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Juiz de Fora, 28 de fevereiro de 2023.

Tenho 22 anos, moro em Juiz de Fora, Minas Gerais e curso Serviço Social pela Universidade
Federal de Juiz de Fora desde 2018; mas há 5 anos atrás, quando ouvi falar pela primeira vez
sobre o curso que hoje estudo, eu tinha 16, quase 17 anos, no último ano do ensino médio do
Colégio dos Santos Anjos de Além Paraíba. Só “Além” como costumamos falar, é uma cidade
pequena de pouco mais de 30 mil habitantes, interior de Minas.
Os caminhos que me trouxeram ao Serviço Social foram trilhados sob a base do esforço dos
meus pais em impulsionar quaisquer sonhos que eu escolhesse sonhar e meu encontro ao
Serviço Social se deu pela procura. Entretanto, no momento atual, quando falo sobre o
Serviço Social eu digo como com toda a certeza não poderia estar cursando outro curso, eu
me encontrei e me encantei como para além da formação profissional, toda mudança interior
que o curso pode proporcionar. O Serviço Social me proporcionou ter uma visão diferente da
realidade social em um todo.
Vir de uma cidade pequena sem ter muito contato com o debate político no sentido amplo de
todas as questões sociais em que se pode nele levantar, estudar o pensamento marxista sobre a
sociedade capitalista me coloca a perspectiva mais crítica sobre os problemas sociais que já
eram inevitáveis ao meu olhar. Passo a ter ótica dos indivíduos sob base histórica e de classe,
que a cada passo da graduação percebi ser, de fato, fundamental ao exercício profissional do
assistente social.
O senso de justiça social sempre teve sob foco em meu interesse profissional. Isto motivou a
escolha do meu curso e neste sentido que pretendo prosseguir minha ação profissional.
Minha maior expectativa se torna conseguir reproduzir para dentro do exercício da profissão
todas as dimensões que compõe a ética profissional, posicionamento por equidade e justiça
social, dentro dos princípios de liberdade e democracia; e através da base teórica que o
Serviço Social apreende, o intervir diante das demandas do cotidiano profissional.
Durante a graduação percebo a essencialidade das dimensões filosóficas em que o curso se
fundamenta e compreendo que o estágio se configura como momento prático em que constitui
os fundamentos teóricos-metodológicos da formação profissional. O momento em que através
do contato com a ação profissional, torna-se possível a análise crítica sobre os fenômenos
decorrentes da questão social e a associação ao todo apreendido na graduação em disciplinas
teóricas, dentro da realidade social prática.
Por compreender o estágio como base sólida da construção da qualificação profissional e por
compreender a abrangência de demandas que a instituição recebe e assim a possibilidade de
contato com as mais diversas expressões da questão social, compreendo como a experiência
de estar inserida neste campo pode ser de grande enriquecimento para minha formação.
Dentre os conteúdos lecionados e minhas experiências em formação acadêmica até então,
participei de um projeto como bolsista no suporte ao Ensino Remoto da UFJF e durante o ano
de 2022 estive inserida no mercado de trabalho, em uma área que pouco pode se relacionar ao
meu curso; mas que correlacionando ambas as experiências, considero como um grande
aprendizado no atendimento direto às pessoas. Neste trabalho, tinha uma carga horária
superior a 30h semanais, com isso descobri uma capacidade de organização de rotina de
trabalho e estudo e comprometimento à tudo que me proponho.

Maria Fernanda Alves Lameira


Graduanda em Serviço social
Universidade Federal de Juiz de Fora

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