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MOVIMENTO MONTANISTA
RESUMO
ABSTRACT
A great controversy over generations has been the subject of intense debate
and even quoted in councils throughout the history of Christianity, with greater
relevance in the early twentieth century, when a meeting began on April 14,
1906 in a building on Azusa Street 312 , in Los Angeles California USA, where a
supposed revival took place which was characterized by experiences of
Glossolalia (speaking in tongues), initiating a heterodox liturgy, supposed cures,
and was taught an excessive asceticism because of the belief in an eminent
return of Christ.
For many a novelty in the history of Christianity, for others a new Christian sect,
for some an authentic revival that led the church to a "new spiritual move" as at
Pentecost. But there was a similar movement in the middle of the second
century, with the same emphases and purposes that lead us to reflect its
similarities, in which the church considered heretical, but with many difficulties
of analysis, namely, Montanism. In this article we investigate through research
in primary and contemporary documents what exists between the two
charismatic movements of equivalent and if we can come to any conclusion in
the controversy raised by both that the miraculous gifts of apostolic times
ceased upon their death or continue? Were these movements authentic or a
Christian counter-claim?
1
Graduando do Curso de Bacharel em Teologia da Sociedade de Estudos
Bíblicos Interdisciplinares – SEBI - DF, r.borges27@gmail.com;
INTRODUÇÃO
3
Professor Herman Hanko em sua obra The Standard Bearer, Volume 82,
edição três diz que os reavivamentos de Finney eram acompanhados por
barulho, que algumas vezes era tão grande que tudo o que Finney podia fazer
era andar no meio do povo e gritar o evangelho no ouvido de um, e então no de
outro. Gritos, rugidos, choros, berros e risos santos, todo tipo de
comportamento bizarro era o resultado da pregação de Finney, e tal
comportamento era considerado um sinal seguro da presença do Espírito
Santo e do sucesso do reavivamento. Esse movimento vai espalhar nos
Estados Unidos e influenciar líderes em todo o país e fora dele como no País
de Gales, e esta influência chega ao final do século XIX quando inicia o
chamado “Movimento de Santidade” (Holiness Movement) que vai entrar no
século XX e produzir talvez um instrumento fundamental na formação
do pentecostalismo o pastor Metodista Charles Fox Parham que depois de uma
campanha no Texas EUA em 1905, fundou ali um trabalho em que um dos
frequentadores chamava-se William Joseph Seymour, o grande nome por trás
do reavivamento de Rua Azusa que iremos comentar neste artigo.
Percebemos que este debate foi intenso durante toda a História Cristã.
Vários movimentos surgiram reivindicando avivamentos e sinais e prodígios, e
sempre houve reação da Ortodoxia, analisaremos então o que há de igual em
alguns deles, mas com ênfase no Avivamento da Rua Azusa 1906 e suas
semelhanças com o movimento Montanista do segundo século.
Montanismo
Havia um minguar dos dons miraculosos, mas outra coisa que se nota
era que o entusiasmo que havia nos primeiros tempos do Cristianismo, a
dedicação e o desejo pelo retorno de Jesus havia esfriado. As reuniões em
que o Espírito Santo atuava visivelmente com manifestações extraordinárias da
graça e os carismas foram diminuindo pouco a pouco, um arrefecimento da fé e
um crescente mundanismo dos cristãos, quer dos leigos, quer do próprio corpo
eclesiástico chegava à igreja.
Foi-se instalando um sentimento generalizado de abrandamento da fé no
regresso iminente de Cristo, isso trazia um perigoso relaxamento nos
comportamentos e na piedade de algumas comunidades. Foi neste contexto
que surgiu a pregação de Montano e a chamada “nova profecia”, ele dizia que
os dons miraculosos haviam desaparecido por causa da apostasia da Igreja, ao
8
1
História da Igreja Católica, LENZENWEGER, Josef, Loyola 39
9
2
Apesar dessas mudanças, Tertuliano não conseguiu conquistar um grande numero de
adeptos para o Montanismo.
