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ENG 10040

SISTEMAS DE TRANSMISSÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA

Aula 6
Seleção de Condutores - Ampacidade

Prof. Flávio Antonio Becon Lemos, Dr. Eng.


Março de 2019 – V5.0

Este material é um resumo da aula para servir de apoio e consulta aos alunos, não possuindo a função de substituir as bibliografias
recomendadas como fonte de estudo. Estes slides estão em continuo aperfeiçoamento. Favor informar ao autor a existência de erros.
Estrutura da Aula

• Princípio para determinação da corrente do condutor


(ampacidade)
• Equação de Equilíbrio Térmico
• Perda/ganho de calor nos condutores
• Corrente térmica de projeto
• Determinação da flecha da LT
• Comentários
• Questões

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Seleção de Condutores
(Aspectos Técnicos)

• Corrente térmica de projeto


– Determinante para LT
curtas (L < 80km)
– Ampacidade de longa e
curta duração

• Distâncias de Segurança
– Flecha do condutor
(catenária/parábola) –
distância solo
– Degradação do condutor
– Tensão mecânica
– Balanço

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Seleção de Condutores
Projeto considerando corrente de carga

• Os condutores representam um custo entre 30 a 50% de uma LT


• Considerar 2 tipos de corrente
– Corrente de operação (normal/emergência)
– Corrente de curto-circuito (faltas no sistema elétrico)

• Devido a resistência, uma corrente elevada conduz a um


aquecimento do condutor, o que pode causar:
– danos ao condutor (distensão mecânica, etc)
– aumento da flecha com a diminuição da distância fase-solo
– Adicionalmente poderá haver rompimento do limite da elasticidade dos cabos,
levando a deformação plástica e a perda de resistência mecânica.

• Desconsiderando restrições operacionais (tensão e estabilidade), a


capacidade de transmissão de energia de uma LT aérea depende
apenas do LIMITE TÉRMICO DOS CONDUTORES, isto é, das
temperaturas máximas permitidas para operação da LT.
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Princípios para Determinação da
Temperatura do Condutor
• Baseado no balanço de calor no condutor (calor gerado no condutor e
calor dissipado no meio) é possível determinar a capacidade de
condução de corrente de um cabo considerando o efeito da
temperatura.

• A capacidade de condução de corrente elétrica de uma LT é chamada


de AMPACIDADE.

• Quanto maior for a temperatura de um condutor, maior será a corrente


circulante (transportada)

• Para se especificar um condutor deve-se ter um compromisso entre:


– a temperatura de operação do condutor, que determina seu carregamento
– perdas
– sua vida útil
– investimento em estruturas.

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Linha de Transmissão Aérea
Calor Ganho x Calor Perdido

Fonte: CIGRE BROCHURE -601 - GUIDE FOR THERMAL RATING CALCULATION OF OVERHEAD LINES
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Equação de Equilíbrio Térmico

Qj - Ganho de calor por efeito Joule

Qj Qm - Ganho de calor por efeito ferromagnético

Qs Qs - Ganho de calor por radiação solar


Qi – Ganho de calor devido ao efeito corona
Pe
Pr Pc - Perda de calor por convecção
Pc Pr - Perda de calor por radiação
Pe - Perda de calor por evaporação

Alguns efeitos menos relevantes serão desprezados

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Equação de Equilíbrio Térmico

• A partir destes valores, o balanço de calor pode ser escrito como


𝑑𝑇
𝑚𝑐 𝑐 = 𝑄𝑗 + 𝑄𝑠 −𝑃𝑐 −𝑃𝑟 (1)
𝑑𝑡
Pc = calor perdido por convecção
Pr = calor perdido por radiação
Qj = calor produzido no condutor por efeito Joule
Qs = calor recebido por radiação solar
mc = massa do condutor por unidade de comprimento
c = calor específico
T = temperatura do condutor

Em regime permanente, a temperatura T no condutor é constante, então, dT/dt = 0

𝑷𝒄 + 𝑷𝒓 = 𝑸𝒋 + 𝑸𝒔 (2)

Equação do equilíbrio térmico


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Equação de Equilíbrio Térmico

• Sob condições constantes de vento, temperatura, radiação solar e


corrente elétrica, existe um equilíbrio entre o calor gerado no condutor e
o calor dissipado pelo meio ambiente.
• A equação que rege este equilíbrio é dada por:

𝑷𝒄 + 𝑷𝒓 = 𝑸𝒋 + 𝑸𝒔 a) Temperatura máxima média (seção 4.2 - ABNT)


b) Radiação solar = 1000 W/m2
c) Brisa a 1,0 m/s
d) Corrente máxima
Calor Calor
perdido adquirido

