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Literatura Brasileira III – Prof.

Jaime Ginzburg

DIAS 14/03 e 15/03 não haverá aula (o professor vai viajar);


Ler texto: Cânone e coisas literárias / Roberto Reis

Definição de Cânon  Cânon consiste em: conjunto de obras e artistas


considerados de elevado valor capazes de representar com excelência as
melhores características de uma sociedade. Por essa razão, obras canônicas
devem ser continuamente retomadas em escolas e universidades.

Conjunto da produção cultural de um país. Em uma universidade nos é


apresentado não o conjunto inteiro, mas o que é considerado como o melhor e
isso expressa a sociedade e como esta pensa.

Conjunto de livros por exemplo: Machado, Eça e sempre vai continuar assim.
Em apostilas e livros de colégios é muito provável que tenham muitas
diferenças de estado para estado no Brasil.

Paulo Coelho/ Chico Xavier  como pode estar tão fora do cânone e ainda
assim vender um monte. Lendas e mitos indígenas –

Critérios de valor que colocam obras ou autores em determinado cânone. Os


critérios de valor são variáveis. Perguntas sempre que supõe que todos
pensam do mesmo jeito. Educação literária extremamente esteriotipada..

A necessidade do cânono apareceu na Época da Independência. O Brasil


precisava colocar e criar uma imagem de nação. Para se ter um país
respeitável para fora é importante que se tenha umaimagem muito positiva
para si. Criar fantasiaspara o Brasil – Constituição (imagem artificial de que as
coisas funcionam).

Intelectuais brasileiros que deram o ponta-pé inicial:

José de Alencar  era um cara que de repente se colocou a frente de todos e


conseguiu de certa forma “arruma” a literatura
Silvio Romero  era preconceituoso e não gostava de Machado de Assis,
escreveu uma História da Literatura Brasileira. Foi muito elogiado e colocou o
Brasil em um patamar bom culturalmente.
José Veríssimo  escreveuo mesmo livro, mas não era preconceituoso.
Antonio Candido Método crítico de Silvio Romero
Alfredo Bosi  História Concissa da Literatura Brasileira

Possuem a autoridade no quesito da erudição. Paciência erudita de ler em


bibliotecas durante muito tempo e lendo muito – fenômeno durante os anos 60
e 70.
Todos pensavam que a melhor atitude diante das opiniões de autoridades que
possuiam seus próprios critérios de valor e assim se constituiu o Cânone da
Literatura Brasileira.

Harold Bloom  O Cânone ocidental e Gênio – Livros de teoria literária

Harold Bloom deixa muito claro no Cânone ocidental que só entenderão os


livros dos gênios aqueles que também forem gênios. Infantilização do público.
Não há nenhum destes que sejam brasileiros por que o próprio autor nunca leu
nada da nossa literatura. Premissa de assumir arrogantemente. Se achar mais
erudito é uma atitude canônica por excelência.

“Se existe desigualdade na política econômica, há também na história da


Literatura. “

Padrão social do bom homem  do sexo masculino, branco, prática da religião


dominante, heterossexual, pai de família, dotado de patrimônio. Historicamente
esse é o padrão de quem deve governar, em quem nós podemos confiar.

Tradição patriarcal. Isso também vale para a imposição e colocação da


Literatura Brasileira – os escritores possuem um esteriótipo conservador que se
o homem branco pode dizer como a sociedade tem que ser. A história da
literatura brasileira com ênfase nos negros ou nas mulheres seria uma
perspectiva das exceções.

Negação da Polissemia: quando você nega a alguém a interpretação de um


texto. Fala que só há uma interpretação – uma única leitura válida.

A interpretação é muitas vezes mutável, e muitas vezes por conta da história.


Página 82: Intelectual conservador é aquele que defende o pensamento
excludente. A grande maioria dos intelectuais é excludente. O branqueamento
era muito colocado em vários lugares. Há vários racismos científicos.

Vontade conservadora de que a desigualdade se acentue.


Florestan Fernandes: Processo de modernização (comércio, indústria, saindo
da agricultura). O que acontece de fato é uma modernização conservadora.
Isso tudo foi um cinismo cultural.

A questão das biografias e de como elas determinam os autores.


Falta

Aula no caderno

Luto e melancolia de Freud


Avaliação e método de interpretação de poema:

1 – Estudo sonoro do poema


METRO E RIMA

Rima: O primeiro ponto consiste em isolar os sons a partir da vogal da última


sílaba tônica. Uma vez isolado, cada unidade recebe um nome do alfabeto
esquema de rimas, regulares ou não.

Até o século XIX, no Brasil, a regularidade deve predominar no momento em


que é escrito e o efeito de eco que cria a volta a vogal. A hipótese da leitura é
de que se trata de uma estrutura de regularidade sonora com um esquema
reiterado.

METRO – PROCEDIMENTO: Contar sílabas sonoras (o critério são as pausas


de enunciação oral de dinâmica e respiração) até a última sílaba tônica.

Os poemas no caso tem um metro regular. A quantidade de sílabas sonoras é


constante.

FORMA ORDENADA QUE CONSTITUI UMA UNIDADE:


Teoria da poesia lírica vai propor que há uma forma ordenada será sempre
associada a um sentimento específico. Poemas fragmentados estão
associados a um sentimento confuso. Nos nossos exemplos deve haver um
único sentido que significa praticamente tudo.

TEORIA DA LÍRICA – ESTÉTICA DE HEGEL


Muito comum encontrar imagens da natureza que falar dos seus próprios
sentimentos. Metáforas de emoções. Uma sílaba pode ter uma carga
emocional da forma como é prenunciada.

ENTOAÇÃO TEM SEMÂNTICA: O ritmo e o conjunto de sons são importantes;


o sentimento dominante nos 2 poemas é a saudade, ou seja, o horizonte
representa a ausência, é algo que falta.

Na canção do exílio há a saudades da falta do espaço físico. Bem marcado por


jogos de oposição como cá e lá e aqui e lá. Comparação entre o espaço
presente e aquele em que se encontra.

Em meus oito anos, há a saudades de um período de tempo, a infância em


comparação com a vida adulta e o passado.
A ideia de amor dominante é o amor impossível  pessoa inacessível

O PARADOXO DA PERFEIÇÃO

Nós todos gostaríamos de uma vida de perfeição, mas esta é inacessível


(ela nunca se concretiza) – a terra brasileira e a infância.

Dia 22/03/2013 – Literatura Brasileira III

Luto e melancolia – FREUD

O que é melancolia:
Conjunção de tristeza com medo. O autor dessa definição é Hipócrates.
Tristeza é um sofrimento referente a algo que aconteceu. O medo é o
sofrimento com relação ao que pode acontecer. Conjunção em que não nos
sentimos confortáveis nem com o passado nem com o futuro.

Na Idade Média foi desenvolvida uma teoria da melancolia 

Cada linha cria um perfil. Em cada época da nossa vida há um perfil e


conforme nós vamos passando pelo período algumas coisas prevalecem na
nossa vida. A Idade Média possui uma ideia de que tudo se relacionava entre
si. No mundo nada acontece por acaso.

Cada uma dessas linhas se corelacionam entre si.

Primavera – descoberta, leveza, criança, Júpiter que está no centro


Verão – adolescente com raiva que descobriu que há problemas e odeia tudo e
é associado ao deus da guerra e a bile amarela, tudo que nós expelimos que é
amarelo e nojento tipo pus
Outono – equilíbrio, tudo que criou na primavera se decompõe, saturno tudo
volta para si e é associado a bile negra
Inverno – a água como algo que observamos com tranquilidade, o inverno
como a queda de folhas, a lua que representa uma comodidade que é
caracterizada pelo branco e que fica ali de boa. A fleuma é tudo que é um
líquido transparente.

Isso é uma cosmologia. Não há nada no mundo que não possa ser explicado
por esse esquema. A melancolia na idade média é excesso de bile negra.

Melancólico é aquele que fica ponderando e pensando demais. Há um livro


chamado Saturno e a melancolia que explicam tudo o que o professor falou.
Melancólicos gostam de colocar a mão fechada embaixo do queixo.

Nos meus oito anos as imagens da natureza são primaveris, por que simboliza
a terceira linha (o perfil da terceira linha) tendo saudades dos elementos da
primeira.

O QUE A MELANCOLIA REPRESENTA PARA O ROMANTISMO¿

Passagem do autor Leopardi.


“A melancolia é de qualquer maneira, o mais sublime dos sentimentos
humanos. Considerar a imensidão incomensurável , o número e a grandeza
maravilhosa dos mundos, e perceber que tudo isso é pequeno até minúsculo
em comparação com a nossa capacidade na alma, imaginar o número infinito
de mundos o universo sem fim e sentir que o nosso espírito é ainda mais vasto
que o universo; proclamar a insuficiência de todas as coisas sofrer
privações,desejos e em consequência melancolia, isso é a marca mais
evidente da grandeza da natureza humana”

Resposta explícita por que procurar sensações de sofrimento. Toda vez que
começamos a lidar com a pouca oportunidade e as poucas condições que a
vida nos dá de suprir essa necessidade da imaginação e do que ela cria.

O sofrimento que é derivado de um sentimento e de uma sensação de


grandeza que é sempre maior do que a natureza nos dá é o que o romantismo
prega e quer sentir. Nossos confortos nunca serão maiores do que a nossa
imaginação poderia imaginar.

Há muita melancolia no romantismo. Melancólicos pensam muito não só na


vida como na sua insatisfação em vivê-la.

