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UNIVERSIDADE DE FRANCA

UNIFRAN
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

STÉFANNE VÍVERLIZ LEÃO ANTUNES NUNES

CONDIÇÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DO TRABALHO DO ASSISTENTE


SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURIDICO

FRANCA - SP
2022
UNIVERSIDADE DE FRANCA
UNIFRAN

STÉFANNE VÍVERLIZ LEÃO ANTUNES NUNES

CONDIÇÕES OBJETIVAS E SUBJETIVAS DO TRABALHO DO ASSISTENTE


SOCIAL NA ÁREA SOCIOJURIDICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial, para a
obtenção do grau no curso de Serviço Social
da Universidade de Franca.

Orientadora: Prof. Me. Viviane Cristina


Silva Vaz

FRANCA - SP
2022
MEMORIAL

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,


Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.”
Luís de Camões

E como mudei nesses quatro anos de faculdade. Quando comecei o curso era uma
aluna recém saída de um curso totalmente diferente, insegura da minha escolha, ansiosa por
conhecer pessoas novas e uma profissão que não sabia muita coisa sobre, enfim, estava cheia
de receios e dúvidas.
Hoje venho pensado muito sobre o futuro, me sinto sobrecarregada nesse último ano,
mas também cheia de expectativas para terminar esse percurso tão longo e desafiador. Após
passar por tantas coisas, sinto que amadureci em muitos aspectos e tenho entendido que
preciso amadurecer vários outros, conheci pessoas maravilhosas e fiz amizades que espero
levar para a vida. Não sei o que o futuro me reserva mas independente de exercer a profissão
como assistente social ou acabar em outra área, a oportunidade de concluir essa formação e a
nova forma de enxergar a realidade que ela me proporcionou vão me acompanhar aonde quer
que eu vá.
Muitas vezes pensei em desistir, em parar no meio do caminho principalmente na
pandemia com as aulas online, mas graças ao amparo que recebi dos meus familiares e
amigos, somado ao incentivo e suporte dos professores consegui chegar até aqui. Sou,
portanto, muita grata a todos que de alguma forma participaram comigo deste processo.
Escolhi esse curso porque não sabia o que eu queria fazer de fato, mas sabia
claramente que não queria continuar no curso anterior. Agora, quatro anos depois, ainda não
tenho certeza se essa é minha vocação, porém percebi que não vou descobrir nada se não
experenciar na prática cada possibilidade, então decidi seguir aberta para as experiências que
virão daqui em diante.
Quanto ao tema deste artigo, o interesse por ele surgiu após a realização de um
trabalho de pesquisa na disciplina de Estágio supervisionado sobre os espaços sócio-
ocupacionais do assistente social, sendo o campo sociojurídico mais chamou a atenção por
não ser tratado com tanta frequência quanto os campos da saúde e assistência e também
devido aos desafios e possibilidades encontrados ao longo da pesquisa para atuação dos
profissionais nele inseridos.
DEDICO, este trabalho a vocês, familiares e amigos, que me deram o
suporte necessário para que este artigo se tornasse
realidade.
AGRADECIMENTOS,

Agradeço primeiramente à Deus pelo dom da


vida e a oportunidade de ter escolhido viver
essa experiência transformadora a qual muitos
infelizmente não tem acesso.
Em segundo lugar à minha família que sempre
se mobilizava como podia para que eu não
perdesse as aulas, em especial minha mãe, que
nesse último ano devido à alta nos preços de
vans e combustível me levava e ficava me
esperando na porta da faculdade até minha
aula terminar. Agradeço igualmente ao meu
companheiro e minhas amizades por sempre
me incentivarem a persistir e continuar até o
fim nos momentos de hesitação e escutaram
minhas angústias nos momentos de
dificuldade. Sem esse apoio eu talvez tivesse
desistido.
Um agradecimento especial aos professores e
professora que durante esses quatro anos de
curso não mediram esforços para compartilhar
conosco todo seu conhecimento e experiências
enriquecedoras da melhor forma possível,
ressaltando-se o período de lockdown em que
aulas foram online e todos se mantiveram a
disposição até fora do horário de aula para
sanar nossas dúvidas e garantir o aprendizado
mesmo de forma remota.
Por fim, sou verdadeiramente grata ao
PROUNI pela bolsa de estudou integral, por
causa dela consegui ingressar na faculdade e
nela permanecer mesmo no período de
pandemia quando fiquei sem renda e muito
tiveram que trancar o curso. É pela criação de
mais políticas e programas nesse sentido que
me inspiram a lutar, seja dentro ou fora do
exercício profissional, pela construção de uma
nova ordem societária mais justa e igualitária.
NUNES, StéfanneVíverliz Leão Antunes. Condições objetivas e subjetivas do trabalho do
assistente social no campo sociojuridico. 2022. número de folhas. f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Serviço Social) – Universidade de Franca, Franca (SP).

RESUMO

Introdução: A inserção dos assistentes sociais no sistema judiciário se dá desde os anos


1940, porém, o debate em torno do termo “sociojuridico” é recente, data de 2001 com o 10º
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS). Dentre as questões levantadas na
ocasião estava a insuficiência de profissionais frente à demanda apresentada, que persiste até
os dias atuais. Objetivo: Este estudo tem como objetivo traçar um panorama das condições
objetivas e subjetivas de trabalho dos assistentes sociais na área sociojurídica. Método: A
metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa com abordagem dialética, por meio de
levantamento bibliográfico e documental. Resultados parciais: A falta de profissionais diante
do volume de atribuições contribui para a precarização do trabalho na medida em que gera
uma sobrecarga de funções nos profissionais, tendo se agravado com as diversas crises que o
país enfrenta. Os dados acerca das condições de trabalho dos assistentes sociais nesta área são
escassos e desatualizados, sendo a principal referência a cartilha “A Atuação de assistentes
sociais no sociojurídico — subsídios para reflexão” datada de 2014. Conclusão: Se faz
necessário atualizar o debate produzindo dados e indicadores em âmbito municipal, estadual e
Federal acerca do trabalho do assistente social no espaço sociojurídico evidenciando as
condições objetivas e subjetivas que envolvem a prática no atual contexto de forma a abrir
possibilidade de enfrentamento dos entraves existentes. Espera-se que este estudo contribua
para estimular este debate e demonstrar a importância de realizá-lo.

Palavras–chave: Sociojuridico; Assistente Social; Precarização do trabalho


SOBRENOME, Seu nome. Título do trabalho em negrito e só com a primeira letra em
maiúscula. 2018. número de folhas. f. Trabalho de Curso (Graduação em Serviço Social) –
Universidade de Franca, Franca.