Pc = calor perdido por convecção


Pr = calor perdido por radiação
Qj = calor produzido no condutor por efeito Joule
Qs = calor recebido por radiação solar

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Equilíbrio Térmico

• Algumas observações:
– O calor ganho por absorção solar não é tão relevante, sendo contrabalançado
pelo calor irradiado
– O principal fator climático que afeta o carregamento dos cabos é o vento.
Portanto, ventos fortes são mais favoráveis ao carregamento do que ausência de sol
– Na maior parte do tempo, a LT terá limite de carregamento muito superior aos de
projeto, pois leva em conta cenários conservadores
– LTs são construídas para uma determinada temperatura de projeto, definida por
estudo econômicos (custo da LT x Temperatura de projeto) e em experiências
operativas das empresas.
– Alguns valores de referência
• 350C a 400C de temperatura ambiente
• 0,6 a 10 m/s de velocidade do vento
• 900 W/m2 de radiação solar
• 500C a 800C de temperatura de projeto (usual 65 C ou 75C)
• 500C a 900C de temperatura de emergência

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Metodologia ANEEL
para determinar a AMPACIDADE
• A ANEEL normatizou a forma de cálculo da ampacidade de LT para as
condições de operação normal (longa duração) e emergência (curta duração),
através das seguintes referências:
– Nota Técnica nº 038/2005–SRT/ANEEL
– Resolução Normativa n° 191 de 12 de dezembro de 2005

• Os critérios da metodologia adotada pela ANEEL estão baseados em estudos


e normas internacionais, com destaque para as seguintes referências
utilizadas como base da metodologia normatizada:
– CIGRE WG 22-12 “The Thermal Behaviour of Overhead Conductors, Section I and
2: Mathematical Model for Evaluation of Conductor Temperature in The Steady State
and Application. Electra 144 (1992), pp. 107 to 125.
– CIGRE. Guide for Thermal Rating Calculation of Overhead Lines; Technical
Brochure 601; CIGRE: Paris, France, December 2014.

• A metodologia também atende as recomendações da Norma NBR 5422:1985


Projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.

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Algumas Definições sobre Capacidade Operativa de
LT - ANEEL

I. Capacidade Operativa de Longa Duração de LT: valor especificado em projeto, para


a corrente de uma linha de transmissão (LT) em condições normais de operação, em
conformidade com a Norma Técnica ABNT NBR-5422, de fevereiro de 1985;

II. Capacidade Operativa de Curta Duração de LT: valor da corrente que uma linha pode
transportar em condições de emergência, em conformidade com a Norma Técnica
ABNT NBR-5422, de 1985;

III. Capacidade Operativa Sazonal de LT: valor especificado em projeto, para a corrente
de uma linha de transmissão nas condições de operação verão-dia, verão-noite,
inverno-dia e inverno-noite;

IV. Capacidade Operativa de Longa Duração de TR: corresponde ao ciclo de


carregamento de um transformador de potência (TR) em condições normais de
operação, em conformidade com a Norma Técnica ABNT NBR-5416, de julho de 1997;

V. Capacidade Operativa de Curta Duração de TR: corresponde ao ciclo de


carregamento de um transformador de potência em condições de emergência de longa
duração, em conformidade com a Norma Técnica ABNT NBR-5416, de 1997;

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Média Anual de Insolação no Brasil
Fonte: ANEEL

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Seleção de Temperatura do Condutor

• Para operação normal dos condutores de LT aérea é selecionado um limite térmico entre
60 e 800C. Essa faixa de temperatura assegura que o condutor não perca mais que 10 a
20% de sua tensão mecânica na vida útil da LT
• Uma prática tem sido utilizar 750C, que assegura um limite para a perda de
resistência mecânica do condutor menor que 10% em uma vida útil de 30 anos.
• Em casos especiais onde existe limite de queda de tensão ou outras condições de
segurança, pode-se baixar o limite térmico para 600C
• Cada empresa tem seu padrão de projeto de temperatura (hoje ANEEL recomenda)
• Em situações especiais e críticas, como grandes carregamentos em LT curta (p. ex
centros urbanos), pode-se avaliar um projeto com limite térmico de 80 e 850C,
considerando, p. ex, as seguintes características ambientais:
– Sol máximo de meio dia
– Velocidade do vento de 1 m/s
– Temperatura ambiente de 300C
– Altitude média do local de 600 a 800 m
– Coeficiente de absorção de 0,90
– Coeficiente de emissividade de 0,65

