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Acidente nuclear de Chernobil

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente


chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia(então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história
da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa
Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada
sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na
evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.

Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.

O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por
muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países
de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados
de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de
Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente
ao acidente. Um relatório daOrganização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47
trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de
doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.

O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi
detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do
acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:

Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina
nuclear de Chernobyl. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela
primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle.

A instalação

Usina nuclear de Chernobil atualmente.

A usina de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 quilômetros a noroeste da cidade
de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 quilômetros ao norte de Kiev. A usina era
composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica (3,2 gigawatts de energia
térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época
do acidente. A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977,
seguido pelo nº 2 (1978), nº 3 (1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também capazes de produzir
um gigawatt cada) estavam em construção na época do acidente. As quatro unidades geradoras u com usavam um tipo
de reator chamado RBMK-1000.[3]

O acidente

Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como
Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e
um derretimento nuclear.

[editar]Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e
atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente
a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente
apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns
especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que
aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado
pelo erro humano.

Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos
reatores, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança
dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que
resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o
diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termo-elétrica a carvão. Seu engenheiro chefe,
Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3
e 4, somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".

Em particular:

 O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se
bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se
não houver intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os
quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era
intuitivo para um operador não treinado.

 Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de
controle são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das
hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas,
medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente
funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando
as hastes eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto
aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos
primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir,
como desejado. Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência
começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
 Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator.
Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação
ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento
conduzido naquela noite.

É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos
guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.

De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo
menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado
acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.

[editar]Eventos

Vila abandonada nos arredores do acidente.

Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina. Foi
decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar suficiente energia para manter
seus sistemas de segurança (em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia.
Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados
instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do
reator e deixada a rodar sob a força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua
fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado
com sucesso previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as
turbinas não geravam suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias
adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os testes.

A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW a fim de realizar
o teste com baixa potência, mais segura. Porém, devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator
reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração
de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator
em baixa carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de
segurança, a gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido abreviar o
experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de superar a absorção de neutrons do excesso de
xenon-135, as hastes de controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos
regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo
gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o especificado pelos regulamentos de
segurança. O fluxo de água aumentou à 1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional
incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de operação
altamente instável e perigosa.

À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não
parece que algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A energia para as bombas de água foi
cortada, e como elas foram conduzidas pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A turbina foi
desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia,
bolsas de vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do reator moderado a grafite RBMK em
Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que significa que a potência do reator aumenta rapidamente na
ausência da absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se progressivamente menos
estável e mais perigosa.

À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de Emergência 5) que ordenou uma inserção total de
todas as hastes de controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam sido retiradas sem cautela.
Não está claro se isso foi feito como medida de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar
totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava programado para ser desligado para manutenção
de rotina). É usualmente sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada subida rápida de
potência. Por outro lado Anatoly Syatlov, engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente,
escreveu em seu livro:

Antes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam nenhuma mudança de parâmetros que
pudessem justificar a parada total. A Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou
em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada total foi ordenada. Não havia
necessidade de procurar pela razão. O reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento.

Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de controle (20 segundos para completar), as partes
ocas das hastes e o deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento da velocidade da
reação. O aumento da energia de saída causou a deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram
após serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes de conter a reação. Por volta de
1:23:47, o a potência do reator aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As hastes de
combustível começaram a derreter e a pressão de vapor rapidamente aumentou causando uma grande explosão de
vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no
teto.

Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi construído com somente contenção parcial. Isto
permitiu que os contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a explosão de vapor queimou os
vasos de pressão primários. Depois que parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a temperatura
extremamente alta do combustível do reator e do grafite moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio
contribuiu para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.

Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após 1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre
declaração das testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é descrita a seguir. De acordo a
esta teoria, a primeira explosão aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador ordenar a
parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total
(esta é a versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é importante porque, se o reator tornou-se
crítico vários segundos após a ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes de controle,
enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco
evento sísmico foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter sido causado pela explosão ou
poderia ser coincidente. A situação é complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais de uma
vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o acidente, envenenada pela radiação.

[editar]Sequência de eventos

Mapa mostrando o avanço da radiação após o acidente.

 26 de abril de 1986 - Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil. Aconteceu à noite, entre 25
e 26 de abril de 1986, durante um teste. A equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir
energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de
potência, até que o gerador de emergência, a óleo diesel, fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste
do reator, foram desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter sua capacidade
operacional reduzida para 25%. Este procedimento não saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o
nível de potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que ser aumentada. Mas 30 segundos
depois do começo do teste, houve um aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do
reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou. Em frações de segundo, o nível de potência e
temperatura subiram em demasia. O reator ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de
proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C, derreteu as hastes de controle. A
grafite que cobria o reator pegou fogo. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.

 de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente
houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas
locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.
 de 27 de abril a 5 de maio de 1986 - aproximadamente 1800 helicópteros jogaram cerca de 5000 toneladas de
material extintor, como areia echumbo, sobre o reator que ainda queimava.

