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BRASÍLIA – DF
2019
2
RESUMO
ABSTRACT
A great controversy over generations has been the subject of intense debate
and even quoted in councils throughout the history of Christianity, with greater
relevance in the early twentieth century, when a meeting began on April 14,
1906 in a building on Azusa Street 312 , in Los Angeles California USA, where a
supposed revival took place which was characterized by experiences of
Glossolalia (speaking in tongues), initiating a heterodox liturgy, supposed cures,
and was taught an excessive asceticism because of the belief in an eminent
return of Christ.
For many a novelty in the history of Christianity, for others a new Christian sect,
for some an authentic revival that led the church to a "new spiritual move" as at
Pentecost. But there was a similar movement in the middle of the second
century, with the same emphases and purposes that lead us to reflect its
similarities, in which the church considered heretical, but with many difficulties
of analysis, namely, Montanism. In this article we investigate through research
in primary and contemporary documents what exists between the two
charismatic movements of equivalent and if we can come to any conclusion in
the controversy raised by both that the miraculous gifts of apostolic times
ceased upon their death or continue? Were these movements authentic or a
Christian counter-claim?
1
Graduando do Curso de Bacharel em Teologia da Sociedade de Estudos
Bíblicos Interdisciplinares – SEBI - DF, r.borges27@gmail.com;
INTRODUÇÃO
4
Com ele ocorre uma grande mudança na história dos avivamentos. Ele
praticamente imaginou que o Espírito Santo é controlável, que se seguirmos
alguns passos conseguiremos que o Espírito Santo faça a obra, nós
conseguiremos alcançar o objetivo. Finney parecia reagir a Edwards que cria
na soberania de Deus no avivamento, pois é completamente o oposto da visão
de surpresa de Jonathan Edwards que chamou o avivamento de “Uma obra
surpreendente de Deus”, quando menos esperávamos Deus intervém. O
Professor Herman Hanko em sua obra The Standard Bearer, Volume 82,
7
Montanismo
Havia um minguar dos dons miraculosos, mas outra coisa que se nota
era que o entusiasmo que havia nos primeiros tempos do Cristianismo, a
dedicação e o desejo pelo retorno de Jesus havia esfriado. As reuniões em
que o Espírito Santo atuava visivelmente com manifestações extraordinárias da
graça e os carismas foram diminuindo pouco a pouco, um arrefecimento da fé e
um crescente mundanismo dos cristãos, quer dos leigos, quer do próprio corpo
eclesiástico chegava à igreja.
Foi-se instalando um sentimento generalizado de abrandamento da fé no
regresso iminente de Cristo, isso trazia um perigoso relaxamento nos
comportamentos e na piedade de algumas comunidades. Foi neste contexto
que surgiu a pregação de Montano e a chamada “nova profecia”, ele dizia que
os dons miraculosos haviam desaparecido por causa da apostasia da Igreja, ao
mundanismo, ela não era suficientemente séria. O movimento Montanista
então, fora, uma reação ao “esfriamento” da igreja e uma suposta tentativa da
volta do entusiasmo e expectativa para a proximidade do fim, Montano
9
anunciava revelações pessoais e a chegada de uma nova era, pois a era dos
Apóstolos para ele foi à era do filho e agora, era a era do Espírito, sendo ele
próprio o porta-voz do Paracleto e esta era, brevemente seguiria o retorno de
Cristo pelo qual Montano prega um extremo ascetismo, e até a entrega ao
martírio, à expectativa do fim dizia, Montano, “era um retorno às origens”, ele
dizia que Deus não havia cessado as revelações e que Deus assim como
falava através de Paulo ainda falava através do homem principalmente através
de um o próprio Montano.
Montano não estava só, com ele havia duas mulheres que tinham papel
importante na “nova profecia” (nome dado pelos próprios Montanistas), Priscila
e Maximila eram as profetizas de Montano, pregadoras do fim e de novas
revelações, os três eram o oráculo Montanista, eles conseguiram reavivar a
adormecida expectativa do fim dos tempos e faziam crescer um movimento que
absorvia elementos da apocalíptica judaica e por não serem contra a ortodoxia,
ou ao credo dos apóstolos ou aos escritos neotestamentários e até mesmo a
regra da fé tornou-se um grande desafio para a igreja. Com a expectativa do
imediato retorno de Cristo e o estabelecimento de um reino de mil anos de paz
e na crença que através do Pacacleto e seu porta voz (Montano) o último grau
da revelação já havia sido alcançado o fim então para o Montanismo já estava
às portas. Montano profetizava que Jerusalém celeste desceria numa planície
perto de Papuza na Frigia o que não se cumpriu. 1 Por causa da crença de um
fim iminente, os Montanistas tinham uma disciplina “espiritual” severa e isso
feito por causa das revelações de Montano e suas profetizas, longos jejuns. O
celibato era incentivado e às vezes até ordenado, toda tentativa de fugir do
martírio era condenado, eles tinham os cristãos ortodoxos como “psíquicos”
pelo fato de não serem como eles, “pneumáticos”, ou seja, que tinham uma
nova revelação vinda direta do Espírito e não como eles diziam “um bando de
Bispos”. O rigor dos Montanistas foi o que provavelmente atraiu Tertuliano a
seguir esta controversa ideologia carismática, levando-o a até escrever sobre o
ideal espiritualista dos montanistas fazendo-o afastar-se da organização
episcopal das comunidades:
1
História da Igreja Católica, LENZENWEGER, Josef, Loyola 39
10
2
Apesar dessas mudanças, Tertuliano não conseguiu conquistar um grande numero de
adeptos para o Montanismo.