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Ganho de Calor por Efeito Joule
Qj
• A corrente de carga (demanda) que circula no condutor afeta diretamente o
ganho de calor por efeito Joule (Qj).
• A seguinte expressão é utilizada, a partir de valores de R – Resistência
fornecida pelos fabricantes de condutores

Q j  I CA
2
RTC RTC - Resistência (/m) do condutor em AC
AC (3)
AC
para a temperatura de projeto (Tc C)

RTC  R AC 1   AC TC  20  AC - Coeficiente de variação da Resistência (4)


AC AC por unidade de Grau Celsius

• Se os valores disponíveis forem Resistência e Coeficiente de Variação para corrente


contínua (DC), utiliza-se as expressões

Q j  I DC
2
RTC (5)
DC

RTC  R DC 1   DC TC  20  (6)


DC

No caso de utilização de dados relacionados com grandezas DC, deve-se proceder à


conversão da corrente em DC para a corrente em CA (Aula 7 - Efeito Skin), conforme
procedimento apresentado no próximo slide
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Conversão do valor de
Corrente DC para Corrente AC
Se for utilizado valores de Resistência e Coeficiente de Variação para Corrente Contínua (DC), para o
cálculo do Qj, é necessário realizar à conversão da Corrente em DC para Corrente em AC.
• Para condutores com 3 camadas de tentos de alumínio
𝐼𝐷𝐶
𝑰𝑨𝑪 = (7)
1,0123 + 2,36 × 10−5 × 𝐼𝐴𝐶
𝐼𝐷𝐶
• Para condutores com 1 ou 2 camadas de tentos de alumínio 𝐼𝐾 = (8)
𝐴
Se 𝑰𝑲 ≤ 𝟎, 𝟕𝟒𝟐
𝐼𝐴𝐶 = 𝐼𝐷𝐶 A = Área nominal do condutor (mm2)
(9)
Se 𝟎, 𝟕𝟒𝟐 ≤ 𝑰𝑲 ≤ 𝟐, 𝟒𝟖𝟔
𝐼𝐷𝐶
𝐼𝐴𝐶 = (10)
1 + 0,02 25,62 − 133,9𝐼𝐾 + 288,8𝐼𝑘 2 − 334,5𝐼𝑘 3 + 226,5𝐼𝑘 4 − 89,73𝐼𝑘 5 + 19,31𝐼𝑘 6 − 1,744𝐼𝑘 7 1/2

Se 𝟐, 𝟒𝟖𝟔 ≤ 𝑰𝑲 ≤ 𝟑, 𝟗𝟎𝟖
𝐼𝐷𝐶
𝐼𝐴𝐶 = (11)
1 + 0,02 2,978 − 22,02𝐼𝐾 + 24,87𝐼𝑘 2 − 11,64𝐼𝑘 3 + 2,973𝐼𝑘 4 − 0,4135𝐼𝑘 5 + 0,02445𝐼𝑘 6 1/2

Se 𝑰𝑲 ≥ 𝟑, 𝟗𝟎𝟖
𝐼𝐷𝐶
𝐼𝐴𝐶 = (12)
1,1 1/2
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Parâmetros Elétricos
EPRI Red Book - 2005

Fonte: EPRI AC Transmission Line Reference Book – 22º kV and Above 3rd. Edition.2005
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Características de Cabos

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Características de Cabos
Catálogo NEXANS

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Perda de Calor por Convecção
PC
• A perda de calor por convecção tem uma forte relação com a
velocidade do vento.
• As seguintes expressões permitem calcular a perda de calor por
convecção em uma LT:

TC - Temperatura do condutor (0C )


Ta - Temperatura do ambiente (0C ) 𝑃𝐶 = 𝜋 𝜆𝐹 𝑇𝐶 − 𝑇𝑎 𝑁𝑢 (13)
NU - Número de Nusselts (vento !)

Condutividade Térmica do Ar na temperatura 𝑻𝒇

𝜆𝐹 = 2,42 × 10−2 + 7,2 × 10−5 𝑻𝒇 (14)

Temperatura do filme de ar em torno do condutor

𝑇𝐶 + 𝑇𝑎
𝑇𝑓 = (15)
2
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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção forçada - Nu

• Número de Nusselts para Convecção Forçada (v>0,5m/s)


Para esta condição, o número de Nusselts é calculado em função dos coeficientes B2 e m2,
de acordo com a expressão
𝑁𝑢 = 𝐵2 𝑅𝑒 𝑚2 Re – número de Reynolds
(16)

O número de Reynolds pode ser calculado como


𝐷 𝑉 𝐷𝑅𝐴 D – diâmetro do condutor (m)
𝑅𝑒 = (17)
𝜐𝑓 V – velocidade do vento (m/s)
onde
−4
DRA - Densidade Relativa do Ar (18)
𝐷𝑅𝐴 = 𝑒 −1,16×10 ∗𝐻 H – altura média da LT (m)
𝜐𝑓 - viscosidade cinemática, determinada pela expressão
𝜐𝑓 =1,32 × 10−5 + 9,5 × 10−8 𝑇𝑓 Tf - Temp. do condutor/filme (0C ) (19)

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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção forçada - Nu

• A rugosidade RR é determinada como:


𝑑 d: diâmetro do fio de Al
𝑅𝑅 = (20)
2 𝐷 − 2 ∗ 𝑑) que compõe a camada

• O número de Nusselts (equação 9) é calculado para um ângulo de incidência do vento


sobre o eixo da LT igual a 90 graus.
• Caso se tenha valores medidos do ângulo de incidência do vento diferentes de 90º, o
Número de Nusselts deve ser corrigido pela expressão:

𝑁𝑢𝛿 = 𝑁𝑢𝛿=90 𝐴1 + 𝐵2 ∗ 𝑠𝑒𝑛 𝛿 𝑚1 (21)

onde
para 0    24º. (22)
A1 = 0,42, B2 = 0,68 e m1 = 1,08

para 24  <   90  (23)


A1 = 0,42, B2 = 0,58 e m1 = 0,90
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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção natural - Nu

• Número de Nusselts para Convecção Natural (v=0 m/s)


Se for considerado o caso de convecção natural, o número de Nusselts passa a ser
calculado em função dos números de

Número de Prandl 𝑁𝑃𝑅𝐴 = 0,715 − 2,5 × 10−4 𝑇𝑓 (24)


𝐷3 𝑇𝐶 − 𝑇𝑎 𝑔
Número de Grashofl 𝐺𝑟 = 2
(25)
𝑇𝑓 + 273 𝜐𝑓

Definidos os números de Prandl e Grashoft, o número de Nusselts é calculado como

𝑁𝑢 = 𝐴2 𝐺𝑟 𝑁𝑃𝑅𝐴 𝑚2 (26)

Valores de A2 e m2

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Perda de Calor por Convecção PC
Número de Nusselts para convecção mista - Nu

• Número de Nusselts para Convecção Mista (v<0,5 m/s)


Para velocidades de vento entre 0,0 m/s e 0,5 m/s, o valor de Pc deve ser o
maior que for calculado por um dos três processos a seguir:
1) Fixa-se um ângulo de incidência igual a 45º, e calcula-se Pc conforme
equações 13 e 21

2) Calcula-se o valor de Pc com a equação 13 e com NU = 0,55*NU= 90;

3) A perda de calor convectiva Pc (equação 13) é calculada com NU dado


pela equação 26.

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Ganho de Calor por Radiação Solar
Qs

• O total de calor recebido por uma superfície lisa perpendicular aos raios
solares e localizada fora da atmosfera terrestre é de aprox. 1300 W/m2.

• Devido a atmosfera terrestre, parte desta energia é absorvida antes de chegar


a superfície da terra. Por isto, áreas elevadas (2.000m) recebem cerca de 25%
mais radiação do que ao nível do mar.

• O total de energia solar recebido por um condutor depende da altitude sobre o


horizonte e do ângulo efetivo de incidência entre os raios diretos do sol e da
superfície exposta.

• Em adição a radiação direta, há o calor irradiado do céu para o objeto.


• Quando não se tem o valor da intensidade da radiação solar, obtido através de
medição, pode-se calcular o ganho de calor por radiação solar através de
expressões.

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Ganho de Calor por Aquecimento Solar
Qs
• Para determinar o ganho de calor por aquecimento, deve-se utilizar o valor da
radiação incidente global na altura da LT, obtido através de medição. Este
valor já engloba todas as possíveis correções, e resulta em correção zero para
a altitude da LT.

• Caso não se tenham valores medidos, deverá ser utilizado o valor de


1000W/m2 conforme previsto no item 5.2.2 da NBR 5422.

