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SISTEMAS DE TRANSMISSÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
Aula 6
Seleção de Condutores - Ampacidade
Este material é um resumo da aula para servir de apoio e consulta aos alunos, não possuindo a função de substituir as bibliografias
recomendadas como fonte de estudo. Estes slides estão em continuo aperfeiçoamento. Favor informar ao autor a existência de erros.
Estrutura da Aula
UFRGS - ENG 10040 - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA V5.1 – Março 2019 2/51
Seleção de Condutores
(Aspectos Técnicos)
• Distâncias de Segurança
– Flecha do condutor
(catenária/parábola) –
distância solo
– Degradação do condutor
– Tensão mecânica
– Balanço
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Seleção de Condutores
Projeto considerando corrente de carga
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Linha de Transmissão Aérea
Calor Ganho x Calor Perdido
Fonte: CIGRE BROCHURE -601 - GUIDE FOR THERMAL RATING CALCULATION OF OVERHEAD LINES
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Equação de Equilíbrio Térmico
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Equação de Equilíbrio Térmico
𝑷𝒄 + 𝑷𝒓 = 𝑸𝒋 + 𝑸𝒔 (2)
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Equilíbrio Térmico
• Algumas observações:
– O calor ganho por absorção solar não é tão relevante, sendo contrabalançado
pelo calor irradiado
– O principal fator climático que afeta o carregamento dos cabos é o vento.
Portanto, ventos fortes são mais favoráveis ao carregamento do que ausência de sol
– Na maior parte do tempo, a LT terá limite de carregamento muito superior aos de
projeto, pois leva em conta cenários conservadores
– LTs são construídas para uma determinada temperatura de projeto, definida por
estudo econômicos (custo da LT x Temperatura de projeto) e em experiências
operativas das empresas.
– Alguns valores de referência
• 350C a 400C de temperatura ambiente
• 0,6 a 10 m/s de velocidade do vento
• 900 W/m2 de radiação solar
• 500C a 800C de temperatura de projeto (usual 65 C ou 75C)
• 500C a 900C de temperatura de emergência
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Metodologia ANEEL
para determinar a AMPACIDADE
• A ANEEL normatizou a forma de cálculo da ampacidade de LT para as
condições de operação normal (longa duração) e emergência (curta duração),
através das seguintes referências:
– Nota Técnica nº 038/2005–SRT/ANEEL
– Resolução Normativa n° 191 de 12 de dezembro de 2005
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Algumas Definições sobre Capacidade Operativa de
LT - ANEEL
II. Capacidade Operativa de Curta Duração de LT: valor da corrente que uma linha pode
transportar em condições de emergência, em conformidade com a Norma Técnica
ABNT NBR-5422, de 1985;
III. Capacidade Operativa Sazonal de LT: valor especificado em projeto, para a corrente
de uma linha de transmissão nas condições de operação verão-dia, verão-noite,
inverno-dia e inverno-noite;
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Média Anual de Insolação no Brasil
Fonte: ANEEL
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Seleção de Temperatura do Condutor
• Para operação normal dos condutores de LT aérea é selecionado um limite térmico entre
60 e 800C. Essa faixa de temperatura assegura que o condutor não perca mais que 10 a
20% de sua tensão mecânica na vida útil da LT
• Uma prática tem sido utilizar 750C, que assegura um limite para a perda de
resistência mecânica do condutor menor que 10% em uma vida útil de 30 anos.
• Em casos especiais onde existe limite de queda de tensão ou outras condições de
segurança, pode-se baixar o limite térmico para 600C
• Cada empresa tem seu padrão de projeto de temperatura (hoje ANEEL recomenda)
• Em situações especiais e críticas, como grandes carregamentos em LT curta (p. ex
centros urbanos), pode-se avaliar um projeto com limite térmico de 80 e 850C,
considerando, p. ex, as seguintes características ambientais:
– Sol máximo de meio dia
– Velocidade do vento de 1 m/s
– Temperatura ambiente de 300C
– Altitude média do local de 600 a 800 m
– Coeficiente de absorção de 0,90
– Coeficiente de emissividade de 0,65
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Ganho de Calor por Efeito Joule
Qj
• A corrente de carga (demanda) que circula no condutor afeta diretamente o
ganho de calor por efeito Joule (Qj).
