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Ananindeua, 2019
2
Copyright © by Organizadores e autores
Revisão: Autores.
CNPJ: 32.262.244/0001-39
cordovilebooks@gmail.com
900
NUNES, Francivaldo Alves; GUIMARÃES, Athos Matheus da
Silva [orgs.] I Simpósio Online de História dos Ananins:
ensino, pesquisa, extensão. Ananindeua [PA]: Editora Cordovil
E-books, 2019. ISBN: 978-65-80307-00-5 Disponível em:
simpoananindepe.blogspot.com
Sumário
Uma História Dialógica – Apresentação
............................................................................................................... 7 PREFÁCIO
................................................................................................................................................................ 10
HISTÓRIA ORAL E MEMÓRIA: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO ............................................................... 13
Nikolas Corrent
MAURA LOPES CANÇADO E A SUA BUSCA DO “NÃO SEI O QUE É, MAS É MARAVILHOSO”
(1929-1993)
............................................................................................................................................................... 116
Edivaldo Rafael de Souza
AP ERFEITA MULHER CASADA NAS INSTRUÇÕES DO FREI LUIS DE LEÓN NO SÉCULO XVI,
REFLEXÕES PARA UM DEBATE
..................................................................................................................... 129 Lidiana Emidio Justo da
Costa
NAS CERCANIAS: GENTE, PAISAGEM E OCUPAÇÃO EM TERRAS ANANI (PARÁ, SÉCULO XIX)
............................................................................................................................................................................
...... 167 Paulo Henrique Santos; Francivaldo Alves Nunes
DEUSES E HOMENS: A LINHA TÊNUE ENTRE O TEMPO MÍTICO E O TEMPO HISTÓRICO .... 244
Lidiana Emidio Justo da Costa
A TRANSFORMAÇÃO COMO FIM E O MÉTODO COMO MEIO: O JURI SIMULADO PARA UM ENSINO
DE HISTÓRIA RELEVANTE ............................................................................................................ 319
Rayme Tiago Rodrigues Costa
HISTÓRIA E TEATRO: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DOCENTE ....................................................
326 Rudy Nick Vencatto; Franciele Aparecida de Araujo
Para facilitar a compreensão da proposta, o livro foi dividido em sete partes, que
aproximam os artigos, considerando suas temáticas de observação e análise.
Sobre a parte três “ História e eventos históricos”, esta constitui a com maior
quantidade de artigos e diversidade de temáticas, que perpassam pela compreensão
da atuação do Império português, quanto a navegação e escravidão, as experiências
de trabalho e produção no Brasil do século XIX, tendo como foco a fronteira do
Maranhão com o Pará até a cultura cafeeira ao Sudeste do país, no século XX.
Pensamento político, ações nacionalistas, trajetórias familiares, experiências de
PREFÁCIO
Os textos que neste livro estão são consequência do I Simpósio Online de História
dos Ananins: Ensino, Pesquisa e Extensão1, que ocorreu de 10 a 14 de dezembro de
2018. Como no próprio título do simpósio, ele ocorreu totalmente de forma digital.
Essa característica do evento possibilitou o envolvimento de diversos pesquisadores
das várias regiões do Brasil e suas pesquisas sobre seus locais de origem. É uma
nova característica de realizar eventos acadêmicos e proporcionar intensos debates,
com novas perspectivas de pesquisa.
1 Link para acessar a página do evento: http://simpoananinepe.blogspot.com/ acessado no dia 18/12/2018. 2 Link para
acessar o blog da Escola dos Ananins: http://escoladosananins.blogspot.com/ acessado no dia 18/12/2018.
1 INTRODUÇÃO
Pegando o que foi exposto pode-se dizer que as vozes desses assuntos, às vezes
relegados em busca de uma história construída de cima, trazem certos espaços de
natureza privada, "as esferas ocultas". Essas esferas, que de outra forma seriam
fechadas a qualquer tipo de pesquisa científica, oferecem uma nova visão dos
diferentes e imaginários espaços das sociedades. Também pode-se saber como a
vida de uma pessoa influencia o que é narrado. (THOMPSON, 1992).
ue
Do campo da disciplina da História, o que se pretende é trazer uma parte do todo q
supõem os estudos da memória na atualidade: os depoimentos, como um dos
elementos formadores de memória, estudados no campo da História Oral. Por causa
de sua capacidade de recorrer à memória e experiência para abordar a vida cotidiana
e formas de vida não registrado, tornou-se uma categoria importante para tais
estudos.
A história oral foi amplamente utilizada na Inglaterra na década de 1960 para trabalhar
em questões relacionadas com a história dos trabalhadores e novos movimentos
sociais. O objetivo era dar voz àqueles sem voz, àqueles marginalizados pela
historiografia tradicional.