 27 de abril de 1986 - os habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados.

 28 de abril 1986, 23 horas - um laboratório de pesquisas nucleares da Dinamarca anunciou a ocorrência do


acidente nuclear em Chernobil.

O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para conter a radiação liberada pelo acidente.

 29 de abril de 1986 - o acidente nuclear de Chernobil foi divulgado como notícia pela primeira vez,
na Alemanha.

 até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.

 6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.

 de 15 a 16 de maio de 1986 - novos focos de incêndio e emissão radiativa.

 23 de maio de 1986 - o governo soviético ordenou a distribuição de solução de iodo à população.

 Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e
conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos,
seu maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.

 1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.

 12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada


Urânio
Urânio
Protactínio ← Urânio → Neptúnio
N   
 

↑ 
 
  92 U  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                                   
U                                   
↓                                                               
                                                               

Tabela completa • Tabela estendida


Informações gerais

Nome, símbolo, número Urânio, U, 92

Série química Actinídio

Grupo, período, bloco 3 (IIIA), 7, f

Densidade, dureza 19050 kg/m3,

Aparência Cinza prateado metálico

Propriedade atómicas

Massa atômica 238,02891(3) u

Raio covalente 175 pm

Raio de Van der Waals 186 pm

Configuração electrónica [RN]7s² 5f4

Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 32, 21, 9, 2

Estrutura cristalina Ortorrômbico

Propriedades físicas

Estado da matéria sólido

Ponto de fusão 1405,3 K

Ponto de ebulição 4404 K

Entalpia de fusão 9,14 kJ/mol

Volume molar 12,49 ×10−6 m3/mol

Velocidade do som 3155 m/s a 20 °C

Diversos

Eletronegatividade(Pauling) 1,38
Calor específico 300 J/(kg·K)

Condutividade elétrica (0 °C) 0,280 µΩ·m S/m

Condutividade térmica 27,5 W/(m·K)

Isótopos mais estáveis

Ed
iso AN Meia-vida MD PD
MeV
232 48
U sintético 68,9 a ε 5,414 Th
233 229
U sintético 159 200 a ε 4,909 Th
234 230
U 0.0054% 245 500 a ε - Th
235
U 0.7204% 7,038×108 a α 4.679 231
Th
238 9 234
U 99.2742% 4,468×10  a α 4.270 Th

Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

238
(  U92 ) O urânio (homenagem ao planeta Urano) é um elemento químico de símbolo U e de massa atômica igual a
238 u apresenta número atômico 92 (92 prótons e 92 elétrons).

À temperatura ambiente, o urânio encontra-se no estado sólido. É um elemento metálico radioativo pertencente à família
dos actinídeos.

Foi descoberto em 1789 pelo alemão Martin Klaproth. Foi o primeiro elemento onde se descobriu a propriedade
da radioatividade.

O Urânio é utilizado em indústria bélica (bombas atômicas e espoleta para bombas de hidrogênio) e como combustível
em usinas nucleares para geração de energia elétrica.

Características principais

Minério de urânio

O urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe
naturalmente na Terra: contem 92 prótons e 135 a 148 nêutrons. Quando puro, é um sólido, metálico eradioativo,
muito duro e denso, de aspecto cinza a branco prateado, muito semelhante à coloração do níquel.

Pensava-se que a uraninita era um minério de zinco, ferro ou tungstênio. No entanto, Klaphroth, em 1789, comprovou a


existência de uma "substância semi-metálica" nesse minério. Chamou ao metal "urânio" em honra à descoberta feita
por Herschel em 1781 do planeta Urano. Mais tarde, Péligot provou que Klaphroth apenas tinha conseguido isolar o
óxido e não o metal e em 1842 conseguiu isolar o urânio metálico. O urânio foi o primeiro elemento no qual se descobriu
a propriedade da radioatividade. Esta descoberta foi feita porAntoine Henri Becquerel em 1896.
[editar]Fissão

Em 1934, Enrico Fermi e os seus colaboradores observaram que o bombardeamento de urânio com nêutrons, produzia
emissão de partículas alfa. Esta reação só seria explicada em 1938, por Otto Hahn e Fritz Strassmann. Estes
investigadores concluíram que o urânio bombardeado com nêutrons dava origem a isótopos de elementos mais leves,
como o criptônio ou o bário, por fissão do seu núcleo, liberando-se uma grande quantidade de energia. Entretanto, Fermi
sugeriu que a fissão produzia novos nêutrons que poderiam originar novas fissões noutros núcleos e assim tornar a
reação auto-sustentada. Este fato foi comprovado por F. Joliot, Leo Szilard e H.L. Anderson, em 1939.

A primeira reação nuclear de fissão auto-sustentada foi realizada por Fermi, na Universidade de Chicago,
em dezembro de 1942. Para tal, Fermi e os seus colaboradores, utilizaram 400 toneladas de grafite, seis toneladas de
urânio e 58 toneladas de óxido de urânio.

