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O SER HUMANO E OS DIVERSOS CONHECIMENTOS

Cássio Oliveira1

O Homem é um animal racional que através da dúvida é capaz de realizar novas


descobertas e contribuir para a evolução do mundo. Graças a essa capacidade cognitiva, a
humanidade foi se modificando ao longo dos anos, adquirindo cada vez mais conhecimento
referente aos fenômenos do dia-a-dia, encontrando respostas e desvendando o que era
desconhecido. Se o homem não tivesse a capacidade de conhecer e de compreender, viveria
submetido às leis da natureza, como os demais animais (RODRIGUES, 2006).
Através deste processo cognitivo, que o Homem busca conhecer, investigar, elaborar o
material de seus conhecimentos. Partindo da etimologia da palavra, o termo “conhecimento”
vem do latim cognoscere, que significa conhecer pelos sentidos. O conhecimento, como um
processo de desvelar o objeto, é a forma de torná-lo inteligível ao homem, para que possa agir
sobre ele (RODRIGUES, 2006), portanto, o conhecimento é o “produto” resultante da relação
que se estabelece entre o sujeito (consciência) que conhece e o objeto (mundo) a ser conhecido.
Para Rodrigues (2006), através do conhecimento, o homem busca os seus primeiros
passos à luz da ciência, a compreensão e explicação da realidade; para que posso compreendêla,
porém, utiliza-se de recursos variados como métodos e técnicas, que lhe possibilitam analisar
os elementos e desvelar sua lógica, tornando a realidade inteligível.
Segundo Bocchi (2004), a ciência, como forma de conhecimento, é a tentativa de
compreender racionalmente a realidade, formulando enunciados, debatendo-os, na busca da
verdade, das leis que potencializam a ação consciente do Homem sobre o seu meio e sobre si
mesmo. Por essa via, a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis,
obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos da mesma
natureza (ANDER-EGG, 1978, apud Lakatos e Marconi (1991)).
Enquanto a ciência representa o conhecimento racional e sistemático que pode ser
validado e verificado, a metodologia apresenta, por meio do método (sequência de passos), a
forma de percorrer o caminho que leva a essa validação e verificação na busca do conhecimento.
Quando se fala em método, Ackoff citado por Lakatos e Marconi, definido que:
Método: é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar
alternativas para ação científica. Assim, enquanto as técnicas
utilizadas por cientista são frutos de suas decisões, o mofo pelo
qual tais decisões são tomadas depende de suas regras de decisão.
Métodos são regras de escolha; técnica são as próprias escolhas
(ACKOFF in Hegenberg, 1979, apud Lakatos e Marconi).

Portanto, metodologia científica é o estudo dos métodos ou dos mecanismos necessários


para a produção de um trabalho científico, ou seja, tornou-se um instrumento indispensável para
a produção do conhecimento. Assim, a complexidade dos métodos caracteriza uma disciplina
como a metodologia, que está sempre buscando as técnicas do conhecer e trata de investigar o
conhecimento como uma forma de pensar para se chegar a um determinado problema, tanto
para explicá-lo ou estudá-lo. O conhecimento científico é denominado e considerado pela
apuração e constatação dos fatos.
Embora o conhecimento cientifico seja o mais usado nas Universidades, porém é
necessário o entendimento dos outros níveis de conhecimento que também buscam estudar a
realidade, afirmar uma série de coisas que o senso comum diz ou a experiência cotidiana ensina,
questionar quanto a origem e o destino do Homem e investigar o que foi dito pelo poder divino.
Níveis de conhecimento: senso comum / empírico, teológico, filosófico e científico:
1. SENSO COMUM / EMPÍRICO:
O senso comum / empírico, é visto como a compreensão de todas as coisas por meio do
saber social, ou seja, é o saber que se adquire através de experiências vividas ou ouvidas
do cotidiano. É o conhecimento informal, espontâneo. Não necessita de conclusões
científico para que se comprove o que foi dito. É um saber imediato e subjetivo.
2. TEOLÓGICO:
Conhecimento religioso ou místico, é baseado exclusivamente de fé humana. Suas
posições são fundamentais para a interpretação de textos considerados sagrados. A sua
finalidade também é provar a existência de um Deus e que esses textos foram revelações
da divindade.
3. FILOSÓFICO:
Tem como princípio a interrogação, o questionamento e o pensamento. O conhecimento
filosófico se preocupa em questionar o relacionamento do indivíduo e a sua realidade.
É o tipo de conhecimento racional que não se baseia em experimentos, este
conhecimento está em busca de conclusões sobre a vida, o universo ultrapassando o
limite imposto pela ciência.
Seu objeto de análise são as ideias. A proposta do conhecimento filosófico é fornecer
ideias e conteúdo que transformem a realidade. É um conhecimento racional, geral e
crítico.
4. CIENTÍFICO:
O conhecimento científico trabalha com fatos, lida com ocorrências e experiências
reais, também se dá por uma investigação objetiva, crítica sistemática e verificável.
Suas preposições têm sua veracidade conhecida através de experimentos e não apenas
de razão. É considerado um conhecimento falível, em virtude de não ser
definitivamente absoluto ou final, e também por construir proposições ou hipóteses que
podem ser testadas por experimentação.

Voltando ao termo metodologia que frequentemente é associado a normalização de


trabalho, ou seja, a aplicação aos trabalhos de normas técnicas pertinentes à formatação. No
entanto, essa é uma associação equivocada que pode ser atribuída a construção de um
conhecimento implícito, do vulgo, entre os estudantes, especialmente de cursos de graduação e
pós-graduação. Bocchi (2004) fala que a metodologia faz parte da lógica que tem como objeto
de estudo os métodos e procedimentos utilizados pelas diferentes ciências ou correntes
científicas, em virtude da natureza distinta de seus objetos para atingir o conhecimento. Por fim,
fazer ciência implica diretamente em pesquisar e os cursos superiores devem de formar
metodologicamente o pesquisador, disponibilizando a teoria e o instrumento metodológico
adequada para as diversas fases do processo de pesquisa, da problematização passando pela
análise dos dados, comprovando ou não as hipóteses levantadas.

REFERÊNCIAS:
BOCCHI, J. H. Monografia Para Economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 3.ed. São
Paulo: Atlas, 2006.
PETRY, Clovis Antônio. Ciência, Método, Pesquisa, Metodologia Científica. Disponível
em:
<http://professorpetry.com.br/Ensino/Repositorio/Docencia_CEFET/Projeto_TCC/2015_1/Ap
resentacao_Aula_02.pdf> Acesso em: 09 out 2018.
RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica. São Paulo: Avercamp, 2006.

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