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LEIS ESQUEMATIZADAS

LEIS ESQUEMATIZADAS
Lei Orgânica do Distrito Federal
SUMÁRIO
1. Apresentação.................................................................................4
1.1. Do Professor...............................................................................4
1.2. Do Material.................................................................................4
2. Noções Introdutórias.......................................................................6
2.1. Preâmbulo..................................................................................6
3. Autonomia.....................................................................................7
4. Valores Fundamentais.....................................................................7
5. Objetivos Prioritários.......................................................................9
6. Direito de Petição ou Representação................................................ 13
7. Soberania Popular......................................................................... 14
8. Brasília........................................................................................ 17
9. Símbolos Do Distrito Federal.......................................................... 18
Bandeira do Distrito Federal............................................................... 18
Hino do Distrito Federal..................................................................... 19
Brasão do Distrito Federal.................................................................. 20
10. Território do DF........................................................................... 20
11. Organização Administrativa.......................................................... 21
12. Administração Pública Distrital...................................................... 25
12.1. Princípios................................................................................ 26
12.2. Atos da Administração Pública do Distrito Federal......................... 27
12.3. Declaração Pública de Bens........................................................ 32
12.4. Bens do Distrito Federal............................................................ 33
13. Poderes do DF............................................................................ 33
13.1. Câmara Legislativa................................................................... 34
13.2. Deputado Distrital.................................................................... 36
13.3. Processo Legislativo.................................................................. 38
14. Tribunal de Contas do Distrito Federal............................................ 41
15. Poder Executivo.......................................................................... 43
15.1. Dos Secretários de Estado do DF................................................ 45
15.2. Do Conselho de Governo........................................................... 45
16. Do Sistema Tributário do Distrito Federal........................................ 47
16.1. Das Limitações do Poder de Tributar........................................... 48
17. Das Finanças Públicas.................................................................. 49
18. Da Ordem Social......................................................................... 50
Prof. Marco Soares
Lei Orgânica do distrito federal

1. Apresentação

1.1. Do Professor

MARCO SOARES

Especialista em Direito Público e Docência do Ensi-

no Superior. Bacharel em Direito pela Universidade

Católica de Brasília. Aprovado em diversos concur-

sos, possui ampla experiência como docente, prin-

cipalmente na preparação de candidatos a cargos

públicos. Já foi membro da Ordem dos Advogados

do Brasil e advogado-colaborador da Defensoria

Pública do Distrito Federal. Autor do livro “LEI ORGÂNICA DO DF PARA CON-

CURSOS”. Professor e coach do Gran Cursos Online.

1.2. Do Material

Olá, prezado(a) aluno(a)!


Tudo bem com você? Espero que sim!
Eu gostaria de falar para você um pouco sobre o método de estudo que nós
utilizaremos neste material. Ele serve tanto para quem já estudou a disciplina
de Lei Orgânica do DF quanto para quem ainda não teve contato com ela. No
primeiro caso, o nosso material servirá como uma forma resumida e ilustrativa
de revisão. No segundo, o aluno terá algumas noções sobre a LODF antes de
iniciar um estudo teórico ou até mesmo responder a algumas questões.
Vamos focar nos pontos mais cobrados e de maior relevância!

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Gostaria de te convidar a me seguir nas redes sociais. Lá eu posto mais


conteúdos sobre o universo dos concursos públicos. Será uma grande honra
ter você por lá!

facebook.com/professormarcosoares

@prof.marcosoares

Espero que este material seja de grande valia em seus estudos.


Sem mais delongas, VÁ e VENÇA!

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2. Noções Introdutórias

Você já se perguntou o porquê de estudar Lei Orgânica do DF?

José Afonso da Silva, traduzindo o pensamento de Hans Kelsen, observa


que a Constituição equivale à norma positiva suprema, é a lei nacional em
seu mais alto grau, é o conjunto de normas que regula a criação de outras
normas. Nesse sentido, para a elaboração e promulgação da Lei Orgânica do
DF, deve ser observada a exigência constitucional de:

• o DF deve ser regido por lei orgânica;

• esta lei deve ser votada em dois turnos;

• com interstício mínimo de dez dias;

• aprovada por dois terços da Câmara Legislativa;

• promulgada pela casa legislativa do DF.

2.1. Preâmbulo

A Lei Orgânica do Distrito Federal possui, antes de iniciar o Título I, o pre-


âmbulo.
Rapidamente, quero apenas dizer que o preâmbulo não possui força
normativa e não cria direitos ou obrigações. Dele, devemos extrair duas
informações importantes:

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3. Autonomia

O DF possui AUTONOMIA P A F.