Por outro lado, monumentos e lembretes, se tornam espaços de luta política e pública
atualmente; esse é o caso, por exemplo, dos órgãos de direitos de seres humanos e
diferentes organizações sociais quando geram atividades diversificadas, desde
publicações na mídia impressa até propostas de nomenclaturas de ruas e praças.
“Não há articulação do social que é de uma vez por todas, nem na superfície,
ou em profundidade [...] que está articulação, tanto em termos diz respeito às partes
que possui, bem como às relações que estabelece entre os partidos e entre eles e o
todo, é a todo momento uma criação da sociedade em pergunta. A sociedade é
estabelecida como modo e tipo de convivência.” (HALBWACHS, 2003, p. 101).
Por causa disso, a memória coletiva é um meio de construir história oral, contribuindo
para a historiografia como fonte de história. Neste sentido, como dito acima, todo
testemunho oral traz um fardo emocional e sensível que depende do modo como a
memória foi alojada na memória, para a qual, recordando a memória de volta ao
presente, ela pode ser feita de diferentes maneiras e cada pessoa em sua memória
individual vai lembrar o evento ou o feito de uma maneira diferente.
No entanto, o fato, como tal, não muda, apenas modifica o que significa que dá
quem se lembra. Então, uma primeira conclusão é que a interpretação desses fatos,
através da "purificação" da memória e da busca por pontos comuns nas memórias
individuais permite construir uma visão generalizada de vários eventos que poderiam
dar origem a uma memória coletiva.
Pelo exposto, para que a coleção de memórias possa efetivamente tornam-se fontes
para a história oral, o papel do entrevistador é vital importância, já que é ele quem,
através da interação com o outro em um momento e espaço definido, conseguirá que
o assunto "rememore".
Nesse sentido, para alcançar uma coleção de memórias, devemos levar em conta os
quadros de memória proposta por Halbwachs, que nos permitiu articular o tipo de
perguntas a serem feitas aos entrevistados, em primeira instância.
Finalmente, esta ordenação de memórias permite então construir a história oral, como
é realizado na investigação do bairro. Para isso é necessário não apenas limpar as
memórias, mas também confiar em estruturas sociais, aspectos temporais e espaciais
da memória.
A História Oral busca criar novos registros documentários que permitam construir uma
nova forma de historiografia baseada em pesquisa de campo. Nesse sentido, a
história oral realiza uma busca e compilação das histórias (narrativas), geralmente a
partir da pessoa comum ou da classe popular, pois são essas pessoas que, na
maioria das vezes, não possuem documentos escritos ou não são mencionados nos
documentos que o historiador usa como fonte. Daí deriva a importância desta
compilação, pois compõe uma história articulada em um processo narrativo, de igual
caminho em uma fonte adequada para o trabalho do historiador.
Atualmente, o interesse que a história oral despertou influenciou seu tempo, em novas
possibilidades de história social e conseguiu influenciar a multidisciplinaridade da
história, relacionadas a outras ciências sociais, como geografia, antropologia cultural,
sociologia, entre outros. (HALBWACHS, 2003).
Dentro das dificuldades que existem no trabalho com fontes de tipo oral, pode-se
mencionar o problema da confiabilidade da fonte e seu caráter de objetividade. Nesse
sentido, Bossi (1994), ressalta que esse não é um problema exclusivo da história oral,
é apresentado em qualquer fonte consultada, para qualquer forma de história.
Nesse sentido, Thompson (1992) considera que a memória da vida em geral de uma
pessoa ou informante (como ele será chamado a partir de agora) a partir de sua
própria perspectiva dentro do que ele considera importante, gera uma história e, em
consequência, o documento mais confiável que pode ser encontrado, já que memórias
trazem com detalhes que não podem ser encontrados de outra forma e permitir a
construção de histórias em pequena escala. (ALBERTI, 2004).
De acordo com isto, é importante para a compreensão da metodologia usada para a
construção de uma história oral, a partir do resgate da memória coletiva definindo o
conceito de "Memória", dando sentido a pesquisa.
Para mergulhar neste assunto, para finalmente entender o que é memória individual e
o que é memória coletiva, a primeira coisa é explicar a noção de memória do que é
lembrado e a quem está memória pertence.
Bossi (1994), explica que os gregos tinham duas palavras para se referir a "memória",
"mneme" e "anamnesis", para designar a memória e o exercício de recordar a
memória, respectivamente. Seguindo esta explicação simples, pode-se dizer que há
uma imagem do passado, que é chamado como uma memória e um exercício pessoal
que é lembrar, em que a memória de cada um é usada para "lembrar-se", isto é, ter
uma memória de si mesmo.