O primeiro teste de uma arma nuclear baseada na fissão do urânio foi realizado em Alamogordo, Novo México, em 16
de julho de 1945.

[editar]Ocorrência

Países produtores de urânio

Encontram-se vestígios de urânio em quase todas as rochas sedimentares da crosta terrestre, embora este não seja
muito abundante em depósitos concentrados. O minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por
uma mistura de UO2 com U3O8. O maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de Leopoldville no Congo,
na África. Outros minerais que contêm urânio são a euxenita, acarnotita, a branerita, a torbernite e a coffinita. Os
principais depósitos destes minérios situam-se nos Estados Unidos, Canadá, Rússia eFrança.

Em 1972 foram descobertas em uma mina de urânio em Oklo, no Gabão, fortes evidências de que um reator natural de
fissão operou espontaneamente no local há cerca de 2 bilhões de anos atrás. [1]

[editar]Reservas Brasileiras
Principais ocorrências de urânio no Brasil

O Brasil, segundo dados oficiais das Indústrias Nucleares do Brasil, ocupa a sexta posição no ranking mundial de
reservas de urânio[2] (por volta de 309.000t de U3O8). Segundo a empresa, apenas 25% do território nacional foi objeto
de prospecção, e as duas principais reservas são a deCaetité (mina Lagoa Real), e a de Santa Quitéria.

Descoberta em 1976, a mina de Caetité é feita a céu aberto, numa das 33 ocorrências localizadas numa faixa com cerca
de 80 km de comprimento por 30 a 50 km de largura. Localizada a 20 km da sede do município, o complexo instalado
produz um pó do mineral, conhecido por yellow cake. Esta reserva possui um teor médio de 3.000 ppm (partes por
milhão), capaz de suprir dez reatores do porte de Angra 2 durante toda sua vida útil.

[editar]Aplicações

Antes do advento da energia nuclear, o urânio tinha um leque de aplicações muito reduzido. Era utilizado em fotografia e
nas indústrias de cabedal (fabricação de peças de couro e sola) e de madeira. Os seus compostos usavam-se como
corantes e mordentes (fixadores de cor) para a seda e a lã.

No entanto, a aplicação mais importante do urânio é a energética. Com este fim, utilizam-se apenas três isótopos do
elemento (U-234, U-235 e U-238), com mecanismos de reação ligeiramente diferentes, embora o mais utilizado seja o
U-235. Na produção de energia nuclear há uma reação de fissão auto-sustentada, que ocorre em um reator,
normalmente imerso num tanque com uma substância moderadora e refrigerante - água. A água é aquecida e
vaporizada pelo reator, passando em seguida por turbinas que acionam geradores, para assim produzir energia elétrica.

Os reatores nucleares de fissão podem ser bastante compactos, sendo utilizados na propulsão de submarinos, navios
de guerra e em algumas sondas espaciais como as dos programas das sondas Cassini-Huygens, Voyager e Pioneer,
podendo utilizar outros radioisótopos como o Plutônio-239 em seus reatores de energia.

Por suas combinações de alta dureza, alta massa específica (17,3 gramas por centímetro cúbico) e alto ponto de


fusão (1132 °C), o urânio também é utilizado na fabricação de projéteis de armas de fogo em substituição ao chumbo,
cujas características são: densidade específica de 11,3 g/cm³, baixatemperatura de fusão (327 °C) e baixa dureza (1,5
na escala de Mohs). A utilização do urânio em projéteis de armas de fogo apresenta grandes vantagens técnicas em
relação ao chumbo, mas expõe os soldados a um nível elevado de radiação.

[editar]Danos ao ser humano


O urânio produz envenenamento de baixa intensidade (por inalação ou absorção pela pele), com efeitos colaterais, tais
como: náusea, dor de cabeça, vômito, diarreia e queimaduras. Atinge osistema linfático, sangue, ossos, rins e fígado.

Seu efeito no organismo é cumulativo, o que significa que o mineral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é
eliminado, sendo paulatinamente depositado, sobretudo nos ossos. A exposição à radiação pode provocar o
desenvolvimento de cânceres. Entre os trabalhadores das minas, são frequentes os casos de câncer de pulmão.

O uso de urânio empobrecido também é apontado como possível causa da síndrome da Guerra do Golfo, que afetou
soldados americanos e britânicos que participaram da Guerra do Golfo, em 1991. Mais de dez mil veteranos
tiveram doenças misteriosas.

O que é uma centrífuga de urânio?


por Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

O urânio é um elemento semelhante ao ferro. Assim como o ferro, você tira o minério de urânio da terra e
processa-o para extrair o urânio puro. Ao terminar de processar o minério, o produto obtido é o óxido de
urânio. O óxido de urânio contém dois tipos (ou isótopos) de urânio: U-235 e U-238. O U-235 é de que você
precisa para fabricar uma bomba ou abastecer umausina de energia nuclear. O óxido de urânio da mina,
contudo, tem cerca de 99% de U-238. Por isso, você precisa, de alguma forma, separar o U-235 do U-238 e
aumentar a quantidade de U-235. O processo de concentração do U-235 é chamado de enriquecimento, e
as centrífugas são a parte principal do processo.