P OLÍTICA
A DMINISTRATIVA
F INANCEIRA

4. Valores Fundamentais

Os valores fundamentais do Distrito Federal configuram os pilares de


sua sustentação, os alicerces que sustentam a autonomia distrital. Esses
valores fundamentais do DF guardam um paralelo com os Fundamentos da
República Federativa do Brasil. Lembrando que guardar um paralelo não sig-
nifica ser exatamente igual, mas, sim, possuir semelhanças, conforme vere-
mos no quadro a seguir:

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CF/1988 LODF
Art. 1º A República Federativa do
Brasil, formada pela união indis-
Art. 2º O Distrito Federal integra a união indis-
solúvel dos Estados e Municípios e
solúvel da República Federativa do Brasil e tem
do Distrito Federal, constitui-se em
como valores fundamentais:
Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I – a preservação de sua autonomia como uni-
I – a soberania;
dade federativa;
II – a cidadania; II – a plena cidadania;
III – a dignidade da pessoa
III – a dignidade da pessoa humana;
humana;
IV – os valores sociais do traba- IV – os valores sociais do trabalho e da livre
lho e da livre iniciativa; iniciativa;
V – o pluralismo político. V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou
prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia,
Parágrafo único. Todo o poder emana raça, cor, sexo, características genéticas, estado
do povo, que o exerce por meio de civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções
representantes eleitos ou direta- políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiên-
mente, nos termos desta Constituição cia física, imunológica, sensorial ou mental, por ter
cumprido pena, nem por qualquer particularidade
ou condição, observada a Constituição Federal.

Uma das características da Federação é a indissolubilidade do vínculo exis-


tente entre os seus entes. Essa união indissolúvel não permite que nenhum
ente se retire da federação. Esse direito de secessão é vedado! Logo, se o
Distrito Federal tentar se retirar da Federação, deve ser decretada a interven-
ção federal, nos termos do art. 34 da CF/1988.
Visto isso, passaremos a estudar os valores fundamentais.
São valores fundamentais do DF a preservação de sua autonomia como
unidade federativa, a plena cidadania, a dignidade da pessoa humana, os va-
lores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.

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VALORES FUNDAMENTAIS

MNEMÔNICO PALAVRA VALOR FUNDAMENTAL

A PRESERVAÇÃO DE SUA AUTONOMIA COMO


AU AUTONOMIA
UNIDADE FEDERATIVA

CI CIDADANIA A PLENA CIDADANIA


DI DIGNIDADE A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA
VA VALORES
LIVRE INICIATIVA
PLU PLURALISMO PLURALISMO POLÍTICO

Tente memorizar o AU CI DI VA PLU. Os valores fundamentais são co-


brados com muita frequência em provas de concurso.

5. Objetivos Prioritários

Os objetivos prioritários são metas a serem alcançadas pelo DF. Tratam-


-se de matérias e assuntos que são primazias a serem implementadas no
decorrer do tempo.
Também conhecidos como normas pragmáticas, os objetivos prioritários
do DF são comumente cobrados em provas.
Os objetivos prioritários expressos na LODF iniciam com um verbo no infi-
nitivo, diferente do que ocorre com os valores fundamentais.
Vejamos quais são os objetivos prioritários do Distrito Federal:

I – garantir e promover os direitos humanos assegurados na Constituição


Federal e na Declaração Universal dos Direitos Humanos;

Os direitos humanos estão assegurados na CF/1988 e na DUDH. Não ape-


nas em um.

II – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe coube-
rem, relativos ao controle de legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público
e da eficácia dos serviços públicos;

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Os atos do Poder Público e a eficácia dos serviços públicos não são de con-
trole exclusivo do Ministério Público, cabendo, inclusive, a qualquer cidadão
exercer essa iniciativa.

III – preservar os interesses gerais e coletivos;

Os interesses não são do particular. Lembre-se do princípio da supremacia


do interesse público sobre o particular.

IV – promover o bem de todos;

Deve-se buscar o bem da coletividade, e não apenas de um único indiví-


duo ou grupo.

V – proporcionar aos seus habitantes, condições de vida compatíveis com a


dignidade humana, a justiça social e o bem comum;

VI – dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade nas áreas de


educação, saúde, trabalho, transporte, segurança pública, moradia, saneamento
básico, lazer e assistência social;

Essas áreas de atendimento prioritário costumam ser cobradas em pro-


vas. A grande dificuldade do aluno é decorá-las. Infelizmente, não há outra
forma, pois as bancas normalmente exigem o conhecimento da literalidade
do dispositivo legal.
Mas existe uma forma de facilitar o seu aprendizado!

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Vou mostrar para você um processo mnemônico para ajudar a memorizar


quais são as áreas de atendimento prioritário do DF.
Lembra-se daquela antiga mensagem de texto, o SMS?
Bom, com o advento de novas tecnologias, esse tipo de mensagem ficou
para trás e hoje quase todas as pessoas optam por utilizar o WhatsApp.
Hum... Então o WhatsApp trolou (sacaneou) o SMS?
Sim! O SMS ESTÁ TroLado!
Cada letra do mnemônico corresponde a uma área de atendimento priori-
tário. Veja:

Saúde
Moradia
Segurança Púbica

Educação
Saneamento básico
Transporte
Assistência social

Trabalho
Lazer

Agora você deve estar se perguntando:

Professor, e a alimentação?

Meu(minha) prezado(a), a alimentação não está entre as prioridades.

Então quer dizer que lazer é prioridade, mas a alimentação não?

Bom, de acordo com a Lei Orgânica, é isso mesmo!

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VII – garantir a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovam insuficiência de recursos;

Deve ser garantida pelo DF a prestação de:

VIII – preservar sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento


à preservação de sua memória, tradição e peculiaridades;

A identidade aqui mencionada é a do DF, não a sua ou a minha! Rs

IX – valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a contribuir para a cul-


tura brasileira;

É necessário que haja contribuição para a cultura brasileira. E isso já foi


cobrado!

