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Texto 1

Focault retrata a seletividade do Sistema Penal e o falso discurso de que a lei é


feita para todos:

“[...] processos que encontramos atrás de toda uma série de afirmações bem
estranhas à teoria penal do século XVIII: que o crime não é uma virtualidade
que o interesse ou as paixões introduziram no coração de todos os homens,
mas que é coisa quase exclusiva de uma certa classe social: que os criminosos
que antigamente eram encontrados em todas as classes sociais, saem agora
“quase todos da última fileira da ordem social” [...] nessas condições seria
hipocrisia ou ingenuidade acreditar que a lei é feita para todo mundo em nome
de todo mundo; que é mais prudente reconhecer que ela é feita para alguns e
se aplica a outros; que em princípio ela obriga a todos os cidadãos, mas se
dirige principalmente às classes mais numerosas e menos esclarecidas; que,
ao contrário do que acontece com as leis políticas ou civis, sua aplicação não
se refere a todos da mesma forma; que nos tribunais não é a sociedade inteira
que julga um de seus membros, mas uma categoria social encarregada da
ordem sanciona outra fadada à desordem (2008, p.229)”

Resumidamente o Sistema Penal revela-se potencialmente seletivo tanto no


momento em que define as condutas que deverão ser consideradas ilícitas
quanto no momento em que escolhe quem deverá ser responsabilizado por
praticar essas condutas, bem como quando escolhe sobre quem incidirá a
sanção estatal.

Fonte:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10909

Texto 2

No caso brasileiro, basta olhar para a população carcerária, afinal, é quem


restou selecionado pelas agências policiais, perpassou pela agência judicial, a
qual referendou essa seleção e acabou privado de liberdade, seja
provisoriamente, sem condenação, ou, com condenação, posteriormente ao
término do processo criminal.

Uma breve análise dos dados fornecidos pelo Infopen (Ministério da Justiça) já
nos dá conta de que grande parte da população brasileira se constitui de
homens, jovens, pobres e negros, sendo válido nos valermos da tríade gênero,
raça e classe, também, haja vista o aumento do aprisionamento feminino em
mais de 567%, operado entre os anos de 2000 a 2014.

Além disso, é bom asseverar que quanto aos tipos de crime que geram
condenação e encarceramento no Brasil, os dados colocam em primeiro lugar
os crimes contra o patrimônio, que representam 49,1% do total de condenados
presos; após os crimes relacionados à lei de drogas, que representam 25,3%;
os crimes contra a pessoa, com 11,9%; os delitos sexuais com 3,9%; e crimes
relacionados ao estatuto do desarmamento, os quais representam 5,6%,
conforme AZEVEDO e CIFALI (2017) atentam.

Fonte: https://canalcienciascriminais.com.br/seletividade-penal-produz/

Texto 3

Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-
04s_juUNgvg/V0RnqOLdg1I/AAAAAAAAEbI/r3xk2H2FFLE1nkFGMWlHNSkbtx7nhfiQACLcB/s1
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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema “A seletividade penal no Brasil”.

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