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Tarefa Final da Disciplina de Estudos Pós-coloniais e Decoloniais

Professora: Vera Rodrigues


Aluno: Mauro vieira

Somos condicionados a pensar a realidade do mundo num sentido único. Por


razões geográficas que dificultam o acesso a locais onde compreensões outras são
discutidas. Por razões econômicas que nos impedem de ter acesso a
meios\recursos que possam ser usados como ferramentas de desconstrução. Por
razões sociais que segregam compartimentando coletivos inteiros dentro de um
rótulo e que acabam criando barreiras invisíveis de acesso. Essas razões atuam em
separado ou em conjunto e seguem mantendo essa visão única do mundo. Bem,
assim foi de fato durante um tempo. Hoje, no ano de 2019, em que esse texto é
escrito, percebo que as formas apresentadas e repetidas a exaustão, não serve
mais. Existem outros caminhos. Não que eles estejam sendo descobertos. Não vejo
assim. Eles sempre estiveram por aí, mas eram silenciados por uma visão
egocentrada. Mas antes de caminhar por essas rotas, uma análise desconstrutiva
se faz necessária, e aí temos como ferramenta a disciplina de Estudos Pós-coloniais
e Decoloniais. O que´se pode aprender com essa disciplina? Primeiro que existem
diversos outros autores (filósofos, sociólogos, antropólogos, historiadores etc) com
interpretações do mundo particulares e não universais a partir de um ponto. Esse é
um impacto inicial, forte e num sentido contrário do que nos é apresentado sempre.
Somos apresentados a autores que tiveram uma educação direcionada mas que
perceberam que eles próprios tinham suas visões particulares do mundo. E mais,
que podiam enfrentar a realidade injusta e desigual do mundo, provocando,
instigando e servindo de exemplos através de seus pensamentos e ações. Por
exemplo, Franzt Fanon com suas descobertas do impacto na estrutura psicológica
da formação pessoal, que a colonização teve nos indivíduos que viveram esse
momento e nas gerações depois. As ideias de Fanon serviram de base para
diversos autores e desses autores fomos apresentados a Achille Mbembe.

Achille Mbembe com sua formação em História e Ciências Políticas fez uso de um
pensamento analico critico das narrativas historicas e munido do senso critico
politico, elaborou pensamentos sobre a condição autoimposta da sociedade
europeia de “salvadores” do mundo e como essa autocondição foi usada para a
construção das relações verticais do europeu e o Outro.
Mbembe é um dos produtores intelectuais contemporâneos que tem provocado o
pensamento sobre como estruturas foram criadas (pensadas até) durante o
processo de expansão colonial europeu sobre o continente africano, e como essas
estruturas foram ajustadas e mantidas condicionando em tempos atuais pessoas a
viverem e morrerem dentro dessas estruturas.
Ele cunhou o termo Necropolítica, que em termos simples, traduz um cenário onde
um poder controlador determina a condição de quem deve viver ou de quem deve
morrer, que opera num processo cíclico da negação do status político do indivíduo
que começa na exclusão e culmina no extermínio.

Uma outra possibilidade ofertada pela disciplina foi que conseguimos (de um certo
modo) focar em um autor e explorar seu pensamento através de outros autores que
o inspiraram e deram a ele as condições argumentativas de desenvolvimento das
suas ideias. Assim pelo menos vi as discussões da disciplina que nos ancorou em
Achille Mbembe mas também nos conduziu até os autores que o inspiraram.

Essas foram algumas das minhas impressões sobre a disciplina e como ela
impactou minha percepção do mundo em sua manifestação micro e macro.

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