X – assegurar, por parte do Poder Público, a proteção individualizada à vida


e à integridade física e psicológica das vítimas e testemunhas de infrações penais
e de seus familiares;
XI – zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado sob a inscrição n.
532 do Livro do Tombo Histórico, respeitadas as definições e critérios constantes
do Decreto n. 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Portaria n. 314, de 8 de
outubro de 1992, do então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, hoje
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN;
XII – promover, proteger e defender os direitos da criança, do adolescente
e do jovem.

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Agora se liga nessa novidade!


A Lei Orgânica do DF passou por uma alteração recente. Eu estou falando
da Emenda à Lei Orgânica de n. 103, que acrescentou um novo objetivo prio-
ritário ao DF relacionado à valorização da vida.

Novidade!

A ELO n. 103 introduziu um novo objetivo prio-


ritário na LODF: XIII – valorizar a vida e adotar
políticas públicas de saúde, de assistência e de
educação preventivas do suicídio.

6. Direito de Petição ou Representação

A Lei Orgânica do Distrito Federal assegura, em seu artigo 4º, o direito de


petição ou representação, independente de pagamento de taxas ou emolu-
mentos, ou de garantia de instância.

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7. Soberania Popular

A titularidade do poder pertence ao povo, que o exerce direta ou indireta-


mente. O parágrafo único do art. 1º confirma uma característica primordial do
estado democrático: o poder emana do povo. Esse Poder será exercido por
meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos da CF e da LODF.

O voto é o ato por meio do qual se exerce o sufrágio, ou seja, o direito de


votar e ser votado.

O voto é a forma pela qual o sufrágio é exercido.

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Cabe mencionar que o escrutínio é o processo utilizado para a tomada de


votos. É o método de votação. Adotamos o escrutínio secreto.

O voto é direto e secreto.

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FORMAS DE EXERCÍCIO DO PODER POPULAR


DIRETA INDIRETA
Plebiscito  consulta popular sobre tema Por meio de seus representantes eleitos:
que será objeto de ato legislativo ou ad-
ministrativo. Governador  Chefe do Poder Executivo; e

Deputados  membros do Poder Legislativo.

Referendo  consulta popular sobre ato


legislativo ou administrativo já editado
com o objetivo de ratificá-lo ou rejeitá-lo.

Iniciativa popular  apresentação de pro-


jeto de lei, proposto pela população, que
deverá ser apreciado pelo Legislativo.

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8. Brasília

Agora estudaremos o Título II da LODF, que traz assuntos muito importan-


tes e bastante cobrados em provas. Portanto, mantenha seu foco e atenção.
Vamos seguir firme nos estudos, falando agora da nossa querida Brasília!
Brasília não deve ser confundida com o Distrito Federal!

Mas e Brasília, onde ela está?


Brasília está localizada dentro do território do Distrito Federal.

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9. Símbolos Do Distrito Federal

A LODF estabeleceu como símbolos do DF a bandeira, o hino e o brasão.

Bandeira do Distrito Federal

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Hino do Distrito Federal

Todo o Brasil vibrou!


E nova luz brilhou!
Quando Brasília fez maior a sua glória
Com esperança e fé
Era o gigante em pé
Vendo raiar outra alvorada em sua história

Com Brasília no coração


Epopeia a surgir do chão
O candango sorri feliz
Símbolo da força de um país!

Todo o Brasil vibrou!


E nova luz brilhou!
Quando Brasília fez maior a sua glória
Com esperança e fé
Era o gigante em pé
Vendo raiar outra alvorada em sua história

Capital de um Brasil audaz
Bom na luta, melhor na paz
Salve o povo que assim te quis
Símbolo da força de um país!

Todo o Brasil vibrou!


E nova luz brilhou!
Quando Brasília fez maior a sua glória
Com esperança e fé
Era o gigante em pé
Vendo raiar outra alvorada em sua história.

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Brasão do Distrito Federal

Tome cuidado para não confundir os símbolos do DF com os da República.

SÍMBOLOS
DISTRITO FEDERAL REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
BANDEIRA BANDEIRA
HINO HINO
BRASÃO ARMAS
– SELO

10. Território do DF

O território do Distrito Federal possui um tamanho de 5.802 Km² e fica lo-


calizado no centro do território nacional. É o espaço físico-geográfico que
se encontra sob o seu domínio e jurisdição.

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Mapa do Distrito Federal

11. Organização Administrativa

O Distrito Federal está organizado (dividido) em Regiões Administrativas.

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A organização do DF em Regiões Administrativas visa à descentralização


administrativa, à utilização racional de recursos para o desenvolvimento so-
cioeconômico e à melhoria da qualidade de vida.
Esses são os objetivos a serem alcançados com a organização do Distrito
Federal em Regiões Administrativas.

O ADMINISTRADOR REGIONAL...
Pode receber igual ao Governador? NÃO
Deve receber igual ao Governador? NÃO
Pode receber mais que um Secretário de Estado? NÃO
Deve receber mais que um Secretário de Estado? NÃO
Pode receber igual a um Secretário de Estado? SIM
Deve receber igual a um Secretário de Estado? NÃO
Pode receber menos que um Secretário de Estado? SIM
Deve receber menos que um Secretário de Estado? NÃO

Cada Região Administrativa deve ter, no mínimo, um Conselho Tutelar


como órgão da Administração Pública local, composto de cinco membros, es-
colhidos pela população local para um mandato de quatro anos.