11
3
STEWART, Angus, Era o direito da igreja condenar o montanismo, uma breve história do
montanismo (http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_montanism.html#.XA-n2ItKjIX)
4
Universal, igreja única.
5
História Eclesiástica, de CESARÉIA, Eusébio. Livro 5 cap. XVI
12
Eusébio diz que Apolinário foi levantado pelo que ele chama de “poder
defensor da verdade”, para ser uma arma contra a “heresia catafriga” o
Montanismo e que havia muito material para historiar e cita o prólogo da obra
dele em que ele diz que a luta contra esta nascente heresia não foi apenas
escrito, mas também oralmente e que tinha receio e cuidado de que alguns dos
que o ouvissem entendessem que ele estava acrescentando algo ao Novo
testamento, pois para aqueles irmãos já havia a certeza de que o Cânon já
estivesse pronto mesmo que ainda não juntos e não existia como dizia os
Montanistas, uma “nova profecia” em que ele chamará de “pseudoprofecia”:
Apolônio e Serapion
contra. Cita também Temiso e Alexandre que eram confessores 6, sobre eles se
diz o que se segue:
lugar e foi solto, entretanto não foi recebido pela sua própria comunidade por
ser ladrão. Apolônio diz que a refutação era feita mostrando a eles a natureza
bíblica do verdadeiro profeta e estes não suportavam o confronto, por exemplo,
se fosse provado que eles recebiam presentes, ouro, prata e dinheiro eles não
seriam considerados profetas e Apolônio dizia que tinha milhares de provas
que eles recebiam. Outro exemplo e curioso era que, se eles pintassem o
cabelo, ou sobrancelhas e cílios ou jogassem jogos de tabuleiro, ou
emprestassem dinheiro a juro e Apolônio afirma que entre esses profetas, havia
estas coisas, então eram falsos.
Apolônio diz que Zotico enfrentou Maximila em Papuza tentando refutar
o espírito que operava nela, mas que foi impedido por seus seguidores. O
Bispo de Antioquia chamado Serapion mencionou a obra de Apolônio em uma
carta dirigida a Carico e Pôncio refutando também o Montanismo, onde
Eusébio mostra que muitos outros bispos também o refutaram, e até há
menção de que um deles tentou expulsar o “demônio” de Priscila, como se
segue:
O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo
debaixo do sol.
Haverá algo de que se possa dizer: "Veja! Isto é novo!”? Não! Já existiu há
muito tempo; bem antes da nossa época.
(Eclesiastes 1:9,10 Nova versão Internacional)
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O movimento da Santidade ( Holiness Movement) envolve um conjunto de crenças e práticas
que surgiram no Metodismo do século XIX . Um número
de denominações cristãs evangélicas , organizações para-eclesiásticas e movimentos
enfatizam essas crenças como doutrina central. O movimento é wesleyano - arminiano em
teologia e é definido por sua ênfase na doutrina de John Wesley de uma segunda obra de
graça que leva à perfeição cristã . (OlSON, Roger E. Teologia Arminiana: Mitos e Realidades .
p. 25.)
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seu sermão ele dizia que falar em línguas era a evidência bíblica do batismo no
Espírito Santo. Na semana seguinte voltou à igreja que estava fechada com
cadeado, pois os anciãos da igreja não aceitaram o ensinamento de Seymour
porque principalmente ele não havia experimentado nada do que estava
falando. A própria Associação das igrejas de santidades da Califórnia, com a
qual a igreja estava filiada, condenou a sua mensagem, entretanto nem todos
os membros desta igreja rejeitaram seu ensinamento. Seymor foi convidado a
se hospedar na casa de um de seus membros, Edward Lee, e ali começou a
fazer estudos bíblicos e reuniões de oração.