10
3
STEWART, Angus, Era o direito da igreja condenar o montanismo, uma breve história do
montanismo (http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_montanism.html#.XA-n2ItKjIX)
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Universal, igreja única.
5
História Eclesiástica, de CESARÉIA, Eusébio. Livro 5 cap. XVI
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Eusébio diz que Apolinário foi levantado pelo que ele chama de “poder
defensor da verdade”, para ser uma arma contra a “heresia catafriga” o
Montanismo e que havia muito material para historiar e cita o prólogo da obra
dele em que ele diz que a luta contra esta nascente heresia não foi apenas
escrito, mas também oralmente e que tinha receio e cuidado de que alguns dos
que o ouvissem entendessem que ele estava acrescentando algo ao Novo
testamento, pois para aqueles irmãos já havia a certeza de que o Cânon já
estivesse pronto mesmo que ainda não juntos e não existia como dizia os
Montanistas, uma “nova profecia” em que ele chamará de “pseudoprofecia”:
tanto de Apolinário quanto as pessoas que presenciaram, ele diz que a primeira
vez que aconteceu com Montano sendo um neófito que de repente saiu de si,
com movimentos desordenados, e/ou outras reações anormais como perda do
controle motor, como se passando mal. Apolinário diz que parecia uma
possessão, ou como se transportado para fora de si, mas de forma falsa, e
começou a proferir palavras estranhas, ele diz que os que escutaram Montano
com expressões estranhas, (forma que contrariava o costume relacionado com
a tradição e a sucessão da igreja desde o início) o repreendiam e tentava o
impedir de falar considerando-o desequilibrado e herege, outros aceitando o
acontecimento como um real derramamento do espírito o incentivava a não se
calar, mas continuar, ou seja, já no início obteve adeptos em que Montano
inflamou ainda mais com o que Apolinário chamou de “métodos fraudulentos
por querer proeminência”, e levou aqueles que já estavam longe da verdade a
segui-lo, aqui entram em cena suas duas profetizas Priscila e Maximilla, que
também passaram a ter manifestações iguais às de Montano nas palavras de
Apolinário “um falar delirando inoportuno e de modo estranho” (História
Eclesiástica, livro 5. Capítulo XVI 16.9).
É dito que o espírito pseudoprofético começava a blasfemar contra a
igreja católica, por que não obteve louvor nem aceitação nela, e que a igreja na
Ásia reuniu-se em vários momentos para analisar a recente doutrina a qual foi
considerada heresia e seus adeptos expulsos da igreja. (História Eclesiástica,
livro 5. Capítulo XVI 10). Ainda citando a obra de Apolinário, Eusébio mostra a
citação a Milcíades um escritor que escrevera um tratado contra o Montanismo,
onde ele refutava mostrando que não era necessário que um profeta entrasse
em êxtase para falar em nome de Deus (História Eclesiástica, livro 5. Capítulo
XVII 1). Mostrando que nenhum dos profetas Bíblicos no Antigo ou Novo
Testamento profetizou de tal forma:
Na mesma obra menciona-se também Milcíades, um escritor que,
parece, também escreveu um tratado contra a dita heresia. Depois de citar
algumas passagens destes continua dizendo:
Apolônio e Serapion
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Pessoas que tinham sido levadas ao martírio, mas que de alguma forma sobreviveram estes
foram colocados como confessores os únicos que poderiam perdoar ou não o pecado de
apostasia, ou seja, aqueles que negaram a fé para escaparem da morte, mas queriam voltar à
comunhão com a igreja, foi uma grande controversa nos primeiros quinhentos anos da igreja o
que levou a surgir à igreja Donatista.
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O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo
debaixo do sol.
Haverá algo de que se possa dizer: "Veja! Isto é novo!”? Não! Já existiu há
muito tempo; bem antes da nossa época.
