Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Uma série trigonométrica e sua sequência das somas parciais (SN )N são dadas por
+∞
X N
X
(1) cn einx , n ∈ Z, cn ∈ C , x ∈ R ; SN = cn einx .
−∞ n= −N
+∞
X N
X
cn einx = lim SN (x) = lim cn einx .
N →+∞ n→+∞
−∞ n= −N
temos,
cn einx + c−n e−inx = ( cn + c−n )cos nx + (icn − ic−n )sen nx = an cos nx + bn sen nx
se
an = cn + c−n , bn = i(cn − c−n ) .
Z π +∞
X Z π
(∗∗) f (x)e−inx dx = cm ei(m−n)x dx.
−π m=−∞ −π
Como é fácil ver temos (
π
2π , n = 0
Z
inx
e dx =
−π 0 , n 6= 0.
Logo, por (**), Z π
1
cn = f (x)e−inx dx .
2π −π
1 π 1 π 1 π
Z Z Z
a0 = f (x)dx , an = f (x)cos nx dx , bn = f (x)sen nx dx.
π −π π −π π −π
Eis parte das respostas. Se f é Riemann integrável, sua série de Fourier converge em
média quadrática a f . A série de Fourier de f , contı́nua, pode divergir em ’vários’ pontos
[1]. Duas funções integráveis com iguais coeficientes de Fourier são iguais, exceto num
conjunto de conteúdo nulo (medida nula). A melhor classe de funções para analisar funções
periódicas e Riemann integráveis é a de funções de variação limitada, BV [−π, π]. A teoria
apropriada ao estudo geral das séries de Fourier é a da Integração de Lebesgue.
Nesta introdução omitiremos a prova da Fórmula de Parsevall. Quanto ao teorema de
Dirichlet-Jordan, veremos versões mais simples, proposições 1 e 2 e teorema 4, de Dini.
2
2. Teorema 1: A Melhor aproximação em média quadrática de f ∈ R[−π, π],
periódica, no espaço vetorial gerado pelas funções einx , −N ≤ n ≤ N, é a N-ésima soma
parcial
N
X
SN = cn einx , cn = cn [f ],
n=−N
N
dn einx , dn ∈ C, dn qualquer, temos
P
da série de Fourier de f . Isto é, se g =
n=−N
Z π N Z π Z π
1 X 1 1
|f (x)|2 dx − |cn |2 = |f (x) − SN (x)|2 dx ≤ |f (x) − g(x)|2 dx.
2π −π 2π −π 2π −π
n=N
Z π N Z π N X
Z π X N
1 1 X 1
= |f (x)|2 dx− 2Re dn f (x)e−inx dx+ dn dm ei(n−m)x dx =
2π −π 2π −π 2π −π
−N −N −N
Z π N N
1 X X
= |f (x)|2 dx − 2Re dn cn + |dn |2 =
2π −π −N −N
Z π N N
1 X X
= |f (x)|2 dx − ( 2 |cn |2 + 2Re cn n ) +
2π −π −N −N
N
X N
X N
X
2
+( |cn | + 2Re cn n + |n |2 ) =
−N −N −N
Z π N N N
1 X X X
= |f (x)|2 dx − |cn |2 + |n |2 = d(f ; SN ) + |n |2
2π −π −N −N −N
+∞
cn einx então,
P
3. Desigualdade de Bessel Com mesmas hipóteses, se f (x) ∼
−∞
∞ Z π
X 1
2
|cn | ≤ |f (x)|2 dx .
−∞
2π −π
Rπ N
1
|f (x)|2 dx− |cn |2 ≥ 0, ∀N ∈ N. Logo, tomando
P
Prova Pelo teorema, d(f ; SN ) = 2π −π
−N
o limite para N tendendo a +∞, segue a tese
Observação Em termos dos coeficientes da série trigonométrica de senos e cossenos a
desigualdade de Bessel pode ser reescrita como,
+∞ π
|a0 |2 X
Z
1
+ ( |an |2 + |bn |2 ) ≤ |f (x)|2 dx .
2 n=1
π −π
3
4. Lema de Riemann-Lebesgue Se f ∈ R[−π, π] então, lim |cn | = 0.
|n|→+∞
Prova Consequência imediata da desigualdade de Bessel
Abaixo relacionamos diferenciabilidade com decrescimento dos coeficientes de Fourier e
convergência uniforme da série de Fourier, cujo limite será mostrado no teorema de Dini.
Logo, para n 6= 0,
Z π
M 1
|cn einx | = |cn | ≤ , M= |f (k) (x)|dx .
nk 2π −π
+∞
1
cn einx converge uniformemente
P P
(b) Pelo teste M de Weierstrass e n2 < ∞,
n=−∞
6. Definição Dada f : [a, b] → R e Γ = {x0 = a < x1 < .... < xn−1 < xn = b} uma partição
de [a, b], a variação de f segundo a partição Γ é,
n
X
VΓ = VΓ [f ; a, b] = |f (xi ) − f (xi−1 )| .
i=1
V [f ] = sup VΓ ,
4
9. Definição Dada f : [a, b] → R, f é monótona por partes se existe partição de [a, b],
Γ = {x0 = a < x1 < .... < xn = b}, tal que f|(xi−1 ,xi ) é monótona, i = 1, 2, ...., n. Se
f|(xi−1 ,xi ) é também contı́nua, i = 1, 2, ....., n, f é monótona contı́nua por partes.
Definimos analogamente se I = [a, b) ou I = (a, b] ou I = (a, b), é limitado.
10. Obs Não é difı́cil ver que se f : [a, b] → R é monótona por partes e limitada, f é de
variação limitada e existem os limites laterais, f (x− +
i ) = lim− f (x) e f (xi ) = lim+ f (x).
x→xi x→xi
11. Definição Dada f : R → R, T-periódica, f é monótona contı́nua por partes se f|[0,T ] o é.
Prova Para (a) vide Apostol, p. 388. Para (b) vide Wheeden, p. 238.
Prova Se a integral do lado direito da equação acima é nula o resultado é óbvio. Senão,
|f (x)|
pela desigualdade |AB| ≤ 21 (A2 + B 2 ) com A = Rb 1 eB= √1
b−a
temos,
( a
|f (t)|2 dt) 2
!
|f (x)| 1 |f (x)|2 1
√ 12 ≤ 2 Rb +
b−a
,
|f (t)|2 dt
R
b
b − a a |f (t)|2 dt a
Prova Trivial, se uma das integrais à direita é nula. Senão, basta seguir os passos da prova
|f (x)| |g(x)|
do lema 2, utilizando |AB| ≤ 12 (A2 + B 2 ), com A = Rb 1 eB= Rb 1
( a
|f (t)|2 dt) 2 ( a
|g(t)|2 dt) 2
5
+∞ N
cn einx e SN (x) = cn einx .
P P
16. Teorema 3 Seja f ∈ R[−π, π], 2π periódica, f ∼
−∞ −N
que é estensı́vel a somas infinitas. Assim, pela desigualdade de Bessel para f 0 e n ∈ Z−{0},
X 1 X 21 X 1 X 21 Z π 12
X 1 2 2 1 1 0 2
|cn | = |dn | ≤ |dn | ≤ |f (x)| dx .
|n| n2 n2 2π −π
Finalmente, pelo teste M de Weierstrass, segue a proposição
19. Obs Existindo f 0 (x), f satisfaz a condição de Lipschitz em x mas, se houver um ’salto’
√
em x (descontinuidade de 1a espécie), não. A função x não satisfaz a condição em x = 0.
6
20. Teorema 4 (Dini) Seja f ∈ R[−π, π], 2π-periódica, satisfazendo a condição de Lipschitz
em x ∈ [−π, π]. Então, a série de Fourier de f , em x, converge a f (x).
Prova Fixando x, sejam δ e M como na condição de Lipschitz e,
f (x−t)−f (x)
(
sen 2t
, 0 < |t| ≤ π .
g(t) =
0, t = 0 .
Temos: (1) (sen 2t )−1 é contı́nua em δ ≤ |t| ≤ π e, g é aı́ integrável; (2) se 0 < |t| ≤ δ,
|t|
M |t|
|g(t)| ≤ |sen 2t |
= 2M 2
|t| e, pelo primeiro limite fundamental, g é integrável em [−δ, δ].
sen 2
Logo, g é integrável.
N N
eint , e SN (f ; x) = cn einx (vide L5.16),
P P
Ainda, é fácil ver que para DN (t) =
−N −N
1
Rπ
2π −π
DN (t)dt = 1 ,
sen(N + 21 )t
DN (t) = sen 2t
,t ∈
/ 2πZ ,
sen(N + 12 )t
Rπ Rπ
1 1
SN (f ; x) = 2π −π f (s)DN (x − s)ds = 2π −π
f (x − t) sen 2t
dt