Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Terapia Nutricional No Pacientes Pediatrico Com Desnutricao Energetico Proteica PDF
Terapia Nutricional No Pacientes Pediatrico Com Desnutricao Energetico Proteica PDF
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
OBJETIVO:
Apresentar diretrizes para o tratamento do paciente pediátrico portador de desnutrição
energético-proteica grave que necessita de terapia nutricional, com base na evidência
científica disponível. O tratamento do paciente deve ser individualizado de acordo
com suas condições clínicas e com a realidade e experiência de cada profissional.
CONFLITO DE INTERESSE:
Nenhum conflito de interesse declarado.
Introdução
natremia não deve ser corrigida tendo em vista deterioração nível consciência repetir
que o sódio corporal total está normal ou mesmo Dextrostix;
aumentado (edema celular) e o restabelecimento • Hipotermia (temperatura axilar < 35ºC
da bomba, a partir da melhora do estresse in- ou retal < 35,5ºC): geralmente acompa-
feccioso e do fornecimento de energia, levará ao nha a hipoglicemia e pode associar-se a
restabelecimento da natremia. A correção só deve quadros infecciosos:
ser considerada quando os níveis séricos de sódio - Aquecimento: técnica canguru (con-
atingirem valores inferiores a 120 mg/dL12(D). tato da mãe com a criança), agasalhar,
usar cobertores, acomodar a criança
Na fase de estabilização, são itens impor- em local com temperatura adequada,
tantes a serem diagnosticados e tratados em trocar roupas e lençóis molhados, evi-
crianças com desnutrição moderada/grave, antes tar banhos prolongados e exposição ao
ou durante a terapia nutricional: frio, se possível utilizar berços aqueci-
dos. Não utilizar bolsa de água quente
• Hipoglicemia (glicemia < 54 mg/dL): ou soro aquecido sobre a pele, devido
ao risco elevado de queimaduras.
tratar imediatamente e verificar a tempe-
- Cor reção dos distúrbios hidroe-
ratura corporal:
letrolíticos: os mais comuns são
- Preferir correção por via oral (se
hipopotassemia, hipomagnesemia e
criança consciente e com capacidade
hipofosfatemia, que devem ser corri-
de deglutir) com glicose ou sacarose a
gidos e repostos por 7 a 10 dias após
10% 50 mL ou com a dieta habitual
a normalização dos níveis séricos, por
da criança. Oferecer a dieta a cada 2
serem predominantemente intracelu-
horas (incluindo o período noturno lares (os sistemas de transporte ativo,
pela ausência de depósito hepático de por indisponibilidade de energia para
glicogênio) para prevenção de novos esta função, não funcionam adequa-
episódios de hipoglicemia; damente em crianças gravemente
- Se criança estiver inconsciente, letár- desnutridas). A hiponatremia pode
gica ou convulsão: realizar a correção ocorrer em decorrência da falência da
intravenosa com 5 mL/kg (500 mg/kg) bomba de sódio e potássio, cursando
de solução de glicose a 10%. Manter com sódio corporal total normal ou
com alimentação regular a cada 2 mesmo aumentado. A correção só deve
horas após a infusão de glicose; ocorrer, de forma criteriosa e lenta, se
- Monitorização: Glicose sanguínea: se os níveis séricos forem inferiores a 120
baixa, repetir Dextrostix após 2 ho- mg/dL. Para correção da hipopotasse-
ras. As crianças tratadas estabilizam mia, se distensão abdominal ou altera-
após 30 minutos. Se glicose < 54 ções eletrocardiográficas, utilizar 5 a 7
mg/dl, fornecer 50 ml em bolus de mEq K /kg/dia sob a forma de cloreto
solução de glicose a 10% e continuar de potássio (1 mL = 2,5 mEq de K);
alimentação a cada 30 minutos até: velocidade máxima de infusão = 0,3 a
se temperatura retal < 35,5 oC e/ou 0,5 mEq/kg/hora. Na hipofosfatemia
recuperação nutricional?
O monitoramento dos parâmetros antropo-
Os parâmetros clínicos (controle da febre, métricos (peso e estatura) é procedimento essen-
recuperação do apetite, etc) constituem a forma cial para o diagnóstico nutricional e para o plane-
mais frequentemente utilizada na prática clí- jamento e monitoramento da terapia nutricional
nica. A avaliação de proteínas séricas pode ser instituída. Gráficos para acompanhamento da
empregada; neste caso vale considerar a análise evolução ponderal diária devem ser implantados
sequencial e combinada de proteínas de fase nas unidades hospitalares que prestam assistência
aguda (proteína C reativa) e proteínas viscerais a crianças gravemente desnutridas23(C).
2. Sarni RO, Carvalho MF, Monte CM, Albu- 10. Sarni RO, Souza FI, Catherino P, Kochi
querque ZP, Souza FI. Anthropometric evalu- C, Oliveira FL, Nóbrega FJ. Nutritional
ation, risk factors for malnutrition, and nutri- support for malnourished hospitalized
tional therapy for children in teaching hospitals children: experience of a referral center,
in Brazil. J Pediatr (Rio J) 2009;85:223-8. Sao Paulo, Brazil. Rev Assoc Med Bras
2005;51:106-12.
3. Schofield C, Ashworth A. Por que siguen
siendo tan altas las tasas de mortalidad 11. Bachou H, Tumwine JK, Mwadime RK,
por malnutriciòn grave? Rev Panam Salud Tylleskär T. Risk factors in hospital
Publica 1997;1:295-9. deaths in severely malnourished children
in Kampala, Uganda. BMC Pediatr
4. World Health Organization. Management 2006;6:7.
of severe malnutrition: a manual for physi-
cians and other senior health works. Geneva: 12. Golden MH. Oedematous malnutrition.
World Health Organization; 1999. p.62. Br Med Bull 1998;54:433-44.
5. Ahmed T, Ali M, Ullah MM, Choudhury 13. Arora NK, Anand NK, Bhan MK, Jai-
IA, Haque ME, Salam MA, et al. Mortality khani B, Aggarwal A, Meenu R, et al.
in severely malnourished children with diar- Nutrient absorption from a fat-enriched
rhoea and use of a standardised management diet in young malnourished children: a
protocol. Lancet 1999;353:1919-22. randomized controlled trial. Acta Paediatr
1998;87:143-8.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Manual de
atendimento da criança com desnutrição 14. Manary MJ, Brewster DR. Potassium
grave em nível hospitalar. Brasília: Minis- supplementation in kwashiorkor. J Pediatr
tério da Saúde; 2005. Gastroenterol Nutr 1997;24:194-201.
7. World Health Organization. Guidelines 15. Worley G, Claerhout SJ, Combs SP.
for the inpatient treatment of severely mal- Hypophosphatemia in malnourished
nourished children. Geneva: World Health children during refeeding. Clin Pediatr
Organization; 2003. 1998;37:347-52.
16. Nichols BL, Dudley MA, Nichols VN, Put- ished children with WHO protocol: experi-
man M, Avery SE, Fraley JK, et al. Effects ence of a referral center in Sao Paulo, Brazil.
of malnutrition on expression and activity Arch Latinoam Nutr 2005;55:336-44.
of lactase in children. Gastroenterology
1997;112:742-51. 23. Monte CM, Ashworth A, Sá ML, Diniz
RL. Effectiveness of nutrition centers in
17. Golden MH. Issues in kwashiorkor. Lancet Ceara state, northeastern Brazil. Rev Pa-
1994;343:292. nam Salud Publica 1998;4:375-82.
18. Falbo AR, Alves JG, Batista Filho M, 24. Walker SP, Grantham McGregor SM, Powell
Cabral-Filho JE. Implementation of CA, Chang SM. Effects of growth restriction
World Health Organization guidelines for in early childhood on growth, IQ, and cog-
management of severe malnutrition in a nition at age 11 to 12 years and benefits of
hospital in Northeast Brazil. Cad Saude nutritional supplementation and psychosocial
Publica 2006;22:561-70. stimulation. J Pediatr 2000;137:36-41.
19. Doniger SJ, Sharieff GQ. Pediatric resusci- 25. Lima AA, Brito LF, Ribeiro HB, Martins
tation update. Emerg Med Clin North Am MC, Lustosa AP, Rocha EM, et al. Inst-
2007;25:947-60. estinal barrier function and weight gain in
malnourished children taking glutamine
20. Dutta P, Mitra U, Manna B, Niyogi SK, supplemented enteral formula. J Pediatr
Roy K, Mondal C, et al. Double blind, Gastroenterol Nutr 2005;40:28-35.
randomised controlled clinical trial of
hypo-osmolar oral rehydration salt solution 26. Murphy JL, Badaloo AV, Chambers B,
in dehydrating acute diarrhoea in severely Forrester TE, Wootton SA, Jackson AA.
malnourished (marasmic) children. Arch Maldigestion and malabsorption of dietary
Dis Child 2001;84:237-40. lipid during severe childhood malnutrition.
Arch Dis Child 2002;87:522-5.
21. Nahar B, Hamadani JD, Ahmed T, Tofail
F, Rahman A, Huda SN, et al. Effects of 27. Smit EN, Dijkstra JM, Schnater TA, Seerat
psychosocial stimulation on growth and E, Muskiet FA, Boersma ER. Effects of mal-
development of severely malnourished nutrition on the erythrocyte fatty acid compo-
children in a nutrition unit in Bangladesh. sition and plasma vitamin E levels of Pakistani
Eur J Clin Nutr 2009;63:725-31. children. Acta Paediatr 1997;86:690-5.
22. Saccardo Sarni RO, Suano de Souza FI, 28. Liu J, Raine A. The effect of chidhood
Catherino P, Kochi C, Ceragioli Oliveira FL, malnutrition on externalizing behavior.
Nóbrega FJ. Treatment of severe malnour- Curr Opin Pediatr 2006;18:565-70.