• A expressão para o cálculo do ganho de calor por aquecimento devido à


radiação solar é dada por
D - Diâmetro do cabo (m)
𝑄𝑆 = 𝛼𝑆 𝐷 𝐼𝐵 IB – Radiação direta normal (W/m2) (27)
αs – coeficiente de absorção do condutor
Para cabos de Alumínio o valor de αs varia entre
• 0,27 para cabos novos e
• 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente industrial.
• O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50.
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Perda de Calor por Radiação
PR
• Para determinar a perda de calor por radiação (PR), é utilizada a seguinte
expressão.

4 4
𝑷𝑹 = 𝜎 𝜀 𝜋 𝐷 𝑇𝐶 + 273 − 𝑇𝑎 + 273 (W/m) (28)

D - Diâmetro do cabo (m)


 – coeficiente de emissividade do condutor
 = 5,67x10-8 constante de Stefan-Boltzmann (W/m2K4)
TC – Temperatura no Condutor (C)
Ta – Temperatura ambiente (C)

Para cabos de alumínio o valor de  varia entre


• 0,27 para cabos novos e
• 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente industrial.
• O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50

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Perda de Calor por
Radiação

O coeficiente de emissividade de condutores muda drasticamente com o passar


do tempo. A maior parte do envelhecimento dos cabos ocorre no primeiro
ano de sua exposição, sendo que algumas referências descrevem que metade
desse envelhecimento ocorre no primeiro mês

A CEMIG usualmente utiliza o coeficiente de emissividade igual a 0,77,sendo um valor


próximo ao limite inferior da faixa, como um valor conservativo.
Os valores admitidos de coeficiente de emissividade para condutores de alumínio são
entre 0,23 e 0,91.
O CIGRE recomenda usar como padrão 0,5 (mesmo valor recomendado pela ANEEL)
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Cálculo da Ampacidade

• Após a escolha do condutor e tendo sido calculados os valores dos


calores ganhos e perdidos na LT, obtém se a ampacidade da LT, dada
pela equação
𝑃𝐶 + 𝑃𝑅 − 𝑄𝑆 (29)
𝐼𝐴𝐶 =
𝑅𝑇𝐶𝐴𝐶

• Pode-se notar que a ampacidade de uma LT está


relacionada:
– ao ambiente onde a linha está inserida.
– A capacidade de troca de calor (ganho/perdido)
– A resistência do cabo
• A ampacidade deve atender ao equilíbrio térmico
e a flecha do condutor (normal – emergência)
• Distância de segurança (condutor – solo –
obstáculos – balanço)
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Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão
em Regime de Curta Duração

• Conceituação de Emergência
– A definição de operação em emergência está no item 3.5 da NBR 5422: “situação em
que a linha transporta corrente acima do valor nominal do projeto, durante períodos
de tempo considerados curtos em relação ao período anual de operação”.
– As condições de emergência são conceituadas no item 10.4 da NBR 5422. Segundo
este item, os períodos de emergência devem obedecer aos seguintes critérios:
a) Ter duração inferior a 4 dias, e
b) O somatório das emergências em base anual não deve exceder a 5% do total de horas em
regime normal de operação (aproximadamente 432 horas).

• Delimitação da Condição de Emergência


– O carregamento de linhas de transmissão – LT´s, na condição de emergência, não
deve violar os dispositivos contidos na NBR 5422.
– Os condicionantes a serem observados na definição dos limites de carregamento de
curta duração são:
a) A corrente em condição de emergência deve ser um valor superior à corrente normal,l
imitada em sua duração; e
b) As distâncias de segurança especificadas para as condições de emergência devem ser
respeitadas durante a operação nestas condições.
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Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão
em Regime de Curta Duração

• Temperatura Máxima nos Cabos Condutores


– O carregamento na LT está associado a um conjunto de variáveis
meteorológicas, onde predominam
• temperatura ambiente
• velocidade e direção do vento
• radiação solar
• Com condições meteorológicas adequadas, os condutores devem operar
em uma temperatura estável

– Essa condição de temperatura conduz a uma determinada flecha e,


consequentemente, uma distância vertical para o solo ou elementos
conflitantes sob os condutores (máquinas agrícolas, pessoas, veículos, etc).

– A temperatura máxima admissível nos cabos condutores está definida na


seção 5.2.2 da NBR 5422.

