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 Qual a diferença entre amostragem e amostra?

(1 ponto)

Amostragem – Quando se tem como objetivo a realização de um levantamento


estatístico, de algo em um círculo populacional, dificilmente é possível examinar
todos os elementos da população em que se está interessado, seja por motivos
financeiros, de logística, por limite de tempo ou por restrições diversas.

Desta forma deve se trabalhar com o que é acessível, ou seja, com uma parte
da população, que deve apresentar a maioria das características da mesma.

Assim, amostragem é o processo pelo qual se obtém informação sobre um todo


(população), examinando-se apenas uma parte do mesmo (amostra).

Amostra – conforme definido acima é uma parte da população, selecionada para


a realização da pesquisa.

Ressalte-se que quanto maior e mais representativa for a amostra, mais forte é
o argumento. Se uma amostra for insuficiente ou tendenciosa, conclusões
retiradas a partir dela poderão ser totalmente falsas.

Uma das maneiras de se conseguir representatividade é fazer com que o


processo de escolha da amostra seja, de alguma forma aleatório, ou seja,
totalmente ao acaso. Portanto, sempre que se puder deve-se planejar o
levantamento da amostra evitando a parcialidade (vício) na seleção.

 Como se estabelece um GHE? (2 pontos)

Em Segurança do trabalho, maios especificamente em Higiene Ocupacional, um


Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) compreende uma amostra de
trabalhadores cuja área de atuação os colocam expostos a riscos ambientais e
ambientes de trabalhos similares.

Para definir um GHE, é necessário conhecer:

O ambiente de trabalho, incluindo os processos de trabalho, o ambiente de


trabalho, os materiais, equipamentos, ferramentas, produtos, subprodutos,
insumos e resíduos gerados pelo mesmo, com os quais os trabalhadores
mantêm contato, de forma direta ou indireta.

Exposições ocupacionais – Definir a que exposições ocupacionais os


trabalhadores estão sujeitos nos processos realizados.

Os Agentes ou riscos ambientais, com seus efeitos, limites de exposição e


características físico-químicas relacionadas.
De posse dessas informações, é possível reunir ou agrupar os trabalhadores em
amostras de mesmas características de exposição a um dado agente, a que
chamamos Grupos Homogêneos de Exposição.

Cada GHE tem um perfil característico de exposição a um dado agente, e está


implícito que todo trabalhador pertencente a este GHE compartilha com os
demais do mesmo grupo as mesmas condições de exposição.

 Qual a diferença entre amostragem ativa e passiva? (1 ponto)

Amostragem ativa.

A amostragem ativa envolve o uso de uma bomba de amostragem que força


para ativamente a passagem de ar através do equipamento utilizado na coleta,
seja este um cassete ou um tubo.

Já os amostradores passivos não necessitam do movimento de ar induzido por


uma bomba para funcionarem.

Amostragem Passiva.

Na amostragem passiva é feito o uso de dispositivos capazes de fixar gases ou


vapores da atmosfera a uma taxa controlada por processos físicos, tais como
difusão ou permeação, não envolvendo o movimento ativo do ar através do
amostrador.

Hoje há no mercado diversos tipos de amostradores passivos para amostragem


de gases e vapores, sendo os mais populares os amostradores contendo uma
membrana adsorvente de carvão ativo utilizado para coleta de vapores
orgânicos, tais como benzeno, tolueno e xilenos. Entretanto, também há
amostradores que contém membranas tratadas quimicamente e estes são
utilizados para contaminantes como formaldeído, por exemplo.

 Quais e em que consistem os meios de amostragem? (1 ponto)

Os tipos de amostragem se dividem em:

1) Amostragem Probabilística

As técnicas de amostragem probabilísticas, ou aleatórias, desenvolveram-se,


sob o aspecto teórico, principalmente a partir da década de 30. (MARCONI e
LAKATOS, 2002). Ela é “aquela em que cada elemento da população tem uma
chance conhecida e diferente de zero de ser selecionado para compor a
amostra.” (MATTAR, 2001).

Sua característica primordial é poderem ser submetidas a tratamento estatístico,


que permite compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a
representatividade e significância da amostra. (MARCONI e LAKATOS, 2002).

1.1) Aleatória Simples

Para Yule Kendall, “a escolha de um indivíduo, entre uma população, é ao acaso


(aleatória), quando cada membro da população tem a mesma probabilidade de
ser escolhido”.

