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Martinismo é menos conhecido, embora ele tenha também contribuído para o renascimento da
Ordem Martinista antes da Segunda Guerra Mundial. Naquela época, essa Ordem tentava
recobrar a unidade que ela havia perdido após a morte de Papus. Conforme nos dá
testemunho sua correspondência com Mac Blain Thompson e Napoléon Hauenstein, Harvey
Spencer Lewis se interessava pelo Martinismo pelo menos desde 1921. Porém, é apenas em
1934 que ele estabelecerá uma relação direta com os dirigentes europeus do Martinismo.
Esse encontro ocorreu em Bruxelas em agosto de 1934, por ocasião da inauguração das
federação tinha por vocação reagrupar as ordens iniciáticas tradicionais. Juntamente com
Émile Dantinne e Victor Blanchard, H. Spencer Lewis se tornou um dos três Imperators
No seio da F.U.D.O.S.I., o Martinismo era representado por Victor Blanchard, Grande Mestre
numa organização internacional. Em 16 de agosto de 1934, ele iniciou Harvey Spencer Lewis
Em 26 de março de 1937, H. Spencer Lewis recebe três Cartas Constitutivas assinadas por
Victor Blanchard. A primeira lhe confiava a função de Grande Inspetor para as três Américas, a
substituí-lo. A partir de julho de 1939, é portanto a Tradicional Ordem Martinista que assume as
rédeas do Martinismo, ficando o conjunto dos membros da F.U.D.O.S.I. sob a direção da TOM.
Harvey Spencer Lewis não teve a oportunidade de se associar a essa renovação, pois faleceu
alguns dias mais tarde, em 2 de agosto de 1939. Seu filho Ralph M. Lewis se encarregou de
realizar essa missão. É preciso todavia destacar que, apesar disso, o papel de H. Spencer no
com seus responsáveis europeus – Victor Blanchard, Georges Lagrèze e Augustin Chaboseau
primeiro Supremo Conselho da Ordem Martinista, em 1891. Em Paris, dirigiu a Loja Velleda,
artigos para as revistas L‘Initiation e O Véu de Isis. Brilhante orador, apresentou muitas
conferências para o Grupo Independente de Estudos Esotéricos fundado por Papus. Foi nessa
Merveilleux.
Após a desestruturação da Ordem, causada pela morte de Papus e pela guerra de 1914-1918,
Michelet se encontra no grupo que, com Augustin Chaboseau, Chamuel e Octave Béliard,
Martinista. Esta associação originou o grupo Athanor, dirigido pelo próprio Victor-Émile
Michelet. A partir de 1931, esse grupo tomou o nome de Tradicional Ordem Martinista.
A Ordem foi inicialmente dirigida por Augustin Chaboseau, tendo mais tarde, em abril de 1932,
Victor-Émile Michelet assumido essa função. Ele permaneceu como Grande Mestre da TOM
até sua morte, em 12 de janeiro de 1938. Sob sua direção, a Ordem permanece discreta. Por
vezes se manifesta através do grupo Tau, que publica na altura um boletim de estudos
psicológicos e metafísicos e organiza conferências no Palácio da Mutualidade. Victor-Émile
Notável escritor, apaixonado pelo esoterismo e pela poesia, é autor de poemas, contos e peças
Sobrehumanos. Recebe também o prêmio Sully Prudhomme por sua antologia de poemas
intitulada A Porta de Ouro. Em 1937, alguns meses antes de passar para o Oriente Eterno,
personalidades tais como Papus, Stanislas de Guaita, Barlet, Sédir, Péladan, Saint-Yves
exatamente aí que se situa sua contribuição mais específica. Amigo dos maiores escritores de
sua época, exerceu importantes responsabilidades no mundo das letras. Foi presidente da
Conselho da Casa da Poesia (1931), bâtonnier da Academia dos Poetas (1932) e presidente
honorário da Sociedade dos Poetas Franceses. Foi ainda cavaleiro da Légion d’Honneur. Em
1954, Richard E. Knowles fez uma homenagem a este companheiro da hierofania pela
Iniciado que, por direito, ocupava um lugar no Santuário junto a seu amigo Villiers de
Sobrehumanos. »
Com raríssimas exceções, sua obra puramente literária é, assim como sua obra erudita e
doutrinária, marcada pelo hermetismo. Em Michelet, aliás, o hermetismo está mais presente do
que nas obras de Edgar Allan Poe, de Gérard de Nerval e até mesmo de Villiers de l’Isle-Adam.
de seu coração.
O mistério de sua vida interior ele soube encerrar na torre de marfim recomendada ao iniciado.
Uma luz o habitava. Ele se preservou de fazer dela um farol. Durante sua longa existência, sua
alma profunda permaneceu como se ancorada no silêncio de seu próprio abismo – neste
silêncio solitário em que ressoam em troares de relâmpago todas as tempestades que o agitam
O poema abaixo, intitulado O Silêncio, é característico dessa atitude. Além disso, sua temática
O Silêncio