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O mistério essênio
Para compreender e apreciar plenamente a história e as
circunstâncias reais do nascimento e da missão do Mestre
Jesus, importa em primeiro lugar conhecer o papel das
organizações e das escolas antigas que contribuíram na pre-
paração de sua vinda. Há um século, foram descobertas nos
textos sagrados inúmeras citações aludindo à Fraternidade
Essênia e às suas atividades na Palestina, antes e durante a
vida de Jesus. Grande número dessas citações confirma as
referências feitas aos essênios por eminentes historiadores,
como Filo e Josefo, e projeta nova luz sobre algumas passa-
gens obscuras dos escritos hebraicos que foram transcritos
para a Bíblia*.
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do Cristo e sua doutrina. Os arquivos rosacruzes contêm
numerosas informações sobre as atividades da Fraternidade
Essênia; nunca um iniciado da Ordem Rosacruz, AMORC,
ou um buscador desejoso de conhecer os mistérios antigos,
desde que considerado digno de consultar esses arquivos,
foi deixado na ignorância com relação aos essênios. O véu
pode ser retirado agora. Alguns fatos acerca dos essênios
podem ser revelados, graças aos progressos feitos no estudo
da literatura oculta e à abertura mental do indivíduo comum
em relação às questões de ordem espiritual e mística. Assim
sendo, julgo oportuno apresentar esses fatos.
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Gruta dos pergaminhos do Mar Morto
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Consultando os arquivos rosacruzes relativos aos essê-
nios, encontrei vários textos sobre esses centros; selecionei
os mais interessantes e característicos em relação à vida
mística de Jesus. O ramo palestino teve de enfrentar o
despotismo dos governantes da região e a inveja da classe
sacerdotal. Essas circunstâncias forçaram os essênios da
Palestina a uma solidão e um silêncio mais rigorosos que
o que praticavam no Egito. Antes de abandonarem suas
modestas habitações e seus recintos sagrados de Engaddi
para se estabeleceram no Monte Carmelo, há indícios de
que se dedicavam essencialmente à tradução de manuscritos
antigos e à preservação dos documentos e tradições funda-
mentais de seu ensinamento. Quando chegou o momento
de trocar Engaddi pelo Monte Carmelo, o maior problema
que enfrentaram foi o de transferir em segredo seus manus-
critos e arquivos. Felizmente conseguiram salvaguardar os
manuscritos mais raros, provenientes do Egito, bem como
seus arquivos e ensinamentos tradicionais. Esses documen-
tos constituem nossa principal fonte de informação sobre os
essênios e a Grande Fraternidade Branca. O leitor de obras
sagradas e místicas certamente apreciará poder, assim, des-
cobrir seu modo de vida, suas crenças e seus ensinamentos.
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* O termo “Ariano” designa os povos de raça mediterrânea oriental que, na
Antiguidade, invadiram o norte da Índia. Esse termo foi empregado, sem
fundamento científico, para designar os povos brancos, principalmente
nórdicos. (N.E.)
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nascimento e a vida do Mestre Jesus. Eles estudavam o
Zend-Avesta e observavam os princípios por ele ensinados,
os quais insistiam muito particularmente na necessidade
de desenvolver mente sã em corpo são. Antes de poder
tornar-se um adepto da Fraternidade Essênia, o ariano qua-
lificado devia ser preparado desde a infância por mestres e
instrutores, ser criado para ter um corpo sadio e tornar-se
apto a demonstrar alguns de seus poderes mentais. Todo
candidato adulto autorizado a partilhar a refeição cotidiana
numa sede da Fraternidade assumia, no momento da ini-
ciação, uma missão de vida bem específica; era seu dever
cumprir essa missão a despeito dos obstáculos e tentações,
mesmo que lhe custasse o sacrifício da própria vida. Alguns
escolhiam ser médicos ou curadores; outros, artesãos, pro-
fessores, missionários, tradutores ou escribas.
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o que os membros tinham a relatar. Os desacordos, as quei-
xas e as questões a serem julgadas eram da competência
do conselho. Um de seus regulamentos menciona que os
essênios deviam ser sempre muito prudentes ao expressar
opiniões sobre os membros de sua comunidade ou sobre
pessoas de fora da organização. Não criticavam o modo de
vida nem os atos daqueles que eles procuravam instruir ou
ajudar. Seguiam estritamente um de seus preceitos: “Não
julgar, para não ser julgado”.
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