A amostragem aleatória simples é o tipo de amostragem probabilística mais


utilizada. Dá exatidão e eficácia à amostragem, além de ser o procedimento mais
fácil de ser aplicado – todos os elementos da população têm a mesma
probabilidade de pertencerem à amostra.

Neste tipo de amostra a premissa é de que cada componente da população


estudada tem a mesma chance de ser escolhido para compor a amostra e a
técnica que garante esta igual probabilidade é a seleção aleatória de indivíduos,
por exemplo, através de sorteio.

1.2) Sistemática

Segundo BACELAR (1999), a amostragem aleatória sistemática é uma variante


da amostragem aleatória simples que se usam quando os elementos da
população estão organizados de forma sequencial.

É uma variação de precedente. A população, ou a relação de seus componentes,


deve ser ordenada, de forma tal que cada elemento seja identificado,
univocamente, pela posição.

1.3) Aleatória de Múltiplo Estágio

Consiste em dois ou mais estágios, com o emprego de amostragem aleatória


simples e/ou sistemática em cada um.

1.4) Por Área

Uma das formas de variação a amostragem aleatória simples é por área,


utilizada quando não se conhece a totalidade dos componentes da população,
ou é passível de ser encontrada mais facilmente, por meio de mapas
cartográficos ou fotos aéreas, como geralmente ocorre com pesquisas da área
rural. Se a apresentação dos mapas já é quadriculada, podem-se tomar os
quadrados como unidades; caso contrário, devem ser divididos.
1.5) Por grupos ou conglomerados

A amostragem por conglomerados ou grupos é rápida, barata e eficiente, e a


unidade de amostragem não é mais o indivíduo, mas um conjunto, facilmente
encontrado e identificado, cujos elementos já estão ou podem ser rapidamente
cadastrados. O único problema é que os conglomerados raramente são do
mesmo tamanho, o que torna difícil ou até mesmo não permite controlar a
amplitude da amostra. Recorre-se geralmente a técnicas estatísticas para
contornar tal dificuldade.

1.6) De Vários Degraus ou Estágios Múltiplos

Este tipo de a amostragem combina as anteriores, em duas, três, quatro ou mais


etapas. Na realidade, a amostragem de estágios múltiplos pode ter n de degraus
e utilizar, segundo a necessidade, a aleatória simples, a sistemática, por área e
por conglomerados, todas estas técnicas ou algumas, e quantas vezes forem
necessárias.

1.7) De Fases Múltiplas, Multifásica ou em Várias Etapas

Tecnicamente difere da anterior, pois o procedimento é diverso. Consiste


basicamente no sorteio de uma amostragem bem ampla que é submetida a uma
investigação rápida e pouco profunda (primeira fase); o conhecimento obtido
nessa fase permite extrair, da amostra mais ampla, uma menor, que será objeto
de uma pesquisa aprofundada (segunda fase). (MARCONI e LAKATOS, 2002).

1.8) Estratificada

Esta técnica de amostragem usa informação existente sobre a população para


que o processo de amostragem seja mais eficiente. A lógica que assiste à
estratificação de uma população é a de identificação de grupos que variam muito
entre si no que diz respeito ao parâmetro em estudo, mas muito pouco dentro de
si, ou seja, cada um é homogêneo e com pouca variabilidade. As três etapas
para se definir uma amostra estratificada são definir os estratos; selecionar os
elementos dentro de cada estrato mediante um processo aleatório simples;
conjugar os elementos selecionados em cada estrato, que na sua totalidade
constituem a amostra. Este método de amostragem estratificada tem a vantagem
de ser mais eficiente do que os métodos de amostragem simples ou sistemática,
pois é mais econômico em termos de tempo e dinheiro e fornece resultados com
menor probabilidade de erro associada. (COUTINHO, 2009).

1.9) Amostra-tipo, Amostra Principal, Amostra a Priori ou Amostra-


padrão

Consiste não em uma diferença técnica em relação as já descritas, mas no uso


particular delas, em situação específica. Geralmente as amostras são
constituídas para determinado estudo em função dele. Entretanto,
principalmente os institutos de pesquisa, que constantemente estão realizando
diferentes tipos de estudos, podem ter interesse em constituir uma amostra-tipo,
isto é, uma amostra bem ampla, muito mais numerosa do que as utilizadas para
pesquisas específicas; nestas, realizar-se-ia o sorteio da amostra da amostra
definitiva entre a amostra principal. (MARCONI e LAKATOS, 2002).