Foto cedida pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge


Cascatas da centrífuga de urânio

O U-235 pesa um pouco menos que o U-238. Devido a essa diferença de peso, você pode separar o U-235
e o U-238. O primeiro passo é reagir o urânio com ácido fluorídrico, um ácido extremamente poderoso.
Após várias etapas, você cria o gás hexafluoreto de urânio.
Agora que o urânio está na forma gasosa, fica mais fácil trabalhar com ele. Você pode colocar o gás em
uma centrífuga e girá-lo. A centrífuga cria uma força milhares de vezes mais potente do que a força da
gravidade. Como os átomos de U-238 são um pouco mais pesados do que os de U-235, eles tendem a se
mover em direção às paredes da centrífuga. Os átomos de U-235 tendem a ficar mais próximos do centro da
centrífuga.
Embora seja apenas uma pequena diferença de concentrações, quando você extrai o gás do centro da
centrífuga ele possui mais U-235 do que antes. O gás deve ser levemente concentrado em outra centrífuga e
repetido o procedimento. Se fizer isso milhares de vezes, poderá criar um gás que seja altamente rico em U-
235. Em uma usina de enriquecimento de urânio, milhares de centrífugas ficam presas juntas em
longas cascatas.
No final de uma longa cadeia de centrífugas, você tem o gás hexafluoreto, de urânio que contém uma
concentração alta de átomos de U-235.
A criação das centrífugas é um grande avanço tecnológico. As centrífugas devem girar rapidamente - na
faixa de 100.000 rpm. Para girar com essa velocidade, as centrífugas devem ter:
 rotores muito leves, porém potentes;
 rotores bem equilibrados;
 rolamentos de alta velocidade, normalmente magnéticos para diminuir o atrito.
O atendimento desses três requisitos estava fora do alcance da maioria dos países. O desenvolvimento
recente de equipamentos baratos e de alta precisão de usinagem, controlados por computador, facilitou um
pouco as coisas. É por esse motivo que mais países aprenderam a enriquecer urânio nos últimos anos.
Agora, você precisa transformar o gás hexafluoreto de urânio de volta no metal de urânio. Isso pode ser feito
acrescentando cálcio. O cálcio reage com o fluoreto para criar um sal, e o metal de urânio puro é deixado
para trás. Com esse metal de U-235 altamente concentrado, você tanto pode fabricar uma bomba
nuclear quanto alimentar um reator nuclear.

Como funciona a energia nuclear


por Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Introdução
As usinas nucleares fornecem cerca de 16% da eletricidade do mundo (dados de agosto de 2008). Alguns
países dependem mais da energia nuclear para obter eletricidade que outros. Na França, por exemplo, cerca
de 75% da eletricidade é gerada a partir da energia nuclear, de acordo com a Agência Internacional de
Energia Atômica (em inglês). Nos Estados Unidos, a energia nuclear fornece 23% da
eletricidade total, mas alguns Estados obtêm mais energia de usinas nucleares que outros. No Brasil, menos
de 3% da energia gerada tem origem das usinas nucleares de Angra dos Reis. Há mais de 400 usinas de
energia nuclear ao redor do mundo, sendo mais de 100 nos EUA.(Fonte: WNA, em inglês)

A edificação de contenção, em formato de domo, da Usina


Nuclear de Shearon Harris, perto de Raleigh, Carolina do
Norte
Você já imaginou como uma usina de energia nuclear funciona ou o quão segura ela é? Neste artigo vamos
analisar como um reator nuclear e uma usina de energia funcionam e vamos explicar a fissão nuclear,
mostrando um reator nuclear por dentro.