William Seymour e seus seguidores mudaram-se para a casa de Richard
e Ruth Asberry na famosa Rua Bonnie Brae Norte 216. Muitas pessoas das
igrejas de Santidade migraram para o grupo de William Seymour que se reunia
periodicamente em oração pelo batismo no Espírito Santo. Diz-se que em 9 de
Abril de 1906 depois de algumas semanas de pregação e oração de William
Seymour, Edward falou em línguas pela primeira vez. Seymour então
compartilhou o testemunho dele quando pregou o seu famoso sermão em Atos
2.4 e outras pessoas então começaram a falar em línguas, inclusive Gene
Moore, que se tornaria sua esposa mais tarde. Alguns dias depois, William
Seymour falou em línguas pela primeira vez depois de orar a noite toda; Logo a
multidão se tornou muito grande e todos estavam falando em línguas, gritando,
cantando e gemendo. Esse acontecimento da Rua Bonnie Brae Norte
rapidamente circulou entre os afro-americanos, latinos e brancos em Los
Angeles. Muitas pessoas começaram a frequentar os cultos de William
Seymour, alguns queriam apenas saber o que estava acontecendo. Pessoas
de todas as classes sociais, leigos e ministros, logo uma multidão se formou e
ficou inviável continuar na Rua Bonnie Brae e todos estavam falando em
línguas, gritando, cantando e gemendo, quando finalmente a varanda caiu
forçando o grupo a procurar um novo lugar para as reuniões. Um dos
moradores do bairro descreveu os acontecimentos desta forma:
“Eles gritaram três dias e três noites era época da páscoa as pessoas vinham
de todas as partes na manhã seguinte não havia como chegar perto da casa
assim que as pessoas entravam elas caiam sobre o poder de Deus e a cidade
inteira se comoveu, gritaram tanto que a base da casa cedeu, mas ninguém
ficou ferido”.
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Para os fiéis da Rua Azusa não havia liderança eclesiástica, não havia
pastor ou presbíteros ou alguma liturgia, segundo os relatos de Bartleman:
O irmão Seymour foi aceito como o líder nominal. Mas não havia
papa ou hierarquia. Éramos todos irmãos. Não tínhamos
programas humanos. O Senhor mesmo liderava. Não havia uma
classe sacerdotal, nem ações sacerdotais. Estas coisas surgiram
depois à medida que o movimento apostatou. No princípio não
tínhamos nem plataforma, nem púlpito. Todos estavam no mesmo
nível. Os ministros eram servos na verdadeira concepção da
palavra. (A História do Avivamento Azusa, BARTLEMAN, Frank,
Página 48).
Percebemos desde o início, que tanto os fiéis em Azusa, mas como todo
movimento de santidade estavam inconformados com o intelectualismo, e ao
que eles chamaram de hierarquias eclesiásticas ou sistemas de governo nas
igrejas, ou até mesmo as liturgias, e não eram apenas as pessoas dos
movimentos de santidade que frequentavam as reuniões em Azusa, mas
batistas, Menonitas, Quakers e presbiterianos, seus líderes não aceitavam o
movimento, mas alguns de seus membros sim. Uma ideia estranha de
Bartleman que mostra o pensamento dos fiéis em Azusa e seu anti-
intelectualismo é que ele dizia que a igreja primitiva perdeu o Espírito Santo e
que grande parte do conhecimento sobre Deus (Teologia) vem de
intelectualismo e não de iluminação ou revelação vindas diretas de Deus, algo
estranho às igrejas protestantes, que há poucos séculos atrás, haviam dito
“sola Scriptura”:
As Críticas
8
https://www.newspapers.com/clip/9928151/azusa_street_weird_babel_tongues/
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https://www.newspapers.com/clip/9928151/azusa_street_weird_babel_tongues/
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Lucy Farrow
Lucy Farrow foi peça chave no ministério de Seymour, foi ela que o
ensinou como ser “batizado no Espírito Santo” e que Charles Parham usou
para colocar as mãos para curas em Houston, Texas. Que Seymour chamou e
10
História de Azusa. Centro Internacional para a Renovação Espiritual
11
HAYFORD, Jack W; Moore, S. David, O Século Carismático: O Impacto Duradouro do
Reavivamento da Rua Azusa, agosto de 2006 Editora Editora Warner Faith
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fez com que fosse à Rua Bonnie Brae para que pessoas fossem batizadas.
Lucy F. Farrow foi uma pastora fundamental nos primeiros fundamentos
do pentecostalismo. Ela foi a primeira pessoa afro-americana a ser registrada
como tendo falado em línguas, depois de participar das reuniões de Charles
Fox Parham.12Ela seria conhecida como a "serva ungida", que impunha as
mãos sobre muitos que receberam o Espírito Santo e o dom da glossolalia.
Conclusão
12
ALEXANDER, Estrelda . As mulheres da rua Azusa . Prensa Peregrina 2005. pp. 39–46
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS