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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Bruno Ponciano Marques 2018000194

Alessandro José da Silva Ferreira 2019000180

Lucas Fernando Lima 2017010580

Tiago Coli Resende 2016000103

RELATÓRIO 2 – FIS 513 – FÍSICA IV EXPERIMENTAL


ENERGIA NO MHS E SUPERPOSIÇÃO DE MHSs

ITAJUBÁ, MG
2019
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. ENERGIA NO MHS

Na Mecânica, a energia potencial associada a uma força elástica é dada por

Usando a expressão x(t) = A cos( t + ) é possível notar que a energia


potencial muda ao passar do tempo de acordo com a expressão

A energia cinética, dada por

Também muda ao longo do tempo. Usando v(t) = -A sen( t+ ) nota-se que a


dependência da energia cinética com o tempo é dada por

onde, na expressão acima é utilizado a relação

A soma da energia cinética com a energia potencial resulta na energia


mecânica (E). Nesse caso escreve-se
É conhecido que a energia mecânica se conserva no movimento. É possível
comprovar analiticamente somando as expressões

Tem-se:

Sabe-se que . Portanto, segue de

que a expressão da energia mecânica é

A figura abaixo mostra o que ocorre com as várias formas de energia, ao passar
do tempo.

Observa-se que a energia cinética e a energia potencial variam de tal forma


que a soma permanece constante.
1.2. CONSTANTE ELÁSTICA

Pense uma mola presa em uma das extremidades a um suporte, e em estado


de repouso (sem ação de nenhuma força).

Quando é aplicado uma força F na outra extremidade, a mola tende a deformar


(esticar ou comprimir, dependendo do sentido da força aplicada).

Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Robert Hooke


(1635-1703), constatou que a deformação da mola aumenta proporcionalmente à
força. Assim foi estabelecida a seguinte lei, denominada Lei de Hooke:

Onde:

F: intensidade da força aplicada (N);

k: constante elástica da mola (N/m);

x: deformação da mola (m).

A constante elástica da mola depende principalmente da natureza do material


de fabricação da mola e de suas dimensões. A unidade é o N/m (newton por metro)
mas também é possível encontrar N/cm; kgf/m, etc.
2. OBJETIVOS

Este experimento teve como objetivo estudar a variação das energias cinética
e potencial de um corpo que executa um MHS, como também comprovar a
conservação de energia mecânica.
3. MATERIAIS UTILIZADOS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Materiais Utilizados

A – Energia do MHS

• 2 Molas com ø = 9 mm, I = 210 mm.

• 1 Puck com massas variáveis.

• 1 Conjunto Lei de Hooke com 10 massas padrão de 10g.

• 1 Nível de bolha.

• 1 Trena.

• 1 Balança digital.

• 1 Câmera fotográfica digital de um aparelho celular convencional

B – Superposição de MHS’s (Figuras de Lisajoux)

• Gerador de frequências de áudio com 2 canais

• Osciloscópio

• Microcomputador

3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.2.1 DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE ELÁSTICA DAS MOLAS

Ajustou-se, primeiramente, a escala vertical de modo que ela ficasse em


equilíbrio com a vertical. Posteriormente, pendurou-se uma das molas e fixou-se a
posição de equilíbrio da extremidade inferior da mola, adotando essa posição como
referência para as medidas posteriores.
Pendurou-se o porta-pesos na mola, colocando as massas no porta-pesos e
medindo a deformação da mola através da escala e da referência adotada. O
procedimento foi repetido 5 vezes para massas variando de 0,020kg. Além disso,
mediu-se a massa total do conjunto porta-pesos e massas na balança digital.

Por fim, repetiu-se todo o procedimento com a outra mola. Os dados obtidos
são apresentados pelas tabelas 1 e 2, sendo a tabela 1 com os dados da mola 1 e a
tabela 2 com os da mola 2.

m ±Δm (g) x ± Δx . 10-3 (m)


1 30,15 ± 0,01 8,0 ± 0,5
2 50,26 ± 0,01 34,0 ± 0,5
3 70,47 ± 0,01 76,0 ± 0,5
4 90,61 ± 0,01 117,0 ± 0,5
5 110,72 ± 0,01 158,0 ± 0,5

m ±Δm (g) x ± Δx . 10-3 (m)


1 30,22 ± 0,01 7,0 ± 0,5
2 50,32 ± 0,01 37,0 ± 0,5
3 70,44 ± 0,01 76,0 ± 0,5
4 90,53 ± 0,01 117,0 ± 0,5
5 110,75 ± 0,01 155,0 ± 0,5

OBSERVAÇÃO DO MHS NA MESA DE AR

Primeiramente nivelou-se a mesa de ar com o nível de bolha. Medimos o


diâmetro do puck e o comprimento da trajetória na mesa de ar.