1.10) Amostragem não probabilística

“Aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra


depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador
no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da
população venha a fazer parte da amostra” (MATTAR, 2001).

A característica principal das técnicas de amostragem não probabilística é a de


que, não fazendo uso de formas aleatórias e seleção, torna-se impossível a
aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo, por exemplo, entre outros, de
erros de amostra. Dito de outro modo, não podem ser objetos de certos tipos de
tratamentos estatísticos. (MARCONI e LAKATOS, 2002).

2) Intencional

O tipo mais comum de amostra não probabilística é a denominada intencional.


Nesta, o pesquisador está interessado na opinião (ação, intenção etc.) de
determinados elementos da população, mas não representativos dela. Seria, por
exemplo, o caso de se desejar saber como pensam os líderes de opinião de
determinada comunidade. O pesquisador não se dirige, portanto, à “massa”, isto
é, a elementos representativos da população geral, mas àqueles, segundo seu
entender, pela função desempenhada, cargo ocupado, prestígio social, exercem
as funções de líderes de opinião na comunidade. Pressupõe que estas pessoas,
por palavras, atos ou atuações, têm a propriedade de influenciar a opinião dos
demais.

Uma vez aceitas as limitações da técnica, ela tem a sua validade dentro de um
contexto específico.

2.1) Por “Juris”

Técnica utilizada principalmente quando se desejam obter informações


detalhadas, durante certo espaço de tempo, sobre questões particulares.

A utilização mais comum de “júris” prende-se, em geral, a estudos realizados por


órgãos oficiais, principalmente sobre orçamento familiar ou programas de rádio
e TV (audiência).

Outros exemplos poderiam apontar: correlação entre orçamento familiar e


hábitos alimentares; utilização diária dos aposentos da residência;
comportamento das crianças em relação aos animais domésticos.
2.2) Por Tipicidade

Em determinados casos, considerações de diversas ordens impedem a escolha


de uma amostra probabilística, ficando a cargo do pesquisador a tentativa de
buscar, por outras vias, uma amostra representativa. Uma das formas é a
procura de um subgrupo que seja típico, em relação à população como um todo.
Segundo as palavras de Ackoff (1975:161), “tal subgrupo é utilizado como
‘barômetro’ da população. Restringem-se as observações a ele e as conclusões
obtidas são generalizadas para o total da população”.

Como a amostragem por tipicidade sofre das mesmas restrições aplicáveis a


outras técnicas não probabilísticas, isto é, os erros de amostragem e desvios
não podem ser computados, tal técnica deve restringir-se ás situações em que:
(a) os possíveis erro não apresentam gravidade maior; e (b) é praticamente
impossível a amostragem probabilística. (MARCONI e LAKATOS, 2002).

2.3) Por Quotas

Este tipo de amostragem pode considerar-se análogo ao método de amostragem


estratificada, mas com um aspecto que lhe faz toda a diferença: em vez de se
escolher uma amostra aleatória dentro de cada um dos estratos da etapa final,
escolhe-se uma amostra não aleatória de tamanho determinado pela fracção de
amostragem. Contudo, e segundo HILL ET AL (2002), há duas grandes
desvantagens com este método de amostragem: primeiro, embora o número de
casos em cada um dos estratos seja proporcional ao número de casos no mesmo
estrato do Universo, a amostra de casos dentro do estrato, por não ser escolhida
ao acaso, não é necessariamente representativa dos casos do estrato
correspondente ao Universo. (COUTINHO, 2009)

A amostragem por quotas pressupõe três etapas: (1) classificação da população


em termos de propriedades que se presume ser relevantes para a característica
a estudar, (2) construção de uma “maqueta” da população a ser pesquisada, com
a determinação, relativa à amostra total, da proporção da população que deve
ser colocada em cada classe ou estrato, (3) fixação de quotas para cada
entrevistador, que terá a responsabilidade de selecionar as pessoas a serem
pesquisadas, de tal modo que a amostra total venha a conter a proporção de
cada classe ou estrato tal como foi fixado na segunda etapa.

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