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Resumindo:

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL
I – Administrada por um administrador regional;
II – Criada ou extinta por lei, aprovada pela maioria absoluta dos Deputados;
III – Possui conselho de Representantes Comunitários com funções consultivas e fiscali-
zadoras;
IV – Com a criação da RA, automaticamente fica criado o conselho tutelar.

ADMINISTRADOR REGIONAL
I – Administra a Região Administrativa;
II – Na sua escolha deve haver participação popular, mas a lei regulamentadora ainda
não existe;
III – Não pode ter remuneração superior à dos Secretários de Estado;
IV – Não pode ter praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade.

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Atente-se para estes 3 (três) tópicos a seguir que dizem respeito à com-
petência concorrente:

• o Distrito Federal, no exercício de sua competência suplementar, obser-

vará as normas gerais estabelecidas pela União;

• inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Distrito Federal exercerá

competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades;

• a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficá-

cia de lei local, no que lhe for contrário.

Agora se liga nesta superdica que eu vou te mostrar!


As bancas adoram afirmar que, nessa situação, a  lei federal revoga ou
anula a lei local. Está ERRADO! Veja:

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12. Administração Pública Distrital

O Capítulo V da LODF, mais precisamente no seu art. 19, inicia sua dispo-


sição a respeito do tema Administração Pública. O artigo supracitado é bas-
tante extenso, mas muito importante e interessante para os nossos estudos.

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12.1. Princípios

A Lei Orgânica do Distrito Federal elenca, em seu art. 19, um total de 10,


isso mesmo, dez princípios expressos a serem observados por toda a Ad-
ministração Pública Distrital.
São eles:

• Legalidade;

• Impessoalidade;

• Moralidade;

• Publicidade;

• Eficiência;

• Transparência;

• Razoabilidade;

• Interesse Público;

• Motivação; e

• Participação Popular.

Esses são PRINCÍPIOS EXPRESSOS!

Novidade!
Foi aprovada a emenda à Lei Orgânica de n.
106/2017.
Ela alterou o art. 19 da Lei Orgânica criando mais
um princípio expresso para a administração pú-
blica distrital, qual seja, a participação popular.

Para fins de estudo da nossa matéria, a cobrança, até então, está se ba-
seando no conhecimento sobre quais são os princípios expressos. Para
ajudar você a memorizar estes nove princípios expressos na Lei Orgânica do
DF, atente-se ao LIMPE TRIMP:

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L – EGALIDADE
I – MPESSOALIDADE
M ORALIDADE
P UBLICIDADE
E FICIÊNCIA

T RANSPARÊNCIA
R AZOABILIDADE
I – NTERESSE PÚBLICO
M OTIVAÇÃO
P ARTICIPAÇÃO POPULAR

No DF, a administração tributária é encarregada basicamente de 4 (qua-


tro) funções: lança, fiscaliza, arrecada tributos e julga processos fiscais.

12.2. Atos da Administração Pública do Distrito


Federal

• Abrange todos os Poderes do DF;

• Sujeitam-se aos princípios constitucionais;

• Em regra, são públicos;

• Lei pode impor sigilo;

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• É obrigada a fornecer cópia autenticada de seus atos a qualquer inte-

ressado;

• Deve emitir a primeira via da cédula de identidade pessoal gratuitamente;

• No processo administrativo, deve sempre observar os requisitos de

validade, o contraditório, a ampla defesa e o despacho ou decisão

motivados;

• Observar as regras pertinentes à publicidade dos atos;

• Assegurar a duração razoável do processo;

• Disciplinar e assegurar a participação do usuário na administração pú-

blica com vistas a reclamações relativas à prestação dos serviços pú-

blicos e à representação contra o exercício negligente ou abusivo de

cargo, emprego ou função pública;

• Atender prontamente às requisições judiciais.

A publicidade de que trata a LODF deve ocorrer de forma clara e compre-


ensível, de modo a garantir a todos os usuários a compreensão das informa-
ções ali prestadas.
O plano anual de publicidade estabelece que os Poderes do Distrito Federal
fiquem obrigados a publicar, oficialmente (Diário Oficial do Distrito Federal –
DODF), quadros demonstrativos de despesas com publicidade e propaganda.

PUBLICIDADE (PUBLICAÇÃO)
TRIMESTRALMENTE MENSALMENTE
DODF SÍTIOS OFICIAIS
PROPAGANDA E PUBLICIDADE TODAS AS DESPESAS

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Devem sempre informar o valor gasto, o beneficiário e a sua finalidade.

Os atos da administração não podem conter nomes, imagens, símbolos

ou expressões que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servi-

dores públicos. Tais atos devem, sobretudo, ter caráter educativo, informati-

vo e de orientação.

PUBLICIDADE (NORMAS ORIENTADORAS)


DEVE TER NÃO DEVE TER
CARÁTER EDUCATIVO NOMES
CARÁTER INFORMATIVO IMAGENS
CARÁTER ORIENTATIVO SÍMBOLOS
– EXPRESSÕES

Na prestação dos atos do serviço público, não pode o agente público se es-

quivar da estrita observância do previsto em lei. Agindo de forma diversa ao

previsto, ele estará sujeito às punições por ter cometido ato de improbidade

administrativa.

