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Depois da publicação da A Origem das Espécies de Charles Darwin em 1859, o

desenvolvimento da Alta Crítica alemã e o surgimento da Teologia Liberal, vários


grupos cristãos reagiram temendo que a razão afetasse a fé cristã.

No início do século XX foi publicado Os Fundamentos, livro que foi patrocinado por
empresários e escrito por vários escritores conservadores da época (recentemente uma
tradução desse livro foi publicada no Brasil pela Editora Hagnos).

Preocupados com o avanço do modernismo, os fundamentalistas começaram a


organizar-se. Entre 1878–1897 realizaram a Conferência Bíblica de Niagara, que
estabeleceu os pontos básicos do fundamentalismo.

Desde 1925, quando o professor elementar John T. Scopes foi condenado por ensinar a
Teoria da Evolução nas escolas públicas, o fundamentalismo perdeu sua popularidade
entre os protestantes conservadores.

A partir da década de 1940 ganhou força outro movimento conservador protestante,


porém mais aberto à sociedade em geral e à ciência: o Evangelicalismo.

Doutrinas
Possui como doutrinas e práticas básicas:

 Bíblia, infalível, suficiente e inerrante, sendo suas histórias consideradas


factuais e rejeição de qualquer outra forma de Revelação (inspiração individual,
magistério eclesiático, profecias modernas, teologia natural). Deve ser
interpretada literalmente, salvo nas partes visivelmentes conotativas.
 Jesus Cristo - nascimento virginal, sua deidade, historicidade de seus milagres e
ressurreição, retorno apocalíptico.
 Criacionismo - rejeitam teorias que vejam como de alguma forma interferindo
com o literalismo do gênesis, principalmente a evolução biológica, mas também
teorias geológicas, físicas, cosmológicas, químicas, e arqueológicas.
 Relação com a Sociedade - rejeitam o Ecumenismo e o diálogo religioso com
não-fundamentalista.
 Salvação - Através da crença em Jesus Cristo. Aqui, crença significa adesão às
suas doutrinas fundamentais.
 Inferno - crença literal na sua existência, é tido como um lugar do tormento
eterno dos pecadores não-arrependidos.

Características Sócio-Culturais
Fundamentalismo é então um movimento pelo qual os partidários tentam salvar
identidade religiosa da absorção pela cultura ocidental moderna, na qual a absorção tem
proporção de um processo irreversível na comunidade religiosa mais ampla,
necessitando da afirmação de uma identidade separada baseada nos princípios
fundamentais da religião.

Os fundamentalistas acreditam que a sua causa é de grave e cósmica importância. Eles


vêem a si mesmos como protetores de uma única e distinta doutrina, modo de vida e de
salvação. A comunidade compreensivelmente centrara-se num modo de vida
preponderantemente religioso em todos os seus aspectos, é o compromisso dos
movimentos fundamentalistas, e atrai então não apenas os que compreendem a distinção
mas também outros insatisfeitos e os que julgam que a dissidência é distintiva, sendo
vital à formação de suas identidades religiosas.

O muro de virtudes fundamentalista que protege a identidade do grupo é instituído não


só em oposição a religiões estranhas, mas também contra os modernizadores, os quais
compactuam continuar numa versão nominal da sua própria religião.

Ética e politicamente, os fundamentalistas rejeitam a homossexualidade, o aborto, a


Teoria da Evolução e a possibilidade de salvação fora do Cristianismo.

Ver também
 Conservadorismo
 Evangelicalismo
 Fundamentalismo islâmico
 Lista de pensadores cristãos na ciência
 Literalismo bíblico e Inerrância bíblica
 Modernismo (teologia)
 Pentecostalismo
 Relação entre religião e ciência
 Teologia liberal
 Terrorismo cristão
 Tradicionalismo

Referências
 Armstrong, Karen (2001). The Battle for God. New York: Ballantine Books.
ISBN 0345391691.
 Beale, David O. (1986) In Pursuit of Purity: American Fundamentalism Since
1850. Greenville, SC: Bob Jones University (Unusual Publications). ISBN 0-
89084-350-3.
 BebbingtonDavid (1990). "Baptists and Fundamentalists in Inter-War Britain."
In Keith Robbins, ed. Protestant Evangelicali,sm: Britain, Ireland, Germany
and America c.1750-c.1950. Studies in Church History subsidia 7, 297–326.
Oxford: Blackwell Publishers, ISBN 063117818X.
 Bebbington, David W. (1993). "Martyrs for the Truth: Fundamentalists in
Britain." In Diana Wood, ed. Martyrs and Martyrologies, Studies in Church
History Vol. 30, 417–451. Oxford: Blackwell Publishers, ISBN 0631188681.

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