ABSTRACT (escolha uma língua estrangeira)

Traduzir o texto na língua escolhida. NÃO UTILIZAR GOOGLE TRADUTOR.

Palavras–chave: ________;____________;__________;____________
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................XX

1 HISTÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL E A INSERÇÃO DOS


ASSISTENTES SOCIAIS NA ÁREA SOCIOJURÍDICA..............................................XX

2 ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NO JUDICIÁRIO: CÓDIGOS DE


ÉTICA E O EXERCICIO PROFISSIONAL....................................................................XX

3 DESAFIOS QUE AFETAM OBJETIVA E SUBJETIVAMENTE A ATUAÇÃO


DO ASSISTENTE SOCIAL NO SOCIOJURÍDICO......................................................XX

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................XX

REFERÊNCIAS..................................................................................................................XX

ANEXOS (se houver) .........................................................................................................XX


9

INTRODUÇÃO

O trabalho dos assistentes sociais no sistema judiciário se dá desde os anos 1940,


porém o debate em torno do termo “sociojurídico” é recente, data de 2001 com o 10º
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) juntamente com a publicação nº 67 feita
pela editora Cortez na revista Serviço Social e Sociedade. Dentre as questões levantadas na
ocasião estava a insuficiência de profissionais frente à demanda apresentada, que persiste até
os dias atuais.
Segundo a cartilha “A Atuação de assistentes sociais no sociojurídico — subsídios
para reflexão” (2014) são espaços ocupacionais do assistente social no sociojurídico o Poder
Judiciário; Ministério Público; Sistema Penal; Defensoria; Medida Socioeducativa; Segurança
Pública; Serviço de Acolhimento Institucional/Familiar, entre outros. Dentre as referências
legais que respaldam a atuação dos profissionais nesta área estão: a Constituição Federal de
1988, a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93); o Código de Ética
Profissional; a lei nº 7.210/84 - Lei de Execuções Penais (LEP), a Lei nº 8.069/90 - Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso e a Lei nº
13.146/15 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI).
O assistente social inserido no sociojurídico tem várias possibilidades de atuação,
que vão desde a operacionalização de direitos, até o subsídio a decisões judiciais. Também há
uma gama de instrumentais e técnicas que são utilizadas de acordo com a atribuição, tais
como: acolhida, abordagem individual, entrevista, estudo social, articulação com a rede,
encaminhamento, orientação, entre outras. Se por um lado as possibilidades de atuação nessa
área são amplas, por outro muitas vezes a demanda tem excedido a capacidade de
atendimento dos profissionais gerando sobrecarga e precarização do trabalho. Tendo
analisado a partir da experiência de estágio no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro – TJERJ a rotina de trabalho da Equipe Técnica Interdisciplinar Cível- ETIC, Vargas
conclui que

Dessa forma, existe uma sobrecarga de trabalho sobre as profissionais, que ainda
precisam dar conta de determinado número de processos no mês, por exigência da
instituição. Para além disso, o número de concursos para assistentes sociais no
TJERJ tem sido decrescente. Assim, tendo em vista a atual conjuntura de retirada
de direitos da classe trabalhadora, a demanda de trabalho das assistentes sociais da
ETIC tende a aumentar, enquanto as condições de trabalho tendem a se configurar
de forma cada vez mais precarizadas. (VARGAS, 2018, p. 212)
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Este trabalho tem como objetivo analisar as questões objetivas e subjetivas que
assolam a atuação dos assistentes sociais no sociojurídico bem como apresentar as formas de
resistência dos profissionais frente à precarização do trabalho neste campo.
O interesse pelo tema surgiu após a realização de um trabalho de pesquisa na
disciplina de Estágio supervisionado sobre os espaços sócio-ocupacionais do assistente social,
sendo o campo sociojurídico um campo que chamou a atenção devido aos desafios e
possibilidades encontrados para atuação dos profissionais nesta área ao longo da pesquisa.
Para Lakatos e Marconi (2003, p.83) “o método é o conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.”, segundo os mesmo autores o método se divide em:
métodos de abordagem e métodos de procedimento. Neste trabalho, como método de
abordagem, optou-se pelo método dialético - “que penetra o mundo dos fenômenos através de
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na
natureza e na sociedade.” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 106) - combinado ao método de
procedimento histórico que

[...] consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para


verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua
forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo,
influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. (LAKATOS;
MARCONI, 2003, p.107).

O trabalho foi realizado a partir da pesquisa qualitativa exploratória por meio do


levantamento bibliográfico e documental. A pesquisa qualitativa, para Minayo (2009), é
aquela que se ocupa com o que não pode ser quantificado, uma vez que “ela trabalha com o
universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das
atitudes.” (MINAYO, 2009, p. 21). Segundo Gil (2002, p. 45), "A principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente." e ainda por
se assemelharem muito é possível tratar a pesquisa bibliográfica como um tipo de pesquisa
documental.
Os dados foram coletados por meio de levantamento bibliográfico e documental. No
Google acadêmico utilizando os descritores “trabalho”; “serviço social” e “sociojurídico”
foram selecionados artigos publicados de 2017 a 2021, em português, sem incluir citações,
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com a frase exata "sociojurídico” e contendo a palavra “judiciário”. Nestas condições foram
encontrados 391 resultados dos quais oito foram selecionados. Como critério de seleção
optou-se pelos trabalhos que mais condizem com os objetivos da pesquisa, ou seja, trabalhos
que abordassem o poder judiciário no Brasil e às condições de trabalho dos assistentes sociais
neste campo. Além dos artigos utilizou-se como referência livros do acervo universitário, leis
e normativas e a cartilha “A Atuação de assistentes sociais no sociojurídico — subsídios para
reflexão” (2014) do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS. Da mesma forma
apresentaram papel central no debate as obras de BOLDRINI (2017), SOUZA (2017),
FÁVERO (2018) e VARGAS (2018) dentre outras referências utilizadas.
O trabalho se divide assim em três capítulos, sendo que no primeiro faz-se um breve
resgate histórico de como se constituiu o poder judiciário no Brasil e de que forma se deu a
inserção dos profissionais assistentes sociais na área sociojurídica. No segundo capítulo
apresentaremos as particularidades do trabalho dos assistentes sociais nesta área e os preceitos
que regulam a atuação. O terceiro capítulo abordará os entraves que assolam a prática dos
profissionais assistentes sociais na área sociojurídica atualmente e as possibilidades de
enfrentamento e resistência.

1. HISTÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL E A INSERÇÃO DOS


ASSISTENTES SOCIAIS NO CAMPO SOCIOJURÍDICO

O Brasil é definido pela Constituição Federal atual – promulgada em 1988 - como


uma república federativa presidencialista e um Estado democrático de direito, formado pela
união de três poderes independentes e harmoniosos, sendo eles: Executivo, Legislativo e
Judiciário (CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988).
O modelo de governo democrático e a própria Constituição Federal de 1988 são
considerados grandes avanços na garantia de direitos e na busca por uma sociedade mais justa
e igualitária, e são fruto de lutas e mobilizações de diversos segmentos da população
articulados em prol da democracia, igualdade e melhores condições de vida. No entanto essa
mudança não ocorreu de forma tranquila e rápida, foi resultado de um processo longo e árduo
que acompanha a trajetória do país em cada momento histórico.

A CRFB/88 legitima o Estado Social e Democrático de Direito (art. 1º) e traz um


catálogo de direitos sociais (art. 6º), todos inseridos no rol dos direitos fundamentais
(art. 5º a17). A formação desse catálogo de direitos fundamentais é, portanto, fruto
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da luta de grupos sociais que almejaram, em cada momento da história da sociedade,


o reconhecimento e a garantia de suas necessidades fundamentais. (DAOU; FILHO,
2017)

Durante o período colonial, todo o arcabouço legal existente no Brasil provinha das
ordenações de Portugal, o país exercia controle e influência na colônia em todos os níveis:
econômico, cultural, social e administrativo. A função primordial de toda a estrutura urbana e
rural era servir aos interesses da coroa. Dessa forma as leis criadas e impostas pelo governo
português se destinavam a legalizar a escravidão, exploração e dominação do território e do
povo brasileiro (RIBEIRO, 1995). Com relação à ordem jurídica, Koshiba e Pereira destacam
a criação do Tribunal de Relação de Salvador em 1587 que modificou a estrutura judiciária da
colônia:
Até a sua existência na colônia, os tramites da justiça eram vagarosos, pois todas
as decisões partiam de Lisboa. Desse modo, a excessiva centralização da justiça
sobrecarregava a Casa de Supremo Tribunal. Em certos, após a sentença dada pelo
Tribunal de Relação, permitia-se o recurso direto para aquele órgão máximo,
descentralizando o setor judiciário. (KOSHIBA; PEREIRA, 1993, p. 71).

Após a independência em 1822, houve a necessidade de mudanças nas estruturas


jurídicas e de governo para que o império recém declarado incorporasse os ideais de
liberalismo político vigentes na Europa. Assim foi criada uma nova legislação - expressa na
Constituição Federal outorgada em 1824 – onde ocorre a passagem da monarquia absolutista
para a monarquia constitucional e a divisão do governo em quatro poderes: Executivo,
Moderador, Legislativo e Judiciário. Neste texto era reconhecida a independência do Poder
Judiciário e dele faziam parte juízes e jurados, cabia ao Legislativo zelar pela aplicação da
constituição e era no Poder Moderador (assumido pelo imperador) que se concentravam todas
as decisões (PINHO, 2005).
Com a Proclamação da República em 1889 a estrutura do governo passou por uma
nova reforma, a Constituição promulgada em 1891 extingue o poder moderador e a
monarquia dá lugar ao regime presidencialista (SOUZA, 2017). Boldrini (2017) aponta que
embora já não exista nesse período a figura do poder moderador e seja atribuído ao judiciário
o controle da constitucionalidade, ainda se faz presente a tendência de concentrar o poder na
figura do executivo, o que representa um impedimento à independência dos demais poderes.
Com o fim deste período conhecido como “República Velha” e o início da chamada
“Era Vargas”, em meio ao clima de efervescência social – gerado entre outros fatores pela
Revolução de 30 e os efeitos da crise na economia nacional - foi promulgada em 1934 uma
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nova Constituição, que representou avanços na área do acesso à justiça conforme afirma
Souza:
Destarte, a Constituição de 1934 trouxe inovações, como a presença feminina no
pleito eleitoral, e também dispôs sobre direitos sociais, como a fixação da jornada
de trabalho em oito horas, o direito do trabalhador ao salário mínimo, às férias e
também introduziu o mandado segurança em nosso ordenamento jurídico.
(SOUZA, 2017, p. 35)

No contexto da II Guerra Mundial e com o cenário brasileiro marcado por conflitos


internos entre grupos com direcionamento ideológico e econômico nomeados de Direita e
Esquerda, uma nova Constituição foi outorgada em 1937 para legitimar a ditadura de Vargas,
que utilizando como pretexto a suposta ameaça comunista, declarou que o país entraria em
estado de emergência e assim deu início a um período de ditadura civil - conhecido como
“Estado Novo” - que se manteve até 1945 (LACOMBE, 1977).
Quanto à composição do Poder Judiciário, enquanto em 1934 era formado pela
Suprema Corte e as justiças: Federal, Eleitoral, Militar e Municipal; em 1937 se reduziu ao
Supremo Tribunal Federal, Justiça Militar e Justiças Estaduais. Além disso, nos dois períodos
ficou extinto o cargo de vice-presidente da república, sendo restabelecido apenas em 1946
(PINHO, 2005).
De acordo com Koshiba e Pereira (1993), a Constituição de 1946, promulgada no
período de democratização pós-ditadura civil, retomou os direitos fundamentais contidos na
Constituição de 1934 (que haviam sido excluídos da Constituição de 37) e fez avanços na área
social reconhecendo, por exemplo, a educação, o trabalho e a previdência como direitos
sociais. Em seu texto também foram inseridos mecanismos de controle do Executivo, como as
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e estabeleceu o período de cinco anos para
mandato presidencial.
Ainda segundo os autores, em 1964, repetindo a justificativa de proteção contra o
comunismo - dessa vez no contexto da Guerra Fria e com lema da “segurança nacional” - tem
início no Brasil outra ditadura, dessa vez militar. Após a publicação de dois Atos
Institucionais os militares conseguem que seja aprovada em 1967 uma nova Constituição
Federal. De caráter extremamente autoritário, combinada aos atos institucionais ela concede
ao Executivo poderes quase ilimitados e abre margem para a possibilidade de suspender
direitos e garantias constitucionais:

Durante a ditadura, dentre outras medidas arbitrárias, houve a suspensão da


estabilidade dos servidores públicos, a adoção da possibilidade de cassação de
direitos políticos e de mandatos legislativos, bem como o estabelecimento de eleição
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indireta para Presidente da República. A Constituição de 1946 foi rapidamente


desconfigurada pelo poder autoritária e pela farta legislação “revolucionária” editada
pelo regime. As instituições democráticas sentiram as penas de um sistema
autoritário. (BOLDRINI, 2017, p. 50)