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Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão
em Regime de Curta Duração

• As seguintes determinações são utilizadas para a operação em Regime de Curta


Duração (Emergência) de Linhas de Transmissão:

a) Os limites de carregamento das LT´s de qualquer classe de tensão entre 69 e 750


kV, para operação em regimes de curta duração, serão dados pelos limites de
carregamento obtidos para a condição de operação em Regime de Longa
Operação (Operação Normal), multiplicados pelo fator multiplicativo (fator de
sobrecorrente), conforme a Temperatura de Projeto (Temperatura do Condutor)
utilizada para o projeto da LT, de acordo com a tabela abaixo

b) Estes fatores independem da bitola dos condutores utilizados ou do seu tipo (AAC,
ACSR ou ACAR);
c) Os valores de fatores multiplicativos acima definidos devem ser considerados como
valores mínimos, independentemente de qualquer outra condição de projeto ou
operação.

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Exemplo 1

• A fim de avaliar a viabilidade de um projeto, foi escolhido o condutor ZEBRA (428-


A1/S1A-54/7 – Padrão BS), cujos dados estão na tabela do slide 36.
• As condições ambientais para avaliar a escolha desse condutor são:
– Radiação solar média no trajeto da LT: 980 W/m2
– Velocidade do vento: 2 m/s
– Ângulo do vento: variável
– Temperatura ambiente: 40 C
– Altitude média da LT: 1600 m
– Corrente de projeto: 600 A (IAC)
• Os parâmetros deste condutor, relacionados a ampacidade são
– Diâmetro: 0,02862 m
– Seção de cado fio de Al : 3,18mm
– RDC(20C): 0,0679 /km
– RAC(25C): 0,0688 /km
– RAC(75C) : 0,0826 /km
• Para as condições acima, determine o valor da temperatura na superfície do condutor.
• Considere uma estimativa inicial de 57C na superfície do condutor para o processo
iterativo.

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Exercício Proposto 1

• A fim de avaliar a viabilidade de um projeto, foi escolhido o condutor ZEBRA (428-


A1/S1A-54/7 – Padrão BS), cujos dados estão na tabela do slide 36.
• As condições ambientais para avaliar a escolha desse condutor são:
– Radiação solar média no trajeto da LT: 980 W/m2
– Velocidade do vento: 0,2 m/s
– Ângulo do vento variável
– Temperatura ambiente: 40 C
– Altitude média da LT: 1600 m
– Corrente de projeto: 600 A (IAC)
• Os parâmetros deste condutor, relacionados a ampacidade são
– Diâmetro: 0,02862 m
– Seção de cado fio de Al : 3,18mm
– RDC(20C): 0,0679 /km
– RAC(25C): 0,0688 /km
– RAC(75C) : 0,0826 /km
• Para as condições acima, determine o valor da temperatura na superfície do condutor.
• Considere uma estimativa inicial de 57C na superfície do condutor para o processo
iterativo.

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Exercício Proposto 2

• A fim de avaliar a viabilidade de um projeto, foi escolhido o condutor ZEBRA (428-


A1/S1A-54/7 – Padrão BS), cujos dados estão na tabela do slide 36.
• As condições ambientais para avaliar a escolha desse condutor são:
– Radiação solar média no trajeto da LT: 980 W/m2
– Velocidade do vento: 2 m/s
– Ângulo do vento: 45
– Temperatura ambiente: 40 C
– Altitude média da LT: 1600 m
– Corrente de projeto: 600 A (IAC)
• Os parâmetros deste condutor, relacionados a ampacidade são
– Diâmetro: 0,02862 m
– Seção de cado fio de Al : 3,18mm
– RDC(20C): 0,0679 /km
– RAC(25C): 0,0688 /km
– RAC(75C) : 0,0826 /km
• A máxima temperatura permitida na superfície do condutor é de 75C.
• Para esta situação de projeto, calcule a máxima corrente de circulação permitida no
cabo.

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Exercício Proposto 3

• A fim de avaliar a viabilidade de um projeto, foi escolhido o condutor ZEBRA (428-


A1/S1A-54/7 – Padrão BS), cujos dados estão na tabela do slide 36.
• As condições ambientais para avaliar a escolha desse condutor são:
– Radiação solar média no trajeto da LT: 980 W/m2
– Velocidade do vento: 0.4 m/s
– Ângulo do vento: variável
– Temperatura ambiente: 40 C
– Altitude média da LT: 1600 m
– Corrente de projeto: 600 A (IAC)
• Os parâmetros deste condutor, relacionados a ampacidade são
– Diâmetro: 0,02862 m
– Seção de cado fio de Al : 3,18mm
– RDC(20C): 0,0679 /km
– RAC(25C): 0,0688 /km
– RAC(75C) : 0,0826 /km
• A máxima temperatura permitida na superfície do condutor é de 75C.
• Para esta situação de projeto, calcule a máxima corrente de circulação permitida no
cabo.