Urânio
O urânio é um elemento bastante comum na Terra, incorporado ao planeta durante sua formação. O urânio
é formado originalmente nas estrelas. Estrelas antigas explodiram, e a poeira dessas estrelas despedaçadas
se agregou para formar nosso planeta. O urânio-238 (U-238) tem uma meia-vida extremamente longa (4,5
bilhões de anos), e portanto ainda está presente em quantidades bem grandes. O U-238 compõe 99% do
urânio no planeta. O U-235 compõe cerca de 0,7% do urânio remanescente encontrado naturalmente; o U-
234, ainda mais raro, é formado pelo decaimento do U-238. O urânio-238 passa por muitos estágios, ou
decaimento alfa e beta, para formar um isótopo (em inglês) estável de chumbo, e o U-234 é um elo nessa
corrente.
O urânio-235 tem uma propriedade interessante que o torna útil tanto para produção de energia nuclear
quanto para a produção de uma bomba nuclear. O U-235 decai naturalmente, assim como o U-238, por
radiação alfa, e também sofre fissão espontânea por um pequeno percentual do tempo. Contudo, o U-235 é
um dos poucos materiais que podem sofrer fissão induzida. Se um nêutron livre atravessar um núcleo de U-
235, o núcleo absorverá o nêutron sem hesitação, se tornará instável e se dividirá imediatamente. Leia Como
funciona a radiação nuclear para obter os detalhes completos.
Fissão nuclear
A animação abaixo mostra um núcleo de urânio-235 com um nêutron se aproximando a partir do topo. Assim
que o núcleo captura o nêutron, ele se divide em 2 átomos mais leves e arremessa 2 ou 3 nêutrons novos (o
número de nêutrons ejetados depende de como o átomo de U-235 se divide). Os 2 novos átomos então
emitem radiação gama conforme se ajustam em seus novos estados. Há 3 coisas sobre esse processo de
fissão induzida que o tornam especialmente interessante:
 a probabilidade de um átomo de U-235 capturar um nêutron de passagem é muito alta. Em um
reator funcionando adequadamente (conhecido como estado crítico), um nêutron ejetado de cada
fissão ocasiona outra fissão;
 a processo de captura do nêutron e divisão acontece muito rapidamente, na casa dos de
picossegundos (1x10-12 segundos);
 uma inacreditável quantidade de energia é liberada, na forma de calor e radiação gama, quando
um único átomo se divide. Os dois átomos que resultam da fissão posteriormente liberam radiação
beta e radiação gama de si mesmos. A energia liberada por uma única fissão resulta do fato de que
os produtos da fissão e os nêutrons, juntos, pesam menos que o átomo original de U-235. A
diferença no peso é convertida diretamente em energia na taxa regulada pela equação E = mc2.
Algo na ordem de 200MeV (milhões de elétron-volts) é liberado pelo decaimento de um átomo de
U-235 (se você quiser converter isso em algo útil, considere que 1 eV é igual a 1,602 x 10 -12 ergs;1
x 107 ergs equivalem a 1 joule; 1 joule é igual a 1 watt-segundo, e 1 BTU é igual a 1.055 joules).
Isso pode não parecer muito, mas há muitos átomos de urânio em meio quilo de urânio. Tantos, na
verdade, que meio quilo de urânio altamente enriquecido como o usado para fornecer energia a
um submarino nuclear ou porta-aviões nuclear equivale a aproximadamente 3,8 milhões de litros
degasolina. Considerando que meio quilo de urânio ocupa menos espaço que uma bola de
beisebol, e que 3,4 milhões de litros de gasolina encheriam um cubo de 15 m de cada lado (15 m é
a altura de um edifício de 5 andares), você pode ter uma idéia da quantidade de energia disponível
em um pequeno volume de U-235.
Para que essas propriedades do U-235 funcionem, uma amostra de urânio deve ser enriquecida de modo
que contenha de 2% a 3% ou mais de urânio-235. O enriquecimento de 3% é suficiente para o uso em um
reator nuclear civil usado para geração de energia. O urânio destinado a armas é composto de 90% ou mais
de U-235.
Dentro de uma usina de energia nuclear
Para construir um reator nuclear você precisa de um punhado de urânio levemente enriquecido.
Normalmente, o urânio é formado em péletes (que tem a forma de uma pílula) com aproximadamente o
mesmo diâmetro de uma moeda de 10 centavos e mais ou menos 2,5 cm de espessura. Os péletes são
dispostos em hastes longas agrupadas em feixes. Os feixes são normalmente submersos em água dentro de
um recipiente de pressão. A água atua como refrigerante. Para que o reator funcione, o feixe, submerso em
água, deve ser levemente supercrítico. Isso significa que se deixado sozinho o urânio eventualmente
superaqueceria e derreteria.
Para evitar isso, as hastes de controle feitas de material que absorve nêutrons são inseridas no feixe
usando um mecanismo que pode elevar ou abaixar as hastes de controle. Elevar ou abaixar as hastes de
controle permite que os operadores controlem o índice de reação nuclear. Quando um operador quer que o
núcleo de urânio produza mais calor, as hastes são elevadas para fora do feixe de urânio. Para criar menos
calor, as hastes são abaixadas dentro do feixe de urânio. As hastes podem ser abaixadas completamente no
interior do feixe de urânio para desligar o reator no caso de um acidente ou para trocar o combustível.
O feixe de urânio atua como uma fonte de calor de altíssima energia. Ele aquece a água, que se transforma
em vapor, acionando uma turbina a vapor, a qual faz girar um gerador para produzir energia. Em alguns
reatores, o vapor do reator atravessa um trocador de calor secundário e intermediário para converter a água
de outro circuito em vapor, que aciona a turbina. A vantagem desse desenho é que a água/vapor radioativo
nunca entra em contato com a turbina. Também, em alguns reatores, o fluido de resfriamento em contato
com o núcleo do reator é um gás (dióxido de carbono) ou metal líquido (sódio, potássio); esses tipos de
reatores permitem que o núcleo seja operado a temperaturas mais altas.

