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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI-URCA

CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE HISTÓRIA

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO V

PROFA DRA PAULA SANTOS

IRAICSA UNIAS SILVA

CRATO
2023
Este artigo tem o objetivo de relatar toda a minha experiência do estágio
supervisionado V, que acontece no ensino médio, contribuindo para futuros
estudantes de licenciatura se sinta admirados como o estágio faz você se ver
como docente e conhecer outros mundos da docência.
O estágio é um a alicerce para o graduando reconhecer que a pratica é
diferente da teoria, mas, ambos andam lado a lado e como é importante que
esses estágios na grade curricular podem desenvolver seus pensamentos e
práticas antes de exercer a profissão. Nas vivencias de estágio ocorridas no
ensino médio público ainda tem muitas lacunas que precisam ser aprimoradas,
em relação ao contato do graduando com a pratica, pois muitos ainda não
estão preparados para estar em sala de aula, com isso, são muito escassas as
relações solidas entre esses dois contextos.
No decorrer deste relato de experiência ficará mais nítido o que já
mencionei, estabelecendo detalhes de como este conhecimento foi adquirido.
Sempre houve uma tensão de como seria o estágio no ensino médio, pois no
semestre antes, tivemos estagio no ensino fundamental II e surgiram várias
perguntas, como: Os alunos vão ser muitos diferentes do que o ensino
fundamental II? Será que estou realmente pronta para o ensino médio? O que
devo vestir? Foram essas e dentre outras indagações pré-estabelecidas antes
de encarar de vez o temido estágio.
No decorrer do texto irei descrever sobre as experiências adquiridas nas
salas de aulas do CEJA, fazer uma descrição dos ambientes escolares e as
dificuldades que compõe esse espaço, referente a disciplina de estágio
supervisionado V do curso de licenciatura em história na Universidade Regional
do Cariri-URCA. Minha atuação enquanto estagiaria foi no Monsenhor Pedro Rocha
de Oliveira – CEJA, Crato-CE. Tendo como supervisor (a), Antônia Valtelucia da Silva,
professora de História no CEJA, graduanda em história e pós-graduação em gestão
escolar.
A escolha de estagiar no CEJA, venho devido a minha rotina corrida por causa
de trabalho e faculdade. Devemos perceber que os mesmos problemas que eu estive
ao escolher uma escola para estagiar por causa da minha rotina, é a mesma que os
estudantes dessas instituições. O funcionamento do ensino médio regular é diferente
de uma instituição de CEJA. Os estudantes do CEJA, estão ali para conseguir um
diploma de conclusão de ensino médio para continuar em um emprego ou conseguir
um. Com isso, começo a minha descrição trazendo a visão que os professores desse
espaço pensaram para que essas pessoas saíssem sabendo pelo menos um
conteúdo de cada disciplina.
Tiveram uma reunião e determinaram que antes de fazer a prova, o estudante
teria a opção de fazer um trabalho antes, valendo 1 ponto na nota final.
A escola de hoje não pode limitar-se a passar informações sobre as
matérias, a transmitir o conhecimento do livro didático. Ela é uma
síntese entre a cultura experienciada que acontece na cidade, na rua,
nas praças, nos pontos de encontro, nos meios de comunicação, na
família, no trabalho etc., e a cultural formal que é o domínio dos
conhecimentos, das habilidades de pensamento. Nela, os alunos
aprendem a atribuir significados às mensagens e informações
recebidas de fora, dos meios de comunicação, da vida cotidiana, das
formas de educação proporcionadas pela cidade, pela comunidade.
(LIBÂNEO, 2004 p.47)

