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Pesquisadores da UFF inovam no tratamento da osteomielite

uff.br/

February 3, 2016

Pesquisadores da pós-graduação em Ciências Médicas da UFF, em parceria com o Centro


Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), estão produzindo um material para o combate à infecção
óssea, conhecida como osteomielite. O propósito da pesquisa é tornar o tratamento atual mais
eficiente e reduzir o número de cirurgias envolvidas no processo. A pesquisa, que teve início em
junho de 2015, está sendo desenvolvida pelo estudante da pós-graduação Almir Luiz Antunes e
conta com a supervisão do professor e médico ortopedista Vinicius Schott Gameiro.

Ainda em seus primeiros estágios, a pesquisa pretende oferecer uma alternativa mais efetiva e
menos invasiva ao tratamento da osteomielite. Atualmente, o material utilizado para tratamento
local da doença é o polimetilmetacrilato, combinado aos antibióticos, que deve ser retirado
cirurgicamente após o período de 30 a 45 dias. Com o novo produto, esse segundo tempo
cirúrgico não será mais necessário.

Ela afeta com mais frequência indivíduos imunodeprimidos, idosos, pessoas com outras doenças de base
e pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos ortopédicos”, Almir Luiz Antunes.

A principal preocupação dos pesquisadores é que esse mineral garanta a atuação do antibiótico
no local infectado de forma mais contínua e prolongada, ao mesmo tempo em que preenche a
falha criada no osso pela infecção. Dessa forma, o combate à bactéria ou ao germe infectante
será mais efetivo. Hoje, o antibiótico, como é ministrado, dispõe de um tempo reduzido de
liberação. “Cabe ressaltar que o uso sistêmico de antibiótico deverá ser mantido”, enfatiza
Schott.

As substâncias utilizadas na pesquisa são a “nano hidroxiapatita” e o antibiótico Vancomicina,


que juntas irão formar grânulos, possíveis de serem inseridos na área infectada. A
hidroxiapatita é o mineral do osso cuja função como enxerto ósseo já vem sendo utilizada. A
Vancomicina é usada tanto de forma sistêmica, como diretamente no local infeccionado.
Segundo o ortopedista, a novidade é a associação dessas duas substâncias.

De acordo com os pesquisadores, o projeto está na fase inicial ou etapa básica da síntese do
material. Nas próximas etapas serão realizados, consecutivamente, o teste em células in vitro, a
pesquisa em animais e, finalmente, a utilização do material em seres humanos como
tratamento experimental. A previsão para a conclusão da pesquisa é de aproximadamente seis
anos.

Osteomielite
De difícil tratamento, a osteomielite é uma doença crônica e que pode gerar sequelas. Entre as
possíveis consequências da infecção estão a dor, a fratura patológica, amputação do membro e,
em casos mais extremos, a morte do paciente. Antunes informa que essa doença pode atingir
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qualquer pessoa, mas que há riscos maiores em grupos específicos. “Ela afeta com mais
frequência indivíduos imunodeprimidos, idosos, pessoas com outras doenças de base e
pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos ortopédicos”, conclui o pesquisador.

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