Após um longo período de governo militar, marcado pelo autoritarismo, repressão,


censura e uso de tortura chega-se a um esgotamento do regime tendo início o processo de
“abertura lenta e gradual”, que combinado aos avanços das forças oposicionistas nas eleições
e à mobilização das organizações populares para a redemocratização culmina na convocação
de uma Assembleia Nacional Constituinte em 1985 e na eleição de deputados e senadores em
1986 para elaborar a nova Constituição democrática que se concretizou em 1988 e ficou
conhecida como “Constituição Cidadã” (PINHO, 2005).
Em seu texto está definida a seguinte composição do Poder Judiciário: Supremo
Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça; o Superior Tribunal de Justiça; o Tribunal
Superior do Trabalho; os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e
Juízes do Trabalho; os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares; os
Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Cada órgão possui normas
específicas referentes à sua composição, atribuições e demais disposições.
A atuação dos assistentes sociais na área sociojurídica remonta a história da própria
profissão, sendo os Juizados de Menores de São Paulo e do Rio de Janeiro pioneiros na
inserção destes profissionais no âmbito do jurídico por meio do cargo de Comissários de
Vigilância. (FRAGA; GAVIRAGHI; GOERCK, 2018). Segundo o Código de Menores
(1927) que estava vigente no período cabia aos comissários uma função fiscalizadora, seja na
investigação dos “menores” e seus responsáveis, seja na detenção desses “menores” que
fossem considerados “abandonados ou delinquentes” levando-os ao juiz.
Posteriormente, a partir da Lei de Colocação Familiar (Lei nº 560, de 27/12/49) no
Estado de São Paulo, a profissão de assistente social se consolidou junto ao Juizado de
Menores uma vez que em seu texto evidencia-se a preferência por profissionais formados em
Serviço Social para assumir a função de chefes do serviço em detrimento de outras formações
(FARIA 2010).
No que diz respeito ao Estado de São Paulo, FÁVERO (2018) aponta que este
serviço pode ser considerado o primeiro programa de Família Acolhedora e o primeiro
programa de transferência de renda do Estado, tendo como principal diferença a mentalidade
da época que se baseando na doutrina da Igreja Católica de justiça social buscava prestar
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assistência às famílias “desajustadas” e seus membros e incluí-los no sistema, sem, contudo


questionar a ordem vigente.

O Serviço Social começa então, no Judiciário paulista, com uma direção mais
voltada para a proposição e o desenvolvimento de ações que assegurassem alguma
proteção social — ainda que com uma visão de justiça social direcionada pela
doutrina social da Igreja Católica, que naquele momento iluminava a formação
moral e ética dos estudantes de Serviço Social — e menos identificada com ações
focadas no controle social de comportamentos considerados “desviantes” do padrão
dominante burguês. (FÁVERO, 2013, p. 512)

Caminhando um pouco mais na história, em 1957 foram criadas as Sessões de


Informação e Serviço Social para reorganizar o trabalho dos Assistentes Sociais junto ao
Tribunal de Justiça que neste momento já vinha se expandindo, de forma a prestarem
subsídios para a tomada de decisão dos juízes em alguns casos. Este serviço ficou conhecido
como “Serviço Social de Gabinete” (FARIA 2010).
Conforme os avanços na legislação o serviço social foi ganhando gradativamente
novos espaços de atuação no Judiciário, se inserindo, por exemplo, no sistema penitenciário
(Lei de Execuções Penais (LEP) - 1984); em instituições de acolhimento institucional e
medida Socioeducativa (a partir do segundo Código de Menores - 1979) e, mais adiante, com
a promulgação da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) passaram a atuar também nas Varas de Execuções Penais, nos Juizados Cíveis e
Criminais e nas Varas da Infância e Adolescência. (VARGAS, 2018)
A década de 80 é marcada não só pela ampliação dos campos de atuação, como
também pelo do movimento de reconceituação do Serviço Social, no qual, diferentes
segmentos da categoria se mobilizaram no sentido de questionar a direção da profissão e
romper com o projeto profissional conservador caracterizado por práticas de cunho positivista
e doutrinário (FÁVERO, 2018).
Esse movimento culminou na construção de um novo projeto ético político
hegemônico - consolidado no atual Código de Ética (Resolução CFESS nº 272/93) - que traz
novos princípios e normas para nortear a prática profissional. Ainda neste mesmo ano é
promulgada a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93) cujo texto resguarda o
profissional Assistente Social nos diferentes espaços de atuação e determina suas
competências e atribuições privativas (FARIA 2010).
Dessa forma, dentre a legislação que respalda o trabalho dos profissionais na área
sociojurídica atualmente encontram-se a Constituição Federal de 1988; a Lei de
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Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93); o Código de Ética Profissional de 1993; a lei


nº 7.210/84 - Lei de Execuções Penais (LEP), a Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), a Lei nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso e a Lei nº 13.146/15 – Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). No capítulo seguinte discorreremos
acerca do caminho percorrido pelo projeto profissional do Serviço Social até chegar ao
Código de Ética atual e as influencias na forma de atuação em cada momento.

2. ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO:


CÓDIGOS DE ÉTICA E O EXERCÍCIO PROFISSIONAL
O profissional de Serviço Social é aquele que possui graduação no curso de Serviço
Social e é registrado no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) do estado em que
atua. O Serviço Social além de designar o curso que forma este profissional, é também a
profissão de nível superior regulamentada pela Lei 8.662/1993 que entre outras coisas
discorre a respeito da atuação do profissional.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (2014) o Serviço Social é uma profissão
integrada à divisão social e técnica do trabalho, que embora não produza diretamente valores
e produtos, atua sobre o trabalhador contribuindo para a criação de condições favoráveis ao
funcionamento da força de trabalho, fator essencial ao processo de produção de riqueza e
valores, se caracterizando como uma das profissões a qual foi dada a tarefa de atuar sobre as
mazelas sociais inerentes ao sistema do capital buscando reduzir seus efeitos.
Entende-se que o objeto de trabalho do Serviço Social tem sido as diversas
manifestações da “questão social”, que vêm crescendo à medida que o capitalismo se expande
e gera novas formas de exploração do trabalho pelo capital, que embora possam assumir uma
nova roupagem acompanhando os estágios de desenvolvimento do capitalismo, não se
constitui em um novo fenômeno, trata-se na verdade da emergência de novas expressões da
mesma “questão social” que se perpetuam enquanto a ordem do capital permanecer. (NETTO,
2022)
Acompanhando às novas demandas que surgem com esse movimento dialético os
preceitos da profissão e o próprio fazer profissional vão se modificando ao longo da história.
A “questão social” é definida por Iamamoto (2012, p. 27) como: “o conjunto das expressões
das desigualdades da sociedade capitalista madura”. Guerra et al. debatendo a “questão
social” no âmbito da profissão, apontam que:
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São as múltiplas manifestações da “questão social” que chegam para os assistentes


sociais como demandas de moradia, de creches, de alimentação, de trabalho, de
leitos hospitalares, de assessoria aos movimentos sociais, de consultoria às
organizações, etc. Neste sentido, vemos que a profissão tem nos seus fundamentos
históricos as formas de enfrentar a “questão social”. (GUERRA et al., 2007, p. 2).

Essas demandas chegam para cada campo de atuação de maneira diferente, assim
como a forma que o Serviço Social lida com elas varia de campo para campo, mas também
vai se alterando de maneira geral de acordo com a conjuntura. Essas mudanças mais amplas
no direcionamento da profissão podem ser percebidas na composição dos códigos de ética que
foram elaborados no decorrer da história da profissão.
Ao todo a profissão dispôs de cinco códigos de ética formulados ao longo de sua
trajetória, sendo que o último, publicado em 1993, continua em vigor atualmente. No decorrer
dos 46 anos que separam o primeiro código do último, é possível perceber mudanças
fundamentais nos valores da profissão que são refletidas em cada texto, passando de uma
perspectiva conservadora com práticas assistencialistas para uma perspectiva crítica e
comprometida com a classe trabalhadora para a construção de uma nova ordem societária
livre de exploração. (OLIVEIRA; CHAVES, 2017)
O contexto em que foi elaborado o primeiro código de ética, como foi visto no
capítulo anterior, é de forte influência do conservadorismo e da doutrina social da igreja
católica na profissão. Nesse momento o Serviço Social ainda não era regulamentado como
categoria profissional, assim com este intuito e o de orientar a prática dos assistentes sociais
através dos preceitos da fé e da moral cristã é que foi feita uma mobilização para a criação do
código, que se fundamentou em pensamentos importados da Europa e na filosofia
Neotomista. (OLIVEIRA; CHAVES, 2017)
Embora a primeira reformulação do código, em 1965, tenha se dado em um período
de questionamento, negação e ruptura com tradicionalismo profissional dentro da profissão, o
cenário de repressão e autoritarismo por um lado limitava as manifestações de defesa da
liberdade e valores da oposição e por outro servia como estimulo ao fortalecimento
articulação dos movimentos contrários. (BARROCO, 2010). Não são expressas no novo
código grandes mudanças no que diz respeito ao conservadorismo moral, pelo contrário, ele
traz em seu texto os preceitos da “modernização conservadora” e a dinâmica utilizada pelo
regime ditatorial para lidar com a “questão social”, que conforme Iamamoto (2013) se tratava
da articulação entre “repressão e assistência”.
Destaca-se ainda no CEP de 1965 o reconhecimento do pluralismo e da diversidade
vinculados aos princípios democráticos, assim como a existência de diferentes crenças
18

religiosas dentro da profissão e o dever de respeitar as posições políticas, religiosas e


filosóficas de quem irão atender. No CEP de 1975, se evidencia o endurecimento do regime
ditatorial e a tentativa de reatualização do conservadorismo tradicional na profissão; são
excluídas do seu texto as referências aos princípios democráticos e de justiça social, bem
como de respeito à diversidade e pluralismo do código anterior, porém ambos os códigos
conservam em seus fundamentos a filosofia Neotomista.
Em 1986, durante o período de redemocratização do país que se elabora um novo
Código de Ética incorporando uma "nova moralidade profissional" pautada no compromisso
com as classes subalternas e na construção de um projeto de ruptura ética com o
conservadorismo e tradicionalismo profissional. Embora considere uma grande conquista,
Barroco aponta que o Código não consegue abranger os avanços ético-políticos e teórico-
metodológicos presentes nas reflexões da categoria daquele momento e indica que há nele,
uma defasagem no que se refere à "teorização ética".
Para dar conta dessas questões é que foi construído e publicado em 1993 um novo
código de ética profissional, sendo ele que orienta a profissão até os dias atuais. Este código
foi elaborado em um momento de grande mobilização da sociedade civil em torno da ética em
geral, tanto na política, quanto na vida pública, o que influenciou a categoria a rever a questão
ética dentro da profissão e reformular o documento, que contou com o acumulo de material
teórico produzido desde o anterior, e conseguiu, portanto superar algumas de suas
fragilidades. (BARROCO, 2010)
Durante esse processo de construção e reconstrução da ética profissional ocorreram
avanços significativos na profissão, podemos destacar como exemplos: a Lei de
Regulamentação da Profissão de Serviço Social em 1993; as Diretrizes Curriculares de 1996 e
mais recentemente, em 2004/2005 a elaboração e aprovação do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) e as Normas Operacionais Básicas (NOB) em 2006. Também são
considerados avanços a produção de conhecimento científico pelos profissionais assistentes
sociais e a ampliação dos espaços de atuação:

Outro aspecto que merece ser pontuado é a ampliação da atuação do Serviço Social
galgando espaços como: o chamado terceiro setor, Conselhos de Direitos, em
funções de assessoria, educação, meio ambiente e ainda consolidando e ampliando
sua participação em áreas até então tidas como de vanguarda como a saúde e a
justiça. (FARIA, 2010, p. 46-47)

No espaço sociojurídico atualmente, como visto nos capítulos precedentes, o


assistente social pode ser inserido no Poder Judiciário, Ministério Público, Sistema Penal,
Defensoria e Segurança Pública, no Serviço de Acolhimento Institucional/Familiar, etc.
19

(CFESS, 2014). Dentro destes espaços sua atuação vai desde a operacionalização de direitos
até o subsídio a decisões judiciais e para tanto faz uso de técnicas e instrumentais como a
acolhida, entrevista e o estudo social. Dessa forma, a área sociojurídica oferece diversas
possibilidades de atuação para o profissional assistente social, o qual faz uso de instrumentais
e técnicas diferentes de acordo com as atribuições.
Neste artigo não iremos abordar as particularidades de cada um desses espaços, no
entanto há aspectos comuns entre eles, sendo importante destacar a diferença na atuação do
assistente social inserido na área sociojurídica em detrimento de outras áreas em que o
profissional trabalha especificamente na execução das políticas sociais e lida com a
“mediação dos benefícios socioassistenciais”, conforme observa Vargas, citando Borgianni:

Nesta área, a intervenção se dá de acordo com o entendimento do profissional


acerca dos conflitos e situações judicializadas, e que, portanto, aguardam decisão
judicial. Não se trata de intervir nos casos que chegam ao Serviço Social mediando
encaminhamentos administrativos ou políticos, mas subsidiar uma decisão judicial
que a partir das leis encaminhará as soluções possíveis e necessárias referente a
cada caso. (BORGIANNI, 2013, p. 435 apud VARGAS, 2018, p. 207-208) 1

Apesar dos grandes avanços aqui descritos, há ainda muitos desafios e entraves que
assolam a atuação dos assistentes sociais nessa área - tanto no interior da profissão: como a
defasagem de profissionais, a demanda cada vez mais elevada e complexa pelos serviços, a
subseqüente sobrecarga de atribuições e as condições físico-materiais inadequadas para a
realização do trabalho - quanto de natureza externa: como a precarização do trabalho,
agravada pela pandemia e pelas crises que o país tem enfrentado junto a já debatida
judicialização da questão social. Iremos adentrar mais a fundo nestas questões no próximo
capítulo, assim como apresentaremos algumas formas de resistência e enfrentamento que
podem ser utilizadas pelos profissionais.

3. DESAFIOS QUE AFETAM OBJETIVA E SUBJETIVAMENTE A ATUAÇÃO DO


ASSISTENTE SOCIAL NO CAMPO SOCIOJURÍDICO

Como abordado neste texto anteriormente, o Serviço Social é uma profissão cuja
razão de ser é pautada na defesa dos direitos da classe trabalhadora e na construção de uma
sociedade mais justa e igualitária, livre de exploração. Uma vez inserida em uma sociedade

1
BORGIANNI, Elisabete. Para entender o Serviço Social na área Sociojurídica. Revista Serviço Social e Sociedade,
São Paulo, n. 115, p. 407-442, jul./set. 2013.
20

capitalista já se constitui em um desafio primordial atuar sempre de acordo com as diretrizes e


princípios do código de ética profissional - que entram em contradição com os fundamentos
do modo de produção capitalista – e resistir às requisições conservadoras advindas dele, para
que não perca de vista a essência da profissão. Segundo Fávero:

Resistir à avalanche de retrocessos que o capital vem impondo à população


trabalhadora em relação às conquistas sociais históricas (ainda que boa parte não
implementadas), dentre as quais as apontadas neste texto, é dever ético dos
assistentes sociais —no exercício do trabalho cotidiano e na luta política
organizada, sob o risco de que a profissão venha a ser engolida por eles e se torne
uma ―fazedora de tarefas‖ determinadas pelo poder burguês em suas várias
instâncias, sem qualquer perspectiva crítica e sem autonomia para direcionar o
trabalho com base nas diretrizes e princípios que dão suporte ao projeto ético-
político da profissão na atualidade (FÁVERO,2018, p. 66).

Para que essa resistência seja possível se faz necessário uma fundamentação teórica e
ética bem definida, além de manter uma capacitação continuada, isto é, estar sempre se
atualizando a respeito das mudanças nas leis, bem como buscar estar articulado com os
movimentos e pautas discutidas pela sociedade dentro e fora da categoria profissional em cada
momento histórico. Da mesma forma, ressalta-se a importância da dimensão investigativa - tal
como elemento constitutivo da mediação para uma prática profissional crítica e reflexiva, que
seja capaz de romper com o imediatismo e superficialidade na análise da realidade e de propor
projetos e políticas correspondentes – sendo assim mais do que apenas um instrumento da
intervenção (MEDEIROS; BARROS, 2019).
Nota-se, porém, um movimento crescente de mercantilização e privatização da
educação superior, que tende a ser vista como forma de ascensão social e superioridade,
somado aos projetos de ensino das instituições acadêmicas que se inclinam a uma lógica
produtivista, mais voltada para a inserção e adequação ao mercado de trabalho (MORAES,
2015). A junção destes fatores contribui para a formação de profissionais acríticos e
executivos, suprimindo a dimensão investigativa e propositiva da profissão e tornando mais
difícil a mobilização e resistência dos profissionais.

O comprometimento profissional com uma nova sociabilidade requer um rigoroso


trato teórico, histórico e metodológico da realidade social. Dessa maneira, o
exercício profissional transformador pressupõe como compromisso ético e político,
o engajamento com a educação permanente, em virtude da dinamicidade e
fugacidade do real. (BRENTINI; SARRETA, 2019, p. 8).
21

Vivenciamos ao longo da história diversas crises econômicas no MPC, quase sempre


marcadas por conseqüências devastadoras, em especial para a classe trabalhadora. Essas crises
não são inesperadas e independentes do sistema, elas fazem parte de um ciclo econômico
formado por quatro fases - a crise (um incidente ocorre que influencia na economia), seguida
da depressão (diante do desemprego e baixa lucratividade as empresas sobrevivem enquanto
buscam possibilidades de recuperação) o que leva à retomada (onde há a reanimação da
economia, se recupera o cenário de antes da crise e com perspectiva de maior crescimento) até
que se chega ao auge (a produção desenfreada e a prosperidade econômica atingem seu ápice)
- quando a ocorrência de um incidente leva a outras crises e o ciclo se repete periodicamente.
(NETTO; BRAZ, 2012).
A cada novo ciclo as conseqüências da crise são agravadas, pois na medida em que o
capitalismo evolui crescem também as formas de intensificação e exploração do trabalho para
obtenção de lucro, resultando em projetos de cunho liberal que defendem medidas como de
privatização de empresas estatais, desregulamentação das atividades econômicas e
flexibilização das relações de trabalho, bem como cortes de investimentos em políticas
públicas e a retirada de direitos sociais.

Todas as transformações implementadas pelo capital têm como objetivo reverter a


queda da taxa de lucro e criar condições renovadas para a exploração do trabalho.
Compreende-se, pois, que os ônus de todas elas recaiam fortemente sobre os
trabalhadores – da redução salarial [...] à precarização do emprego. (NETTO;
BRAZ, 2012, p. 230)

No Brasil atualmente estamos vivendo os efeitos da grave crise econômica, social,


política e sanitária que se instaurou nos últimos anos e intensificou as mazelas já existentes no
país. Um dos atores principais dessa crise foi a pandemia gerada pelo alastramento do vírus
SARS-CoV-2, conhecido como Coronavírus (COVID-19), que em um curto período de tempo
causou milhões de mortes no mundo todo2 e forçou uma mudança abrupta no modo de vida e
das relações sociais, sendo necessárias medidas de isolamento social e a realização de
atividades cotidianas, como trabalho e educação, de forma remota para conter a
contaminação. (TEJADAS; JUNQUEIRA, 2021).
Como pano de fundo de todos esses acontecimentos, tivemos o exemplo claro de um
governo neoliberal e neoconservador, que representado na figura do presidente Jair Messias
Bolsonaro e seu discurso negacionista diante da pandemia, foi contrário a todas as medidas
protetivas de isolamento social e grande entusiasta de fake news a respeito da pandemia. Ao
2
Até a conclusão deste foram registradas 6,57 milhões de mortes no mundo. No Brasil o número de mortes
chega a 687 mil. (dados retirados da plataforma Our World In Data)
22

mesmo tempo em que banalizava a gravidade da contaminação pelo vírus (chegando a chamar
de “gripezinha”), instigava os brasileiros a desrespeitarem as recomendações da própria OMS
(Organização Mundial da Saúde) e continuarem trabalhando apesar do lockdown e dos
milhares de mortes:” Por trás disso tudo, ainda que em mau disfarce, estava a primazia da
economia sobre todas as demais esferas do social — inclusive a vida.” (FONSECA; SILVA,
2020, p. 65)
Diante do despreparo para lidar com uma crise tão ampla agravado pela postura
negacionista assumida pelo governo, o país que já enfrentava crises em outras áreas sofreu
fortes impactos com a pandemia, começando pelo sistema de saúde pública que ficou
rapidamente sobrecarregado, além do aumento exponencial nos índices de desemprego,
miserabilidade e insegurança alimentar, revelando o nível de desproteção e violação de
direitos da população vulnerável que encontrou no isolamento social mais um grande
obstáculo para o acesso aos auxílios, serviços e políticas públicas.
Esta conjuntura atual nos leva a um importante questionamento proposto por Fávero
(2018) acerca da ampliação dos espaços ocupacionais dos assistentes sociais no sociojurídico
concomitantemente ao movimento de judicialização da “questão social” combinada a uma
série de retrocessos na efetivação de direitos sociais e políticas públicas. Assim, o que é
considerado uma conquista para a profissão pode ser ao mesmo tempo um alerta quando
pensado de forma mais ampla sobre as razões da demanda por este profissional neste espaço.

Historicamente, o avanço da legislação brasileira rebate diretamente no exercício


profissional dos assistentes sociais, como já exposto acima em relação ao ECA,
LEP etc. Da mesma forma, a retirada de direitos conquistados pela classe
trabalhadora também dificulta a atuação profissional. (VARGAS, 2018, p. 211).

Pode-se afirmar então que tanto a conquista de direitos ou a retirada deles; o


investimento em políticas públicas ou os cortes; o crescimento econômico ou a crise no país
influenciam diretamente nas condições de trabalho do assistente social em todos os campos,
podendo ser melhores ou piores dependendo de cada contexto. Nas circunstâncias atuais,
apresentam-se entraves para a atuação dos profissionais, inclusive no campo sociojurídico,
sendo um deles a chamada “precarização do trabalho”, que é o tema central deste capítulo.
Antes, porém, de tratar dos rebatimentos do trabalho precário para a categoria, vamos
conceituar o que realmente ele vem a ser; nesse sentido Colombi (2016) afirma que a
precarização do trabalho embora esteja mais em pauta atualmente, não se trata de um
fenômeno novo nem mesmo exclusivo de um momento histórico específico, sendo na verdade
23

inerente ao modo de produção capitalista que assume novas roupagens em cada fase de sua
evolução:
A precarização do trabalho é, por isso, própria da classe trabalhadora, sendo ao
mesmo tempo processo e condição de existência do sistema capitalista. [...] Tudo se
reflete, se conjuga e adquire a mesma feição de exploração. São as alternativas
findadas pelo capital com o objetivo de alcançar seus superlucros. Para tanto,
reestruturam a produção e trazem conseqüências diferenciadas para os
trabalhadores. Ora as conseqüências assumem um caráter de ampliação da jornada
de trabalho, intensificação da produtividade e queda dos salários; ora adquirem
aspectos de insegurança, flexibilidade e fragilidade no emprego. São as estratégias
intrínsecas ao sistema capitalista de produção, de se reestruturar atingindo
diretamente a classe dos trabalhadores, que, ao serem explorados e posicionados
após os interesses econômicos, tornam-se, como que
automaticamente, precarizados. (COLOMBI, 2016, p. 580-581)

Adentrando nas implicações para o exercício profissional, os reflexos da


precarização se dão em dimensões objetivas e subjetivas do trabalho dos assistentes sociais no
sociojurídico: enquanto trabalhador assalariado, sujeito à lógica capitalista e às requisições da
instituição em que está inserido; e enquanto profissional, atendendo as demandas cada vez
maiores e mais complexas apresentadas pelos usuários que chegam ao poder judiciário. Em
outras palavras: “o sociojurídico é um espaço de contradições permanentes, tensionado entre a
defesa da ordem e a garantia de direitos à população deles expropriada.” (CFESS, 2014, p.
92).
Ainda segundo a cartilha do CFESS (intitulada “A Atuação de assistentes sociais no
sociojurídico — subsídios para reflexão”), no período do levantamento (2009), constataram-
se condições de trabalho precarizadas que variam de acordo com os diferentes campos de
atuação dentro do sociojurídico, com destaque para: a defasagem de profissionais Assistentes
Sociais frente à demanda crescente e complexa pelos serviços; o risco de distorções nas
atribuições dos profissionais devido à contrarreformas administrativas; e a precarização dos
salários que combinada à diversidade de formas de contrato e dos vínculos empregatícios
contribui para a fragmentação da luta dos trabalhadores. Tudo isso acarreta na despolitização
da profissão perpassando a judicialização da questão social e a criminalização da pobreza.
(CFESS, 2014)
Estes reflexos rebatem fortemente sobre os profissionais e, por conseguinte sobre os
usuários cujos destinos estão em sua responsabilidade, uma vez que o parecer dado tem poder
de direcionar a sentença do juiz para cada caso. A alta demanda combinada ao baixo número
de profissionais gera sobrecarga de funções e exige uma intensificação do trabalho para dar
conta do número de processos no prazo determinado pelos magistrados, tudo isso muitas
24

vezes em ambientes físicos que não possuem as condições básicas para que possam realizar
seu trabalho. (COLOMBI, 2016).
O levantamento mais recente acerca do perfil profissional dos assistentes sociais no
Brasil, a partir dados coletados do Recadastramento no período de 2016 a 2019, confirma a
perpetuação das condições de trabalho precário evidenciando através dos números a continua
desvalorização do profissional pela baixa salarial e fragilização dos vínculos, onde mesmo
que trabalhe mais horas para mais de um empregador não tem sua média de rendimentos
aumentada. Mesmo não atingindo toda a categoria (correspondendo a pouco mais de 5% dos
assistentes sociais brasileiras/os com inscrição ativa no período), o levantamento de dados
dessa natureza permite acesso a indicadores importantes acerca do perfil desses profissionais
para compreensão de suas realidades. A partir da análise dos dados o documento conclui
ainda que:

