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19/06/2017
Precisamos compreender mais acerca do papel do nosso próprio espírito dentro da vida
cristã. Em razão disto, quero estabelecer neste estudo alguns conceitos sobre o espírito
humano e sua importância.
O homem foi criado por Deus como um ser tripartido. Nossa constituição é esta: espírito,
alma e corpo. As Escrituras, ao mencionarem estas três partes distintas, referem-se a elas
como se tratando do nosso ser inteiro, da nossa plenitude.
“E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma, e corpo
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”
(1 Ts 5.23)
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, de juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração”. (Hb 4.12)
Nosso texto diz que a Palavra penetra até a DIVISÃO de alma e espírito; logo, há divisão
entre um e outro; não são a mesma coisa. Contudo, apesar desta divisão, parece-nos que
os dois estão bem próximos, juntos. Tanto, que só a Palavra de Deus, como espada afiada
que é, pode separa-los. Na prática diária da vida cristã, a maioria dos crentes sabe muito
bem quão difícil é separar o que é alma do que é espírito, mas que são distintos, são! Isto é
inegável.
Lemos na Bíblia que o novo-nascimento é o nascer do espírito (Jo 3.6). Isto é algo que se
dá instantaneamente. Contudo, escrevendo à pessoas que já haviam experimentado a
salvação de Deus em seu espírito (Tg 1.18 e 1 Pe 1.3), Tiago e Pedro falaram da “salvação
da alma” como algo que acontece posteriormente ao novo-nascimento do espírito (Tg 1.21
e 1 Pe 1.19). Portanto, assim como a salvação da alma acontece como um processo de
restauração pela Palavra de Deus, a regeneração do espírito acontece instantaneamente na
ocasião do novo-nascimento. Se o espírito e a alma fossem uma coisa só, certamente não
haveria esta distinção na forma como a redenção de Cristo alcança cada um.
SANTUÁRIO DE DEUS
Somos santuário de Deus, como diz o Novo Testamento: “Não sabeis vós que sois
santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16)
No passado, Deus ordenou que lhe construíssem um santuário com detalhes que Ele
mesmo havia dado, e sob a direção de Moisés, o povo de Israel o fez. Mais tarde, Salomão
construiu um magnífico templo em lugar da tenda do tabernáculo. Mas quando o povo
israelita foi levado em cativeiro para a Babilônia, o templo foi demolido e queimado, e
somente depois de regresso da nação nos dias de Esdras e Neemias é que foi
reconstruído. Nas três vezes, seguiu-se a direção inicial que o Senhor havia dado a Moisés,
e a Casa do Senhor sempre teve três ambientes distintos onde os sacerdotes serviam: o
Santo dos Santos, o Lugar Santo, e o Átrio Exterior. Logo, podemos dizer que o santuário
sempre foi tripartido.
No Novo Testamento vemos uma nova ênfase quanto ao santuário de Deus, e ela já não
tem mais nada a ver com os templos construídos. Na sua última pregação, Estevão
declarou: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens…” (At 7.48), e
antes de tornar-se o primeiro mártir da Igreja, depositou esta mensagem no coração de seu
perseguidor, que mais tarde viria a escrever que o santuário de Deus somos nós!
A Igreja em seu início compreendia isto. Quando Jesus bradou na cruz “está consumado!”,
o véu do templo se rasgou de alto a baixo. A partir deste momento a presença de Deus
deixou de estar restrita ao templo e o Pai veio fazer morada em nós, os nascidos de novo.
Ou seja, olhando apenas de modo superficial, parecia um só ambiente, mas num exame
cuidadoso apareciam claramente os dois ambientes. De forma semelhante, ao observar
superficialmente o santuário de Deus hoje (que somos nós), reconhecemos apenas duas
partes: o homem interior e o homem exterior. Mas um exame das Escrituras (e no nosso
próprio íntimo) revelará que a “tenda” do homem interior se subdivide em outras duas
partes, separadas apenas por um véu. O homem interior é composto de espírito e alma!
O espírito corresponde ao Santo dos Santos, o lugar mais íntimo, onde se encontrava a
presença de Deus e também onde Ele falava. A alma corresponde ao Lugar Santo, e o
corpo ao Pátio, ou Átrio Exterior.
A importância de examinarmos estas figuras é compreender que assim como o Santo dos
Santos era o lugar mais importante do tabernáculo, assim também o nosso espírito é hoje o
lugar “mais importante” do santuário que somos nós! Precisamos tomar consciência do valor
do nosso espírito na vida cristã.