Posteriormente montamos um oscilador prendendo um puck entre as duas


molas de constantes elásticas conhecidas. Fizemos três filmagens da oscilação do
puck, em cada uma usamos uma massa diferente, a primeira medida usando apenas
o puck e depois acrescentando duas e posteriormente quatro massas. Esticou-se as
molas por uma amplitude inicial e soltou-se o puck, este movimento foi registrado
através de uma câmera digital. Abaixo encontra-se a tabela com o valor das massas
medida a cada filmagem.

m ±Δm (g)
1 179,22 ± 0,01
2 214,01 ± 0,01
3 249,03 ± 0,01

As filmagens foram visualizadas no programa Quick Time, onde foram


capturados alguns quadros, e podendo assim definir a posição em função do tempo.

SUPERPOSIÇÃO DE MHS’S

Na terceira parte do experimento, ligamos dois canais do gerador de


frequências de áudio as entradas x e y do osciloscópio. Utilizamos a frequência de
200 Hz na entrada x do osciloscópio e variamos a frequência na entrada y de forma a
obter as figuras de Lisajoux. A tabela abaixo mostra a relação das frequências nas
entradas x e y.

Relação Fx (Hz) Fy (Hz)


1:1 200 200
1:2 200 400
1:3 200 600
2:3 400 600
3:4 600 800

Em seguida tem-se as imagens de cada relação de proporção devidamente


identificadas:
4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

CONSTANTES ELÁSTICAS DAS MOLAS

A partir de cada massa representada nas tabelas 1 e 2, foi calculada a força


exercida pela mola sobre a massa, dada pela seguinte equação:

𝐹 = 𝑚∗𝑔

Sendo assim, as tabelas 3 e 4 a seguir, mostram os resultados obtidos se


substituindo os valores de cada massa m e adotando g = 9,81 m/s2.

Para o cálculo, das incertezas das forças, propagou-se o erro da seguinte


maneira:

2
𝜕𝐹

𝛥𝐹 = ( ∗ 𝛥𝑚)
𝜕𝑚

onde

𝜕𝐹
= 𝑔 e 𝛥𝑚 = 0,00001 [𝑘𝑔]
𝜕𝑚

então,

𝛥𝐹 = √(9,81 ∗ 0,00001)2 = 0,0001 [𝑁]

m1 ± 0,01 [g] x1 ± 0,0005 [m] F1 [N] ΔF1 [N]


1 30,15 0,0080 0,2958 0,0001
2 50,26 0,0340 0,4930 0,0001
3 70,47 0,0760 0,6913 0,0001
4 90,61 0,1170 0,8889 0,0001
5 110,72 0,1580 1,0862 0,0001
m2 ± 0,01 [g] x2 ± 0,0005 [m] F2 [N] ΔF2 [N]
1 30,22 0,0070 0,2965 0,0001
2 50,32 0,0370 0,4937 0,0001
3 70,44 0,0760 0,6910 0,0001
4 90,53 0,1170 0,8881 0,0001
5 110,75 0,1550 1,0865 0,0001

Com os dados obtidos nas tabelas 3 e 4, foram construídos dois gráficos, cada
um relacionando as forças com as elongações da mola, sendo o gráfico 1 referente a
mola 1 e o gráfico 2 referente a mola 2.
Através dos gráficos anteriores, é possível obter o valor da constante de
elasticidade k de cada mola, sendo essa constante a inclinação de cada reta. Portanto,
tem-se que

𝑘1 = (7,6 ± 0,8) [𝑁/𝑚]

𝑘2 = (7,7 ± 0,7) [𝑁/𝑚]

onde k1 é a constante de elasticidade da mola 1 e k2 é a constante elasticidade da


mola 2.