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Exercício Proposto 4

Qual a ampacidade de um cabo CAA DRAKE, considerando-se t0 = 350C e t =850C,


vento de 0,67m/s, coeficiente de reflexão =0,50. A resistência do cabo é de 0,09
/km. Considere 2 casos:
• No primeiro caso considere incidência de sol,
• No segundo caso desconsidere o efeito da incidência do sol.

Resposta:
 = 0,50 com sol e com vento
I = 962,28 A
 = 0,50 sem efeito do sol e com vento
I = 993,0 A

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Exercício de Fixação

• Uma informação importante em projetos de LT é a temperatura máxima que


um condutor pode atingir sob a ação da corrente de linha (carregamento) em
sobreposição às condições ambientais (média) do meio onde a LT está
inserida. A flecha (máxima) dos condutores irá depender dessa temperatura, e
por consequência a distância dos condutores ao solo (segurança).
• Neste tipo de problema, a partir das condições ambientais e a corrente no
cabo, para condições normais de operação e de emergência (sobrecarga por
períodos determinados) deve-se determinar qual a temperatura que o cabo irá
atingir quando cada uma das condições de operação estiver presente.

• Resolva o exemplo a seguir para fixar este conceito.

Uma LT de 230 kV supre de energia uma região urbana onde dominam comércio e os
serviços, de forma que a ponta de carga (carga máxima) fica deslocada para os horários de
maior temperatura ambiente, em virtude do uso intenso de climatização. A demanda
registrada na subestação (receptor da LT) ´de 225 MVA, FP=0,88 indutivo e tensão de 220kV.
Nesta situação de carga, os serviços de meteorologia informaram que a temperatura ambiente
medida foi de 360C ao sol, com uma vento (brisa) estimada de 0,8 m/s (perpendicular aos
cabos). Para esta situação, qual a temperatura que os cabos GROSBEAK usados nesta LT
irão atingir?
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Exemplo 2
Solução
Para resolver este problema, normalmente são atribuídos 3 valores arbitrários de temperatura máxima dos
cabos, que podem ser por exemplo, temperatura ambiente (o valor máximo de temperatura ambiente),
temperatura de projeto e temperatura de sobrecarga, e a partir dessas temperaturas determinar as
ampacidades correspondentes. Após, traçar um gráfico, obtendo a lei de variação da temperatura t = f (I).

Por interpolação e valor de temperatura, será determinada a I de operação da LT.

Tem-se que: T0 = 360C, d = 0,025146 m, V = 0,8m/s e =0,50

Admite-se as seguintes temperaturas, e respectivas R.

t1 = 400C  R40 =0,09277 /km

t2 = 500C  R50 =0,10050 /km

t1 = 700C  R70 =0,10455 /km

As respectivas correntes para as temperaturas


calculadas são I40 = 137 A I50 = 453 A I70 = 768 A

225𝑀𝑉𝐴
𝐼2 = = 590𝐴 Entrando com I = 590 A, a temperatura
3 220 𝑘𝑉 correspondente do cabo será Tcabo= 570C

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Cálculo da Flecha do Condutor
Uma Introdução

• A flecha do condutor possui uma relação direta com a ampacidade da


LT.
– Maior corrente  maior flecha (dilatação)
• Os fatores que afetam a flecha do condutor são:
– O tipo do condutor
– O peso do condutor por unidade de comprimento (carga no condutor)
• Massa do condutor – vento atuando no condutor – neve/gelo acumulada
– O vão (distância entre 2 torres)
– A tensão do condutor nos suportes (máxima  valor limite norma)
– A temperatura (carregamento do condutor corrente de operação)

• Um estudo mais aprofundado será realizado nas aulas sobre


comportamento mecânico de LTs, na segunda área.

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Determinação a Flecha

Diagrama Forças → absorção dos esforços transmitidos pelos condutores:


P = componente vertical de
𝑎∙𝑝
T [N], dada por: 𝑃 =
2 f = flecha [m], dada por:
𝑎2 ∙𝑝
Equilibrada pelo peso do 𝑓=
8∙𝑇𝑜
T = força axial condutor na metade do vão.
do condutor [N]

p = peso
unitário do
condutor [N/m]
To = componente
horizontal de T [N] hs = altura de
Absorvida pela segurança, ou
estrutura. seja, a menor
distância do
condutor ao
solo.
a = vão [m]
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Determinação da Flecha
Normal - Emergência