Referência de LEOPARDI: BIEDERMANN, Alfred – Le romantisme europeen;


páginas 118 e 120.
SUBLIME:

MEDIANIA (a linha representa o homem normal)


Para os românticos tudo que era normal e aleatório assim era muito sem graça
e tedioso.

1 – Possibilidade da Elevação  Provocação do ser humano de ultrapassar


seus limites e transcender rumo a perfeição. Valorização do espírito (que é
potencialmente infinito).

Nos poemas as duas possibilidades ruins que eles colocam são medianas e
aquilo que eles colocam como sublimes é a elevação.

2 – Possibilidade da vulnerabilidade (Queda) – risco de aniquilamento (sobre a


nossa destruição) / a ênfase será no nossa finitude que se relaciona ao nosso
corpo.

CAMPO DO SUBLIME X CAMPO DO GROTESCO

Sofremos por que não somos perfeitos ou sofremos por que somos ruins
demais e sermos extremamente limitados. O estilo gótico por exemplo está no
grotesco. Em Baudelaire se constrói uma imagem sublime com um fundo de
verdade grotesco.

Aula 4 ou 5 sei lá

PÁGINA 154 DO TEXTO AMOR E CASAMENTO:

Imagem da mulher – PURA X PUTA (o professor escreveu puta na lousa


hahahahaha)

O amor deve ter reserba a mulher com que se casa e deve respeitá-la acima
de tudo. O homem que tem que decidir se haverá sexo no casamento.

1 - PAIXÃO É ALGO CORPÓREO E NÃO SIGNIFICA PAIXÃO

PÁGINA 157:

Nada é mais imundo do que amar a sua mulher como uma amante. Ou seja,
desde a Idade Média e o império romano a galera não tem que fazer sexo com
a esposa nem nada. Mulheres não devem se manifestar ao seu interesse
sexual.

Trata-se de apagar o desejo. Não de aumentá-lo nem de fazer durar.


Casamento é um contrato, um especificamento civil e é recomendável quando
a parceria é conveniente financeiramente para ambas as partes. Manutenção
de terras e patrimônio.

Um princípio de imediatismo, o desejo tem que ser satisfeito com a maior


rapidez possível. O prazer não pode esperar ou ser satisfeita tardiamente. No
século XX há a descoberta de que os sentimentos mudam e aí há uma
revolução no campo do casamento na Europa.Para algumas pessoas a
felicidade está na capacidade de poder ter vários parceiros (as).O que
caracterizou isso foi o individualismo capitalista. O mundo é muito competitivo e
individualista. É difícil chegar onde se quer sendo pai de família.

TEXTO DO FREUD BROTHER

LUTO – Sofrimento da perda / Mal-estar com o mundo

MELANCOLIA – Sofrimento da perda/ Mal-estar com o mundo/ Perda da auto-


estima

Luto é saudável e melancolia é um quadro clínico por que há a perda da auto-


estima. O melancólico começa a procurar uma figura em que ele possa colocar
a raiva e a culpa e ele acaba colocando toda em culpa em si mesmo por que se
permitiu amar alguém.

Melancólicos são frequentemente agressivos consigo mesmos. Quem sofre o


luto pode amar novamente. Mas quem é melancólico não consegue isso. Se a
pessoa começar a namorar de novo, mas não é a mesma pessoa amada, essa
começa a ser sádica e disso se torna uma relação neurótica.

O melancólico é sádico, não aceita a perda, se odeia e é insuportável viver


assim tendo a inclinação para o suicídio. Pessoas assim tem que fazer terapia
segundo Freud. “Agressão continuada”. A pessoa passa a ser obssessiva.

Você é o que você é com aquela pessoa, como ela se perdeu, você também
perdeu você.

MELANCOLIA PARA OS ROMANTICOS É ALGO POSITIVO SOFRER É


ALGO QUE NOS BENEFICIA, FAZENDO COM QUE A GALERA ENTENDA
MELHOR O QUE ESTÁ ACONTECENDO

O FREU ACHA QUE É ALGO MUITO NEGATIVO E QUE DEVERIA SER


TRATADO NO MÉDICO

Um comportamento maníaco é querer fazer tudo ao mesmo tempo, ser muito


ansioso, achar tudo legal, mas nada nunca é legal o suficiente. Querer fazer
tudo é querer ao mesmo tempo não fazer nada.
O ódio a pessoa amada tem que ser encarado como uma paixão que não tem
para onde ir e eles começam a falar mal da pessoa amada e é na verdade ao
contrário, o próprio melancólico é uma pessoa zuada e tudo aquilo que ele fala.

Esquizofrenia é a perda da capacidade do ser ficar fundido em um só. Não


consegue compactar toda a sua personalidade em um só lugar em uma
pessoa.

POEMA DO GONÇALVES DIAS (LEITO DE FOLHAS VERDES)

Indianismo consiste em uma tendência nacionalista que defende a valorização


dos indígenas de acordo com valores europeus.

Cavalheirismo significa que há uma tendência de educação que deve ser


seguida e o índio tem que ser.

Indianismo não tem nada a ver com etnografia (descrever uma sociedade
exatamente como ela é sempre relatando o que você está vendo fielmente).
Nesse poema de Gonçalves Dias há um indianismo em estado de excelência.

Rumoreja é um registro de português de Portugal. Exala registro erudito de


base europeia. A índia está construída sob o padrão do que uma mulher na
Europa nessa época. De modo algum é uma figura realística ou verossímil.

De acordo com o texto só um homem tem direito de tocá-la e ela só quer ele.
Segue o modelo europeu. A melhor expressão do amor no romantismo é o
amor impossível.

PERSPECTIVA MELANCÓLICA Nada indica que o jatir vai voltar.

O papel da natureza é a expressão dos sentimentos que o sujeito está


sentindo. Toda a natureza está fundida com o eu lírico.

A hipérbole apresentada pela perseguição é uma prova da intensidade do amor


que persegue o sujeito e que mais ama.

Aula alguma coisa de sexta

Erotismo e literatura

Relação de sexo e linguagem


Entre corpo e linguagem
POR QUE É NECESSÁRIO FALAR DE SEXO; POR QUE É NECESSÁRIO
CRIAR UMA REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DO SEXO¿

SEXUALIDADE  Associado a depressão / controle e disciplina


Michel Foucault escreveu a história da sexualidade em 3 volumes. Sexualidade
é para nós uma construção cultural, ou seja envolve valores (de certo e errado
por exemplo), códigos, e julgamentos.

Se fosse apenas uma sexualidade animal que são só corpos que se envolvem.
A sexualidade é polimorfa, ou seja, em termos biológicos e naturais, a
sexualidade se manifesta de maneira plural, é a cultura e a história e a
sociedade que determina o que é legítimo ou não.

POLIMORFA NA NATUREZA E CONTROLADA NA CULTURA

Não existem regras gerais de sexualidade. Quando ele constrói a história ele
coloca junto também a história da

Existe uma relação íntima entre sexo e poder. O Estado tendia a padronizar o
sexo, inclusive em pessoas para que fosse mais fácil.

DUAS FORMAS DE RELACIONAR SEXO E LINGUAGEM:


 EROTISMO
 PORNOGRAFIA

(São excludentes, ou se é erótico ou se é pornográfico)


O erotismo é definido como o sexo numa forma de transgressão. Quando há
regras, a literatura procura ultrapassar o limite e quebrar essas regras quando
se fala de erotismo.

A figura feminina não pode ter desejo e na sociedade patriarcal não pode nada.
A mulher procurando sexo é inaceitável socialmente. É amoral.

BATAILLE  Sexualidade da transgressão. Erótico também está ligado a


fantasia. Por que na literatura erótica é muito mais importante a expectativa do
que a concretização do ato.

O erotismo é sugestivo e não conclusivo. Extremamente importante em locais


onde há enorme repressão sexual; este acaba atuando como libertação
imaginária de como o corpo pode ser liberto.

Quanto maior a violação, maior o prazer.

PORNOGRAFIA  Consiste em mostrar o sexo. Aquele texto que não tem


simbolização ou construção de imagens. Uma apresentação mais detalhada e
visível possível do ato sexual.
O efeito esperado da literatura erótica é fazer pensar no quanto vocë pode ter
de prazer. Pornografia tem o efeito da pessoa ser excitada na mera condição
carnal e não mental ou qualquer coisa assim.

Não há literatura pornografica que seja tida como arte. Na literatura brasileira
há um peso muito grande da sexualidade feminina. Por que há o entendimento
do que aquilo que é silenciado na sociedade, a impossibilidade das mulheres
quererem sexo históricamente, os escritores tomam para si a ruptura desse
silêncio. No Brasil a lit erótica cresce a partir da contra-cultura na década de
60.

Erotismo  Propõe regularmente uma tensão no campo da sexualidade.


Questão do sexo clandestino e da irreverência.

Em um universo onde há muitas regras sobre algo, quando alguém começa a


miar esse tipo de regra, falar daquilo passa a ser excitante e até mesmo
erótico.

Cenas constantes e esperadas no mundo erótico:

- PENETRAÇÃO (VAGINAL OU ANAL)


- FELAÇÃO (SEXO ORAL)
- ORGIA (SEXO COLETIVO)
- SEXO INDIVIDUAL (MASTURBAÇÃO)

Sexo associada a violência é um tema constante na literatura brasileira, como a


pedofilia, a zoofilia ou o estupro.

Há uma ambiguidade na literatura erótica, por um lado ela tende a despertar do


interesse de tu,que significa que ela é exposta (é conhecida de tu)
E por outro lado ela é obscurecida pela repressão. Essa ambiguidade é uma
das razões de ter poucas críticas e estudos literários sobre sexo. É um assunto
historicamente marginalizado.

“O ELIXIR DO PAJÉ”
Colocação do indianismo em ambos os textos. Esse e dos outros estudados.

Dois níveis de discurso: traço formal do poema que mistura as duas


linguagens, a europeia e a indígena nos mesmos lugares.

Há uma associação entre o indianismo e um saber místico. Nessa questão é


colocada como a solução dos problemas.
Ele simboliza o sexo apenas , apesar de falar muito sobre o sexo não descreve
nenhum. Ele é muito mais fantasioso de forma machista do que qualquer coisa.
É uma voz de autoridade masculina que trata as mulheres como somente
objetos, e é o contrário de tudo que temos visto anteriormente. O contrário
daquela ideia de ter amor e medo.

Representação de sexualidade incrível para a época. A ênfase é no sexo


feminino, mas é bissexual. Não é constante no romantismo esse tipo de
imagem. DONZELAS X PUTAS

(sistema binário que está colocado em diversas representações). E as duas


terão o mesmo prazer. Em tipo e em quantidade. Há o traço da cultura
patriarcal que é a virilidade. A virilidade é a capacidade de uma ereção
interminável e incansável como um macho que jamais falhará. No nosso caso,
homens são viris por que fazem sexo com muitas mulheres.

Por todas essas razões que em qualquer lugar há questões sobre o


romantismo e não há esse poema na historiografia canônica.

Bernardo Guimarães é somente conhecido como aquele que escreveu A


Escrava Isaura. Hoje é um dia anti-canônica. Fala-se que o poema é ruim
artisticamente e não por que ele fala de sexo (diz-se aqueles que eram críticos
naquela época).

 O trabalho rítmico é muito detalhado (cadência musical – que é uma


sugestão da penetração; ela vai e volta, vai e volta)
 O ritmo é também uma paródia do Ijuca Pirama.
 Satírico tem uma ideia de mudar uma imagem deturpada e que é
necessário romper com algumas questões morais. (valores
convencionais)
 O cabaço é uma conquista, virgem ontem era pureza e aqui é um valor
transgressivo, está fazendo exatamente o contrário da conduta.
 O demônio é aquilo que aparece como a transgressão de acordo com
algumas questões religiosas.

Você precisa assumir o mal quando você quer penetrar muitas pessoas na sua
velhice ou a qualquer lugar que você queira penetrar muito.

Masculinidade e virilidade seria uma colocação também extremamente violenta


e submissiva da mulher. O romantismo inglês é igual quando diz do Byron, no
alemão não que é bem mais meta-físico.
Sexta-feira – Aula alguma coisa

Poetas muito próximos a Alvares de Azevedo.

A MORTE NO ROMANTISMO

A morte: Na nossa tradição existem duas principais maneiras de elaborar


discursos sobre a morte a primeira é afirmativa e está ligada a ideia da morte
como uma passagem. E a outra forma seria um discurso negativo sobre a
morte que corresponde a morte como fim definitivo ou como enigma.

A primeira ideia está ligada a um senso de juízo, julgamento, nossa existência


é palpada por ações, aquilo que a gente realiza, e ao final de nossa vida nós
somos julgados pelas nossas ações. Por umas transcendência ou pelos
próprios seres humanos.

Esse julgamento em geral é um julgamento moral, de acordo com o qual a


morte pode ser uma bênção ou uma punição.Nesse sentido para essa
perspectiva, quando falamos sobre a perspectiva de morrer estamos falando
sobre como seremos julgados e o que será dito sobre nós. Isto é uma ideia e
uma cultura muito comum durante a idade média.

Os modelos desse discurso sobre a morte são: A divina Comedia de Dante


Aliguieri e os Autos do Gil Vicente. Muitas indicações de que é isso a morte.

Segunda Visão  começa no renascimento e se desenvolve no barroco e no


séc. XIX

Consiste em mostrar que a morte é a prova de que a vida não tem sentido, de
que a mortalidade é uma vunerabilidade; portanto do ponto de vista simbólico,
uma visão diz para você ser moral e fazer coisas boas e assim você será
beneficiado. A outra perspectiva diz que não importa o que você faz na sua
vida, você vai virar um cadáver de qualquer modo e assim você deve fazer tudo
para aproveitar sua vida até o último minuto – uma espécie de Carpe Diem.

O contexto que vivemos na atualidade é uma mistura desses dois tipos de


pensamento. A morte possui dois lados de acordo com o pensamento vigente.

Cruzamento das duas linhas sem que sejam interrompidas uma pela outra e
que uma sobreponha a outra.

Do ponto de vista da teoria literária e da teoria da arte, o discurso da arte é um


discurso sobre o extremo, uma situação limite, no senso comum não temos
como saber o que há do outro lado, em tempos literários a morte está no
campo do indizível por que ninguém tem essa experiência para contar.

Como falar de algo que não se sabe como é.


Elementos artísticos colocados nessa questão:

 Problematização do tempo (que a nossa ideia de tempo é uma ideia


palpada na continuidade de tempo e não há de fato como saber o que é
antes e o que é depois, o tempo vira um problema)
 Discurso do clamor – pontuação muito intensificada. Estado sem
inspiração onde não se pode fluir.
 Vocabulário negativo – adjetivos, advérbios, metáforas que estejam
voltadas a destruição, ao sofrimento extremo, a angústia, muito
constantemente á angústia. (Em Clarice aparece muito) duas figuras de
linguagem muito constantes: o eufemismo e a antítese que tem a ver
com o caráter antagônico de quem não quer falar sobre isso.
 No romantismo há uma particularidade: a ideia da morte como
libertação. A ideia de que a vida humana é muito difícil e desgastante e
nós temos muitos sofrimentos e a morte seria uma libertação disso tudo.
O suicídio no romantismo é a melhor escolha.

A morte pode se colocar em uma localidade de muita atração, morrer é algo


muito motivador. Morrer pela família, de amor é algo muito enaltecedor.

Na sociedade moderna nós afastamos da sociedade aquelas pessoas que


estão para morrer. É uma espécie de proteção daqueles que vão morrer
provavelmente.

 Livro: David Breton – Adeus ao corpo (explica como hoje o pavor de


morrer chegou a um extremo – o corpo nega a finitude e agora começa
a ser um termo de valor)

POEMA DESEJO DE JUNQUEIRA FREIRE

As cinco primeira estrofes estão na condicional – começam com “se” (é uma


pergunta sobre os discursos religiosos, eles estão corretos ou não). As
imagens são de sofrimento extremo (caracterização do inferno).

Confirmação de que o inferno existe e do que ele quer fazer.

Discurso de vitimização. Passagem de um nível para o outro de sofrimento. No


inferno ele sentirá de forma mais nítida e sofrerá mais também. Nas 5 primeiras
estrofes, ele quer trocar um sofrimento continuado de estar aqui no mundo por
um sofrimento extremo que está fora do tempo dos homens.

Angústia discursiva – ausência de boa escolha.


Vencer o inferno  eufemismo para sofrer o tempo todo, a vida é a
continuidade do sofrimento. Venceu o inferno é sofrer o tempo todo também no
inferno.

POR QUE CHAMA DESEJO O POEMA

O próprio questionamento sobre o inferno o leva a ficar curioso e desejoso


sobre (desejo é uma dinâmica onde se tem um sujeito e ele quer um objeto
desejoso e há diversas adversidades entre nós e o objeto de desejo e nossa
consciência para que eles possam nos proteger de problemas muito grandes
das adversidades pesadas que podem haver pelo caminho).

A busca de desejo desse sujeito é o extremo.

O CÂNTICO DO CALVÁRIO DE FAGUNDES VARELA

O nome cântico revela que o amor e o objeto de amor já está no funeral. Este é
um poema melancólico por excelência. Se dá sobre um corte que se dá na
natureza do tempo, por que as crianças devem nascer, crescer e amadurecer e
morrer. Quando uma criança morre muito antes é uma quebra com relação ao
universo.

Toda cena segue de termos de destruição e um alto índice de negatividade.

“Se meu filho morreu, no que será a minha vida: se o meu filho morre e eu sou
pai eu devo viver por ele e para ele, se ele morre é para a perda do filho”

e é um poema de agonia pelo esvaziamento do valor da vida do próprio “eu”.


O poema é auto biográfico.

Neste caso o sujeito está paralizado. Não há nada que ele queira fazer senão o
funeral. Um poema extremamente trágico. Um grande teórico da tragédia que é
o Albin Lesky diz isso sobre a tragicidade:

“Tragicidade consiste na vivência de situações em que antagonizam-se se


impõe a vida e é impossível uma conciliação ou superação”

Conflito existencial que não tem solução: o poema é trágico, é melancólico e


muito e extremamente triste.

O movimento das últimas estrofes que começam com como eras lindo – é uma
descrição extrema da pureza dessa pequena criança. Várias colocações
religiosas. O que ele imaginava para essa criança era o máximo da pureza, a
estrofe seguinte faz o movimento ao avesso, tudo se declina e o que se
apresenta é o pó, a redução do cadáver a situação de esvaziamento e
ausência da vida.
Para além da morte pode haver algo horrível, contexto em que essa criança
provavelmente estará. O choro consciente é a contradição que diz que sim, a
criança morreu, não aceitação e reconhecimento no mesmo sitio – é a situação
em que fica o pai quando o filho morre – é uma sensação extrema de agonia e
descrença.

Outra aula de quinta-feira:

Teoria da Narrativa – Lucíola de José de Alencar:

A função da narrativa – Para que serve o ato de narrar e por que temos a
necessidade de narrar.

Lévi-Strauss / Carlo Ginzburg ; Paul Ricoeur

1 -) A eficácia simbólica: É um ensaio sobre feitiçaria. Sua questão de base é


como alguém pode mudar a natureza por meio de um feitiço. Ele estuda uma
tribo indígena do Panamá. Um india está grávida e não consegue dar a luz a
criança e chamam um xamã. Este chega e começa a cantar para essa mulher.
E ai ela consegue parir quando ele canta a história e ela é curada.

O que o xamã fez para curar a mulher da tribo apenas cantando uma música. A
tribo se chama CUNA e possui uma mitologia e possui também rituais. Existem
duas formas de entidades. Seres malignos e seres benignos. Toda vez que há
um ritual é para agradecer os seres benignos e mandar embora os seres
malignos.

Existem rituais de colheitas e tem como finalidade que os seres benignos dê


alimentos para eles. Os rituais tem uma função de participação e aficácia da
tribo. O canto do xamã é uma história mitológica. A história do combate entre
os dois tipos de seres. Música de purificação que ele canta para a mulher
grávida. Ele canta que a arena do combate é o corpo da mulher.

Dores estranhas  Ela interpreta a cena em seu corpo como um combate. Ali
está acontecendo uma guerra. A mulher vai entender que assim como todos
outros combates, a guerra que está acontecendo dentro de seu corpo que vai
ter um final feliz e então as dores deixam de ser estranhas e passam a ser uma
vivência familiar que é a da purificação e assim ela se tranquiliza por estar
vivenciando algo normal e dessa forma o nene nasce.

O objetivo mais primário de se contar uma história. Quando nós


compreendemos alguma coisa, nós conseguimos entender melhor o que
acontece conosco, conseguimos conduzir melhor nossas preocupações.

A função geral da narrativa é transformar o que é estranho em familiar.


Transformar algo estranho em algo inteiramente compreensível.

Preciso contar uma história para aquilo que não foi compreendido seja
compreendido. Demanda de reconhecimento.

Se não virar narrativa tudo fica sem sentido por dentro.

2-) Historiador italiano – não é parente do pssor – Mitos, emblemas e sinais.


Qual é a função de um historiador.

A metáfora do caçador. Um homem que sai num ambiente selvagem. O


trabalho dele é encontrar rastros de um animal que se movimentou. Deduzir o
ritmo e a direção de onde está indo o animal; interpretar o corpo em
movimento. Desse modo ele pode prever onde está o animal. Se ele não for
um bom intérprete de sinais, ele não vai conseguir chegar a sua caça.

Segunda metáfora de detetive e uma série policial. Ele imagina a


movimentação de maneira não estática. Ele constrói uma narrativa a partir de
uma imagem, de como a narrativa se decorreu pelo tempo. E então ele precisa
juntar várias outras pistas e assim confirma a sua narrativa. Tomar a cena do
crime – imagem que ele vê como um efeito e ele precisa achar a causa de
quais foram as condições em que foi reproduzido isso.

O trabalho do historiador é construir uma narrativa. Mas como ele vai fazer
isso: o historiador vai olhar para o passado e potencialmente este tem infinitos
sinais. O historiador tem que saber interpretar esses sinais de modo que eles
façam sentido, selecionar quais são os elementos de fato relevantes de modo
que o passado faça sentido.

Nova definição do ato de narrar. Por que contamos histórias..por que é


necessário tornar a multiplicidade do universo um conjunto ordenado e
sequencial de fatos. De acordo com Carlo Ginzburg um bom estoriador sabe
observar o que é relevante e de que modo ele conta essa história. Sem isso é
impossível ter um bom historiador.

3 -) Filósofo: Discute a relação entre a nossa compreensão da nossa existência


e a nossa maneira de narrar. A existência humana é em si um amontoado de
episódios e vivências, instantes...Cada momento de tempo nós estamos
envolvidos com alguma coisa.

O acado interfere muito na nossa existência. O acaso é de fato o que


predomina na nossa condição sempre. Se colocassemos essa ideia na cabeça
e de que não temos poder nenhum sobre a nossa vida, nós viveríamos em
angústia.
Determinação de controle da existência. Criamos uma ilusão de que nós temos
o poder sobre a nossa vida.

Nós criamos essa ilusão construindo uma narrativa sobre nossos instantes.
Criamos narrativas para que nos iludimos a nós mesmos. Há uma
arbitrariedade na nossa vida.

- Epopéia é a história de um personagem grandioso. Ele está ligado as


divindades. Esse herói expressa as qualidades positivas de uma determinada
sociedade. Ulisses seria a expressão melhor acabada das qualidades dos
valores gregos por exemplo. Ele deve necessariamente ser eficaz. O herói tem
que vencer as adversidades sempre e o herói épico tem que ser um exemplo
de virtude.

Há um traço que nunca pode aparecer em um herói épico: ele nunca é egoísta
e nunca pensa em si mesmo quando faz as coisas. A epopéia foi forma
narrativa dominante muito constante na idade antiga e permanece na idade
média.

Epopéia é diferente de um romance; Romance não é uma história de um herói


virtuoso. Romance é a história de um herói problemático. Ele tem limitações e
vulnerabilidades. O contrário do herói da epopéia. Vai viver conflitos e agonias.

O herói está nos conformes com a sociedade. No romance o herói está em


conflito com a sociedade. O núcleo básico de todo gênero romântico é que os
interesses individuais são diferentes dos interesses coletivos. Os interesses
coletivos podem se expressar pelas normas e pelas leis. O que a sociedade
considera importante para si, no entanto em muitos casos, as regras da
sociedade não vão fazer um indivíduo feliz. Sempre que o indivíduo entra em
conflito com a sociedade há um problema. Ele já não sabe mais se age
conforme os seus interesses ou os da sociedade.

A protagonista do romance tem que ser esférica (que possa se transformar,


mudar de valores e de posição). Há personagens planos. Personagens planos
correspondem a comportamentos constantes, são secundários, coadjuvantes e
normalmente são caricaturas e esteriótipos.

Em um romance, o personagem central sempre muda enquanto que os outros


continuam sempre da mesma forma. É extremamente necessário que o
principal seja passível de transformação.

Parte de uma situação de inocência, enfrente adversidades ao longo da vida e


chega a uma maturidade maior. Modelo mais consagrado do romance do
século XIX na Europa, um romance de formação.
Por isso que quando pensamos em teoria do personagem o protagonista tem
que ser caracterizado como um personagem esférico. A diferença entre o ficar
daquele jeito e a inocência como uma questão de aprendizagem e
amadurecimento.

Distinguir duas possibilidades que a maturação tem sentido e que o sofrimento


foi justificado ou as indeterminações da ausência de sentido na vida. Ou foi
uma coisa muito positiva, ou vai nos mostrar que a vida é realmente comesinha
e sem noção.

Em memórias póstumas o narrador é extremamente negativo.

Lucíola é positiva ou negativa será nossa principal pergunta para o final da


leitura do texto. Se ela aprendeu alguma coisa e mudou para o bem ou se ela
chega a conclusão de que ela é muito ruim e a vida sucks e tudo é ruim e é.

Afinidades eletivas de Goethe é um romance de formação, o personagem tem


muitas dúvidas e ao final do texto apesar de muitas dores e coisas que ele não
gosta ele passa a ter uma compreensão maior do mundo e passa a ser menos
angustiado e nervoso.

Uma categoria muito importante é o espaço narrativo. Há dois tipos de espaço,


o público e o privado.

O indivíduo dentro de sua casa está muito ligado com seus interesses. No
espaço público há diversos conflitos dos problemas e dos interesses
individuais. Por que os interesses da personagem principal entra em conflito
com os público.

A passagem do espaço público para o privado e vice-e-versa é condição


para a compreensão do personagem.

Narrador em terceira pessoa. O narrador é Paulo. Com quem nossa


personagem principal se envolve amorosamente. As opiniões sobre Lucia será
colocada através da perspectiva masculina. Condicionada pelo narrador
masculino.

É importante por que estabelece valores. O autor não é neutro e isso


caracteriza a história inteira.

Paulo está contando uma história para uma senhora. Seria uma profanação a
história cair nos ouvidos de uma criança. Impacto negativo. A história precisa
ser lida com cuidado, não é para uma criança por exemplo.
O narrador está dizendo que tem um teor erótico e que isso teria de ser
evitado. O leitor fica curioso, o efeito da ambiguidade é o envolvimento. Tenho
curiosidade, mas não quero me passar por imoral. Nada disso faz sentido se
quem narrasse essa história fosse a Lucia. É importante que o narrador seja
um narrador em concordância com os valores sociais.

Fazendo com que ela seja julgada o tempo todo por seu narrador e essa não é
só sua história, mas também a história de seu julgamento. Conviver com o
Paulo vai trazer adversidades. A primeira prova de que ele não concorda e
julga a Lucia são os três primeiros parágrafos.

Culpa é um sentimento muito ligado ao espaço público. A história dá sentido ou


não a vida de Luciola.

_______________________________________________________________

Contexto histórico – por um lado fala sobre a história das ideias e por outro, a
história da literatura.

Roberto Pas faz a seguinte pergunta: As ideias em circulação são coerentes ou


não com as práticas sociais. As ideias vigentes são as ideias que falam sobre

Eurocentrismo consiste em um campo cultural em que a Europa é considerada


o centro de decisões e escolhas culturais do povo.

A principal fonte do liberalismo é a França: O individualismo, Cada indivíduo


deve zelar pelos seus interesses, liberdade de mercado – o estado não
controla o mercado todo e o deixa aberto a iniciativa privada, autonomia de
poder, a reveria do governo o mercado pode criar formas de poder paralelas,
tipo monopólio. Ideologia constituida em favor da competição, os mais fortes
dominam.

Urbanização e massificação.Isso estará presente em toda literatura francesa.


Essas ideias são transportadas para o Brasil. Quanto esse discurso faz sentido.

A produção escravocata é o que mais tem no Brasil e esse é um ponto em que


se mostra que o liberalismo não chegou aqui.

Texto do Roberto Schwartz: vocabulário burguês – igualdade, mérito, trabalho,


razão. Quem é competente vai conseguir dinheiro. O mercado tem a sua
política própria. Nós valorizamos o que vem da Europa, mas ao mesmo tempo
o que acontece aqui é antagônico.

Grupos de trabalhadores braçais, ricos e meio que classe média.

Poucos ricos, muitos pobres e uma galera que vive de favor. Essa lógica
permanece no Brasil contemporâneo. Sempre bajularam aqueles que tinham o
poder.
Roberto Schwartz diz que essa forma se tornou uma apologética. O liberalismo
francês se mostrou extremamente fantasiosa. Não é verdade que todo mundo
pode se enriquecer. Por um lado você tem um discurso todo colorido e
bonitinho e em contrapartida tem essas pessoas que nem ligam para nada nem
para ninguém e é isso ai.

Hipótese é de que você tem um contexto histórico onde há as ideias e as


sociedades que a regem. Cinismo conceitual. Isso vai aparecer

Contradições internas de um romance, está também não resolvida na vida real.

“AO VENCEDOR AS BATATAS”

Mulher bonita – eufemismo.

Corei significa pudor por parte do Paulo que é conservador. Provinciana no


caso é não urbana.

Dois tipos de mulher dentro da cultura romântica. A mulher pura x a prostituta...

É contrária a norma se casar com uma prostituta. Você tem que olhar para ela
e fugir e a reação inicial do Paulo é de pudor por ele partiu do princípio de que
poderia se enamorar e se casar com ela.

O patriarcado sobre o livro, quando a mulher está na rua tem de haver um


homem ao seu lado. Companhia pra volta é um eufemismo para cliente depois.
Alguém que tem o perfil conservador sempre imagina a idealização e pensa no
melhor das pessoas.

O início do trecho que a gente leu tem uma descrição

Quando se usa um termo desde até – sempre há uma colocação de valor de


forma a ser hierarquizado. A primeira fala é pela sintaxe sempre numa posição
superior. Ele está caracterizando uma sociedade onde há uma mistura sim,
mas esta não é de forma alguma homogênea.

Há pessoas que tem maior valor e há pessoas que tem menor valor.

O liberalismo se mostra presente no termo “todos e todas” – mas então você


deixa isso de lado e vai do desde até e cria um antagonismo e um mal estar.
Há uma hierarquia antagônica, tudo no mesmo parágrafo.
Aula alguma coisa de Lit Bras III

Concepção do amor impossível do romantismo. A questão da saudade e da


melancolia. A perda e trabalha com imagens e de certa forma é uma
fantasiação.

Relação entre a moral e o comportamento normal, por assim dizer. Senson de


atitudes morais e questões do comportamento. Nacionalismo forte que é um
projeto de criação de imagens positivas do Brasil.

Relacionar diferentes artes da mesma época e do mesmo negócio.

A música como afirmação coletiva  está ligada ao nacionalismo literário e fala


que o papel da música é mostrar a vida coletiva de uma forma e de algo que
está acontecendo de forma intensa. Mudança de intensidade de alto impacto.
Romantismo musical onde a música começa muito baixinha e ai ela ocupa
tudo. Corresponde ao Wagner.

Uma nova história da Músida de Otto Maria Carpeux

Música melancólica  contraponto daquela anterior, peças curtas, sobretudo


de piano e a sua função é evocar estados de ausência e de falta. Nesse caso o
grande nome é Choupin.A pintura romântica propõe sempre que a vida não
tem sentido se não for vivida ao extremo.

Grandes tendências da natureza para o romantismo, o sublime onde não pode


se fazer nada mais do que contemplar a natureza e a imagem terrível onde a
natureza é hostil.

O sujeito fica ensimesmado em si mesmo. Estado de contenção. Emoção mais


intensa e mais forte. Entrega em uma emoção que não dura.

Teoria da arte – noção de individualismo

A perda daquilo que era bom.Analogia entre estrutura musical e narrativa


literária.

Baixa intensidade, tons graves, varição de notas, mudança nas coisas, e


retomada das sensações. Movimento melancólico de vai e vem. Movimento de
oscilação. Noturno – estado de perda ou de luto.

“A música de Chopin, insinua estados de alma líricos. O romantismo de Chopin


foi exagerado e há um caráter feminino na sua sensibilidade artística”.

Caráter feminino – homens não devem assumir sentimentos e emoções em


espaços públicos. Só a mulher pode. O que está sendo proposto não é viril.

A ópera toda é de baixos e de gritos onde a pessoa amada vai se perder ou


morrer. A ópera é sobre o amor impossível.
O que há de diferente: há na ópera duas vozes. Mas ai diz respeito ao gênero.
As duas vozes falam parecido. Quem vai sofrer ao final é ela. O jow morre. Um
personagem estimulasse o outro ao desespero. O desespero de um acaba por
estimular o desespero do outro.

O que há de parecido: delicadeza e introspecção e depois há um aaaaaahh


crazy people

Busca da intensidade: na intensidade sempre mesmo há o que é de fato


importante e é relevante ser vivido.

O romantismo nas artes plásticas: a Monalisa é uma pintura do tempo


renascentista e é um gênero da pintura para retratar a figura humana. A
obtenção da beleza da figura é também efeito da construção técnica. Do modo
como a pintura é colocada.

A quantidade de informação visual tem que ser equilibrada e em proporções


razoáveis. O fundo tem de estar apagado com relação a figura; o que importa é
a figura humana. Um dos fatores para você obter uma identificação positiva é
ter uma característica familiar no quadro,

O romantismo está em ruptura com tudo isso. Ele procura colocar beleza em
outros elementos da figura.

Estética do choque – estranheza com relação ao corpo humano. São imagens


de cadáveres; o cadáver é uma situação extrema, o avesso de uma rotina
cotidiana. Em que sentido é beleza:

É beleza como uma construção avessa ao sublime. É necessário sim, mostrar


o que é obscuro ao humano e revelar lados não conhecidos.

Os românticos elaboraram coisas que estão presentes no barroco.

No segundo quadro há fragmentos de cadáveres com a obra de Jeny Claude

O retrato da Medusa, alguma coisa assim o nome do quadro e em noite da


taverna tem uma coisa ainda mais ou menos parecida onde as pessoas
praticam o canibalismo, é a condição humana ao extremo. Até que ponto o ser
humano é capaz de suportar a dor:

Questão de choque que o classicismo entendeu como absurdo. Mas os


franceses começaram a achar que era necessário

A natureza colocada como sublime, os seres humanos apenas contemplam. A


única coisa que sabemos dos personagens é que eles contemplam nem sua
face conseguimos ver.

A configuração melhor do amor é os dois olhando para o mesmo lugar; Kasper


Friedrich. = filme melancolia
William Turner = se aproxima do Alvares de Azevedo. A natureza é tão hostil
que não há humanos, não cabe o humano e a natureza é como catástrofe; ela
está em convulsão. Natureza como ausência e indeterminação.

DEBRET – Pinturas no Brasil (mas ele era francês) – caráter mais nacionalista
do romantismo. Se reporta a escravidão. Humano de acordo com a tela é
sofrimento e violência.

Problema de história da arte – descontinuidade entre a história da arte


brasileira. Do ponto de vista formal está muito mais para a questão da
normalidade do que para alguma coisa que é extrema.

A escravidão é colocada de forma contemplativa sem uma coisa mais


revoltativa assim de certo modo.

É inserida dentro da sociedade brasileira e é aceita. Muito parecida como é


colocada em Luciola por exemplo. Não há a expressão do eu – e a cadeia
metafórica que há em todos os outros exemplos não é mais presente.

Rodrigo Naves – acha que o problema é que o debret veio pra cá pro Brasil e
quer manifestar tudo nos recursos que ele conhece. Nos recursos que eram
utilizados aqui ele não usou nenhum.

O nacionalismo é a grande contribuição para a literatura brasileira do


romantismo.

Lucíola é um livro obediente as convenções – dentro do aceitável e dentro do


gosto de seu público, ele não quer causar problemas e quer ser aceito. Para
agradar e ser aceito.

NACIONALISMO  Missão da literatura – consiste em apresentar uma


identidade nacional formada. A posição econômica do Brasil era o por que de
ter uma boa imagem.

Alencar constrói isso em três instantes: TEMPO / ESPAÇO / LÍNGUA

TEMPO: A literatura brasileira explica a origem do Brasil, como ele começou e


a mudança do país, Deve se cobrir o marco desde o começo do Brasil até onde
vive o Alencar. Esse percurso consiste na ideia de uma apresentação completa
e total da história do Brasil. Não há ainda muitos historiadores.

A literatura tem também que cobrir todo território e espaço nacional e assim
pode-se abranger tudo e criar uma identidade para o Brasil.

O projeto de literatura brasileira do Alencar é auto centrado – ele que dá a


coisa decisiva para a literatura brasileira.
Ele era ultra conservador.

ESPAÇO: O plano do José de Alencar é cobrir o mapa do Brasil sobre todas as


cidades e etc.

LÍNGUA: Combinação de português com registros indígenas. É muito


importante que se escreva um português diferente do de Portugal para que
haja uma diferenciação entre os dois territórios.

- E os negros¿ eles não contam para o Alencar, não são parte constitutiva da
sociedade, não tem registro africano algum.

O Antonio Candido também segue a ideia de que

Existe um critério formal para se determinar o que é literatura brasileira –


consiste em dizer que existem escritores, esses escritores escrevem textos que
chegam a leitores. Se esse sistema funciona, os autores vão ficar
entusiasmados e não vão ficar na gaveta.

Se trata de um processo dinâmico.Antonio Candido explica que no momento


histórico que isso acontece é no arcadismo. Com a formação de grupos
culturais, há as primeiras discussões de letras e literaturas.

Arcadismo é a situação colonial onde Portugal ainda dominiva o Brasil.

Há portanto uma centralização para leitores portugueses e brasileiros. Aqui no


Brasil começou a se gostar muito mais de coisas escritas de modo com que os
portugueses escreviam.

O que vem antes não é necessariamente brasileiro – aqui ainda eram


manifestações literárias que englobavam os jesuítas e a catequese e o
arcadismo.

Machado de Assis é a culminância desse processo de se desvencilhar das


raízes portuguesas que tinham antes nessas manifestações literárias que não
eram ainda consideradas como literatura brasileira.

DE ACORDO COM ANTONIO CANDIDO

 Um dos principais tópicos do texto é que para entender o romantismo há


de se entender também seu confrontamento com o arcadismo
 1 – Defesa da razão: o arcadismo é neoclassico está associado ao
racionalismo e o romantismo está ligado a ruptura da lógica tudo está
fora do pensamento e da lógica.
 2 – A imagem da natureza no arcadismo de modo geral, é serena e
tranquila, um espaço acolhedor, no romantismo há uma alta presença de
natureza hostil.
 3 – O arcadismo está associado a ideia de verdade absoluta, a cultura
‘arcade é uma cultura em que você deve escrever o que é de verdade. O
relativismo do romantismo. O princípio de que os valores e que os
critérios estão em questão permanente.

MISTÉRIO  A ideia do Antonio Candido é que os textos românticos


promovem a vida com mistério. Diante de textos árcades pode-se perguntar
qual é o sentido da vida e teríamos uma resposta, os textos românticos
sustentarão essas dúvidas.

Há um ponto do texto do Candido entre amor e morte – é mais uma expressão


desse mistério. O mistério da vida e tals.

A parte mais interessante do texto do Candido quando ele fala sobre sadismo e
satanismo. Nesse sentido o Candido acredita que os autores se interessam por
avacalhações de tudo em favor da intensidade com que as coisas são vividas e
ai entra em questão coisas como o sadismo e uma escolha pelo mal e pelo
diabo que seria o satanismo. Essa última parte é mais ligara ao Alvares de
Azevedo.

O relativismo não se põe em Luciola já que ela não serve para contrariar
ninguém e está ali somente para atrair e agradar o público.

LUCIOLA –

Circunstâncias de impasse e desespero. Precisa muito de dinheiro e começa a


se vender a um vizinho que era o Couto,

A cena em que Lucia conta isso é uma cena de sacrifício. Poderíamos assumir
que isso é razão para uma espécie de purificação que livra todo peso de
prostituição da Lucia. O sacrifício é tratado pelo pessoal como um gozo e
passa a ser incorporado como um ato de caráter voluntário e portanto um tipo
de comportamento condenável.

Somos levados nos primeiros 18 capítulos sem nenhuma perspectiva de


purificação da personagem. Entra em questão que a estrutura narrativa nos
joga nessa situação. Sigo entendendo que até o capítulo 19 chegamos na ideia
de que a perdoamos ou não

A mulher sempre tem duas categorias e essas não se cruzam nem voltam nem
nada. Não importa a razão.

No patriarcalismo como vigência – Lucia fica na bad. Imagens gerais sobre o


que é a família. Lugar do acolhimento ou não. A família não acolhe nem
protege mais, a interpretação do pai é que a honra é muito mais importante que
o amor pela filha...
Sociedade brasileira a honra vale mais do que o afeto. A figura paterna é
representada como uma pessoa que não tem que dar amor, mas que tem que
educar e ser muito bravo.

Jesuina que a leva a prostituição. Como é fácil lançar uma criança na frente de
uma situação hostil.

A religiosidade aparece em uma situação de tensão. Há um clamor religioso


por assim dizer. A cena que a gente trabalhou na outra aula, o Sá acha graça
da Lucia ir a igreja, por que principalmente ela é uma prostituta.

A sociedade quer condenar aquilo que ela quer condenar e não acreditar
naquilo que é contra si mesma.

O único confronto do livro é no capítulo sete de que Lucia é Lúcifer.

A imagem da carne única remete ao mito de Platão que há duas partes


separadas que se juntarão e formarão em si uma única força. Uma vocação
afetiva para envolver.

Bacantes são possuídas pelos deuses e fazem coisas que em sã consciência


que elas não fariam nunca. A mãe de um personagem mata o filho que ela
pensa ser um animal e elas são sempre mulheres. São mulheres com uma
percepção diferenciada. Você afirmar que alguém é uma bacante é o contrário
de falar que a mulher é única em você.

Dessa forma o José de Alencar cria uma antítese. O perfil jamais será
inteiramente puro ou coerente. Imagens que recuperam a cultura clássica.

Cartas de José de Alencar para D. Pedro II –

Sobre o militarismo. A paz é uma vergonha. Ele curtia a guerra e achava que
essa tinha um valor positivo.

O imperador D. Pedro II deve ser considerado como um grande guerreiro. O


contexto dessa carta é a Guerra do Paraguai. Aconteceu entre 1864 e foi até
1870.

A Inglaterra procurava ganhar sobre a América uma concorrência desleal e aí o


Paraguai queria chegar até o Oceano Atlântico e invadiu o Mato Grosso e o Rio
Grande do Sul e a Argentina. Morreram pelo menos 300000 pessoas;

Ele meio que dá ordens ao Imperador. No momento que o Imperador está


nessa posição ele está fusionado com a Nação, ele é a encarnação da nação.

O Imperador deveria se tornar um grande guerreiro e derrotar qualquer inimigo.


Desse modo ele afirma o seu nacionalismo. A nação é a população e Dom
Pedro II tem que se coisar de modo nacionalista que é matar gente e o povo
quer que matem gente.

O povo espera que se mate paraguaios. 20% da população paraguaia


realmente morreu na guerra do Paraguai.

Alencar parece ter essa mania de achar que tudo o que acontecia em seu
cérebro e tudo o que ele próprio achava era a vontade da nação.

É uma grande fantasia narsicista.

Se usa o vós que seria uma posição inferior, para exaltar o imperador e se usa
para dizer o que o Imperador é e ele não é mais uma individualidade, ele não é
mais um ser humano e agora ele é uma abstração.

Qualquer ação que ele venha a ter será uma consequência contra toda a
coletividade. A hora de acabar a guerra é a hora das pessoas que votam nas
horas instituicionais. Quem vai decidir quem acaba a guerra e quando não é o
Imperador, e sim a população.

Alencar acredita que essas palavras vão chegar ao Imperador em forma de um


elogio e ele dessa forma não acredita na inteligência do Imperador. Ele com
isso acha que o Imperador não vai perceber que ele na verdade está sendo
nada mais do que meramente manipulado.

Na defesa da virtude – regenerai a nação. Paulo de Luciola também é um


defensor da moral e da sensibilidade. A prostituição para ele é um vício, é uma
situação que é contrária a virtude.

Defender a soberania, a virtude é praticamente uma mesma ação. Em nome da


honra. A Lucia foi expulsa de casa por conta de querer restaurar a honra no lar,
seu pai no caso.

O ato da sociedade como um corpo social. A sociedade é um corpo doente e


cabe ao Imperador curar todas essas moléstias.

 CASA GRANDE E SENZALA


 RAÍZES DO BRASIL
 LIVROS QUE PRECISAMOS LER ANTES DE NOS FORMAR

Sérgio Buarque fala sobre como são construídas as sociedades e sobre a


colonização. A colonização ocorre com a expectativa de criar uma longa
interação social e várias gerações possam viver ali de modo que várias
gerações possam viver ali.
Tem que produzir uma qualidade de vida que todo mundo possa viver ali. Para
isso são criadas instituições fortes. Não dá para ter um problema na colônia e
continuar isso, tem que ter instituições na própria colônia.

Outro jeito de colonizar é o imediatismo. Arrancam tudo e tem o máximo de


lucro possível e assim vão para outra região e tiram ainda mais e dizimando.
Acabando com as fontes naturais e matando gente que seja considerada
contrário a suas metas.

Nessa segunda a metrópole só pensa em si e não na metrópole e não são


colocadas instituições fortes. Tudo é poder controlado e monopolizado pela
metrópole.

1 – Colonização para o trabalho: Lógica da Inglaterra para com os EUA

2 – Lógica da Aventura: Sem se preocupar com as consequências.

A colonização espanhola foi meio adversa do resto. Todas são diferentes.

Gilberto Freyre era meio que inserido em uma sociedade racista. Ele acha que
há uma confraternização racial. O que acontece com a língua portuguesa.
Muitas mulheres deixavam suas crianças com as amas negras. Uma língua
que mistura os registros em português e em africano.

Palavras que entram no português são provas da coisa racial.

A leitura de Sérgio buarque é muito ruim e Gilberto Freyre é até um pouquinho


otimista. Ele fala até da condição dos mulatos. Que são herdeiros dos estupros.
Machado de Assis fala também de crianças brancas achando que a negra é um
animalzinho de estimação.

A tese do Gilberto Freyre é contra o branqueamento. As raças se misturaram


por estupro e por violência.

CASA GRANDE E SENZALA (MELHORES MOMENTOS):

“Não são dois nem três, porém muitos os casos de crueldade de senhora de
engenho contra escravos inermes. Sinhá moças que mandavam arrancar os
olhos de mucamas bonitas e trazê-los a presença do marido a hora da
sobremesa dentro da compoteira de doce e boiando em sangue ainda fresco.”

Não é exatamente uma confraternização. Esquema sádico de gozo na


destruição. Alencar defende isso e sabe que isso acontece.

A primeira carta do Alencar fica com uma relação de política e como um autor
acha que por meio da literatura pra dar ordens no Imperador. Ele confia em sua
habilidade retórica deveras.
Referências sobre Freyre e Buarque de Hollanda para que nós possamos
visualizar toda essa coisa nova e realidade que ele quer que aconteça e que
ele defende ferrenhamente.

Noite na Taverna

O romantismo é mais canônico – perspectivas esteriotipadas

Romantismo inglês – Byron / influenciou Alvares de Azevedo. Padrões da


concepção de Byron. Determinação de imitação. Não está no projeto
nacionalista, todos os personagens são ingleses e nenhuma das histórias se
passa no Brasil

Literatura Gótica  Voltada para a ideia de negatividade e monstruosidade.


Que acabaram por ser fundamentais na cultura popular.

Monstro – Consiste na figura que se caracteriza por um estado intermediário


entre o humano e o sobrenatural. Procurando evidenciar o confronto com a
diferença que leva a crítica das normas. Ultrapassando os limites do humano
para mostrar que o humano é muito mais do que se pensa e também pode ser
muito mais do que já o é.

 Ruptura com o cânone corrente.


 CARACTERÍSTICAS:
 ORALIDADE: Nível de informalidade
 Poucas falas e atividades físicas e corporais, morte, doença, luta – o
corpo é um centro de interesse.

NOITE NA TAVERNA é um livro hiperbólico onde tudo está ligado a ideia de


excessos. É sempre tudo ou nada. A vida deve ser levada ao máximo da
sensação e do sentimento. Muitas emoções, muito sexo, mas nem sempre
é tudo real dentro do livro pois está descortinada por detrás da cortina da
embriaguez.

A EMBRIAGUEZ NÃO É UMA FORMA CONFIÁVEL

Na nossa cultura há uma associação entre ordem e desordem (Apolo X


Dioniso)

Criamos em nós mesmos uma ordem que há uma força também que é
como se fosse uma desordem na qual não podemos controlar e não temos
forças sobre a mesma.

RAZÃO X PAIXÃO / CONSCIÊNCIA X INCONSCIÊNCIA


Aristóteles acreditava que havia uma ligação entre a genialidade e
embriaguez e a vontade de ficar bêbado e beber.

A embriaguez e a melancolia são complementares.

Na história de BERTRAM pode-se dizer que se trata de uma pessoa


fleumática que não possui compaixão e é frio.

A imagem da mulher é apresentada como devassa, há diversas imagens


corporais e ela sente vontade e prazer no sexo. Há diversas orgias e isso
caracteriza ter na prática sexual uma obsessão. O sexo é uma prática
constante e não algo que tenha alguma coisa de singularidade.

Há muitas referências a cultura e a literatura inglesa. Aliteração muito


presente, a aliteração é uma marca de ansiedade verbal, um excesso por si
só. Naturalidade vaidosa, sem nenhuma culpa ética ou senso de
responsabilidade, observa-se isso como uma característica de solidão.

Muitos adjetivos e muitos plurais que se tornam cada vez mais fantasiosos.
Ruptura da convenção. Sem distanciamento entre o amor e o medo como
pudemos observar em várias das obras estudadas.

 Reiteração e paralelismo: melodrama é uma forma narrativa em que as


coisas são vivenciadas de forma extrema que não corresponde ao
normal.
 Cena extrema de egoismo quando se fala do pai
 Apatia e indiferença que chocam. Hedonismo e embriaguez. Decameron
é muito semelhante com todo o resto da história.

Poema DINHEIRO de Alvares de Azevedo

Perspectiva triste com relação ao dinheiro. Você só pode ser digno e


cidadão caso você tenha dinheiro, perspectiva da separação e da exclusão.
Mercúrio era deus dos ladrões, dos mensageiros e do comércio. Vida
condicionada ao redor do dinheiro. Não é um poema canônico.

Texto inteiramente de crítica social. Imagem de abertura – quem não tem


dinheiro não pode ser nem ao menos enterrado, não pode ser nem
considerado como um simples humano.

Relação da forma convencional de rima: sem harmonia nenhuma. Há uma


relação entre conteúdo e forma e uma quebra muito latente com a tradição.

Saudade, doença e amor não correspondido eram os temas normais que se


tratavam em poesias românticas na época de Alvares mas ele sofria por
que não tinha dinheiro.
É um poema de resistência como Bosi diz em seu texto. Há uma
descentralização da teoria de que qualquer um pode fazer arte, ele por
exemplo não pode por que não tem dinheiro nem para comprar uma vela.

Imagem da mulher no poema:

O anjo de Deus e cândida donzela que representam a pureza, o que entra


na convenção normal, mas escapara a convenção do texto.

A imagem que ele passa é de que a mulher pode ser perfeita e tudo o mais,
mas se ele não tiver dinheiro isso tudo de nada vai adiantar.

A ideia central do texto de Bosi é as pessoas podem até achar legal e


bonitinho escrever, mas ela não se sustenta na grande maioria das
civilizações por que a literatura se tornou marginalizada.

Texto teórico sobre a capacidade que a poesia teria de mudar a sociedade


e a civilização. A poesia vive em um estado de indulgência, espaços muito
restritos de circulação. É necessário fazer poesia com a consciência das
suas limitações. Discursos dominantes: tem domínio sobre o pensamento
social, jurídico, etc.

A linguagem da poesia tem que ser radicalmente diferente de todo o resto


do discurso do mundo. A poesia resiste a falsa ordem que é o rigor, a
barbárie e o caos.

Falsa ordem  as regras e ordens sociais é errado pensar que as


disciplinas brasileiras são completamente verdadeiras.

2 elementos principais:

1 – Fantasiar mundos diferentes dos nossos: Por controle, choque e


estranhamento se faz a crítica do mundo em que se vive.

2 – Utopia, criar uma fantasia de futuro melhor e diferente mediante as


limitações do presente.

TEORIA DO SUJEITO

Tem várias definições de acordo com a área. O que é um eu: O individuo


(que é a coletividade) versus o eu individual mesmo.

Condições necessárias para constituir um sujeito:

1 – AUTONOMIA: O sujeito pode agir de modo independente, toma


decisões, e tem critérios de certo e errado e isso pode ser mostrado
materialmente.
2 – TRABALHO: O sujeito obtém resultados de seu trabalho, questão de
competência.

3 – PROPRIEDADE PRIVADA; ele precisa ter bens em seu nome

4 – CAPITAL: Ele precisa ter dinheiro acumulado.

5 – CONHECIMENTO: Ele precisa ter educação formal e um nível de


conhecimento estruturado. Quem tem conhecimento, tem poder.

6 – LIBERDADE: Tanto de pensamento quanto de ação, está ligado a


autonomia. Diversificar as ações e atividades que eu posso fazer e realizar
não preciso compartilhar do pensamento de ninguém.

PRECISA ATENDER ESSAS SEIS CARACTERÍSTICAS PARA SER


CONSIDERADO UM INDIVIDUO

Modelo de sujeito eurocêntrico: ingleses, franceses e alemães se baseavam


em aristocratas e reis famosos.

COMO SER UM SUJEITO PLENO SEM CAUSAR:

1 – Definir valores absolutos: O governo determina o que é certo e o que é


errado e todos devem seguir as regras

2 – Determinar relações como valor absoluto: nossos ancestrais fizeram, deu


certo, é assim que vai ser, fim

3 – Aporia: É preciso partir do princípio de que não estamos em uma sociedade


que é 100% boa e perfeita

Crítica da universalidade: falar mal da religião e da igreja

Provoca um deslocamento em que é e pra que serve a poesia brasileira. Onde


se vive hoje é um lugar hostil. O nacionalismo não está em todo lugar do
romantismo.

Segundo as definições do que é constituido um ser humano ele é louco,


movediço e é comparado com uma onda de mar, o contrário do ideal
eurocentrico (dentro da obra de Alvares de Azevedo).

Atividade sexual  Mulher puta


Repressão sexual  Mulher pura

Focando no romantismo, Qual a diferença entre mulheres que tem desejos


sexuais.
Grécia e Roma Valorização do corpo e do sexo (Satiricon Petrônio)
Idade média  Valorização do espírito (A divina Comédia)
A partir da Renascença  Reavaliação de qual é a equivalência e o valor do
corpo

PURA X PUTA – Confronto entre valores medievais

O movimento barroco é herança da renascença mais a influência da contra


reforma. O Romantismo é um momento onde há um impasse que não se
resolve. – É o exercício da divisão (valorização do espírito X valorização do
corpo)

Lucíola não consegue se transformar por que não existe isso de se transformar
de mulher puta para mulher pura e aí ela morre.

- BENEDITO NUNES: Romantismo é um período de ambivalência. Não é


retomada de Grécia e Roma nem da Idade média, é a arena de batalha entre
as duas ideologias. O romantismo quer a prova e saber o quanto podemos
suportar nossas próprias contradições. Seres humanos estão em conflito o
tempo todo.

Amor é medo é novamente o tempo e é uma traição de chegar perto e de se


afastar.

EM MEUS 8 ANOS: Deseja algo que não é possível por conta de uma
contradição. O argumento central é que o romantismo é vivenciar esse impasse
ao máximo sem chegar a nenhuma conclusão.

ENTUSIASMO E MELANCOLIA –

Em um mesmo poema pode aparecer uma personagem que em um segundo


está feliz e em instantes depois se mergulha em melancolia.

Em uma das ideologias o sexo é exaltado e na outra não; O indivíduo deve


fazer o que a outra pessoa acha que é certo ou o que ele tem vontade.

Ideia do Marx onde as coisas são completamente desiguais.

Por que a população não reage¿ Por que não sabe que é explorada, Situação
de pobreza, desigualdade e miséria. Total estado de alienação – Alemanha do
século XIX
Há uma razão para que o grupo sofra por que assim eles não pensam e dessa
forma não conseguem pensar por si só e chegar a conclusão nenhuma nunca.
De acordo com Marcuse: se você tem o superego muito fortes, você não vai
ficar sexualmente satisfeito.

A grande massa tem que ser sexualmente infeliz. Se você é muito feliz e muito
apaixonado, você não consegue se concentrar e ai você se torna pouco
produtivo e pouco bom para o capitalismo.

Nacionalismo era a prosperidade naciona. Em noite na Taverna é tudo


consuzido por prazer egoísta e eles tem falta de trabalho e não trabalham por
que não tem tempo nenhum para fazer isso. A pornografia é a ideia de que a
fantasia sexual pode muito bem ser generalizada.

Padronização do desejo – pressão e prisão sócio econômicas. É muito comum


sair do prazer sexual para algum tipo de frustração muito forte.

Uma menção do suícidio assassinato, homo-erótico e reelaboração da imagem


da mulher pura. O suicídio no romantismo é um valor positivo, libertação de um
sofrimento terrível que é representado pela vida.

O assassinato é sem impatia e há uma menção homo-erótica. Somente com


Mário de Andrade isso passa a ser uma coisa abertamente discutida. A mulher
pura não é mais tratada com distanciamento. Ação na Itália  contra a ideia de
nacionalismo.

WERTHER: Suicídio como libertação (modelo e situação esteriotipada) no caso


dele estar farto de vinho e mulheres que é a colocação extrema do tédio, matriz
de Dom Juan, percurso de seduzir e nunca ficar com nenhuma.

SUPERIORIDADE ARROGANTE COM RELAÇÃO AO SEXO FEMININO

Tédio – motivo fútil para o suicídio

Atitude viril em Lucíola – Paulo e Sá observam e admiram a beleza da moça.


Atitude não viril em Noite na Taverna – O comandante e Bertram se admiram

Classificação entre hetero e homo não tem importância nesse livro. Se abre
para muitos casos de absurdo.

Figura da moça pura: Palavra santa como reforço de pureza, as mulheres que
diziam respeito aos marinheiros não eram puras. Como uma Madona,
referência a Virgem Maria e fala também de melancolia, tristeza e medo e amar
de joelho e como se fosse uma referência. Ele deveria respeitá-la da forma
como fala dela.
Passagem do texto de Bertram: Como se o texto fosse uma maneira diferente
de fazer romantismo. Antítese é uma figura ambivalente (que se encontra em
um texto desse caráter).

Antítese é uma figura ambivalente (que se encontra em um texto desse


caráter).

Deslocamento da narrativa: primeira pessoa relato da vida e interação com os


amigos. A embriaguez é muito importante nesse caso.

Conceito de ironia romântica: Categoria filosófica, como uma diferente visão de


mundo – SUJEITO  OBJETO DE DESEJO
(busca por prazer e desencantamento)

É criada uma expectativa, mas o desejo não era tudo isso e então ele procura
um segundo objeto de desejo e assim vai acontecendo para sempre, buscando
cada vez mais prazer.

Pode durar muito tempo, mas há um tempo em que o fator de decepção está
em si e não no objeto de desejo. O valor e a perda de valor em si diminui
perante tudo isso.

Ele acha que não adianta mais procurar, no trecho que estamos lendo há duas
evidências ele tentou o suicídio e riu de si mesmo (considerou-se ridículo).
Alvares de Azevedo é o maior romancista irônico.

Isso vai de encontro ao nacionalismo onde todos deveriam ser perfeitos e


bonitinhos. Situações extremas de ironia na poesia de Alvares de Azevedo.
Ironia  queda do sonho idealizado

Cap. 6 – JOHANN

É muito assustado consigo mesmo e desesperado para com o mundo (última


parte do texto). Momento de deslocamento da narrativa. A fala do narrador
passa e muda o ponto de vista, fragmentação da narração – os parêntesis não
funcionam como marcação;

A reação do Johann é muito mais empática do que Bertran, matou o


irmão,comeu a irmã, e podemos ver todas as suas reações e coisas assim de
acordo com as pontuações. Nesse sentido, Johann é o contrário de Bertran e
isso dissolve a caracterização de esteriótipos.

Por que o incesto é tão terrível¿

A única coisa que nos diferencia dos outros animais (Claude Levi- Strauss) /
familiaridade e recusa do incesto.
A escravidão –

Processo controlado principalmente pela Europa. Inglaterra, Alemanha e


França tinham muitas colônias na África.

Perspectiva imediatista de lucro. O regime de trabalho era opressor (18 horas


por dia e 7 dias por semana). Os trabalhadores ficavam doentes e isso era
muito ruim para a empresa. Política do trabalho e imperialismo com economia.

Eram coagidos a trabalhos forçados e os escravos estavam submetidos a


diversos tipos de pestes e doenças.

POEMA O NAVIO NEGREIRO: No poema de Castro Alves ser escravo era um


inferno físico. Processo de estudar continuado, entendendo que são
descartáveis. Mistiçagem no Brasil não é nada romântica, é toda uma cultura
de estupro.

Música do Chico Buarque “Sinhá” – Aqui no Brasil não há nenhum tipo de


escrita dos escravos e então não há material de estudo. Ana Maria Gonçalvez
(um defeito de cor).

Negros corruptos – os próprios negros vendiam os outros para ganhar dinheiro,


ou uma outra tribo por exemplo. Inferioridade na terra como questão sagrada.

O poema Navio Negreiro – Parte 4:


Construção carregada de metáforas e polissemias. A dança na verdade eram
os movimentos de angústia e tortura de agonia e dor coletiva insuportável.
Movimentos tensos dos corpos, imagens de espetáculo (a orquestra de dor
como uma música agradável). Em tudo isso há um componente sádico.

Há uma atividade perversa e demoníaca que é colocada aqui como atividade


praticada pelos brancos que estão nessa cena. O poema inteiro é um tipo de
clamor a Deus para que dê atenção aquela situação toda. Julgamento moral de
como o eu lírico acha que aquilo que os brancos estão fazendo é errado.

O eu lírico até desafia Deus.

Parte 6 do poema: questão nacionalista  Humilhação da bandeira brasileira –


é uma mortalha pano feito para envolver cadáveres. Ele fala muito mal do
próprio país.

Cartas a favor da escravidão de José de Alencar.

Anatol Rosenfeld: poema grandiloquente de um português muito eloquente e


até mesmo elitista. Há uma incongruência muito grande entre a forma e o
conteúdo. Valor como poema libertário mas estranho intervenção política ou
crítica.
Literatura romântica no Brasil é uma coisa quase que completamente irreal e
esta é completamente conservadora. O poema de Castro Alves não fez a
menor diferença com relação a abolição da escravatura.

O demônio familiar de José de Alencar: Coloca a escravidão como se fosse


uma coisa muito legal. O que Machado de Assis escreve sobre Castro Alves e
o que Mário de Andrade falou sobre Castro Alves;

Avanço dentro da literatura a partir do momento em que ele valoriza um


poema, coisa que é completamente desvalorizada. Faz uma crítica a
escravidão, o que já é um avanço levando em conta o Alencar, mas ainda não
é um local de intervenção do meio público (não mudou a história da
escravidão).

Descrição no poema de gozo pela destruição. Sonho dantesco  referência a


obra de Dante Alighieri que fala sobre isso em a divina comédia. Fala sobre as
coisas horríveis e é.

Trata os negros como pessoas que sofrem e que não merecem esse
sofrimento. Ao final percebe-se que há uma atitude extremamente persuassiva
e grandiloquente como se fosse alguém que estivesse sobre um púlpito, um
político. Ele estava tentando convencer alguém de alguma coisa.

A diferença entre as perspectivas do nacionalismo do romantismo estudado


durante o curso. A história de Cã como se os negros fossem culpados por seus
próprios destinos.

A escravidão é um problema contemporâneo no qual até hoje encontramos


diversos lugares do mundo condições análogas a escravidão;

A escravidão acabou quando a condição econômica achava que isso já era


economicamente inviável ou insustentável.

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