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“Não significa uma negação da dimensão profundamente histórica deste conceito (origem), mas
acarreta, com Benjamin sempre insistiu, uma apreensão do tempo histórico em termosde
intensidade e não de cronologia” (p. 08)
A noção de origem deve servir de base a uma historiografia regida por uma outra temporalidade que
a de uma causalidade linear, exterior ao evento. ( p.9)
“Trata-se muito mais de designar , com a noção de Ursprung, saltos e recortes inovadores que
estilhaçam a cronologia tranquila da história oficial, interrupções que querem, também, parar este
tempo infinito e indefinido, como relata a anedota dos francos-atiradores (tese XV), que destroem
os relógios na noite da Revolução de Julho: parar o tempo par permitir o passado esquecido ou
recalcado surgir de novo (ent-springen, mesmo radical que Ursprung), e ser assim retomado e
resgatado no atual. (p. 10).
“(...)relação intesiva do objeto com o tempo, do tempo no objeto, e não extensiva do objeto no
tempo, colocando como que por acidente num desenrolar histórico heterogêneo à sua constituição.
(p11)
Trata-se sempre da mesma ideia de totalização apartir do próprio objeto e ne da referência a uma
pré e pós história irredutivel ao desenvolvimento cronológico da Entstehung , que lhe seja anterior
ou posterior (p11)
Trata-se de saber considerar a realidade dos objetos de maneira suficientemente crítica para enla
descobrir, na sua constutuição mesma, os rastros de uma outra configuração ideal cuja memória os
nomes são os guardiões. (p.12-13)
São os elementos os mais extremos os mais díspares que, segundo Benjamin e diferentemente de
Platão, testemunham um outro ordenamento ideal onde poderiam ser integrados a sua vedade
perdida. A atividade do conceito tem por tarefa essencial a analise e a dissecação dos fenômenos, no
intuito de destruir sua imagem já pronta e de expor seu secreto pertencer a essa ordem ideial. (p.13)
Não existe, portanto, , reencontro imediato com o passado, como se este pudesse voltar a seu frescor
primeiro, como se a lembrança pudesse agarrar uma substância mas há um processo meditativo e
reflexivo (p.14)
O movimento de origem só pode ser reconhecido “por um lado, como restauração e reprodução, e
por outro lado, e por isso mesmo, como incompleto e inacabado. [não fechado] (p.14)
A origem benjaminiana visa, poranto, mais que um projeto restaurativo ingênuo, ela é, sim, uma
retomada do passado, mas ao mesmo tempo – e porque o passado enquanto passado só pode voltar
numa não- identidade consigo mesmo – abertura sobre o futuro, inacabamento constitutivo. (p14)
Benjamin já sugere que estes pontos isolados, fenômenos históricos, só serão verdadeiramemte
salvos quando formarem uma constelação, tais estrelas, perdidas na imensidão do céu, só recebem
um nome quando um traçado comum que as reune. (p. 15)
O esboço de uma ligação inédita entre dois fenômenos históricos; graças a esta ligação, dois
elementos (ou mais) adquirem um novo sentido e desenham um novo objeto histórico, até aí
insuspeitado, mais verdadeiro e mais consistente que a cronologia linear (p.15)
è na desnsidade do histórico que surge o originário, intensidade destruidora das continuidades e das
ordens pretensamentes naturais, intensidade salvadora também pois reúne os elementos temporais
díspares em uma outra figura possível, a de sua verdade (p.19)