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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Pós-graduação em Direito do Trabalho e Previdenciário

Resenha do artigo ou caso: “Justiça bloqueia bens do Banco Rural,


aquele do mensalão, no valor de R$ 100 milhões”

Laís Carolina de Oliveira Coutinho

Trabalho da disciplina: Processo de execução trabalhista


Tutor: Profª. Carla Veloso

Arcos
2019
RESENHA DO ARTIGO: “Justiça bloqueia bens do Banco Rural, aquele do
mensalão, no valor de R$ 100 milhões”.

O artigo retrata o caso do Banco Rural S/A, onde o Tribunal Superior do


Trabalho (TST) autorizou o bloqueio e execução de bens da instituição no valor
de mais de R$ 100 milhões para o pagamento de dívidas trabalhistas do
empresário Wagner Canhedo, ex-proprietário da extinta Vasp. Para o
Judiciário, o Rural auxiliou Canhedo em “cristalina fraude” para tentar ocultar
patrimônio e evitar a penhora de bens.
De acordo com o artigo, o caso teve início no ano de 2005, em uma
ação que tramitou na 14ª Vara da Justiça Trabalhista em São Paulo, na qual o
Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Sindicato dos Aeroviários no Estado
pediam a execução de bens de Canhedo para o pagamento de dívidas com os
funcionários da Vasp, cuja falência foi decretada em 2008, por causa de um
acordo “que foi integralmente descumprido” pelo empresário.
A juíza Soraya Galassi Lambert determinou então, entre outros, a
penhora de bens do Banco Rural no valor de R$ 43 milhões devido a duas
vendas de 71,6 mil cabeças de gado que Canhedo, por meio da Agropecuária
Vale do Araguaia, fez à Rural Agroinvest S/A em 2004, quando já não podia se
desfazer de seus bens devido a outra sentença judicial.
Num primeiro momento, após o recurso do banco, o presidente do TST,
ministro João Oreste Dalazen, concedeu liminar suspendendo a execução dos
bens. No entanto, a Subseção II da corte, especializada em dissídios
individuais, seguiu o entendimento do ministro Pedro Paulo Manus, cassou a
decisão e determinou novamente a penhora de bens, que, em valores
atualizados, ultrapassam R$ 100 milhões.
Em sua defesa, o presidente do Conselho de Administração do Rural,
Plauto Gouvêa, informou que quando o banco fez o “negócio regular” com a
Agropecuária Vale do Araguaia, a empresa de Canhedo não estava entre os
réus do processo contra o empresário.
Diante de tais fatos, a direção do Banco Rural à época do escândalo do
mensalão, incluindo a presidente Kátia Rabello, sentaram-se no banco dos
réus para serem julgados pelo envolvimento no caso, visto que os acusados,
com o objetivo de “aumentar os lucros do banco e obterem vantagens do
governo federal, especialmente com a redução ou ausência de fiscalização do
Banco Central”, usaram o banco para “praticar inúmeras fraudes
caracterizadoras de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira”.
Vemos, neste caso, a acertada decisão da Juíza da vara de origem, a
qual determinou a penhora de bens do Banco Rural provenientes da compra
das cabeças de gado por ter sido configurada a fraude da execução.
Tal situação acontece com grande frequência na Justiça do Trabalho,
onde os empregadores muitas vezes, na tentativa de evitar a penhora dos
bens, oneram seu patrimônio e o da empresa na tentativa de fraudar a
execução.
Nestes casos é possível que sejam penhorados os bens dos que
participaram da compra fraudulenta, por ser este um negócio jurídico
comprovadamente realizado de má-fé.

REFERÊNCIAS:

 https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/justica-bloqueia-bens-do-
banco-rural-aquele-do-mensalao-no-valor-de-r-100-milhoes/

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