Para ajudar a memorizar as sanções, lembre-se: SU PE R I

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Su spensão dos direitos políticos


Pe rda da função pública
R essarcimento ao erário
I – ndisponibilidade dos bens

Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis aos brasilei-


ros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos es-
trangeiros, na forma da legislação.

ESPÉCIES DE VÍNCULO CARGO EMPREGO


É chamado de... Servidor Empregado
É regido pela... LC n. 840/2011 CLT
Seu regime é... Estatutário Celetista
Vínculo... Não contratual Contratual
Estágio Probatório Período De Experiência
Possui...
(3 Anos) (90 Dias)
Adquire estabilidade? Sim Não

A nomeação para cargo comissionado ou designação para função


comissionada é vedada para cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, compreendido na vedação
o ajuste mediante designações recíprocas. Essa vedação não se aplica aos
ocupantes de cargo efetivo da carreira em cuja estrutura esteja o cargo em
comissão ou a função gratificada ocupada.

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Bisavô – 3o grau

Tio-avô
Avô – 2o grau 3o grau

Pai – 1o grau Tio – 3o grau

Você Irmão – 2o grau Primo – 4o grau

Filho Sobrinho
1o grau 3o grau

Neto Sobrinho-neto
2o grau 4o grau

Os candidatos portadores de deficiência possuem prerrogativas sobre os


demais. A eles é garantida uma reserva no percentual de vagas. Cuidado para
não se confundir.

Obs.: a Lei Orgânica ainda utiliza a expressão “portador de deficiência”.

Contudo, o  Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência orienta,

por meio da Portaria n. 2.344/2010, que seja utilizada a expressão

“pessoa com deficiência”.

PERCENTUAL DE RESERVA DE VAGAS PARA DEFICIENTES


LODF NÃO ESTABELECE ART. 19, VII
Lei n. 840/2011 DE 20% ART. 12, CAPUT
Lei n. 8.112/1990 ATÉ 20% ART. 5º, § 2º

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12.3. Declaração Pública de Bens

A declaração de bens visa aferir, por meio de acompanhamento da evo-


lução patrimonial, se os bens adquiridos pelo agente público durante o pe-
ríodo em que este estiver atuando na administração pública são compatíveis
com a sua remuneração.
Em que pese haver uma decisão (3.965/2012) do Tribunal de Contas do
DF que recomendou a obrigatoriedade de a declaração ser feita anualmente,
esse não é o disposto na Lei Orgânica do DF.
De acordo com a LODF, a declaração deve ser feita, em regra, na PEA
(posse, exoneração ou aposentadoria).

REGRA PARA DECLARAÇÃO DE BENS


POSSE EXONERAÇÃO APOSENTADORIA

São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados


para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
A estabilidade é outro direito do servidor. A respeito da perda do cargo,
assim estabelece o art. 40, § 1º:

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12.4. Bens do Distrito Federal

De acordo com o art. 46, são bens do Distrito Federal:

BENS DO DISTRITO FEDERAL


I – os que atualmente lhe pertencem, que vier a adquirir ou lhe forem atribuídos;
II – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalva-
das, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
III – a rede viária do Distrito Federal, sua infraestrutura e bens acessórios.
ADQUIRE ESTABILIDADE? SIM NÃO

13. Poderes do DF

Vamos começar com uma informação que talvez possa causar estranheza:
o Distrito Federal não possui Poder Judiciário!

Isso mesmo! De acordo com o art. 53 da LODF, são Poderes do Distrito


Federal, independentes e harmônicos entre si, o Executivo e o Legislativo.

É vedada a delegação entre os poderes de suas responsabilidades, nem


mesmo será possível que um cidadão investido na função de um desses po-
deres exerça a de outro, salvo nos casos em que houver previsão legal.

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SÃO PODERES DO DISTRITO FEDERAL:


Executivo e Legislativo;
São independentes e harmônicos entre si;
É vedada a delegação de atribuições entre os poderes;
O cidadão, investido na função de um dos poderes, não poderá exercer a de outro,
salvo as exceções previstas na LODF.

13.1. Câmara Legislativa

Nosso foco agora será tratar do Poder Legislativo. Você se lembra quais
são as funções do Poder Legislativo?

O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa, composta de De-


putados Distritais, representantes do povo, eleitos e investidos na forma da
legislação federal.
Mas quantos deputados existem na Câmara Legislativa?

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) possui 24 (vinte e quatro)


deputados distritais. A composição de 24 Deputados Distritais está prevista
na Constituição Federal, art. 32, § 3º, que estabelece: “aplicar-se-á ao Distri-
to Federal a regra constante do art. 27 da Constituição Federal, que trata da
composição das Assembleias Legislativas nos Estados.”.
A regra é simples: número dos deputados que representam o DF na Câ-
mara dos Deputados, no Congresso Nacional, é multiplicado por 3 para obter
a quantidade de deputados distritais. Pronto! Já sabemos que a Câmara Fe-
deral possui, no mínimo, oito, e, no máximo, setenta deputados, dependendo
da população do estado e do DF. Como atualmente o DF tem oito deputados
federais na Câmara dos Deputados no Congresso Nacional, multiplicando por
três, totaliza vinte e quatro deputados distritais.
8 X 3 = 24, em que:
8 (DEPUTADOS FEDERAIS)
MULTIPLICADO POR 3
= 24 (DEPUTADOS DISTRITAIS)

A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem sede em Brasília, Capital da


República Federativa do Brasil.