(Eclesiastes 1:9,10 Nova versão Internacional)
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O movimento da Santidade ( Holiness Movement) envolve um conjunto de crenças e práticas
que surgiram no Metodismo do século XIX . Um número
de denominações cristãs evangélicas , organizações para-eclesiásticas e movimentos
enfatizam essas crenças como doutrina central. O movimento é wesleyano - arminiano em
teologia e é definido por sua ênfase na doutrina de John Wesley de uma segunda obra de
graça que leva à perfeição cristã . (OlSON, Roger E. Teologia Arminiana: Mitos e Realidades .
p. 25.)
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então fundou uma escola similar quando voltou para sua casa e cerca de 40
estudantes se matricularam. Parham pediu aos seus alunos que procurasse
nas Escrituras para ver se havia algum sinal que indicaria a existência do
Batismo no Espírito Santo e numa vigília de ano novo, eles tiveram a resposta
que o batismo no Espírito Santo seria manifestado com a evidência do falar em
línguas. Então uma mulher por nome de Agnes Ozman, que era estudante de
Parham orou para receber este batismo no Espírito Santo e em primeiro de
janeiro de 1901, recebera o batismo e começou a falar em línguas. Parham
disse que a glória caiu sobre ela, ele dizia que ela começou a falar no idioma
chinês e que foi incapaz de falar inglês por 3 dias. No mês seguinte quase
todos seus alunos tiveram essa experiência. Parhan e seus discípulos, então
encorajados por essa resposta às suas orações por um Avivamento,
começaram em 1905 a pregar a nova descoberta deles por todo o Sudoeste
dos Estados Unidos eles conquistaram uma grande multidão e começaram a
formar grupos de pessoas com ideias afins para orar por uma renovação
divina. Eles tentaram espalhar esse Avivamento para cidades do Kansas, mas
fracassaram, pois as igrejas se opuseram e os jornais zombaram desse fato.
Em 1905 Charles Fox Parham fundou outra escola bíblica em Houston
nesta escola vai surgir o maior personagem do reavivamento da Rua Azusa,
um dos seus alunos mais promissores - William J. Seymour.
Seymour, filho de ex-escravos, pregador leigo e semianalfabeto por causa da
segregação racial, não podia assistir às aulas de Charles Parham junto com os
alunos brancos, ficava do lado de fora no corredor ouvindo os ensinos. Era
pastor interino de uma pequena igreja Holiness em Houston Texas. William
Seymour antes frequentava a Igreja Metodista Episcopal de Indianápolis
quando se mudou em 1905 para Hilston e passou a frequentar a Escola de
Fox. Uma mulher chamada Lucy Farrel visitou a escola de Charles Fox Parham
onde teve uma experiência de batismo no Espírito Santo e falou em línguas e
ali conheceu William J. Seymour e o convenceu a tentar a vida em Los
Angeles. Seymour aceitou o convite e em Los Angeles começou levar sua
doutrina enfatizando o falar em línguas como evidência de um batismo no
Espírito Santo, mesmo ele ainda não tendo esta experiência, não foi aceito nas
igrejas de Los Angeles, foi expulso de várias delas acusado de ser herege.
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Para os fiéis da Rua Azusa não havia liderança eclesiástica, não havia
pastor ou presbíteros ou alguma liturgia, segundo os relatos de Bartleman:
O irmão Seymour foi aceito como o líder nominal. Mas não havia
papa ou hierarquia. Éramos todos irmãos. Não tínhamos
programas humanos. O Senhor mesmo liderava. Não havia uma
classe sacerdotal, nem ações sacerdotais. Estas coisas surgiram
depois à medida que o movimento apostatou. No princípio não
tínhamos nem plataforma, nem púlpito. Todos estavam no mesmo
nível. Os ministros eram servos na verdadeira concepção da
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Percebemos desde o início, que tanto os fiéis em Azusa, mas como todo
movimento de santidade estavam inconformados com o intelectualismo, e ao
que eles chamaram de hierarquias eclesiásticas ou sistemas de governo nas
igrejas, ou até mesmo as liturgias, e não eram apenas as pessoas dos
movimentos de santidade que frequentavam as reuniões em Azusa, mas
batistas, Menonitas, Quakers e presbiterianos, seus líderes não aceitavam o
movimento, mas alguns de seus membros sim. Uma ideia estranha de
Bartleman que mostra o pensamento dos fiéis em Azusa e seu anti-
intelectualismo é que ele dizia que a igreja primitiva perdeu o Espírito Santo e
que grande parte do conhecimento sobre Deus (Teologia) vem de
intelectualismo e não de iluminação ou revelação vindas diretas de Deus, algo
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As Críticas
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https://www.newspapers.com/clip/9928151/azusa_street_weird_babel_tongues/
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Lucy Farrow
Lucy Farrow foi peça chave no ministério de Seymour, foi ela que o
ensinou como ser “batizado no Espírito Santo” e que Charles Parham usou
para colocar as mãos para curas em Houston, Texas. Que Seymour chamou e
fez com que fosse à Rua Bonnie Brae para que pessoas fossem batizadas.