• A seguinte expressão é utilizada, a partir de valores de R – Resistência
fornecida pelos fabricantes de condutores
Q j I CA
2
RTC RTC - Resistência (/m) do condutor em AC
AC (3)
AC
para a temperatura de projeto (Tc C)
Q j I DC
2
RTC (5)
DC
Se 𝟐, 𝟒𝟖𝟔 ≤ 𝑰𝑲 ≤ 𝟑, 𝟗𝟎𝟖
𝐼𝐷𝐶
𝐼𝐴𝐶 = (11)
1 + 0,02 2,978 − 22,02𝐼𝐾 + 24,87𝐼𝑘 2 − 11,64𝐼𝑘 3 + 2,973𝐼𝑘 4 − 0,4135𝐼𝑘 5 + 0,02445𝐼𝑘 6 1/2
Se 𝑰𝑲 ≥ 𝟑, 𝟗𝟎𝟖
𝐼𝐷𝐶
𝐼𝐴𝐶 = (12)
1,1 1/2
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Parâmetros Elétricos
EPRI Red Book - 2005
Fonte: EPRI AC Transmission Line Reference Book – 22º kV and Above 3rd. Edition.2005
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Características de Cabos
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Características de Cabos
Catálogo NEXANS
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Perda de Calor por Convecção
PC
• A perda de calor por convecção tem uma forte relação com a
velocidade do vento.
• As seguintes expressões permitem calcular a perda de calor por
convecção em uma LT:
𝑇𝐶 + 𝑇𝑎
𝑇𝑓 = (15)
2
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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção forçada - Nu
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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção forçada - Nu
onde
para 0 24º. (22)
A1 = 0,42, B2 = 0,68 e m1 = 1,08
𝑁𝑢 = 𝐴2 𝐺𝑟 𝑁𝑃𝑅𝐴 𝑚2 (26)
Valores de A2 e m2
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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção mista - Nu
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Ganho de Calor por Radiação Solar
Qs
• O total de calor recebido por uma superfície lisa perpendicular aos raios
solares e localizada fora da atmosfera terrestre é de aprox. 1300 W/m2.
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Ganho de Calor por Aquecimento Solar
Qs
• Para determinar o ganho de calor por aquecimento, deve-se utilizar o valor da
radiação incidente global na altura da LT, obtido através de medição. Este
valor já engloba todas as possíveis correções, e resulta em correção zero para
a altitude da LT.
4 4
𝑷𝑹 = 𝜎 𝜀 𝜋 𝐷 𝑇𝐶 + 273 − 𝑇𝑎 + 273 (W/m) (28)
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Perda de Calor por
Radiação
• Conceituação de Emergência
– A definição de operação em emergência está no item 3.5 da NBR 5422: “situação em
que a linha transporta corrente acima do valor nominal do projeto, durante períodos
de tempo considerados curtos em relação ao período anual de operação”.
– As condições de emergência são conceituadas no item 10.4 da NBR 5422. Segundo
este item, os períodos de emergência devem obedecer aos seguintes critérios:
a) Ter duração inferior a 4 dias, e
b) O somatório das emergências em base anual não deve exceder a 5% do total de horas em
regime normal de operação (aproximadamente 432 horas).
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Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão
em Regime de Curta Duração
b) Estes fatores independem da bitola dos condutores utilizados ou do seu tipo (AAC,
ACSR ou ACAR);
c) Os valores de fatores multiplicativos acima definidos devem ser considerados como
valores mínimos, independentemente de qualquer outra condição de projeto ou
operação.