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Contudo, existe possibilidade de a CLDF reunir-se temporariamente, em


qualquer local do Distrito Federal, desde que:

• haja deliberação da maioria absoluta de seus membros;

• sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública; ou

• em virtude de acontecimento que impossibilite seu funcionamento

na sede.

13.2. Deputado Distrital

Agora vamos estudar um pouco sobre os nossos representantes eleitos


para compor o Poder Legislativo Distrital.
Eles são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opi-
niões, palavras e votos.

“Professor, o que seria essa tal inviolabilidade?”

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Uma questão abordando esse assunto (inviolabilidade) poderia ter três


respostas possíveis. Para saber qual delas a banca está exigindo, você deve
ficar atento(a) ao comando, ao enunciado da questão.
Se o examinador não te conduz para o fato de o parlamentar estar dentro
ou fora do recinto parlamentar, se ele está ou não no exercício de suas atri-
buições, pense na regra! Não queira demonstrar para o examinador que você
sabe muito. Já vi alguns alunos errando questões por esse motivo. Se ele te
pergunta se o deputado é inviolável por quaisquer de suas opiniões, palavras
e votos, e somente isso, marque a questão como certa. Quando ele quiser
avançar no grau de dificuldade e te exigir conhecimentos doutrinários e juris-
prudenciais, ele irá te conduzir a isso.

INVIOLABILIDADE MATERIAL DO PARLAMENTAR


É cobrado o texto da LODF. Não se assuste, a lei estabelece
1ª POSSIBILIDADE
“quaisquer opiniões, palavras e votos”. Para questões de Lei
LITERALIDADE DA LEI
Orgânica, é a que eu acho mais provável de ser cobrada.
2ª POSSIBILIDADE As opiniões, palavras e votos só estão protegidas pela imu-
DOUTRINA nidade se elas forem proferidas em razão do mandato.
Dentro do recinto parlamentar, a relação com o mandato é
presumida, logo a imunidade é absoluta, ressalvada a que-
3ª POSSIBILIDADE
bra de decoro parlamentar.
JURISPRUDÊNCIA
Fora do recinto parlamentar, só haverá a imunidade se hou-
ver relação com o mandato parlamentar.

Segundo o art. 62, os Deputados Distritais não poderão:

É VEDADO AOS DEPUTADOS DISTRITAIS


DESDE A DIPLOMAÇÃO DESDE A POSSE
a) firmar ou manter contrato com pes- a) ser proprietários, controladores ou di-
soa jurídica de direito público, autarquia, retores de empresa que goze de favor de-
empresa pública, sociedade de economia corrente de contrato com pessoa jurídica
mista ou empresa concessionária de ser- de direito público, ou nela exercer função
viço público, salvo quando o contrato obe- remunerada;
decer a cláusulas uniformes;

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b) aceitar ou exercer cargo, função ou em- b) ocupar cargo ou função de que sejam
prego remunerado, inclusive os de que se- demissíveis ad nutum, nas entidades refe-
jam demissíveis ad nutum nas entidades ridas no item “a”.
constantes do item “a”. c) patrocinar causa em que seja interes-
sada qualquer das entidades citadas no
item “a”.
d) ser titulares de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.

É preciso saber o que seria legislatura, sessão legislativa e período le-


gislativo.

LEGISLATURA SESSÃO LEGISLATIVA PERÍODO LEGISLATIVO


É o período de quatro anos, É o período de atividade É o tempo de atividades
cuja duração coincide com a normal do do Poder Legislativo den-
dos mandatos dos deputados. Poder Legislativo a cada tro de um semestre. Cada
ano. Quatro sessões le- dois períodos legislativos,
gislativas correspondem a a contar do início do ano,
uma legislatura. compreendem uma sessão
legislativa.

A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de


lei de diretrizes orçamentárias, nem encerrada sem a aprovação do projeto
de lei do orçamento.

13.3. Processo Legislativo

O processo é um meio, um caminho formado por atos processuais que


obedecem a uma regra. Já o  procedimento é o modo como se executam
esses atos processuais.

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O processo legislativo pode ser conceituado sob dois aspectos: o real e o


específico. De forma ampla, o processo compreende as atividades e procedi-
mentos utilizados na atividade legislativa.
Em sentido estrito, o processo legislativo é o conjunto de atos sucessivos
realizados para a produção de lei, conforme regras próprias, ou seja, um con-
junto de atos preordenados com o propósito de confecção de algumas espé-
cies normativas que veremos mais adiante.
O art. 2º da Lei Complementar n. 13/1996 definiu o processo legislativo
como um conjunto de atos preordenados visando à formação das leis
por meio da colaboração entre os Poderes do Distrito Federal.
Já o procedimento é o modo/forma de realização dos atos do processo.
Veja a definição do que seria procedimento legislativo à luz da LC n. 13/1996.
O procedimento é disciplinado no Regimento Interno da CLDF.

É o regimento interno que disciplina o procedimento legislativo.

Se estamos falando de formação das leis, você pode estar se perguntando:

Professor, quais são essas leis?

A Lei Orgânica do Distrito Federal estabeleceu expressamente que o pro-


cesso legislativo compreende a elaboração de: emendas à própria Lei Orgâ-
nica, leis complementares, leis ordinárias, decretos legislativos e resoluções.

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Mas que lei complementar é essa de que a LODF está falando?

É a LC n. 13/1996 que regulamenta o art. 69 da Lei Orgânica do Distrito


Federal!

A LC n. 13/1996 regulamenta o art. 69 da Lei orgânica do DF.

É essa lei que determina a estrutura das leis distritais, ou seja, ela
orienta a maneira como se deve elaborar, redigir, alterar e consolidar uma lei
do Distrito Federal.
A Lei Complementar n. 13, de 3 de setembro de 1996, dispõe sobre a ela-
boração, redação, alteração e consolidação das leis do Distrito Federal.

LC n. 13/1996 dispõe sobre
ELABORAÇÃO REDAÇÃO ALTERAÇÃO CONSOLIDAÇÃO
DAS LEIS DO DISTRITO FEDERAL

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As deliberações da Câmara Legislativa e de suas comissões serão toma-

das por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus mem-

bros, em votação ostensiva, salvo disposição em contrário da Consti-

tuição Federal e desta Lei Orgânica.

Em regra:

14. Tribunal de Contas do Distrito Federal

Acerca do TCDF, cabe-nos também mencionar alguns pontos sobre a sua

composição, pois se trata de um item muito cobrado em provas.

Dois aspectos bastante cobrados sobre o TCDF dizem respeito à sua compo-

sição e competência.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem sede em Brasília, assim como

a CLDF e o GDF.

Ele é integrado por sete Conselheiros.

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REQUISITOS PARA SER CONSELHEIRO DO TCDF


I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de ad-
ministração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

A forma de escolha dos conselheiros costuma ser muito cobrada em pro-


vas de concurso.
Veja como ocorre a escolha:

ESCOLHA DOS CONSELHEIROS


3 (TRÊS), com a aprovação da Câmara Legislativa,
sendo um de livre escolha e dois alternadamente den-
PELO GOVERNADOR tre auditores e membros do Ministério Público junto ao
Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, se-
gundo os critérios de antiguidade e merecimento;
PELA CÂMARA (QUATRO).

Funcionará junto ao Tribunal de Contas o Ministério Público, regido pelos


princípios institucionais de unidade, indivisibilidade e independência funcio-
nal, com as atribuições de guarda da lei e fiscal de sua execução.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DO MP DE CONTAS


UNIDADE INDIVISIBILIDADE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

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15. Poder Executivo

O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal, au-


xiliado pelos Secretários de Estado do DF.

PODER EXECUTIVO
EXERCIDO AUXILIADO
GOVERNADOR SECRETÁRIOS DE ESTADO

O chefe do Poder Executivo é o Governador. Ele é eleito pelo sufrágio uni-


versal e por voto direto e secreto para um mandato de 4 (quatro) anos, sendo
permitida a reeleição uma única vez para o período subsequente.
Para se candidatar ao cargo de Governador e Vice-Governador, são con-
dições de elegibilidade:

• nacionalidade brasileira;

• pleno exercício dos direitos políticos;

• domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Federal pelo prazo fixado

em lei;

• filiação partidária;

• idade mínima de trinta anos;

• alistamento eleitoral.

Será considerado eleito Governador do Dis-


trito Federal o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de
votos, não computados os em branco e os nulos.
Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou de va-
cância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício
da chefia do Poder Executivo o Presidente da Câmara Legislativa e o Presiden-
te do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

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O Governador e o Vice-Governador:
Deverão residir no Distrito Federal.

Não poderão, sem licença da Câmara Legislativa, ausentar-se

do Distrito Federal por período superior a quinze dias, sob pena

de perda do cargo. Detalhe: essa licença deve ser justificada.

Crimes de Responsabilidade Cometidos pelo Governador.


Crimes que Atentem Contra:
A Constituição Federal;
A Lei Orgânica do DF;
A existência da União e do Distrito Federal;
O livre exercício do Poder Executivo e do Poder Legislativo ou de outras autoridades
constituídas;
O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
A segurança interna do País e do Distrito Federal;
A probidade na administração;
A lei orçamentária;
O cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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15.1. Dos Secretários de Estado do DF

Os Secretários de Estado fazem parte do alto escalão do Governo e serão


escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos di-
reitos políticos, sendo vedada a escolha de “ficha suja” para ocupar tal cargo.

COMPETÊNCIAS DOS SECRETÁRIOS DE ESTADO


I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da adminis-
tração do Distrito Federal, na área de sua competência;
II – referendar os decretos e os atos assinados pelo Governador, referentes à área de
sua competência;
III – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
IV – apresentar ao Governador relatório anual de sua gestão;
V – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas
pelo Governador do Distrito Federal;
VI  – comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comissões, nos casos e para os fins
indicados nesta Lei Orgânica;
VII – delegar a seus subordinados, por ato expresso, atribuições previstas na legislação.

15.2. Do Conselho de Governo

Para finalizar o conteúdo programado para a nossa aula de hoje, só nos


resta tratar do Conselho de Governo, um órgão superior de consulta do Go-
vernador do Distrito Federal.
Mas quem faz parte do Conselho de Governo?
Ele é composto por 10 (dez) pessoas. Vamos ver quem são:

MEMBROS DO CONSELHO DE GOVERNO


Governador (que irá presidir o Conselho);
Vice- Governador;
Presidente da Câmara Legislativa;
Os líderes da maioria e da minoria na Câmara Legislativa;
O Procurador-Geral do Distrito Federal;
4 (quatro) cidadãos.