Lucy F. Farrow foi uma pastora fundamental nos primeiros fundamentos
do pentecostalismo. Ela foi a primeira pessoa afro-americana a ser registrada
como tendo falado em línguas, depois de participar das reuniões de Charles
Fox Parham.12Ela seria conhecida como a "serva ungida", que impunha as
mãos sobre muitos que receberam o Espírito Santo e o dom da glossolalia.
11
HAYFORD, Jack W; Moore, S. David, O Século Carismático: O Impacto Duradouro do
Reavivamento da Rua Azusa, agosto de 2006 Editora Editora Warner Faith
12
ALEXANDER, Estrelda . As mulheres da rua Azusa . Prensa Peregrina 2005. pp. 39–46
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Conclusão
contra os ensinos oriundos de Azusa que por fim durou pouco tempo, mas a
sua influência passou gerações e modificou muitas igrejas históricas em todo o
século XX e XXI, pois assim como Tertuliano cedeu ao Montanismo pelo rigor
com que seus seguidores levavam a vida de ascetismo, também muitos irmãos
cederam ao movimento da Rua Azusa, por este motivo, mas também por
acharem que de fato a igreja precisava deste “avivamento” e muitos cedem até
hoje, pela dificuldade de refutar alguns pontos biblicamente, como por exemplo,
a cessação dos dons.
Estes dois que são os principais movimentos carismáticos da história da
igreja causaram uma mudança drástica na cristandade, uma espécie de
revolução carismática, escatológica e eclesiológica, muitas coisas mudaram.
Principalmente por meio de Azusa 1906 em que algumas coisas contribuíram
outras nem tanto, pois temos consequências até hoje, na igreja evangélica e
igrejas históricas que aderiram a esse movimento. A preocupação na formação
teológica de seus ministros ficou em segundo plano, cultos que não levam em
consideração a escritura, mas o “carisma”, isso por acharem que um novo
pentecostes sempre acontece, sem compreender o significado do Pentecostes
em Atos 2. De fato, trouxeram alguma mudança boa para a igreja, uma busca
pela santidade, por causa do retorno de Cristo, um maior fervor Espiritual na
vida e na liturgia e uma evangelização mais eficaz, ou pelo menos, com mais
entusiasmo, mas isto durou pouco nas igrejas nascidas de Azusa. O
“avivamento” da Rua Azusa deu origem ao que conhecemos hoje como
movimento pentecostal, que deu origem ao movimento Neo Pentecostal
também chamado de “terceira onda de avivamento”, mas o que podemos ter
certeza é que Montano assim como Willian Seymour tiveram pensamentos
similares em relação ao carisma, à escatologia e à vida da igreja, que em muito
foram contrários às Escrituras e ao pensamento Cristão, construído através
Delas e levaram seus seguidores para distante da Bíblia, por reivindicar novas
revelações. Causaram um dano à igreja por tentarem produzir avivamentos,
ajudando, por exemplo, o crescimento do feminismo dentro das comunidades
cristãs e a falta de ordem cultica e eclesiástica, deixando para trás o grito tanto
dos primeiros Pais como dos reformadores que a revelação já estava e está
completa em Cristo pelas Escrituras, ignoraram que o Deus do Cristianismo
Bíblico e histórico é soberano.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS