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Coesão Textual

O trabalho da autora dimensiona que texto é muito mais que uma


simples soma das frases (e palavras) que o compõem. Ao citar Beaugrande &
Dressler (1981), a pesquisadora apresenta sete fatores de textualidade:
coesão, coerência, informatividade, situacionalidade, intertextualidade,
intencionalidade e aceitabilidade. E destaca que a obra será dedicada ao
estudo de um desses fatores: a coesão textual.

Na obra a pesquisadora cita Halliday & Hasan (1976), ao comentar o


conceito de coesão textual como semântico. A pesquisadora afirma que a
coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento do discurso é
dependente da de outro. Ou seja, um pressupõe o outro no sentido de que não
pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso ao outro. Considera
também a coesão como parte do sistema de uma língua. Embora se trate de
uma relação semântica, ela é realizada, como ocorre com todos os
componentes do sistema semântico, através do sistema léxico-gramatical. Há
portanto, formas de coesão realizadas através da gramática e outras, através
do léxico.
Como principais fatores de coesão, a autora cita o referencial de Halliday
& Hasan, ao argumentar a coesão por referência, substituição, elipse,
conjunção e coesão lexical. Apresenta também que a coesão concerne ao
modo como os componentes da superfície textual, isto é, as palavras e frases
que compõem um texto, encontram-se conectadas entre si numa sequência
linear, por meio de dependências de ordem gramatical.
P.12-“Beaugrande e Dressler – ...dando realce, no estudo da coerência e do p
rocessamento do texto, não só ao conhecimento declarativo, mas também ao
conhecimento construído através da vivencia, condicionado sócio
culturalmente, que é armazenado na memoria sob a forma de modelos
cognitivos globais”
P.8 e 9-“Givón e outros estudiosos filiados a linha americana da Análise do
Discurso- preocupados de um lado, com as formas de construção linguística do
texto enquanto sequencia de frases, de outro lado com o processamento
cognitivo do texto e, consequentemente, com o estudo dos mecanismos e
modelos cognitivos envolvidos nesse processamento”.

P.9-“Van Dijk-...estudo das macroestruturas textuais e, em virtude disto,


à produção de resumos; e ao das superestruturas ou esquemas textuais e,
portanto, a questão da tipologia do texto”.

P.9 e 10-“Petröfi-...visando ao relacionamento entre a estrutura de um texto e a


interpretação extradimensional do mundo que é textualizado em um texto,
implicando, assim, elementos con-textuais e co-textuais”.

P.10-“Schimidt-Segundo ele, textualidade é o modo de toda e qualquer


comunicação transmitida por sinais inclusive linguísticos”.

P.18-“Para Beaugrand e Dessler(1981), a coesão concerne ao modo como os


componentes da superfície textual-isto é, as palavras e frases que compõe um
texto- encontram-se conectadas entre si numa sequencia linear, por meio de
dependências de ordem gramatical”.

P.25-“...Brown e Yule (1983), ao tratarem da coesão, apresentam como tipos


de formas co-referenciais: formas repetidas; forma parcialmente repetida;
substituição lexical; forma substitutiva; forma elidida. Citam também como
forma de coesão, relações lexicais como hiponímia; colocabilidade;
comparação; repetição sintática; consistência de tempos verbais; opções
estilísticas adequadas ao registro, etc”.

P.35-“São pronomes que exercem, segundo Kallmeyer et al.(1974), a “função


artigo” a saber: demonstrativos; possessivos; indefinidos; interrogativos;
relativo ”
P.37 e 38 - “ Segundo Kallmeyer(1974, apud KOCH, 2004): “Pronomes
adjetivos, são os pronomes que exercem, “função artigo” a saber:
demonstrativos; possessivos; indefinidos; interrogativos; relativo ”.
P. 38 e 39- “As formas remissivas gramaticais livressão aquelas que não
acompanham um nome dentro de um grupo nominal, mas que são utilizadas
para fazer remissão, anáfora ou cataforicamente, a um ou mais constituintes do
universo textual. A estes ficariam reservada a denominação genérica de
“pronomes” ou de “pro-formas””.
P. 41- “Este, aquele, isto,aquilo, podem, ainda exercer a função localizadora,
ou seja, podem dar ao leitor/ouvinte instruções sobre a localização dos
respectivos referentes no texto”.
P. 47 - “Este, aquele, isto,aquilo, podem, ainda exercer a função
localizadora, ou seja, podem dar ao leitor/ouvinte instruções sobre a
localização dos respectivos referentes no texto”.

P. 52- “A referência ou remissão nem sempre se estabelece sem ambiguidade.


Havendo no co-texto, dois ou mais referentes potenciais para uma forma
remissiva, a decisão do leitor/ouvinte terá de se basear nas predições feitas
sobre elas...“

P.66-“Segundo Ducrot(1980), o operador MAS pode exprimir um movimento


psicológico entre crenças, opiniões, emoções, desejos, ainda que implícitos,
quando orientados em sentidos contrários”
P.69-“Charlles(1986)ressalta que o uso dos mecanismos coesivos tem por
função facilitar a interpretação do texto e a construção da coerência pelos
usuários”

P.70-‘Há na língua, formas que apenas efetuam encadeamento e outras que


operam, ao mesmo tempo, remissão e encadeamento.

Ao citar Marcuschi (1983), KOCH dimensiona que os fatores de coesão


são aqueles que dão conta da estruturação da sequência superficial do texto,
afirmando que não se trata de princípios meramente sintáticos, mas de uma
espécie de semântica da sintaxe textual, ou seja, dos mecanismos formais de
uma língua que permitem estabelecer entre os elementos linguísticos do texto,
relações de sentido que segundo a autora, discorda de Halliday & Hasan, para
quem a coesão é uma condição necessária, embora não suficiente para
criação do texto.
De acordo com a autora, para Marcuschi existem textos destituídos de
recursos coesivos, mas que a continuidade se dá ao nível das relações entre
os constituintes linguísticos. Por outro lado, há textos em que ocorre um
sequenciamento coesivo de fatos isolados que permanecem isolados, e com
isto não têm condições de formar uma textura.
A obra apresenta ainda cinco mecanismos de coesão de acordo com a
perspectiva teórica de Halliday & Hasan. A Refência (pessoal, demonstrativa,
comparativa), a Substituição (nominal, verbal, frasal), a Elipse (nominal, verbal,
frasal), a Conjunção (aditiva, adversativa, causal, temporal, continuativa) e a
Coesão Lexical (repetição, sinonímia, hiperonímia, uso de nomes genéricos,
colocação).
Sobre as modalidades de coesão, KOCH afirma que a coesão
sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se
estabelecem, entre segmentos do texto (enunciados, partes de enunciados,
parágrafos e mesmo sequências textuais), diversos tipos de reações
semânticas e/ou pragmáticas, à medida que faz o texto progredir.

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