Explana-se que a pessoa explica os eventos e suas ações neles, a partir da maneira
pela qual se percebe no território e em sua sociedade. Então, voltando para os limites
de amplitude e precisão que foram definidos como o limite entre a memória e
esquecimento, pode-se afirmar que, por um lado, a dificuldade de amplitude tem
relação com o âmbito da temporalidade e da espacialidade e, por outro lado, na
precisão, influencia a profundidade da memória e a clareza de sua representação,
típica da capacidade humana de "lembrar". (ALBERTI, 2004).
De qualquer forma, o entrevistador tem uma tarefa de importância vital, uma vez que o
assunto lembra pela interação com o outro.
Nesse sentido, propõe-se que, para "lembrar-se", é necessário ter a opinião dos
outros, isto é, as pessoas não se lembram sozinhas, e a partir dessa ideia é possível
dizer que lembrar uma única pessoa é um ponto de vista da memória coletiva. Então o
"outro" não é apenas um facilitador de memória, mas age como uma estrutura social
para ela.
“Além disso, deve ser entendido que a estrutura para memória, além de ser social, é
também espacial e temporal, de modo que a memória será modificada pelos
contextos espaciais e temporais em que o sujeito está inserido.” (HALBWACHS, 2003,
p. 100).
Outrossim, a memória individual que utiliza os quadros sociais de memória, "é apenas
uma parte e um aspecto da memória do grupo", que é preservado como memórias
quando ligado as mídias sociais, uma vez que os quadros de memória são
conhecidos, é possível entender como a memória individual se torna uma memória
coletiva, para poder entender de que forma de memória pode ser um meio para a
construção da história oral.
Embora possa ser dito que é difícil através da história oral poder reconstruir os
eventos históricos concretos (exceto em casos que são as únicas fontes de
informação sobre um período histórico) constitui uma documentação inestimável na
reconstrução da atmosfera, ambiente de eventos, subjetividade, práxis individual e
coletiva de um grupo social.
Ao trabalhar com histórias orais, estas nem sempre são coincidem com as diferentes
"visões" dos que testemunharam um fato do passado. Quando se investiga sobre a
vida cotidiana de uma sociedade pode-se encontrar versões dissimilar e até o oposto
do mesmo fato histórico. Ao ouvir de uma pessoa um conto, lenda ou simplesmente
“determinada” versão em um determinado assunto encontra-se antes de um caso
único de interpretação histórica, já que "aquele" momento de diálogo é irrepetível.
Entende-se que no caso da história oral a fonte é construída pelo mesmo pesquisador
o material obtido das entrevistas que devem ser corroborados com outros documentos
da época, na medida em que existam.
A história que depende da memória pode não ser melhor do que a memória em que
se baseia. Porque a história oral depende quase exclusivamente na memória, pode-
se argumentar que a história oral serve para reiterar o que é, melhor, uma lembrança
distorcida do passado.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTI, V. Manual de história oral. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
INTRODUÇÃO
É imperioso dizer então que neste artigo, a identidade é entendida pelos seus
aspectos constitutivos de pertencimento (nós) e de alteridade (outro). Ou seja, como
as representações que fazemos de nós mesmos e dos outros, assim como a memória
que construímos, para nós mesmos e para os outros. Por esse ângulo, a historiadora
Sandra Jatahy Pesavento (2004) foi quem melhor explicitou esta ideia:
De acordo com o teórico da cultura Stuart Hall, não se pode pensar a construção da
identidade como algo puramente individual ou coletivo, mas como uma permanente
negociação entre indivíduo e sociedade. E, principalmente, não podemos tomar tal
construção como algo estático ou pronto, mas entendê-la como um processo
permanente de interação. Ora, assim, a identidade é construída, arquitetada
socialmente e se redefine nas escolhas e ações dos grupos sociais.
Nessa lógica, é necessário levar em conta este entendimento para compreender que
não podemos falar de uma só identidade, uma única e isolada forma, mas sim na
configuração de múltiplas identidades, por vezes convergentes, em outras
divergentes, mas sempre fluidas e movendo-se a partir de fronteiras interativas.
Assim, “[...] a construção da identidade se faz no interior de contextos sociais que
determinam a posição dos agentes e por isso mesmo orientam suas representações e
suas escolhas” (CUCHE, 2002, p.192).
“[...] não estamos ainda habituados a falar da memória de um grupo. Mesmo por
metáfora. Parece que uma tal faculdade não possa existir e durar a não ser na medida
em que está ligada a um corpo ou a um cérebro individual. Haveria então memórias
individuais e, se o quisermos, memórias coletivas”. (HALBWACHS, 2003, p.36).