Ademais, obteve-se então a constante de mola equivalente para as três


situações a seguir:

 As duas molas em série;


 As duas molas em paralelo;
 As duas molas, sobre um plano horizontal, presas nos extremos, com
um corpo entre elas.
Para a primeira situação, em série, tem-se que a equação que relaciona a
constante elástica da mola equivalente com as constantes elásticas de cada mola é
igual a:

1 1 1
= +
𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝑘1 𝑘2

portanto,

𝑘1 ∗ 𝑘2
𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 =
𝑘1 + 𝑘2

Substituindo-se os valores,

7,6 ∗ 7,7
𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 = = 3,825 [𝑁/𝑚]
7,6 + 7,7

Então, propagando-se o erro com a seguinte equação:

2 2
𝜕𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝜕𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒
𝛥𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 √
= ( ∗ 𝛥𝑘1 ) + ( ∗ 𝛥𝑘2 )
𝜕𝑘1 𝜕𝑘2

2 2
𝑘2 (𝑘1 ∗ 𝑘2 ) 𝑘1 (𝑘1 ∗ 𝑘2 )
𝛥𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 = √(( − 2
) +∗ 𝛥𝑘1 ) + (( − ) ∗ 𝛥𝑘2 )
(𝑘1 ∗ 𝑘2 ) (𝑘1 + 𝑘2 ) (𝑘1 ∗ 𝑘2 ) (𝑘1 + 𝑘2 )2

substituindo-se os valores, obtém-se que:

𝛥𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 = 0,2662484 [𝑁/𝑚]

Portanto,

𝑘𝑠é𝑟𝑖𝑒 = 3,8 ± 0,3 [𝑁/𝑚]

Ademais, para a segunda situação, em paralelo, tem-se que a equação que


relaciona a constante elástica da mola equivalente com as molas 1 e 2 é igual a:

𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 𝑘1 + 𝑘2

substituindo-se os valores,

𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 7,6 + 7,7 = 15,3 [𝑁/𝑚]


Propagando-se o erro:

2 2
𝜕𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 𝜕𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜
𝛥𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = √( ∗ 𝛥𝑘1 ) + ( ∗ 𝛥𝑘2 )
𝜕𝑘1 𝜕𝑘2

𝛥𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = √(1 ∗ 𝛥𝑘1 )2 + (1 ∗ 𝛥𝑘2 )2

então, ao se substituir os valores, obtém-se:

𝛥𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 1,063014581 [𝑁/𝑚]

Portanto,

𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 15 ± 1 [𝑁/𝑚]

Agora, para a terceira e última situação, em que as duas molas estão sobre um
plano horizontal, presas nos extremos com um corpo entre elas, a constante de
elasticidade da mola equivalente é igual a constante de elasticidade da mola
equivalente em paralelo. Portanto,

𝑘𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 = 𝑘𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 15 ± 1 [𝑁/𝑚]


5. CONCLUSÃO

Consoante a teoria e aos dados apresentados, é possível concluir que, à


medida que a força é aumentada (F), o comprimento da mola aumenta
proporcionalmente de acordo com a equação, na qual k é a constante de deformação
da mola e X a deformação sofrida, enunciada pela lei de Hooke.

Outra perspectiva constatada é que em nenhum dos experimentos realizados


a mola ultrapassou seu limite de elasticidade, uma vez que, quando foram retirados
os pesos, as molas retornaram para a posição inicial.

Superposição de dois movimentos harmônicos: batimentos e figuras de


Lissajous.

Para alguns valores específicos de frequências são obtidos batimentos, se as


frequências pertencerem a ondas que se situam na mesma direção e possuem
mesma amplitude. Caso seja feita uma modificação em relação a direção dessas
oscilações, e colocarem perpendiculares entre si, pode-se enxergar curvas ao alterar
a frequência dessas ondas, denominadas de figuras de Lissajous

Consoante as fotos obtidas durante a execução do experimento, pode-se


determinar o valor do período da oscilação resultante, e do período pertencente à
onda que modula o batimento. As figuras de Lissajous são vistas por meio da tela do
osciloscópio, e as imagens obtidas são as figuras de Lissajous descritas nas figuras
acima.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, D.; Resnick, R.; Walker,J, “Fundamentos de Física, vol 2” , LTC
editora, 2002.

[2] NUSSENZVEIG, H. M. (2002). Curso de Física Básica 2 - Fluidos, Oscilações e


Ondas e Calor (4ª Edição ed.). Rio de Janeiro: Edgard Blücher.

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