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Exemplo 1
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Exercício Proposto 1
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Exercício Proposto 2
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Exercício Proposto 3
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Exercício Proposto 4
Resposta:
= 0,50 com sol e com vento
I = 962,28 A
= 0,50 sem efeito do sol e com vento
I = 993,0 A
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Exercício de Fixação
Uma LT de 230 kV supre de energia uma região urbana onde dominam comércio e os
serviços, de forma que a ponta de carga (carga máxima) fica deslocada para os horários de
maior temperatura ambiente, em virtude do uso intenso de climatização. A demanda
registrada na subestação (receptor da LT) ´de 225 MVA, FP=0,88 indutivo e tensão de 220kV.
Nesta situação de carga, os serviços de meteorologia informaram que a temperatura ambiente
medida foi de 360C ao sol, com uma vento (brisa) estimada de 0,8 m/s (perpendicular aos
cabos). Para esta situação, qual a temperatura que os cabos GROSBEAK usados nesta LT
irão atingir?
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Exemplo 2
Solução
Para resolver este problema, normalmente são atribuídos 3 valores arbitrários de temperatura máxima dos
cabos, que podem ser por exemplo, temperatura ambiente (o valor máximo de temperatura ambiente),
temperatura de projeto e temperatura de sobrecarga, e a partir dessas temperaturas determinar as
ampacidades correspondentes. Após, traçar um gráfico, obtendo a lei de variação da temperatura t = f (I).
225𝑀𝑉𝐴
𝐼2 = = 590𝐴 Entrando com I = 590 A, a temperatura
3 220 𝑘𝑉 correspondente do cabo será Tcabo= 570C
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Cálculo da Flecha do Condutor
Uma Introdução
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Determinação a Flecha
p = peso
unitário do
condutor [N/m]
To = componente
horizontal de T [N] hs = altura de
Absorvida pela segurança, ou
estrutura. seja, a menor
distância do
condutor ao
solo.
a = vão [m]
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Determinação da Flecha
Normal - Emergência
NORMAL
EMERGÊNCIA
NORMA
NBR 5422/1985
Distância de segurança
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Determinação da Flecha
Condutores com Suportes a Mesma Altura
𝒚 Eixo OY Eixo OX T
𝑨 𝑨
𝑇 𝑠𝑒𝑛 𝛼′ = 𝑝𝑠 𝑇 cos 𝛼′ = 𝑇0
𝟐 𝟐
A B
𝑻
𝑻𝒚 𝐅 B
𝑻𝒙
M
𝐎 𝒙
H
𝑻𝟎
𝑝𝑥 𝒉𝒔 OF→Flecha
Depende:
do comprimento do vão (A)
A da temperatura
• H altura dos suportes (suspensão), em m, diretamente do valor de tração aplicado
relacionado com a flecha e a distância de segurança com o solo; ao cabo em A e B.
• hs altura de segurança (NBR 5422/1985);
• px peso unitário do condutor, kgf/m; L A
• L comprimento do condutor, m. L → Comprimento do cabo;
A → Vão.
• A – vão da LT (distância entre 2 torres), em m
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Determinação da Flecha
Suportes a Mesma Altura – Método da Parábola
𝒙
𝒚 𝒙
𝟐 𝟐 M – ponto qualquer da parábola
A B
𝑻
𝐅 Arco OM – igual a 𝒙
𝑻𝒚
𝒇 L X
𝑻𝒙
M
𝒚 𝐎 𝒙 A porção (trecho) OM está em
𝒙 H equilíbrio devido as forças.
𝑻𝟎
No equilíbrio
𝑝𝑥 𝒉𝒔
𝑇𝑥 = 𝑇0 e 𝑇𝑦 = 𝑝𝑥
X
Momentos Clockwise = anticlockwise
Considerando um vão pequeno (X) e uma flecha pequena ( f ), a diferença entre a máxima tensão T (ponto A)
e a tensão horizontal 𝑻𝟎 (ponto 0) , é pequena, portanto
𝑝𝑥 2
𝑦=
2𝑇0
𝑝𝑥 2
No meio do vão X = 𝑥
2 e y é igual a flecha f (ou deflexão), então 𝑓=
8 𝑇0
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Exemplo 3
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Bibliografia Adicional
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Determinação da Flecha do Condutor
Abordagem Inicial
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Algumas Questões
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Dúvidas
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