Diante dessas proposições, faz cumprir que para Stuart Hall (2006), as
determinadas identidades existentes correspondentes a um determinado mundo social
estão em declínio, visto que a sociedade não pode mais ser vista como determinada,
mas em contínua mutação e movimento, fazendo com que novas identidades surjam
continuamente, em um processo de fragmentação do indivíduo moderno.
Ainda, de acordo com a condução teórica proposta por Hall, com a identidade que se
mostra na pós-modernidade “[...] somos confrontados por uma gama de diferentes
identidades (cada qual no afazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes
partes de nós)” (2006, p.75).
Assim, pontua de forma assertiva que estaria ocorrendo uma mudança no conceito de
identidade e de sujeito, já que as identidades modernas estão sendo “descentradas”,
ou seja, deslocadas e fragmentadas e, como consequência, não é possível oferecer
afirmações conclusivas sobre que é identidade, visto tratar-se de um aspecto
complexo, que envolve múltiplos fatores. Destarte, em linhas gerais, “[...] dentro de
nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo
que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas” (HALL, 2006, p.
13). Ele ainda argumenta que:
Ora, Stuart Hall salienta que as identidades modernas passam por um processo de
fragmentação e mutação cotidiana, não se mantêm fechadas, mas abertas à novas
condições sociais que possam surgir com o tempo. De modo assim que:
“As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até
aqui visto como um sujeito unificado.” (HALL, 2006, p. 7).
Nesse sentido, Barros afirma que “[...] toda vida cotidiana está inquestionavelmente
mergulhada no mundo da cultura. Ao existir, qualquer indivíduo já está produzindo
cultura automaticamente, sem que para isto seja preciso ser um artista, um intelectual
ou um artesão” (BARROS, 2005, p. 3). Diante deste quadro, pode-se expor que todo
simbolismo é fator de identidade e toda a cultura é cultura de um
“As lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para
compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua
concepção do mundo social, os valores que são os seus, e o seu domínio.”
(CHARTIER, 1990, p.17).
como informa Reinhart Koselleck “[...] a forma pela qual, em um determinado tempo
presente, a dimensão temporal do passado entra em relação de reciprocidade com a
dimensão temporal do futuro” (KOSELLECK, 2012, p.15).
“Só por um impulso forte para formar um “povo” é que cidadãos de um país se
tornaram uma espécie de comunidade, embora uma comunidade imaginada, e seus
membros, portanto, passaram a procurar (e consequentemente a achar) coisas em
comum, lugares, práticas, personagens, lembranças, sinais e símbolo”. (HOBSBAWM,
2008, p. 111).
Isto se dá, cabe ressaltar, pelas condições históricas, não há como tratar nenhum
assunto dentro da historiografia sem levar em consideração as subjetividades
implícitas nas formações identitárias dos sujeitos, suas formas e ações. José Carlos
Reis expõe que “a história é o discurso que representa as identidades de indivíduos,
de grupos e nacionais, e a crítica historiográfica é a própria ‘vida do espírito’ de uma
nação” (REIS, 2006, p.20).
É possível dizer ainda, que um dos maiores desafios dentro da historiografia atual se
dá pela instabilidade das identidades, mutáveis e múltiplas, que se cruzam,
entrelaçam, misturando histórias, discursos, cultural, representações sociais. De forma
que a “[...] identidade torna-se celebração móvel, formada e transformada” (HALL,
2006, p. 11-12).
Por fim, resta dizer que a “produção” de uma identidade está imbricada a outras
ciências e saberes, uma vez colocado que o desafio epistemológico em lidar com a
identidade implica uma articulação entre a história e as demais ciências humanas,
visto sua complexidade e amplitude teórica.
Pois então, a partir dessa reflexão, pode-se entender que os sujeitos, transformadores
de uma tradição em objeto do passado, realizam essa operação a partir de um
determinado lugar social, de práticas científicas e de uma escrita que organiza os
dados (CERTEAU 2000, p. 55-56).
Portanto, por tudo que fora exposto, as identidades estando presentes em todos os
espaços e tempos condicionam as relações sociais históricas implicando a redefinição
do modo de viver e fazer dos seres humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOBSBAWM, Eric J. Nações e nacionalismo desde 1780. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2008
HUNT, Lynn.(org.). A nova história cultural. Tradução Jefferson Luis Camargo, São.
Paulo: Martins Fontes, 1992.
SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
O contexto do texto
Ser ou não ser. Existir ou não existir. Finalmente, viver ou morrer, eis a questão!
Lanço mão de uma das mais famosas frases da literatura mundial, subtraída da peça
A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, para provocar
intencionalmente uma reflexão que talvez seja percebida como conteúdo complexo,
profundo e, quiçá, da psicologia social. No entanto, parafraseando Shakespeare,
pretendo apenas constituir um pano de fundo para uma crônica recente. No início do
“‘Somos daqui’, ‘somos deste lugar’, pertencemos a este lugar” (BAUMAN, 2005, p.
24). No caso da Cozza, o veredito para sua questão identitária veio pelo “outro” que,
por fim, a decretou como não sendo “uma pessoa deste lugar”, isto é, para interpretar
Dona Ivone Lara, faltava-lhe a negritude correspondente, logo, negra de
política e “em termos de cor”. No entanto, o que não mudou foi a discriminação que,
fazendo-se uma comparação entre negros e mulatos, percebe-se uma discriminação
em favor do mulato.
“[...] em termos de cor, se reproduz em várias direções. Por isso, dentro da população
negra e mestiça não há homogeneidade. Criar esta homogeneidade é um problema
preliminarmente político: trata-se de levar o mulato a se identificar não com o branco,
não com a rejeição à luta contra o preconceito, mas levá-lo a aceitar a sua condição
de negro e fazer com que sejam negros todos os que possuam caracteres de origem”.
(FERNANDES, 2017, p. 93)
Referências
(ABPN), [S.l.], v. 6, n. 13, p. 01-04, jun. 2014. ISSN 2177-2770. Disponível em:
<http://abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/145>. Acesso
em: 21 jun. 2018.
Uma das vias de acesso a comunidade é a estrada do Aurá, que fica na divisa entre
os municípios de Ananindeua e Marituba. Os moradores necessariamente precisam
passar por este caminho, porém, a via de acesso não está em boas condições para se
trafegar, visto que, há muitos buracos e no período de inverno a lama é constante. A
população sofre com todos esses problemas, pois em dias de sábado trazem seus
produtos para serem comercializados na feira de Ananindeua. Os alimentos
produzidos pela própria comunidade é um dos recursos na renda familiar. Os mais
produzidos são frutos regionais, como açaí, pupunha, cupuaçu, laranja, etc. A
produção agrícola é um dos meios de sobrevivência para a comunidade. Há também
de ressaltar que muitos que ali residem constituem outra profissão, por isso, a
necessidade de virem para o centro da cidade em busca de alternativas de trabalho
profissional.
O autor ao discutir a questão da identidade como algo que está ligado ao processo de
representações, deixa claro que na sociedade pós-moderna esse fenômeno se
expressa de diferentes formas, pois no sujeito não existe uma única identidade, como
já foi discutido anteriormente. Ainda sobre esse elemento presente na sociedade,
Stuart Hall diz o seguinte:
A comunidade nesses últimos tempos vem sofrendo diversas ameaças, entre elas, é a
passagem da ferrovia que afetará o modo de vida desses sujeitos. Por isso, o
quilombo preocupado com a sobrevivência das futuras gerações, vem discutindo e
propondo estratégias de como continuar vivendo sem essas interferências externas
que afetará o modo de vida desta população. A esses embates que se configuram em
torno da mesma, a Associação de Moradores e Produtores de Abacatal e Aurá
(AMPQUA), elaborou um protocolo de consulta, aprovado em assembleia geral no dia
10 de julho de 2017. Este recurso foi baseado na Convenção 169, da Organização
Internacional do Trabalho, que assegura o direito de serem consultados previamente.
Neste protocolo o quilombo apresenta como deve ser assegurado este direito e de
que forma deve ser realizado a consulta.
Esses projetos que estão sendo pensados para a comunidade, nem sequer foram
consultados, mas que pode atingir seriamente o território, sobretudo com a instalação
de indústrias, rodovias e ferrovias. Esses tipos de empreendimentos causam uma
série de impactos a identidade cultural, que foi repassada por seus ancestrais, através
da memória e da oralidade, que é a maior riqueza desses sujeitos. A perda de sua
cultura pode os colocar numa situação de vulnerabilidade social, ambiental, cultural e
econômica. Portanto, a decisão do protocolo de consulta está pautada na busca de
reconhecimento e de seus direitos respeitados.
Esses grandes projetos trouxeram conflitos para a comunidade, tendo presente que
por ser uma comunidade quilombola a terra é de direito dos que ali residem. As lutas
empreendidas foram as mais diversas, como reuniões para organizar a
Nos estudos que estão sendo feito a área de Abacatal será atingida, visto que, alguns
moradores já tomaram conhecimento deste projeto. A comunidade recebe orientações
da defensoria pública, na figura de Johny Giffoni do Núcleo de Defesa dos Direitos
Humanos da Defensoria Pública do Estado do Pará. Segundo ele, “para que o
processo de licitação do empreendimento já estivesse avançado ao ponto que está,
as populações tradicionais deveriam ter sido consultadas previamente, conforme
prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), decretada
no Brasil em 2004”. Johny é um dos defensores públicos do Pará que contribui
significativamente nas discussões e combate a esses projetos. É interessante lembrar
que não é apenas Abacatal enquanto comunidade tradicional que será afetada, mas
23 municípios paraenses.