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Esses quatro cidadãos que compõem o Conselho de Governo devem ser


escolhidos entre:

• brasileiros natos;

• residentes no Distrito Federal há pelo menos dez anos;

• maiores de trinta anos de idade.

Eles serão nomeados para um mandato de dois anos, vedada a recon-


dução, sendo dois nomeados pelo Governador e dois indicados pela Câ-
mara Legislativa.
À Defensoria Pública do Distrito Federal é assegurada autonomia fun-
cional e administrativa, cabendo-lhe elaborar, nos termos da Lei de Di-
retrizes Orçamentárias, sua proposta orçamentária e encaminhá-la ao
Poder Executivo para consolidação da proposta de Lei de Orçamento Anual
e submissão ao Poder Legislativo.
Esquematizando, temos:

São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisi-


bilidade e a independência funcional.

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SEGURANÇA PÚBLICA
PRINCÍPIOS OBJETIVOS
Respeito aos direitos humanos e promoção
A prevenção das infrações penais, por
dos direitos e das garantias fundamentais in-
meio de procedimentos investigatórios e
dividuais e coletivas, especialmente dos seg-
de policiamento ostensivo;
mentos sociais de maior vulnerabilidade;
Preservação da ordem pública, assim enten-
A apuração das infrações penais, por meio
didas as ordens urbanística, fundiária, eco-
de procedimentos investigatórios de polí-
nômica, tributária, das relações de consumo,
cia judiciária;
ambiental e da saúde pública;
Gestão integrada de seus órgãos e deles com
O exercício da atividade de defesa civil,
as esferas educacional, da saúde pública e
prevenção e combate a incêndios, alaga-
da assistência social, com a finalidade de
mentos, enchentes e outros desastres;
prestar serviço concentrado na prevenção;
Ênfase no policiamento comunitário;
A guarda dos prédios públicos do Distrito
Preservação da incolumidade das pessoas e
Federal.
do patrimônio público e privado.

16. Do Sistema Tributário do Distrito Federal

Compete ao Distrito Federal instituir os seguintes tributos: impostos, ta-


xas, contribuição de melhoria, contribuição previdenciária.

GÊNERO  TRIBUTO
IMPOSTO
TAXA
ESPÉCIES 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Em relação ao sistema tributário do DF, é importante ter em mente:

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16.1. Das Limitações do Poder de Tributar

O art. 128 da LODF elenca diversos princípios que regem a atividade de


tributação, bem como limitações ao poder de tributar. Nesse sentido, pode-
mos também considerar que esses princípios e limites ao poder de tributar
são direitos e garantias ao contribuinte, uma vez que foram criados para
evitar que o legislador, de forma arbitrária, majorasse ou instituísse novos
tributos surpreendendo o contribuinte.

IMPOSTOS INSTITUÍDOS PELO DF


ITCMD
ICMS
IPVA
IPTU
ITBI

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É, meu(minha) amigo(a), pagamos muito imposto!

17. Das Finanças Públicas

A receita pública, nos termos do art. 143 da LODF, será constituída por tri-
butos, contribuições financeiras e preços públicos, multas, rendas provenien-
tes de concessão, permissão, cessão, arrendamento, locação e autorização
de uso, produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações e direitos, na
forma da lei, doações e legados com ou sem encargos e outras que estejam
definidas em lei.

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Você que já pagou algum desses impostos deve ter percebido que os va-
lores são recolhidos junto ao Banco Regional de Brasília (BRB).
O PPA, a LDO e a LOA são elaboradas pelo Poder Executivo (Governador)
e encaminhadas para o Poder Legislativo (CLDF) conforme o prazo previsto
em lei.

LEI GOVERNADOR CLDF


Encaminha em até 3 meses e meio antes do Devolve até o encerramen-
PPA
encerramento do exercício financeiro. to da 1ª sessão.
Encaminha em até 7 meses e meio antes do Devolve até o encerramen-
LDO
encerramento do exercício financeiro. to do 1º período.
Devolve até o encerramen-
LOA Encaminha até 15 de setembro.
to do 2º período.

18. Da Ordem Social

A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o


bem-estar e a justiça sociais.

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Nesse contexto de ordem social, o DF, de forma integrada com a União


(competência comum), deverá garantir à sua população o acesso à educação,
saúde, segurança pública, alimentação, cultura, assistência social, meio am-
biente equilibrado, ao lazer e ao desporto.
Além do acesso aos direitos acima elencados, o Poder Público, de forma
integrada com a sociedade, também deverá promover um conjunto de ações
de forma a dar acesso à seguridade social, que compreende:

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O art. 203 da LODF prevê expressamente que a seguridade social compre-


ende o conjunto de ações de iniciativa do Poder Público e da sociedade, destina-
das a assegurar os direitos referentes à saúde, previdência e assistência social.

Hum... então a assistência social faz parte da seguridade social?

Isso mesmo!

Então, fique ligado(a) nessa dica que eu vou te dar!


Atente-se para a sigla PAS.

Previdência Social
Assistência Social
Saúde

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