais na construção da minha identidade e das
amizades que carrego até hoje.
Outras escolas cortaram minha trajetória nesse período e foram fundamentais em
minha constituição. A primeira, a Pastoral da Juventude, especificamente em meio ao grupo
J.E.F.: Jovens, Esperanças e Futuro. Espaço católico progressista que me formou enquanto
sujeito ao apontar caminhos alternativos para minha constituição subjetiva. É nesse espaço
que bebi de uma cultura latino americana, me engajei com outros jovens e aprendi a me
sensibilizar aos dilemas sociais. A segunda, que faz parte de minha constituição profissional,
é a escola SENAI, espaço no qual estudei no curso de Mecânica de Usinagem de Máquinas
Convencionais. No período, consigo, junto ao curso, uma carta de indicação que me
possibilita ter minha primeira oportunidade no mercado de trabalho como Jovem Aprendiz na
empresa Hydro Alumínio em 2012.
Finalizado o período de um ano de aprendiz, concluo o curso de mecânica, porém, por
conta da idade, não sou mantido na empresa. Optei por estudar em uma escola particular no
terceiro ano do ensino médio, Colégio Anglo Itu. Passo a entender como funciona o acesso à
Universidade. Lá, criei o interesse em buscar uma vaga para o curso de Publicidade e
Propaganda. Concluído o ensino médio, não consigo uma vaga e continuo meus estudos para
os vestibulares em um cursinho Anglo por mais dois anos. Em paralelo, tenho um emprego
como Auxiliar Administrativo, por um ano, na matriz da empresa Lojas Cem. Ao fim do
segundo ano, passei, através do ENEM, na Universidade Federal do Pampa em São Borja, Rio
Grande do Sul, no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda.
Durante a graduação, tive diversas experiências de ensino, pesquisa e extensão.
Participações em agências experimentais, bolsista voluntário em aulas, projetos de extensão,
idas a congressos, entre outras atividades. Fui bolsista pelo CNPq de Iniciação Científica no
grupo “t3xto”. Desenvolvemos pesquisa sobre o tema da Comunicação na Indústria Criativa,
além de diversas ações de extensão sobre literatura marginal. Trabalhei, na época, como
freelancer de forma esporádica e informal, inclusive não remunerado, para empresas locais
prestando serviço de comunicação: edição de imagens, fotografia, filmagem, planos de
comunicação, entre outros serviços.
Concluída a graduação e iniciada a pandemia, volto a morar em Salto-SP e passo a
trabalhar prestando serviço de design como Microempreendedor Individual (MEI). Consigo
algumas indicações entre jornalistas que trabalham no setor de Tecnologia da Informação e
passo a receber alguns trabalhos de edição de imagens e vídeos para as mídias sociais: cards
para redes sociais, e-mail marketing, e-books, documentos digitais, etc. Em meio a esses
trabalhos, conheço a IDEIACOMM, agência de comunicação com foco em assessoria de
imprensa. Através dessa agência, passo a atender as demandas de edição de imagens para as
redes sociais dos clientes que ela atende, embora sem vínculo formal com a agência, somente
emitindo Nota Fiscal ao CNPJ da assessoria. Em paralelo, trabalhei para uma agência de
viagens, Partiu Trips, por cinco meses, alternando três dias presenciais e dois em home office.
Mantenho essa dinâmica por um ano. Após sair da agência de viagens, assino um contrato
com a IDEIACOMM, ainda como pessoa jurídica, formalizando a contratação por um ano
para trabalhar na função de Social Media, cargo em que atuo até os dias atuais.
O tema trabalho sempre fez parte do meu leque de interesses, muito atrelado às minhas
experiências desde cedo no mercado de trabalho. Contudo, ele passa a ganhar um contorno
maior ao final da minha graduação, no qual me defronto com meu início de carreira na função
de Publicitário. Além disso, em meu trabalho de conclusão de curso, estudo o tema da
Comunicação Política, que me interessava enquanto campo e objeto de estudo. Ao ter a
oportunidade de me aprofundar na questão, outros interesses de estudo foram aparecendo: o
mundo do trabalho na comunicação, a economia política da comunicação, entre outros. Senti
que na graduação não tive um contato de maior fôlego teórico para refletir essas questões,
principalmente acerca dos aspectos econômicos e trabalhistas que envolvem a profissão.
Terminada a graduação, como já pontuei, entro em um mercado de trabalho já moldado pela
reforma trabalhista, além de coincidir com o início da pandemia. Ou seja, o meu início de
carreira coincide com esse contexto, o que me fez iniciar em home office e via contato digital
com meus empregadores. Para se ter uma ideia, demorei 2 anos para vir a encontrar
pessoalmente os meus contratantes na agência em que atuo. Em paralelo, iniciei alguns outros
cursos de pós-graduação e graduação, porém, abandono por não me sentir preparado para
retornar à academia por problemas de ordem pessoal. Chego ao ano de 2022 apenas
trabalhando, porém, com um novo horizonte de querer acessar o ensino superior novamente,
agora em um curso stricto sensu no campo de estudos da Comunicação, especificamente na
interface do binômio Comunicação e Trabalho, no programa oferecido pela Universidade de
São Paulo (USP).
É justamente nesse contexto dessa busca que encontro o DIEESE e sua pós graduação
lato sensu em Economia e Trabalho. Creio que sua contribuição, para mim, reside, primeiro,
em um aprofundamento em temas caros para a grande área das Ciências Sociais Aplicadas, no
qual a Comunicação se inclui. Segundo, na possibilidade de refletir acerca do tema Trabalho
de maneira transdisciplinar em um espaço que converge as reflexões de diversas áreas.
Terceiro, em aperfeiçoar métodos e técnicas de pesquisa na área, fundamentais na construção
de projetos de pesquisa com lastro material no meu desenvolvimento enquanto produtor
científico. Quarto, na reflexão sobre minha própria atuação profissional, criando um senso
crítico que permita desvelar a natureza do trabalho em comunicação no Brasil e projetar
caminhos de busca por direitos a esse segmento de atuação. Quinto, absorver o acúmulo
histórico das lutas dos trabalhadores via sindicatos para ter subsídio no enfrentamento das
contradições atuais do mundo do trabalho. Por fim, tive impressões positivas acerca do curso,
seja lendo seu projeto pedagógico, sua matriz curricular e consumindo o próprio trabalho
desenvolvido pelo DIEESE. Acredito que afetará radicalmente a minha atuação profissional
ao me proporcionar uma aproximação mais coesa com o conhecimento científico, estimular
espaços de debate tanto com os colegas do curso quanto os diversos atores que tomam o
DIEESE como centro de referência: o movimento sindical, os movimentos populares, partidos
políticos, órgãos públicos e entre outros.

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