Como funciona a energia nuclear


por Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Massa crítica: a usina nuclear em funcionamento


Depois do reator há pouca diferença entre uma usina de energia nuclear e uma usina de energia a carvão ou
óleo, exceto pela fonte do calor usada para criar o vapor.

Este gerador na usina Shearon Harris produz 870 megawatts,


eletricidade usada em residências e empresas 
Tubos transportam vapor para abastecer o gerador na usina
de energia

O recipiente de pressão do reator é normalmente alojado dentro de um revestimento de concreto que atua
como um escudo contra radiação. Esse revestimento é alojado dentro de um recipiente de contenção de
aço muito maior. Esse recipiente contém o núcleo do reator, bem como o maquinário (guindastes, etc.) que
permite que os trabalhadores na usina reabasteçam e mantenham o reator. O recipiente de contenção de
aço tem o objetivo de evitar o vazamento de gases ou fluidos radioativos da usina.
Finalmente, o recipiente de contenção é protegido por um edifício de concreto externo que é forte o
suficiente para sobreviver a coisas como a queda de aeronaves. Essas estruturas de contenção secundárias
são necessárias para evitar a saída de radiação/vapor radioativo no caso de um acidente como o da Three
Mile Island (em inglês). A ausência de estruturas de contenção secundárias em usinas de energia nuclear
russas permitiu que material radioativo escapasse no acidente em Chernobyl (em inglês).
O vapor sobe da torre de refrigeração na usina Harris

Trabalhadores na sala de controle na usina de energia


nuclear podem ficar de olho no reator nuclear e tomar alguma
iniciativa se algo sair errado

O urânio-235 não é o único combustível possível para uma usina de energia. Outro material fissionável é
o plutônio-239, que pode ser criado facilmente bombardeando-se o U-238 com nêutrons - algo que
acontece o tempo todo em um reator nuclear.
Subcriticalidade, criticalidade e supercriticalidade
Quando um átomo de U-235 se divide, desprende 2 ou 3 nêutrons (dependendo do modo como o átomo se
divide). Se não houver outros átomos de U-235 na área, então esses nêutrons livres voam para o espaço
como raios de nêutrons. Se o átomo U-235 é parte de uma massa de urânio - então há outros átomos de U-
235 próximos - então acontece uma destas 3 coisas:
 se, na média, exatamente um dos nêutrons livres de cada fissão atingir outro núcleo de U-235 e
fizer com que se divida, então a massa de urânio é considerada crítica. A massa existirá em uma
temperatura estável. Um reator nuclear deve ser mantido em estado crítico;
 se, em média, menos de um dos nêutrons livres atingir outro átomo de U-235, então a massa
é subcrítica. Eventualmente, a fissão induzida terminará na massa;
 se, em média, mais de um dos nêutrons livres atingir outro átomo de U-235, então a massa
é supercrítica. Ele se aquecerá.
Para uma bomba nuclear, o projetista da bomba quer que a massa de urânio seja muito supercrítica, de
modo que todos os átomos de U-235 na massa se dividam em um microssegundo. Em um reator nuclear, o
núcleo do reator precisa ser levemente supercrítico, de modo que os operadores da usina possam elevar e
abaixar a temperatura do reator. As hastes de controle dão aos operadores um modo de absorver nêutrons
livres de forma que o reator possa ser mantido em um nível crítico.
A quantidade de urânio-235 na massa (o nível de enriquecimento) e o formato da massa controlam a
criticalidade da amostra. Você pode imaginar que se a forma da massa for uma folha muito fina, a maioria
dos nêutrons livres voará para o espaço em vez de atingir outros átomos de U-235. Umaesfera é o formato
ótimo. A quantidade de urânio-235 que se deve juntar em uma esfera para obter uma reação crítica é de
cerca de 900 gramas. A quantidade portanto é mencionada como massa crítica. Para o plutônio-239, a
massa crítica é de cerca de 283 gramas.
O que pode sair errado
Usinas de energia nuclear bem construídas têm uma importante vantagem no que se refere à geração de
energia elétrica - são extremamente limpas. Comparadas com uma usina de energia a carvão, as usinas de
energia nuclear são um sonho que se torna realidade de um ponto de vista ambiental. Uma usina de energia
a carvão na verdade libera mais radioatividade na atmosfera que uma usina de energia nuclear funcionando
adequadamente. As usinas a carvão também liberam toneladas de carbono, enxofre e outros elementos para
a atmosfera (consulte esta página para mais detalhes).
Infelizmente, há problemas significativos com usinas de energia nuclear:
 extrair e purificar urânio não tem sido, historicamente, um processo muito limpo;
 usinas de energia nuclear funcionando inadequadamente podem criar grandes problemas.
O desastre de Chernobyl (em inglês) é um bom exemplo. Chernobyl foi inadequadamente
projetada e impropriamente operada, mas mostra dramaticamente o cenário do pior caso.
Chernobyl espalhou toneladas de poeira radioativa na atmosfera;
 o combustível gasto nas usinas de energia nuclear é tóxico por séculos e, ainda, não há
instalação de armazenamento permanente e segura para ele;
 o transporte de combustível nuclear para e das usinas apresenta algum risco, embora até hoje, o
registro de segurança nos Estados Unidos tenha sido bom.
Esses problemas suprimiram grandemente a criação de novas usinas de energia nuclear nos Estados
Unidos. A sociedade parece ter decidido que os riscos sobrepujam as recompensas.
Programa Nuclear Brasileiro

