Você está na página 1de 22

1

ESPELHOS E LENTES
Embora para os povos primitivos os espelhos tivessem propriedades mágicas, origem de
lendas e crendices que estão presentes até hoje, para a física são apenas superfícies polidas
que produzem reflexões regular. A forma geométrica da superfície determina as
propriedades do espelho.

ESPELHOS PLANOS

Fig 1. Uma fonte luminosa pontual O, chamada objeto, está a uma distância p de um espelho
plano. Raios luminosos provenientes de O são refletidos pelo espelho. Se o olho de um
observador intercepta alguns dos raios refletidos, ele tem a impressão de que existe uma fonte
luminosa pontual I atrás do espelho, a uma distância i. A fonte fictícia I é uma imagem virtual
do objeto O.
2

Fig 2. A figura ao lado


mostra dois raios. O raio
Ob é perpendicular ao
espelho e o raio Oa fazendo
um ângulo arbitrário  com
a normal à superfície do
espelho.

Os triângulos aOba e aIba têm um lado comum e os três ângulos iguais, de modo
que os lados horizontais têm o mesmo comprimento. Logo,

Ib  Ob
onde Ib e Ob são as distâncias entre o espelho e a imagem e entre o espelho e o
objeto, respectivamente. Por convenção, as distâncias dos objetos são
consideradas positivas e as distâncias de imagens virtuais são consideradas
negativas. Assim, as distâncias p e i são relacionadas por:
i   p (espelho plano)
3

Fig. 3 – Um feixe estreito de raios provenientes de O penetra no


olho depois de ser refletido pelo espelho. Apenas uma pequena
região do espelho, nas vizinhanças do ponto a, está envolvida
nesta reflexão. A luz parece se originar em um ponto I atrás do
espelho.
4
Formação da Imagem de um Objeto – Espelho Plano

Fig. 4

A razão entre a altura da imagem e a altura do objeto, em qualquer


situação de formação de imagem, denomina-se ampliação, m; ou
seja;
hi i
m ou m   (ampliação)
ho p

Para um espelho plano m = 1.


IMAGENS – ESPELHOS PLANOS
5

A imagem de qualquer figura ou objeto em um espelho plano é formada pela imagem de cada um de
seus pontos.

Fig. 5

Podemos concluir que as imagem das figuras acima são:


• Direta (não é invertida) e igual (de mesma altura) em relação ao objeto
• Virtual, isto é, formada pelos prolongamentos dos raios refletidos pelo espelho.
IMAGENS – ESPELHOS PLANOS
6

Figura 6
7
Associação de Espelhos – os espelhos planos podem ser associados, isto é, colocados lada a
lado em ângulos ou dispostos paralelamente entre si. Essas associações podem deslocar ou
multiplicas o número de imagens de um objeto.

Fig. 7

Atividades – Montagens com espelhos planos


1) Associação de espelhos – dois espelhos iguais (dispostos com um livro);
2) Caleidoscópio – três tiras retangulares iguais de espelhos dispostos na forma de prisma triangular.
3) Imagem aprisionada – três espelhos, retangulares ou quadrados, dispostos perpendicularmente entre si.
4) Periscópio – dois espelhos planos retangulares iguais, dispostos em ângulo de 45 o .
8

ESPELHO ESFÉRICO –
é qualquer superfície ou calota esférica
espelhada. Se a parte espelhada for interna, o espelho é côncavo; se for
externa, o espelho é convexo. O espelho côncavo pode ser obtido
encurvando um espelho plano para dentro e o convexo para fora (ver
figuras abaixo).
Alguns elementos dos espelhos esféricos

C: centro de curvatura: centro de curvatura da esfera que contém a calota;


V: vértice: centro geométrico da calota;
r: raio de curvatura: raio da calota esférica (distância entre C e V);
S: eixo principal: reta que contém C e V;
S’: eixo secundário: reta qualquer que contém C, mas não passa por V.

Fig.8
9

Fig.9 Espelho côncavo

No espelho côncavo temos


imagem mais afastada e
maior do que no espelho
plano.

Fig.10 Espelho convexo

No espelho convexo temos


imagem mais próxima e
menor do que no espelho
plano.
10

Fig.11 Fig.11

Fig.11 (a) Em um espelho côncavo, a luz paralela


incidente é trazida para o foco real em F, no lado R do
espelho. (b) Em um espelho convexo, a luz paralela
incidente parece divergir de um foco virtual em F, no lado
V do espelho.
11

O ponto F é chamado de foco do espelho (ou ponto focal), e sua


distância até o centro do espelho é a distância focal f do espelho.
Para o espelho côncavo dizemos que o foco é real (situado do lado
R) e para o espelho convexo dizemos que o foco é virtual (situado
do lado V). A distância focal f do espelho côncavo é considerada
uma grandeza positiva, enquanto a do espelho convexo é
considerada uma grandeza negativa.
Para ambos os espelhos, a distância focal f está relacionada ao raio
de curvatura r (positivo para o espelho côncavo e negativo para o
espelho convexo) por:

f r 1
2 (espelho esférico)
12
Relação entre a distância p do objeto ao espelho, a distância i da imagem ao
espelho e a distância focal f, que é

1 1 1
  (espelho esférico)
p i f

Fig. 12 - Um objeto puntiforme O forma uma imagem puntiforme real I, por


reflexão em um espelho esférico côncavo.
13

Prova: Da figura 12 (teorema: um ângulo externo de


um triângulo é igual à soma dos dois ângulos internos
opostos) temos ;

    e     2      2 (1)

ac ac ac
   f  12 r (2)
p r i

De (1) e (2), ficamos com


1 1 1
  (espelho esférico)
p i f
14

1 1 2
 p  i  r  r   i  p

Das equações 
 1 1  1  p   i  f
 p i f

O tamanho do objeto, ou da imagem, medidos perpendicular


ao eixo central do espelho é chamado de altura. Na figura 5,
os comprimentos das setas O e I representa a altura ho do
objeto e a altura hi da imagem. A razão entre estas alturas é a
amplitude lateral m produzida pelo espelho. Por convenção, a
amplitude lateral sempre inclui um sinal (+), se a imagem
tem a mesma orientação do objeto; e um sinal (-) se a
orientação é contrária. Logo,
hi i
m ou m (amplitude lateral)
ho p
15

Fig. 13 – (a) Um objeto O, na margem interna ao ponto focal de um espelho côncavo,


e sua imagem virtual I. (b) o objeto no ponto focal F. (c) O objeto além do ponto focal,
e sua imagem real I.
16
Como traçar os Raios – Espelho Côncavo e Convexos
Podemos localizar graficamente a imagem de qualquer ponto fora do eixo, traçando quaisquer dois
dos quatros raios especiais (veja os raios 1, 2, 3, 4 na figura abaixo):
I - Um raio paralelo ao eixo central se reflete passando pelo ponto focal (raio 1 em (a)).
II - Uma raio que passa pelo ponto focal se reflete paralelo ao eixo central (raio 2 em (a)).
III – Um raio que passa pelo centro de curvatura C se reflete retornando pelo mesmo caminho (raio 3 em (b).
IV – Um raio que tem seu ponto de reflexão na interseção do espelho com o eixo central, centro do espelho, se
reflete simetricamente, em relação ao eixo central (raio 4 em (b).

Fig. 14 – Em (a) e (b) Quatro raios podem ser desenhados para determinar a imagem de um objeto num espelho
côncavo. Para a posição mostrada no objeto, a imagem é real, invertida, e menor do que o objeto. Em (c) e (d) Quatro
raios podem ser desenhados para determinar a imagem de um objeto num espelho convexo. A imagem é sempre virtual,
com a mesma orientação do objeto, e menos do que o objeto.
17
Superfícies Refratoras Esféricas
Vamos examinar imagens formadas pela refração dos raios luminosos em interfaces esféricas.
A luz será emitida por um objeto pontual O em um meio de índice de refração n1 e incidirá
em uma interfase esférica com um meio de índice de refração n2. Nosso principal interesse é
determinar se o raio luminoso, depois de refratado na interface, formarão uma imagem real
ou virtual, e isto depende dos valores relativos dos índices de refração e da geometria da
situação em questão.

Espelhos Esféricos Interfases Esféricas


As imagens formadas por refração em uma
As imagens reais se formam do mesmo lado interfase são virtuais quando se encontram do
do espelho em que se encontra o objeto, mesmo lado (meio) do objeto e reais quando
enquanto as imagens virtuais se formam do se encontram do lado oposto.
lado oposto.
1 1
 
1

2 n1 n 2 n  n1
p i f r   2
p i r
hi i hi n1i
m   m   
ho p h0 n2 p

m positivo – imagem direta Obs: para superfície refletora plana


m negativo – imagem invertida n1 n
Obs: espelho plano m = 1.  2 0
p i
18

Fig. 15 – Seis modos pelos os quais uma imagem pode ser formar por refração em uma superfície esférica de
raio r e centro de curvatura C. A superfície separa um meio de índice de refração n1 de um meio de índice de
refração n2. O objeto pontual O está sempre no meio de índice de n1, à esquerda da superfície. A superfície
“amarela” é q que possui maior índice de refração. Imagem reais são formadas nos casos (a) e (b), em (c), (d),
(e) e (f) são formadas imagens virtuais.
19
Lentes Delgadas
Uma lente é um corpo transparente limitado por duas superfícies refratoras cujos eixos
centrais coincidem. Vamos nos limitar ao caso de lentes delgadas, isto é, de lentes nas quais a
distância objeto p, a distância da imagem i e os raios de curvatura r1 e r2 das duas superfícies
da lente são muito maiores que a espessura da lente.
Propriedades das lentes
A propriedade característica de uma lente do tipo mostrado na figura abaixo é que
todo raio paralelo ao eixo da lente que passa para o outro lado da lente converge
para o ponto F2 e forma uma imagem real nesse ponto. Tal lente é chamada de
lente convergente. O ponto F1 é chamado de primeiro foco, o ponto F2 é o
segundo foco (foco real) e a distância f é chamada distância focal.

Fig.16
20
A figura abaixo mostra uma lente divergente; dois raios paralelos que incidem sobre a lente
divergente depois da refração. Os focos de uma lente divergente (ou negativa) estão em
posições invertidas em relação aos focos de uma lente convergente.

Fig.17

 Relação entre p, i e f – lentes delgadas


Fig.18

Fig.18 Os dois ângulos  são iguais, os dois ângulos  também são iguais. Os dois triângulos retângulos OQE
e IQ’E são semelhantes, os triângulos EAF2 e IQ’F2 também são semelhantes. As razões entre os lados
correspondentes dos triângulos semelhantes são iguais. Logo,
21

ho hi hi i ho hi hi i f
  ou  e  ou 
p i ho p f i f ho f
(1) (2)

i i f i
Igualando (1) e (2), temos   1 (3)
p f f
Dividindo (3) por i, ficamos com

1 1 1
  (relação objeto-imagem - lente delgada)
p i f

De acordo com (1), temos


i
m (ampliação - lente delgada)
p

Pelo exposto acima, vimos que as equações fundamentais para as lentes delgadas
são correspondente as obtidas para espelhos esféricos.
22

A equação do fabricante de lentes é dada por

1 1 1
 ( n  1)   
f  r1 r2 

As regras de sinais apresentados abaixo podem ser usadas para as superfícies


refletoras e refratoras planas e esféricas:

1. A distância do objeto p é positiva quando o objeto está do lado dos raios


incidentes sobre a superfície (objeto real) e negativa no caso contrario;
2. A distância da imagem i é positiva quando a imagem está do lado dos raios
que emergem da superfície (imagem real) e negativa caso contrário;
3. O raio de curvatura r é positivo quando o centro de curvatura está do lado
dos raios que emergem da superfície e negativo no caso contrário;
4. A ampliação m é positiva quando a imagem é direta e negativa quando ela é
invertida.

Você também pode gostar