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SINTESE DA MATÉRIA
“Quem sabe o que é o Direito sabe o que tem que resolver em cada questão jurídica”
“Não lhe basta (ao direito) uma pretensão normativa, é preciso que se lhe dê uma efetividade
social” (Rudolf von Ihering)
“Quem se contenta em ler lei é um louco, um criminoso que o código esqueceu de enquadrar.”
(Pontes de Miranda)
Para lembrar:
DIREITO CIVIL
Etimologicamente, Direito Civil vem do latim cives (cidadão) e se dirige à regulamentação das relações
sociais travadas entre as pessoas, desde o nascimento (e mesmo antes dele, especialmente na atualidade, por
conta das descobertas científicas e do avanço da tecnologia) até à morte (e, inclusive depois dela).
Direito Civil é o direito comum, que rege as relações entre os particulares. É o Direito da vida do homem.
Desde atos simples e banais, como dar esmola, até situações jurídicas mais complexas, como o casamento ou
a compra e venda de um imóvel, o Direito Civil está presente. Não se limita ao que consta do Código Civil,
mas abrange toda a legislação civil e regula direitos e obrigações na ordem privada, inclusive a Constituição
Federal.
O princípio constitucional da solidariedade e a função social da propriedade
Quando o preâmbulo da Constituição Federal ostenta a efetivação de valores de uma “sociedade
pluralista, fraterna e sem preconceitos” não dirige a sua supremacia apenas para os obstáculos
criados pelo Estado a uma vida solidária, mas também à sociedade, que não raramente atua de forma
opressiva, aniquilando o direito de pessoas a uma existência digna. Portanto o princípio da
solidariedade atuará em diversos campos, dentre os quais na função social da propriedade (art.
1.228, §§ 1º e 2º, CC), tendo sempre como norte a dignidade da pessoa humana, princípio
fundamental da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, CF).
Nesse contexto, compreender a propriedade a partir da legalidade constitucional, especialmente da
regra dos art. 5º e 170 da CF, significa afirmar a existência de novo conteúdo, forjado na função
social. Ou seja, só é possível existir propriedade privada se atendida a função social. Assim, a
função social não é apenas um limite do direito de propriedade, mas integra o próprio conteúdo desse
direito.
Contraponto: De outro lado, em um Estado que se pretenda republicano, cumpre à doutrina
civilista a função de resistir ao apelo simplista da demonização do capital e da propriedade e da
canonização da miséria como virtude. Incumbe ao civilista esclarecer que o contrato e a
propriedade particular se referem à essência da democracia: a intangibilidade da liberdade
individual e do exercício do âmbito de autodeterminação, a todos indistintamente assegurada pelo
princípio da dignidade da pessoa humana. Ao contrário do privilégio, a propriedade privada não é
uma afronta à solidariedade. A exclusão social vivenciada no Brasil não resulta da existência da
propriedade, mas da insuficiência e da fragilidade das instituições que guarneçam com rigor as
titularidades vigentes e sejam capazes de estender a condição de proprietários àqueles que estão
atavicamente alheios à segurança jurídica promovida pelo sistema de titularidades.
#Para pensar:
A via da institucionalização de uma sociedade de proprietários é um dos caminhos mais nobres de
tutela à dignidade da pessoa humana, afinal, o indivíduo será edificado em sua autonomia como
cidadão e não como vassalo de um Estado assistencialista.
DIREITO CIVIL – Direito das Coisas – Introdução Síntese 01
Prof. André Mendes
O Direito pode ser dividido em dois grandes ramos: o ramo dos DIREITOS NÃO
PATRIMONIAIS (que tratam dos direitos da personalidade, direito à vida, à liberdade, à honra, etc.) e o
ramo dos DIREITOS PATRIMONIAIS (que tratam dos direitos que envolvem valores econômicos).
Por sua vez, o ramo dos direitos patrimoniais pode ser dividido em DIREITO DAS
OBRIGAÇÕES e DIREITO DAS COISAS. Todavia, apesar de integrarem o mesmo ramo, o direito das
obrigações e o direito das coisas não podem ser confundidos, porque o primeiro trata de DIREITOS
PESSOAIS e o segundo trata dos DIREITOS REAIS. As relações de direito real caracterizam-se pelo
verbo TER (poder sobre bens).
DIREITO PESSOAL é o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto uma determinada
prestação. Forma-se uma relação de crédito e débito entre as pessoas. São chamados de direitos
relativos. As relações de direito pessoal caracterizam-se pelo verbo AGIR (demandar
comportamentos alheios). Jus ad rem (direito a uma coisa)
DIREITO CIVIL – Direito das Coisas – Introdução Síntese 01
Prof. André Mendes
DIREITO REAL é o poder direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e
contra todos. Cria um vínculo entre a pessoa e a coisa (direito de propriedade), e este vínculo dá ao
titular uma exclusividade em relação ao bem (erga omnes = oponível contra todos). São chamados
de direitos absolutos. Jus in re (direito à coisa).