O pertencimento quanto a cor da pele ainda continua muito presente até hoje na
comunidade, tudo isso deriva de suas origens culturais que via o negro como pessoa
inferior. Alguns estereótipos relacionados a sua ancestralidade faz com que ainda haja
uma não aceitação de suas origens. Neste sentido, o trabalho sobre a identidade no
quilombo é extremamente importante, para que as futuras gerações se apoderem do
ser negro na sociedade.
A conquista desses territórios continua até hoje como formas de resistir a qualquer
tipo de ameaça que impeça as comunidades tradicionais de viverem de forma
harmoniosamente, construindo valores, sendo sujeitos sociais num mundo
fragmentado e dando visibilidade a sua africanidade de um passado no qual foi
incorporado elementos relacionados a questão da etnicidade não muito positivo.
Segundo Simone e Lisângela, “ao negro foi-lhe negada uma cidadania real mesmo
após a abolição da escravatura”. Desta forma, é compreensível o estabelecimento que
se deu na composição de suas lutas, com suas bases de sobrevivência na agricultura,
a resistência que foi empreendida contra os ataques externos, bem como a formação
de uma territorialidade negra, com suas especificidades, construindo uma identidade
peculiar nos quilombos.
Nesta luta pela terra os conflitos são os mais diversos, visto que as relações sociais
quase sempre são conflituosas. O reconhecimento de sua identidade quilombola é
Neste pequeno fragmento percebe-se que identidade e território tem uma interligação
que direciona para o reconhecimento da cultura e da vivência de um determinado
grupo social. É neste aspecto que a população do quilombo de Abacatal tentam
manter sua cultura dentro de seu território, mesmo sabendo que suas terras são
cobiçadas por empresas que tentam tirá-los desse espaço de memórias, experiências
vividas por seus ancestrais, cultivando valores que existem até hoje. A luta pela terra
começa desde muito tempo, na qual moradores legitimam como propriedade
particular, gerando conflitos que dificultam as relações sociais e familiares.
É neste território onde se constitui o quilombo que vamos encontrar histórias de vida,
permeada por grandes tensões, atividades como produção agropecuária, agricultura,
pesca, entre outros. Outra presença importante é a escola municipal de ensino
fundamental Manoel Gregório Rosa Filho, disponibilizando o acesso ao ensino
fundamental.
REFERÊNCIAS:
Vânia Maria Carvalho de Sousa possui graduação em História pela Universidade Vale
do Acaraú (2007). Especialização em Estudos Bíblicos pelo IESPES. Mestra em
Ciências da Religião pela UEPa. Especialização em andamento em História Agrária
na Amazônia Contemporânea pela UFPa.
MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo, CASTRO, Edna Maria Ramos. No caminho de
Pedras de Abacatal: experiência social de grupos negros no Pará. Belém:
NAEA/UFPA, 2a. ed. 2004.
fato de uma instituição ser pública e a outra particular, interferia nas notícias
publicadas pelos redatores.
Contexto histórico
Sobre a cultura escolar, utilizaremos as ideias de Dominique Julia (2001), que a defini
como um conjunto de normas e práticas que determinam conhecimentos e ensinam
condutas, é, portanto, impossível estudar a história das instituições de ensino sem
levar em conta as relações – culturais, políticas, econômicas e religiosas. Nesse
quadro, a figura dos professores não pode ser deixada de lado, pois eles são
convocados a obedecer a essas ordens e utilizar dispositivos pedagógicos
encarregados de facilitar sua aplicação.
Júlia (2001) também argumenta que existem três eixos para entender a cultura
escolar, um deles é a avaliação do papel desempenhado pelo educador. Assim, no
final do processo educacional sempre é o docente que escolhe o que será ensinado,
pois ele não é uma simples massa de manobra – apesar das inúmeras leis e
regimentos que comandam a escola, mas vale ressaltar que cabe ao aluno a
Assim, a cultura escolar não pode ser pensada como uma ‘coisa’, como um programa
ou curso de estudos e, sim, como um ambiente simbólico, material e humano que é
constantemente reconstruído – envolve aspectos técnicos, estéticos, éticos e políticos
– respondendo tanto ao nível individual/pessoal como social. Ou seja, envolve
compromissos relacionados ao discurso político e ideológico, às políticas de Estado,
ao conhecimento que é ensinado nas escolas, às atividades diárias de professores e
estudantes nas salas de aula e, de como entendemos tudo isso. Nesse sentido, não
são compromissos que se dão entre ou no meio de iguais. Ela não é alguma coisa
que se traduz num movimento estático, e sim dinâmico: entre estratégias e táticas;
entre espaço e lugar – a vida é dinâmica; a vida da escola é dinâmica. Então, pensar
no ambiente escolar significa pensar uma cultura que se reorganiza cotidianamente,
que se faz e refaz, entre estratégias e táticas cotidianas, e que se reconstrói a cada
dia, a cada momento, considerando o conjunto de educadores que se apropriam dele.
A cultura da/na escola tem uma representação oficial, mas também se apresenta em
sua materialização cotidiana de cada escola, num movimento das táticas, “lance por
lance” (CERTEAU, 1994, p. 100).
Sobre as fontes utilizadas, esse trabalho pautará nos jornais em circulação pelas
províncias do Ceará e Espírito Santo na década de 1870. Para o tratamento dessas
fontes é essencial à análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin (2004). A
autora (2004, p.15) ao descrever a importância da metodologia da análise de
conteúdo, assevera que a apreciação estatística comungada a categorização - a
técnica de classificação de elementos por diferenciação a partir de um conjunto e pelo
seu posterior reagrupamento em pequenos grupos - permite a melhor apreensão da
realidade, já que oferece uma técnica sistemática de objetividade do material
analisado e uma apreensão clínica do conteúdo. Nessa perspectiva o paradigma
indiciário, metodologia desenvolvida pela escola histórica italiana, também auxilia no
trabalho com as fontes, pois torna possível a investigação dos pequenos indícios
fornecidos pela documentação e a percepção da atuação política e cultural dos
colégios analisados nas terras capixabas e cearenses.
Sobre o uso dos jornais como fonte histórica, Tania Regina de Luca (2008),
argumenta que até a década 1970 ainda havia uma aversão por parte dos
historiadores quanto a sua utilização. Essa modificação terá início com a Escolas dos
A impressa escrita
Para Régia Agostinho Silva (2011), o final de 1870 no Ceará, foi marcado por uma
grave seca, que prejudicou a economia provincial e abalou o discurso progressista.
Em relação ao Espírito Santo, Karulinny Silveiro Siqueira (2016) argumenta que essas
novas ideias em voga no Brasil Império também chegaram. Até 1870, não existiam
claras manifestações contra o poder imperial. O radicalismo presente na Corte não
atravessou as fronteiras provinciais até esse momento. Esses pensamentos
reformistas somente encontraram terreno propício quando as novas gerações de
políticos e intelectuais, formados na Corte, retornaram para a terra natal e
encontraram um mercado literário mais amplo que na década anterior.
O Atheneu Cearense foi criado em 1863 para formar a elite intelectual de Fortaleza,
que poderia pagar pelos estudos, e fechou as portar 23 anos depois, em 1886. De
acordo com Karolynne Barrozo de Paula e Antonio Germano Magalhães Junior
(2012), a instituição se destinava a educação religiosa e preparatória para o ingresso
nos cursos superior do Império, admitindo alunos internos e meio pensionistas de
todas as faixas etárias. Em sua grade curricular, de acordo com os autores citados
anteriormente, podemos observar matérias ligadas aos estudos humanísticos, como a
língua francesa, latim, geografia e história.
outro momento argumenta que o colégio é bem construído e conservado debaixo das
regras da boa higiene, sendo falsa a notícia de que dezessete alunos estavam
acometidos por beribéri (1872, ed. 195, p. 2); assim como anuncia que a instituição foi
transferida de local, provando que a direção não tem poupado esforços para manter o
estabelecimento com as proporções exigidas para a “distinta função educacional”,
continuando merecedor de todo reconhecimento do público cearense e louva, ainda,
ao colégio por instalar aulas noturnas gratuitas para os “desvalidos”, como o objetivo
de ensinar a ler e escrever.
terem mais de uma função pública, questão impedida por lei. Sobre os alunos, foi
publicado a baderna realizada em praça pública, que recebeu advertência do
Presidente da Província (A Actualidade, 1878, ed. 64, p. 8). Tal confusão dizia respeito
as caricaturas, que tinha como tema os professores e funcionários da instituição, feita
pelos alunos e pregadas em ruas da cidade. Em outro momento, um jornal publicou
uma série de notícias sobre a acumulação de cargos públicos pelos professores (O
Espírito Santense, 1876, ed. 1, p. 3). Mas o mesmo jornal que criticava, também
elogiava em outros momentos. Um ano antes que criticar a acumulo de cargos pelos
professores, O Espírito Santense (1875, ed. 8, p. 4) enalteceu os profissionais,
argumentando que com a organização escolar estabelecida pela administração,
tornado os alunos “discípulos distinto”, a comunidade capixaba já estava colhendo os
frutos e os esforços seriam compensados com a gloria de encontrar na futura
inteligências do Espírito Santo “essas luzes”, ou seja, na instituição estavam sendo
formada os futuros dirigente da província.