NORMAL

EMERGÊNCIA

NORMA

NBR 5422/1985

Distância de segurança

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Determinação da Flecha
Condutores com Suportes a Mesma Altura
𝒚 Eixo OY Eixo OX T
𝑨 𝑨
𝑇 𝑠𝑒𝑛 𝛼′ = 𝑝𝑠 𝑇 cos 𝛼′ = 𝑇0
𝟐 𝟐
A B
𝑻
𝑻𝒚 𝐅 B

𝑻𝒙
M
𝐎 𝒙
H
𝑻𝟎
𝑝𝑥 𝒉𝒔 OF→Flecha
Depende:
 do comprimento do vão (A)
A  da temperatura
• H  altura dos suportes (suspensão), em m, diretamente  do valor de tração aplicado
relacionado com a flecha e a distância de segurança com o solo; ao cabo em A e B.
• hs  altura de segurança (NBR 5422/1985);
• px  peso unitário do condutor, kgf/m; L A
• L  comprimento do condutor, m. L → Comprimento do cabo;
A → Vão.
• A – vão da LT (distância entre 2 torres), em m
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Determinação da Flecha
Suportes a Mesma Altura – Método da Parábola
𝒙
𝒚 𝒙
𝟐 𝟐 M – ponto qualquer da parábola
A B
𝑻
𝐅 Arco OM – igual a 𝒙
𝑻𝒚
 𝒇 L X
𝑻𝒙
M
𝒚 𝐎 𝒙 A porção (trecho) OM está em
𝒙 H equilíbrio devido as forças.
𝑻𝟎
No equilíbrio
𝑝𝑥 𝒉𝒔
𝑇𝑥 = 𝑇0 e 𝑇𝑦 = 𝑝𝑥

X
Momentos  Clockwise = anticlockwise

Considerando um vão pequeno (X) e uma flecha pequena ( f ), a diferença entre a máxima tensão T (ponto A)
e a tensão horizontal 𝑻𝟎 (ponto 0) , é pequena, portanto
𝑝𝑥 2
𝑦=
2𝑇0
𝑝𝑥 2
No meio do vão X = 𝑥
2 e y é igual a flecha f (ou deflexão), então 𝑓=
8 𝑇0
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Exemplo 3

Uma LT trifásica de 132 kV, 60 Hz, possui as seguintes características:


• Peso do condutor 680 kgf/km
• Vão = 260 m
• Tensão do condutor (carga de ruptura) = 3100 kgf
• Fator de segurança (norma !!) = 2

Determine a flecha do condutor para as condições acima.

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Bibliografia Adicional

1. José A. Martins e Hildebrando C. Coelho “Seleção de Condutores – Ampacidade


Estatística” – SALTEE 96 – Seminário Avançado em Linhas de Transmissão de Energia
Elétrica – BH – MG. 1996
2. EPRI AC Transmission Line Reference Book – 220 kV and Above 3rd. Edition.2005
3. CIGRE. Guide for Thermal Rating Calculation of Overhead Lines; Technical Brochure
601; CIGRE: Paris, France, December 2014.
4. IEEE Power and Energy Society IEEE Std 738/2012 Standard for Calculation the
Current-Temperature Relationship of Bare Overhead Conductors. IEEE Standard
Association. 2012.
5. IEC 60826 Ed 3.0: Design criteria of overhead transmission lines.
6. Morgan, V. Thermal Behaviour of Electric Conductors – Steady, Dynamic and Fault
Current ratings. Jonh Wiley and Sons. 1991
7. Morgan, V. “The Current Carrying Capacity of Overhead Line Conductors”. IEEE
Meeting. Los Angeles, USA. 1978
8. Morgan, V. “The Real Time Balance for Overhead Conductors”. Seminar in The Real
Time Ampacity of Overhead Conductors. Atlanta. Geógia. USA. 1986

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Determinação da Flecha do Condutor
Abordagem Inicial

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Algumas Questões

• O que é ampacidade de uma linha de transmissão.


• Porque tem sido adotado a temperatura de projeto de 75C para
projetos de LT
• Quais as 2 condições técnicas que devem ser avaliadas na escolha
dos condutores de uma LT
• Descreva a equação completa do equilíbrio térmico e descreva seus
coeficientes.
• Qual o principal fator climático que afeta o carregamento dos cabos de
uma LT
• Se o projetista não dispor de uma velocidade de vento da região da LT,
qual o intervalo que pode ser utilizado como referência
• O coeficiente de emissividade está relacionado a qual condição da LT

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Dúvidas

Lembre de deixar os computadores e


monitores em seus lugares.

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