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Grupos Heréticos dos Primeiros Séculos da Igreja (Breve Resumo)

A história do cristianismo é marcada por uma variedade de movimentos e doutrinas, cada uma com uma influência
profunda sobre a forma como a religião se desenvolveu e foi compreendida ao longo dos séculos.

1. Ebionitas: Primeira menção Ebionita nos escritos antigos, datam de 180 d.C. Era uma ala de judaizantes do
Cristianismo que aceitavam somente o evangelho de Mateus e eram fiéis ao Deus do Antigo Testamento. Para eles, Jesus
Cristo era o messias, porém não era divino pôr natureza. Tinham a tendência a rejeitar os escritos de Paulo seguindo os
de Pedro e Tiago. No início aceitavam a castidade, porém trocaram pelo casamento mais tarde.

2. Gnósticos: (Luz ou conhecimento através da razão). Eram uma mistura de platonismo com cristianismo que cresceram
principalmente no Egito e Ásia Menor (Nesta região se tornaram mais fortes e foram fortemente combatidos pôr Paulo e
João em seus escritos). Para eles Jeová não era Deus pois pregavam que Deus se chamava Demiurgo (um deus dividido
em camadas de semideuses chamados ións, do qual Jesus era uma emanação que criara o mundo).

3. Maniqueus: Era a mesma religião de Zoroastrismos, ou Masdeísmos, religião persa na qual adoravam o fogo. Surgiram
da ideologia de Mani em 238 d.C. espalhando-se muito na Babilônia. Faziam um dualismo metafísico, ou seja, duas
forças espirituais em pé de igualdade (iguais em força); para Mani, Deus estava de um lado e Satanás do outro em uma
constante batalha.

4. Montanistas: Grupo que surgiu na região da Frigia (Ásia Menor) e se espalhou para o ocidente o e norte da África.
Surgiram após os ensinamentos de Montano que queria o retorno das práticas da Igreja Primitiva (O amor fraternal,
comunhão etc.). Suas doutrinas foram consideradas heréticas, mas, foram aceitas pela igreja católica séculos mais tarde.
Propunha um rigoroso ascetismo, visando à preparação para o fim do mundo e a volta de Cristo, preceituando-se a
castidade durante o casamento e proibindo-se as segundas núpcias. No plano alimentar instituiu-se o jejum durante
duas semanas por ano e a xerofagia (consumo de alimentos secos), sem o consumo de carne.
Os montanistas exaltavam o martírio como dom de Deus dizendo ser esta a tarefa principal da Igreja e não a
evangelização.

5. Novacianos: Surgiram no ano 250 d.C. durante a perseguição de Décio (No tempo em que muitos fiéis, bispos e
sacerdotes abandonaram a Igreja), através de Novaciano. Tinham a doutrina parecida com a dos Montanistas, só que
com ênfase às profecias e ao Espírito Santo. Novaciano era um Bispo da Igreja de Roma que se rebelou pôr não aceitar a
liderança da Igreja, formando um grupo que aceitava o rebatismo e não perdoavam os pecados graves que eram
cometidos após o batismo (adultério, idolatria etc.). Eles não aceitaram de volta os lapsos (os que abandonaram a fé e
adoraram ídolos pagãos).

6. Donatistas: Surgiram mais ou menos no ano 310 d.C. durante a perseguição de Dioclesiano, época em que surgiu uma
nova turma de lapsos (traditores), sob a liderança do Bispo Donato, sucessor de Marjorino. A doutrina se baseia em um
forte senso de pureza moral e litúrgica, defendendo que a eficácia dos sacramentos depende da santidade dos ministros
que os realizam. Por essa razão se recusavam a submeter-se à autoridade e às decisões dos bispos da Igreja, pois sabíam
de muitos que não estavam espiritualmente aptos para exercer o ofício, dessa forma não valorizavam os sacramentos
feitos pelos bispos e sacerdotes católicos. Nesse época houve uma grande divisão na igreja do norte da África (Tunísia)
conhecido como cisma Donatista. Criam na regeneração batismal (salvação através do batismo), mas somente com o
batismo donatista.

Semelhanças de nossas igrejas com os grupos heréticos:

1. Temos a tendência de espiritualizar a mensagem, dar ênfase ao espiritual e desprezar o físico (Gnósticos).
2. Temos a tendência de dar ênfase a Paulo em relação ao restante do Novo Testamento e Velho Testamento. (Marcião)
3. Temos a tendência para o dualismo no sentido de destacar o papel de Satanás às vezes querendo livrar Deus da
responsabilidade do mal. (Maniqueus).
4. Temos até hoje em nosso meio o conceito de pecado imperdoáveis. (Montanismo)

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