Desta maneira, a experiência aqui relatada expõe de forma lúdica uma


oportunidade de sensibilizar os educandos da Educação de Jovens e Adultos
quanto é importante estudar história.
A inclusão dessas pessoas em sala de aula, faz que muitos não
desistam, e que o professor se adeque a vida social ou cultural dessas
pessoas, no intuito de conseguir repassar seu conteúdo e fique fácil para esses
estudantes. e como o meio que vivemos interfere bastante no nosso
desenvolvimento escolar, observei que muitos tinha interesse em aprender,
mas a sua vida agitada não deixava, ocasionando muitas reprovações.
Como dizem o ditado, “a primeira impressão é que fica”. Foi
basicamente isso que acontecendo comigo ao chegar no CEJA, pois era um
ambiente totalmente diferente dos estereotípicos que são mencionados em
cima dos centros de educação de jovens e adultos, como, ambiente destruído
pelo vandalismo, estudantes mal-educados e agressivos e sem espaço para
trabalhar. Mas, não foi isso que o CEJA proporciona para essas pessoas, e
sim, ambiente limpo, organizado e com espaços que o estudante precisa para
se sentir incluso na educação. A seguir algumas fotos do espaço e como tem o
cuidado de deixar tudo bem organizado e dividido para receber os alunos:
Podemos observar que o ambiente é muito bom e acolhedor, além do mais nas
fotos podemos observar a atividade e o PPP do lugar, como eles organizam e
estabelecem para que esses alunos não desistam no decorrer do percurso.
Para isso, uma das maneiras estabelecidas para que os alunos consigam
concluir seu processo, antes das provas, o aluno tem a opção de escolher se
quer fazer um trabalho sobre o mesmo conteúdo que vai fazer a prova e
ganhar dois pontos ou ir fazer a prova direto. A nossa supervisora, mencionou
que foi uma maneira que os alunos conseguissem ler realmente e aprender
alguma coisa sobre o conteúdo pois, muitos só estão ali para adquirir o diploma
do ensino médio.
No CEJA, o professor não necessita de fazer plano de aula, pois, a demanda
de alunos é pequena e não existe aulas regulares, em salas normais como no
ensino básico. Acontece orientações para cada aluno que aparecer, com isso,
a gente tem acesso ao livro que foi escolhido e devemos ver todo o conteúdo
pois, cada aluno está em etapas diferentes e podem chegar diferentes pessoas
pedindo orientação sobre conteúdos diferentes do livro e você tem que
administrar uma pequena orientação sobre o conteúdo para que o aluno
consiga realizar a prova. Muitos acaba ficando cansados e pedindo para parar
no médio da explicação, pois é um capítulo inteiro que você tem que repassar
em minutos.
Um dos grandes problemas que percebemos no CEJA, foi essa velocidade de
terminar, pois os conteúdos não são adquiridos da maneira que deveria ser,
mas, isso é compreendido a partir do momento que começamos a observar
quem são esses alunos? São alunos a maioria da periferia, pobres,
trabalhadores, donas de casa, mães, pais, que tem uma rotina muito cansativa
e só precisa do diploma do ensino médio para não perder o emprego ou
conseguir um.
Por esse motivo, eu e Karina, a menina que fez estágio no mesmo horário que
o meu, decidimos administrar uma oficina que conseguisse trazer uma
significância para a vida deles e que realmente fosse um conteúdo que ficasse
e não só passasse. Abaixo segue o anexo da nossa oficina:

A IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE DE MULHERES NEGRAS E A


CONSTRUÇÃO DE IMAGENS POSITIVAS NAS REDES SOCIAIS,
BY: IRAICSA UNIAS SILVA; KARINA DE CASSIA

INTRODUÇÃO

A identidade negra é um fator importante a ser debatido, devido à complexidade da sua


construção em um contexto marcado pelo racismo sistêmico, onde pessoas negras não são vistas
de acordo com suas individualidades. Evidenciando a mulher negra como sujeito principal, é
fundamental a discussão do seu lugar social no conjunto das interseccionalidades. Como
objetivo geral, o presente trabalho visa analisar discursos sobre mulheres negras nas redes
sociais em relação ao padrão de beleza apresentado pela sociedade. Buscando-se situar debates
acadêmicos sobre a produção de racismo nas mídias sociais, compreender a importância da
representação positiva das mulheres negras nas redes sociais e discutir o impacto das imagens e
narrativas negativas sobre as mulheres negras e a sociedade como um todo. Os procedimentos
metodológicos do trabalho incluem uma pesquisa bibliográfica com finalidade de embasamento
teórico dialogando com autores que tratam da problemática racial e feminista no Brasil, com
especial enfoque as mídias sociais, entre esses autores, Pacheco (2008), Gonzales (1979), Davis
(2018), Quadrado (2016) e Araújo (2000). Com esse estudo pretendemos mostrar a importância
de mulheres negras e a construção de imagens positivas nas redes sociais é um tema de extrema
relevância na sociedade contemporânea, para desmistificar os estereótipos que perpetua até hoje
na nossa sociedade.
A identidade negra é um fator a ser construído todos os dias pois o sistema tenta a todo
momento nos massificar e ver pessoas negras apenas no sentido de grupo e descartando
totalmente suas individualidades. Existem marcadores que fazem parte da construção da
identidade: Raça: (em um sentido social e não biológico) por exemplo no fato de nós
considerarmos brasileiros, é um sentido social e não biológico no qual a gente se identifica) e
alguns fatores físicos proeminentes; Etnia; gênero; religião; história de vida; classe social;
cultura; entre outros. Há uma necessidade da branquitude de dominar e disciplinar os corpos
dessas pessoas ferindo assim sua autoestima, fazendo com que se odeiem, pois assim impedem
que se manifestem, pois quando esses corpos se manifestam há grandes abalos e impactos na
história. O corpo negro que não se disciplina é “rebelde e perigoso”. Hoje é muito falado o
negro que milita muito é chamado de mimizendo e lacrador. Ou até mesmo quando é escalado
um ator negro em algum filme/série/ novela, acham ruim por sempre dizerem que estão
querendo ‘lacrar’ em cima de tudo. Para dificultar ainda mais que essas pessoas a terem acesso a
certas instituições de trabalho ou qualquer coisa mais “rica”, estabeleceram um padrão de beleza
e vestimenta: “Bem vestida, apresentável, considerada confiável” o que isso nos diz é, que
nosso cabelo, nossas roupas, nosso espaço social, nossa cor não é bem-vinda e dizem, mesmo
que entrelinhas que ali nunca será o nosso lugar. Todos os aspectos estereotipados afetam em
dobro quando se trata da mulher negra, pois ela sofre além do racismo e o sexíssimo, nisso seu
rebaixamento a algo irracional e insignificante se torna ainda maior. Negros ocupando espaços
que são condenados brancos incomodam e é justamente em cima disso que a gente irá abordar a
questão da representatividade.