Central Nuclear Almirante Álvaro


Alberto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das


usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, de propriedade Vista do Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. À
frente, na primeira cúpula, vê-se a usina de Angra 2.
daEletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás. Ao fundo, o silo de Angra 1.

São o resultado de um longo Programa nuclear brasileiro que remonta Usinas


Angra 1 | Angra 2 | Angra 3
àdécada de 1950 com a criação do CNPq liderado na época principalmente Localização
 Brasil, em Angra dos Reis | Praia de Itaorna
pela figura do Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, que lhe empresta o Histórico
Almirante Álvaro Alberto | Programa nuclear
nome. brasileiro
Acordos
Localização Acordo Brasil-Alemanha | Acordo Brasil-França
Administração
Comissão Nacional de Energia Nuclear
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAA) está localizada às Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletrobrás
Indústrias Nucleares do Brasil
margens da rodovia Rio-Santos, na praia de Itaorna, aproximadamente a Correlatos
Fábrica de Combustível Nuclear de Resende |
meio caminho entre os centros dos municípios de Angra dos Reis e Paraty, Submarino nuclear brasileiro | Centro Experimental
Aramar | Usina nuclear | Lixo atômico | Reator
no Estado do Rio de Janeiro. As razões determinantes dessa localização nuclear
Lista de usinas nucleares
foram a proximidade dos 3 principais centros de carga do Sistema Elétrico
Brasileiro (São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), a necessária
proximidade do mar, e a facilidade de acesso para os componentes pesados.

A interligação elétrica da usina ao sistema elétrico é feita por linhas de transmissão em 500kV para as subestações de
Tijuco Preto (SP) e Adrianópolis (RJ). Uma interligação em 138 kV existe para alimentar os sistemas da usina nos
períodos de parada.

Instalações

Angra 1

Além das usinas de Angra 1 e 2, e das obras da Usina de Angra 3, a área da Central abriga ainda 2 subestações
elétricas (138 e 500 kV) operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de
baixa e média atividade, e diversas instalações auxiliares (prédios de engenharia, almoxarifados, etc).
A potência total das usinas é de 2007 MW, dos quais 657MW em Angra 1 e 1350MW em Angra 2. Adicionalmente está
em construção a usina nuclear de Angra 3, com capacidade idêntica a Angra 2 e entrada em operação prevista para
2014.

Nas cercanias da Central existem ainda as vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba, que abrigam os operadores
das usinas além de laboratórios de monitoração ambiental, centros de treinamento e hospitais.

História

Em 1982, após longo período de construção, teve início a operação comercial da Usina de Angra 1, com 657 MW. O
início da vida da usina foi marcado por diversos problemas, que levavam a constantes interrupções na operação. Houve
mesmo longo litígio entre Furnas Centrais Elétricas, então operadora da usina e a Westinghouse, sua fornecedora. A
partir de 1995, com a solução dos problemas técnicos e com o aprendizado das equipes de operação e manutenção, o
desempenho da usina, medido pelo seu fator de capacidade, melhorou substancialmente.

Em 2000 entrou em operação a Usina de Angra 2 com 1350 MWe. Esta usina foi construída com tecnologia alemã
Siemens/KWU, ainda no âmbito do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Em seu primeiro ano de operação a Angra
2 atingiu um fator de capacidade de quase 90% (2001).

No ano de 2007 a CNAA gerou o montante de 12.365.399 MWh de energia bruta, o que representa cerca de 40% do
total da energia térmica gerada no país no ano.

Atualmente, a energia nuclear corresponde a 3.3% do consumo do país (PRIS, 2007).

De 1985, quando entrou em operação comercial a usina de Angra 1, até 2005 a produção acumulada de energia das
usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 somam 100 milhões de megawatts-hora (MWh).

Isso equivale à produção anual da usina hidrelétrica Itaipu Binacional ou ainda à iluminação do estádio do Maracanã por
150 mil anos. 100 milhões de megawatts-hora seriam suficientes para iluminar o Cristo Redentor por 1,8 milhão de anos;
a Passarela do Samba (Sambódromo) por 28,9 mil anos, com os monumentos acesos 12 horas/dia nos 365 dias do ano.
A produção acumulada de energia das usinas nucleares brasileiras seria suficientes, ainda, para abastecer por mais de
60 anos toda a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro ou o consumo do estado do Rio durante três anos. Nos
próximos seis ou sete anos, as duas usinas poderão repetir este número, gerando uma média de 15 milhões de
megawatts.hora/ano.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é operada pela Eletronuclear e gera 2000 empregos diretos e cerca de
10.000 indiretos no Estado do Rio de Janeiro.

Em 2008 foram produzidos na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 14.003.775 MWh, correspondendo a 3% do
consumo de energia elétrica do Brasil.

Energia nuclear no mundo

Existem hoje 441 reatores nucleares em operação em 31 países gerando eletricidade para aproximadamente um bilhão


de pessoas e responsáveis por aproximadamente 17% da energia elétrica mundial. Em muitos países industrializados a
eletricidade gerada por reatores nucleares representa a metade ou mais de todo o consumo. 32 usinas estão atualmente
em construção. A energia nuclear tem um histórico de confiabilidade, ambientalmente segura, barata e sem emitir gases
nocivos na atmosfera.
Operação

As usinas operam normalmente a plena capacidade 100% do tempo, sendo desligadas uma vez por ano para recarga
do reator. Estas paradas duram cerca de 30 dias e, além da recarga, são feitos diversos testes nos sistemas normais e
de segurança, além de manutenções programadas. O despacho das usinas é comandado pelo ONS - Operador
Nacional do Sistema Elétrico.

Região circunvizinha

A região de Itaorna, antes um local remoto e ermo, viu gradativamente crescerem comunidades e bairros ao ser redor.
Assim, além das vilas de Praia Brava e Mambucaba, habitadas pelos operadores das usinas, existem hoje nas
proximidades da vila de Mambucaba a comunidades do Perequê, e, um pouco mais distante, do Frade.

ANGRA 3
Angra 3 é a terceira das usinas nucleares que deu origem ao Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada
na Praia de Itaorna e que está em fase de instalação. Como de Angra 2, Terá um Reator de água
pressurizada (Pressurized Water Reactor), potência de 1.350 MW, e projeto daSiemens/KWU, atual Areva NP.
[1]
 Após ter tido sua construção paralisada nos anos 80, foi anunciada a retomada de seu desenvolvimento a partir
de Setembro de 2008, segundo o Ministro de Ministério de Minas e Energia, Edison Lobão.

Histórico
Aproximadamente 60-70% dos materiais para a construção desta estação de geração nuclear já foram
adquiridos [2] juntamente como a compra dos materias de Angra 2. O equipamento é mantido no local, tendo sido
gastos R$600 milhões na fase inicial ($750 milhões em valores de 1999), e projetados mais R$ 8,4 bilhões ($4,5
bilhões), sendo 70% destes comprados nacionalmente.[3] Foi gasto na estocagem e manutenção dos materiais
aproximadamente R$20 milhões/ano. [3]

Paralisada em 1986, as obras de conclusão de Angra 3 foram incluídas no Programa de Aceleração do


Crescimento - PAC. A obra já recebeu a Licença de Instalação do IBAMA [1][4] e a Licença de Construção
Preliminar da CNEN.[5]

O início oficial das obras foi em 1 de junho de 2010.[6] Deverá entrar em operação em 2015 de acordo com
o Governo Brasileiro.[5]

[editar]Cronograma de Obras

Mese
Andamento do cronograma[1]
s

1º Início da Concretagem da Laje de Fundo do Edifício do Reator

9º Início da Montagem da Esfera de Contenção


17º Início da Montagem Elétrica

32º Início do Comissionamento do Sistema Elétrico Auxiliar

46º Início do Comissionamento dos Sistemas no Edifício do Reator

56º Início da 1a. Operação à Quente

63º 1a. Criticalidade

66º Conclusão

67º Início de Operação Comercial

Controvérsia
Projeto polêmico tem em seus defensores o argumento que é economicamente competitiva, contar com
combustível abundante no Brasil o que é importante dentro do conceito de segurança energética, além de não ser
fonte emissora de gases de efeito estufa.

Cálculos feitos por técnicos do Operador Nacional do Sistema indicam que o custo marginal médio para a
expansão do sistema hidrelétrico é de aproximadamente R$ 80/MWh, enquanto o custo de geração de Angra 3
está em torno de R$ 144/MWh.[7] Contudo, os recentes leilões de venda de energia nova realizados pela Empresa
de Pesquisa Energética- EPE indicam que os novos aproveitamentos hidroelétricos apresentam custos similares à
tarifa projetada de Angra 3,[carece  de fontes] evidenciando sua competitividade.

A praia onde se localiza a usina, Itaorna, em guarani significa "pedra podre", [8] devido aos constantes
deslizamentos de terra [9] o que gerou diversas críticas sobre a escolha[10][8]. A Eletronuclearse defende dizendo
que diversos estudos foram feitos, e que o principal fator de escolha foi a localização equidistante de centros
urbanos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo horizonte. [9][1] além da proximidade litorânea, pois a água é
necessária como agente refrigerante.

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