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1 Descricao Do Projecto Criar Bosques - 2010 11 PDF
1 Descricao Do Projecto Criar Bosques - 2010 11 PDF
D. Elton Trueblood
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É hoje reconhecido o papel fundamental que
as florestas têm na conservação do solo, na
regulação do clima e do ciclo hidrológico,
enquanto suporte de biodiversidade,
sumidouro de CO2 e na produção de matérias‐
primas fundamentais à nossa vida quotidiana.
Em Portugal grande parte da floresta natural
desapareceu ou está muito alterada, sendo já
raras algumas das nossas árvores/arbustos
autóctones. Para tal tem contribuído a
adopção de modelos silvícolas baseados na
simplificação dos ecossistemas florestais,
reduzindo‐os a meros conjuntos de árvores
alinhadas da mesma espécie, grande parte das
vezes exóticas de rápido crescimento.
A Quercus propõe um conjunto de acções
que, para além da componente fundamental
de conservação da biodiversidade, incluem a
quantificação da capacidade de sequestro de
CO2 dos novos bosques e daqueles que já se
encontram em crescimento, constituindo mais
um contributo para reduzir o efeito de estufa e
as alterações climáticas que lhe estão • Disponibilizar plantas autóctones produzidas
associadas. em viveiro para utilização em projectos de
carácter conservacionista;
Objectivos • Desenvolver uma componente de educação
O projecto tem por objectivo global criar, ambiental, designadamente através da
conservar e cuidar de bosques com espécies criação de parques botânicos de espécies
autóctones, potenciando as diversas valências autóctones em espaços públicos e privados;
que estes encerram, através de acções de • Envolver entidades públicas e privadas no
manutenção e recuperação da floresta original. desenvolvimento do projecto através de
Como objectivos específicos destacam‐se: acções que evidenciem a sua cultura de
• Reproduzir árvores e arbustos autóctones, responsabilidade ambiental.
nomeadamente algumas espécies raras ou
ameaçadas de extinção;
• Restabelecer o coberto arbóreo e arbustivo
autóctone em áreas públicas e privadas,
através da plantação/sementeira e do
aproveitamento da regeneração natural;
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Componentes do projecto objectivos de gestão envolvem acções de
florestação com espécies autóctones. Admitem‐
1. Recolha de frutos/sementes de espécies
se terrenos públicos (e.g. em Áreas Protegidas
autóctones.
Matas Nacionais e espaços verdes urbanos),
2. Produção de plantas autóctones em
baldios (e.g. em Trás‐os‐Montes e Minho) e
viveiro utilizando as sementes recolhidas.
privados (e.g. em Montemor‐o‐Novo, Castelo
3. Criação de bosques constituídos por
Branco, Soure, Baião, Serra do Caramulo, Évora e
espécies arbóreas e arbustivas autóctones.
terrenos do CNE).
4. Aproveitamento da regeneração natural
das espécies pretendidas (e.g. transplantação
de plantas jovens a crescer debaixo da copa
Acções de recolha de sementes, plantação
das árvores adultas).
e intervenções culturais
5. Conservação de bosques autóctones de Serão organizados campos de plantação, de
reconhecido valor (carvalhais, zimbrais, pinhais, recolha de sementes e para cuidar dos bosques
freixiais, vidoais, azereirais, azevinhais, entre autóctones (e.g. aos fins‐de‐semana), nos quais
outros). poderão participar todos os cidadãos
6. Realização de intervenções culturais interessados. As inscrições de voluntários
(controlo da vegetação arbustiva de baixo valor, poderão ser feitas através da Internet
poda e desbaste) em bosques autóctones para (http://criarbosques.wordpress.com/participe/).
a promoção do desenvolvimento do coberto
arbóreo e prevenção contra incêndios
florestais.
7. Criação de parques botânicos de espécies
autóctones.
8. Disponibilização de plantas autóctones a
entidades públicas e privadas.
9. Divulgação e comunicação.
10. Monitorização e avaliação das acções
desenvolvidas.
Produção de árvores e arbustos
Será utilizado o viveiro florestal da Sra. da
Graça (CEASG), localizado no concelho do
Sabugal, que está sob gestão do Instituto da
Conservação da Natureza e da Biodiversidade
(ICNB), bem como viveiros florestais sob
administração da Autoridade Florestal Nacional.
Locais de plantação
Bosque na Serra de Monchique
Será dada prioridade a propriedades de
especial interesse conservacionista e onde os
objectivos de gestão envolvem acções de
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A plantação decorrerá entre Outubro e A mobilização do solo para plantação/
Março, a recolha de sementes durante quase sementeira será preferencialmente efectuada
todo o ano (com especial incidência no através da abertura de covas por métodos
Outono/Inverno) e as intervenções culturais no manuais (e.g. enxada e pá) e mecânicos (e.g.
Outono/Inverno. broca), evitando‐se as grandes intervenções
realizadas com recurso a maquinaria pesada.
Espécies a plantar/semear Sempre que for viável a distribuição das plantas
Seleccionaram‐se 61 espécies de árvores e no terreno será irregular, escolhendo‐se os
arbustos autóctones melhores locais para plantar/semear, de forma a
(http://criarbosques.wordpress.com/especies/) aumentar a sua sobrevivência e formar bosques
para reproduzir e plantar/semear, sendo parte que se assemelhem o mais possível aos obtidos
delas raras ou ameaçadas de extinção, com por regeneração natural.
vista à valorização das nossas espécies e à
conservação e recuperação da biodiversidade. Financiamento do programa
No entanto, pode não ser possível reproduzir Os meios financeiros destinados a implementar
todas as espécies seleccionadas nesta época o programa vêm do “Green Cork”, projecto de
devido à dificuldade em obter semente viável. reciclagem de rolhas de cortiça (em breve vai ser
alargado a outros materiais) promovido pela
Metas de execução do projecto Quercus, o qual pretende reconduzir as verbas
Entre Outubro de 2010 e Março de 2011 provenientes do reaproveitamento e reciclagem
plantar cerca 155.000 árvores/arbustos, cuidar de materiais, para acções de recuperação e
de 20 ha de carvalhais (Quercus spp.) e conservação da natureza. Será também
produzir 200.000 plantas para a época de proveniente de compromissos de médio/longo
plantação de 2011/2012. Todos os anos serão prazo para a redução e compensação da pegada
definidas metas de plantação, produção de ecológica assumidos por empresas públicas e
plantas e áreas a cuidar. privadas.
Garantias de manutenção Entidades participantes
Após os 5 anos do projecto, a Quercus e/ou Participam activamente nesta actividade o
os proprietários continuarão a cuidar destes ICNB ‐ Instituto da Conservação da Natureza e da
espaços. Biodiversidade, a AFN ‐ Autoridade Nacional
Florestal, a APA ‐ Agência Portuguesa do
Metodologias a adoptar na criação de Ambiente, o CNE ‐ Corpo Nacional de Escutas, a
bosques ATN – Associação Transumância e Natureza e a
O controlo da vegetação arbustiva será QUERCUS – Associação Nacional de Conservação
manual (e.g. enxada e serra) ou mecânico (e.g. da Natureza. Este projecto tem o apoio da
roçadora e corta‐matos), sendo realizada Comissão Nacional da Unesco. É um projecto
apenas nas situações em que a intervenção com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O
seja vantajosa para o desenvolvimento das Presidente da República.
jovens plantas.