JUSTIFICATIVA
A importância da representatividade de mulheres negras nas redes sociais deve ser
trazida à debate, há muitas pesquisas voltadas à essa temática mas deve ser um tema sempre
presente e estimulado, pois por muito tempo foi silenciado. Discutir representatividade negra
envolve a problemática racial no Brasil, padrão de beleza apresentado pela sociedade, racismo
nas mídias sociais, as narrativas negativas sobre as mulheres negras, entre outros. Por tanto, se
faz evidente entender e evidenciar a presença das mulheres negras como sujeitos principais
nesse debate e como essa discussão abre portas para a identidade negra e seu reconhecimento na
sociedade.

Importante discutir sobre representatividade negra para que seja construída e


desenvolvido na nossa sociedade que há sim presença de mulheres negras em todos os setores e
que esse espaço vem sendo constituído apesar de vivermos em uma sociedade racista. Segundo
Silvio Almeida, atual ministro do Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, não há como
falar em educação sem falar em luta contra o racismo. Nisso, situar o debate nas instituições de
ensino é primordial.

METODOLOGIA

A metodologia que será utilizada nessa oficina será aula expositiva dialogada, com auxílio de
material didático, os mesmos sendo slide e datashow. Para essa discussão, temos como aporte
teórico e bibliográfico Pacheco (2008), Gonzales (1979), Davis (2018), Quadrado (2016) e
Araújo (2000).

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL

 Analisar discursos sobre mulheres negras nas redes sociais em relação ao padrão
apresentado pela sociedade.
OBJETIVO ESPECÍFICOS

 Situar debates acadêmicos sobre a produção de racismo nas mídias sociais.


 Compreender a importância da representação positiva das mulheres negras nas redes
sociais.
 Discutir o impacto das imagens e narrativas negativas sobre as mulheres negras e a
sociedade como um todo.

Com isso, concluímos o estágio em uma semana e conseguimos ver o quanto


é importante estagiar em um CEJA, pois são realidades diferentes do ensino
básico e que o docente precisa ter esse olhar crítico e atento sobre o lugar
aonde está, nem tudo é só conteúdo que precisa ser passado, as vezes você
precisa sair da sua zona de conforto para conseguir realmente administrar uma
aula significante em qualquer espaço. Em relação a nossa oficina, ficamos
muito felizes com o resultado, pois, os alunos do CEJA, conseguiram participar
e levar alguma coisa para a vida pessoal e acadêmica deles e quanto é
importante o docente modificar a sua linguagem para atender públicos
diferentes no decorrer da sua trajetória como professora.

Referencias
LIBÂNEO. José Carlos: ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA: teoria e prática. 5
ed. São Paulo: Editora Alternativa, 2004.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

SODRÉ, Muniz. CLAROS E ESCUROS: IDENTIDADE, POVO, MIDIA E


COTAS NO BRASIL. 3. ed. [S. l.]: Vozes, 2015. 272 p. ISBN 9788532621689.

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