Referências Bibliográficas
LUCA, Tania Regina de. A grande imprensa na primeira metade do século XX. In:
MARTINS, Ana Luiza; LUCA, Tania Regina de. História da imprensa no Brasil . São
Paulo: Contexto, 2008, 149- 175.
LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, C.
B. (org.) Fontes Históricas. São Paulo; Contexto, 2005. p. 111-153.
SILVA, Régia Agostinho. Entre mulheres, história e literatura: a escrita feita por
mulheres em fortaleza no século XIX. In: Simpósio Nacional da ANPUH, 26, 2011,
São Paulo, Anais... São Paulo: ANPUH, 2011.
A casa utilizada como escola era alugada pelo professor ou professora, que neste
mesmo espaço morava com a família, reservando um dos cômodos para a função
pública; o que não deixava de se constituir enquanto locais improvisados. A escolha
da casa cabia ao mestre, o que levava os visitadores das escolas, responsáveis pela
fiscalização destes estabelecimentos, à denúncia de que, em geral, as residências
eram acanhadas, anti-higiênicas e sem ventilação. No interior, faltavam habitações
apropriadas, levando, em alguns casos, à instalação de escolas em verdadeiras
Nos dizeres dos administradores a prática extrativa era o principal obstáculo para a
propagação do ensino na região. Dentre as atividades extrativas, a borracha aparecia
com a grande vilã, por afastar as crianças das escolas durante o verão, ou seja, no
segundo semestre de cada ano, quando intensificava os trabalhos de extração do
látex. Nesse caso, o diretor de instrução pública do Pará em 1877, Joaquim Pedro
Corrêa de Freitas, lamentava que em boa parte das escolas fosse pouco concorrido à
frequência de alunos devido o período de colheita da borracha, quando os povoados
eram abandonados por muitos de seus habitantes.
O que para os professores poderia ser uma opção dos pais, no caso da cearense
Maria Francisca do Espírito Santo, de 44 anos e moradora de Benevides desde 1878,
tratava-se da necessidade de mais braços para o trabalho no roçado. Afinal os seus
três filhos ajudavam nas atividades de capina e plantio; auxílio necessário, pois era
preciso abreviar o quanto antes o trabalho de cultivo, uma vez que, o auxílio do
governo para os colonos recém-chegados a Benevides se estenderia apenas por seis
meses (APEP. Auto de Inquérito da Chefatura de Polícia de 13 de junho de 1879).
Nos dizeres das autoridades provinciais, a indiferença dos pais pela instrução dos
filhos seria uma das principais causas atribuídas ao "atraso da instrução" na região,
em todo o Segundo Reinado. De acordo com Irma Rizzini, quase sempre, os pais do
interior eram lembrados pelos governantes, principalmente por este descuido,
explicado pela "indiferença, senão repugnância pela instrução da infância" nos lugares
distantes e pouco povoados. Já nos grandes povoados, habitados por uma
"população mais desenvolvida pela educação", haveria maior recepção dos pais à
instrução da infância, podendo-se ampliar o ensino público (RIZZINI, 2004, p. 113). No
caso dos núcleos coloniais, a necessidade de se garantir as atividades de cultivo
exigia o uso quase constante do trabalho das crianças, o que inviabilizava a sua
frequência na escola.
Diríamos, portanto, que a agricultura embora fixasse o homem a terra, a esta era
ainda atribuída à capacidade de facilitar a propagação do modelo de educação
pensada pelas autoridades imperiais. Em outras palavras, seria justamente a
capacidade de fixar as populações em uma dada região o elemento facilitador de
implantação de um ensino regular e oficial. No entanto, há de se considerar que a
identificação dos colonos com o modelo proposto de ensino e a dinâmica de trabalho
dos colonos parecem se constituir como elementos decisivos nesta questão, seja para
facilitar a implementação dessas proposições de ensino, seja para negá-la; pelo
menos é o que mostra a experiência da escola de primeiras letras da Colônia
Benevides.
Agradecimentos
Referências
ARAÚJO, Teresa Corrêa de; DABAT, Cristiane & DOURADO, Ana. "Crianças e
adolescentes nos canaviais de Pernambuco". In: DEL PRIORE, Mary (org.). História
das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000, 407-436.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Instrução elementar no século XIX. In: LOPES,
Eliane Marta et al (orgs.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte:
Autêntica, 2000.
PARTE 3:
HISTÓRIA E
EVENTOS
HISTÓRICOS