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”. (Rm 8.14)
O Espírito Santo nos guia… Como? Dois versículos depois desta afirmação já encontramos
a resposta:
“O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. (Rm 8.16)
A direção do Espírito vem através de um TESTIFICAR (testemunhar) no nosso próprio
espírito; este é o lugar onde Deus fala.
O Pai Celeste tem uma lâmpada em nós: nosso espírito. Contudo, muitos de nós, por não
desenvolvermos a sensibilidade de nosso próprio espírito, ficamos sem ouvir a voz de Deus.
Muitas vezes Deus quer falar conosco através de um testemunho interior, mas nem sequer
percebemos que Ele está querendo nos dirigir. É claro que o Senhor fala de muitas
maneiras, inclusive espetaculares, como sonhos, visões, profecia, e outras, mas a forma
comum de falar conosco é mediante o testemunho de nosso próprio espírito.
Jesus viveu nesta terra como um homem cheio do Espírito Santo, e é por isso que podemos
imitá-lo; se ele tivesse andado nesta terra como Deus (entenda-se: usando tais atributos da
divindade), jamais poderia dizer que faríamos as mesmas obras que fez e até maiores! Mas
ele dependia do Espírito Santo… e sabe onde o Espírito falava com ele? No mesmo lugar
que fala conosco: em nosso espírito. Veja o relato do evangelho:
“Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e
perguntou-lhes: Por que arrozais desse modo em vossos corações?” (Mc 2.8)
“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1 Co 2.14)
EXERCITANDO O ESPÍRITO
Muitos de nós já aprendemos que é possível exercitar o corpo e até a alma (mente). Assim
como exercitamos o corpo com ginástica, nossa mente também é exercitada mediante a
prática da leitura, cálculo, jogos, etc. Mas e o espírito? Pode ser exercitado? Ora, se corpo e
alma se exercitam, porque não o espírito? Certamente que sim! Nossa dificuldade em ouvir
Deus começa na insensibilidade do nosso espírito. E a razão de nosso espírito permanecer
insensível deve-se ao fato de o usarmos muito pouco. Mas à medida em que o exercitamos,
uma nova sensibilidade surgirá.
Nas minhas experiências no sentido de ouvir Deus, percebo que houve crescimento à
medida em que o meu espírito foi sendo exercitado pela meditação na Palavra e pela
oração em línguas. Quando você está orando em línguas, é seu espírito falando e não sua
mente. E o que acontece, se por exemplo você ora duas horas ininterruptas na linguagem
do Espírito? Seu espírito terá duas horas de exercício, de atividade intensa e você estará
mais consciente dele.
Sei que para muitos é estranho quando falamos sobre ouvir Deus em nosso espírito, uma
vez que, na prática, não possuem nenhum referencial do que é isto. Mas nunca exercitaram
seu espírito e de repente querem ser atletas espirituais! Isto é muito difícil, pois a
sensibilidade é algo que se adquire gradualmente; a atrofia só será removida mediante
fisioterapia; lenta e progressivamente. Às vezes, alguns irmãos me perguntam como
consigo memorizar versículos e textos bíblicos, como se fosse necessário aprender alguma
fórmula; mas a verdade é que eu não me esforço para isto. Sempre investi na leitura, de
modo que tenho facilidade para memorizar o que leio, devido ao contínuo exercício nesta
área.
Há pessoas que tem grande habilidade com números e cálculos; outros, com certos jogos e
raciocínios. Mas o fato é que com tempo e prática cada um exercita sua mente naquilo em
que se dedica. Com isso quero exemplificar que com nosso espírito não é diferente;
podemos torná-lo mais sensível e consciente através do falar em línguas.
A leitura e meditação na Palavra também tem o seu lugar no fortalecimento do espírito, pois
é o alimento espiritual indispensável para a boa saúde e vigor. Contudo, um atleta não
adquire um bom físico apenas se alimentando e tomando vitaminas; é necessário combinar
isto ao exercício. Semelhantemente, devemos nos alimentar da Palavra, mas também
devemos exercitar nosso espírito.
Se você deseja uma vida intensa em Deus, exercite paciente e dedicadamente seu espírito,
dia após dia, mediante a meditação na Palavra e a prática do falar em línguas e as
mudanças se manifestarão. Aprendi estes princípios há muitos anos atrás lendo os livros de
Kenneth Hagin, e decidi pratica-los. Eram-me estranhos a princípio e não foi fácil me
dedicar a eles no começo, mas perseverei e eles fizeram toda a diferença! Posso
testemunhar que o entendimento deste princípio se tornou uma revolução em minha vida, e
esta é a razão que me impulsiona a repartir este estudo com você: funciona e vai leva-lo a
um nível mais elevado no seu andar em Deus. Que o Senhor te abençoe!
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