As conseqüências políticas desse contexto conflitivo para a categoria profissional


são profundas, atingindo dimensões objetivas e subjetivas, decorrentes de coletivos
de assistentes sociais mais heterogêneos e fragmentados, com novas
hierarquizações em seu interior, e incidências nas formas de consciência e auto-
representação profissional, nas lutas e formas de organização e representação dos
interesses coletivos, dimensões que precisam ser mais bem conhecidas e
problematizadas. (CFESS, 2022, p. 127)

Ambos os documentos, embora em períodos e contextos distintos, apontam para a


necessidade de articulação dos profissionais deste campo entre si e com os órgãos da
categoria com vistas a fortalecer a luta coletiva e preservar a direção que o projeto
profissional aponta, bem como a produção de conhecimento nesta área, jogando luz sobre as
dificuldades e desafios existentes para que se possa pensar coletivamente em estratégias de
superação e enfrentamento por parte de toda a categoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste texto apresentamos o sociojurídico como campo repleto de desafios e


entraves, conquistas e possibilidades, mas acima de tudo de contradições que permeiam a
atuação dos profissionais nele inseridos. A atuação dos assistentes sociais no sociojurídico se
alterou muito desde o seu início, refletindo as mudanças na própria identidade profissão -
como exemplos concretos, a construção de seu projeto profissional e a evolução de seu código
de ética e da legislação que respalda a atuação do profissional - que foi sendo construída e
25

reconstruída por meio da luta e mobilização dos profissionais da categoria para atender as
suas demandas e anseios e os da população usuária.
Esta luta unida a de outras categorias profissionais e da sociedade civil organizada
nos garantiu uma legislação bastante completa - tanto no país em geral, como dentro da
profissão específica - que foi somada a um projeto profissional bem fundamentado. Porém,
devido à evolução do capitalismo e o fortalecimento de práticas conservadoras na sociedade,
os direitos sociais e até as garantias fundamentais duramente conquistadas tem enfrentado
grandes obstáculos para se concretizar, ainda que contem com o respaldo legal.
Mediante esta negação de direitos e sua consequente violação mesmo que estejam
garantidos na lei, há um movimento de busca por meio de processos na justiça para que se
possam efetivar direitos e garantias que já são previstas na constituição e não estão sendo
cumpridas. São essas demandas e questões que chegam para o assistente social inserido no
sociojurídico trabalhar, analisar e contribuir na resolução.
Assim, embora este seja um campo que apresenta muitas possibilidades de atuação
ao profissional assistente social, também traz muitos desafios e entraves que derivam e ao
mesmo tempo culminam em diferentes formas de trabalho precarizado. Como abordado
anteriormente estas formas vão desde a insuficiência de profissionais incompatível com a
demanda pelos serviços; a fixação de prazos mínimos para a execução do trabalho reduzindo-
o a lógica da produtividade pelo lucro, até a ausência de condições adequadas para a
realização do trabalho e a baixa salarial.
Evidencia-se deste modo a complexidade e contraditoriedade do trabalho neste
campo, que embora seja marcado pela iniciativa da população de garantir que seus direitos
sejam efetivados de forma democrática, não escapa a lógica do capital e com suas ofensivas
liberais e conservadoras.

O Poder Judiciário, embora exerça uma função ideológica em nossa sociedade,


faça parte do aparato de controle e esteja a serviço da acumulação do capital e da
proteção da propriedade privada, é ao mesmo tempo um espaço de busca pela
preservação de direitos que marca a contradição estrutural da instituição entre
regulação versus emancipação. (FARIA, 2010, p. 68)

Com as crises que o país vem enfrentado e mais recentemente a pandemia de


COVID-19, este quadro se agravou, uma vez que as condições de vida da população usuária
dos serviços foram fortemente impactadas pelo isolamento social, o desemprego e cortes em
repasses para programas sociais. Assim a demanda subiu em volume e complexidade de
casos, enquanto o número de afastamentos por profissionais aumentava e os atendimentos
26

passavam a ser remotos nos períodos mais rígidos de lockdown. Tejadas e Junqueira falam
sobre os efeitos que da pandemia no trabalho dos assistentes sociais inseridos no
sociojurídico, cujas contradições e desafios foram escancarados e ao mesmo tempo
agravados:

Com jornadas de trabalho extenuantes e enfrentando a diminuição das redes de


apoio, visto que a pandemia alterou o funcionamento não só das instituições, mas
também dos grupos familiares e comunidades, os (as) trabalhadores (as) vivenciam
processos intensos de precarização de suas condições de vida e de trabalho, com
repercussões, inclusive, quanto ao adoecimento físico e mental. Os (as) assistentes
sociais não são poupados dessa realidade, na medida em que o trabalho remoto se
desenrola em meio ao cuidado de filhos e idosos que coabitam, sobrecarregando, em
especial, as mulheres. (TEJADAS; JUNQUEIRA, 2021, p. 110)

A junção de todos esses fatores tem resultado em acúmulo de funções e sobrecarga


de trabalho nos profissionais que atuam neste campo, que pode levar muitas vezes a uma
descaracterização do trabalho prestado, caindo no abismo do mecanicismo e assumindo uma
postura profissional que se limita a executar as requisições da instituição de forma automática
e acrítica.
Para responder a algumas destas situações postas, há também formas de resistência
que os profissionais têm alcance, das quais citamos: a formação continuada; atenção especial
ao exercício das dimensões investigativa e propositiva, pautando-se no código de ética
profissional dentro das atividades cotidianas de trabalho; a articulação com os órgãos da
categoria (CRESS, CFESS, ABEPSS) e com outros profissionais; o engajamento em
movimentos que vão ao encontro do projeto profissional e a defesa de direitos; e ainda, a
participação em congressos e movimentos da categoria.
A produção de conhecimento a respeito do tema e mobilização dos profissionais
assistentes sociais na defesa de seus direitos e dos direitos dos usuários tem sido
historicamente, em qualquer campo de atuação, de extrema importância para jogar luz sob a
realidade das condições objetivas e subjetivas do trabalho nos diversos espaços sócio
ocupacionais e os desafios que se apresentam em cada um deles, e assim para se fortalecer o
debate e abrir espaço para propor possibilidades de enfrentamento e superação dos entraves e
desafios neste e em outros campos de atuação.
27

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