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pouco e pouco, a organizar o seu pensamento Cada um de nós é levado pela leitura deste
e, daquelas premissas instrumentais, ele po- artigo, que pode, à primeira vista, parecer
deria fazer brotar relações e consequências excessivamente original e afastado das nossas
até inesperadas. Propriedades e questões, que ideias, geralmente mais moderadas, a uma
estamos habituados a tratar numa certa or- reconsideração do programa e da nossa ma-
dem e que são muitas vezes «atomizadas», neira de ensinar; ninda por esta razão, o
fundir-se-iam num todo único. E , a pouco e trabalho de GATTIÍÍINO, oferecendo contínuos
pouco, a estrutura de cada particular situa- estímulos de revisões, de crítica, de discus-
ção levaria a conceber o método axiomático são, traz em si uma contribuição notável ao
relativo àquela determinada situação, porque — problema em questão"
diz com acerto o autor — «averiguar aquilo
que basta postular para obter tudo por via *
*
*
cerem, com clareza, as leis que regem essa ção genérica desta equação, tem-se /(y) +
resolução. + 9(7) — 9(y) + 9(7)- Daf. /(7)"=ff(7)-
No presente trabalho apenas se consideram Consequentemente, y é raiz da equação
equações a uma incógnita, porque só a estas /(*) = 9 (x) •
se faz referência no actual programa dos As duas equações /(ar) = ff(a?) e f(x) +
liceus. + <s(x)=g(a?) + 9(jr) são, então, equivalentes.
Como ó sabido, raiz ou solução de uma Seja, agora, 0(a?) uma função não inteira
equação a uma incógnita é todo o número de ar. Se 0(ot) tem significado numérico a
que colocado no lugar da incógnita torna o equação f(zr) = y(ar) é equivalente à equação
valor numérico do primeiro membro idêntico /(«) + 6(ar) — g (ar) + 0 (ar) (tudo se passa como
ao valor numérico do segundo membro. no caso anterior). Se f(<*) não tem signifi-
E sabe-se, também, que duas equações são cado numérico as duas equações não serão
equivalentes quando toda a solução de uma equivalentes, visto que carece de sentido a
delas é solução da outra, e reciprocamente. relação = +
Seja f(x) — g(x') uma equação em x em que Em resumo:
algum dos dois membros poderá ser, even- Primeiro principio de equivalência: «So-
tualmente, constante. mando a ambos os membros de uma equação
Demonstremos, primeiramente, que se so- uma mesma constante ou uma mesma função
marmos a ambos os membros daquela equa- inteira da incógnita resulta uma equação
ção um número N ou uma função inteira, equivalente à primeira; somando a ambos os
s(ar), da incógnita, a equação resultante é membros uma mesma função não inteira da
equivalente à proposta. incógnita a equação obtida só não será equi-
Com efeito, se se designa por a uma solu- valente à proposta se para alguma raiz desta
ção genérica da equação /(ar) = ff (ar) tem-se, a função carece de significado numéricos.
por definição de raiz de uma equação, que Assim, por exemplo:
/ ( a ) = flf(a) e dai f\a) + N= ff(a) + N (são
iguais as somas de dois números iguais com 1) São equivalentes as equações
um terceiro). Logo, a. ê também solução de
f{x) + N = fif(ar) -+- N. Por outra parte, se 5ar + 8 = 3 —2ar e 7ar= — 5,
^ é raiz genérica da equação f(x)-\-N =
pois que a segunda equação resulta da pri-
= g(x) + N será / ( £ ) + N= g t f ) -t- N,
meira, somando a ambos os membros desta a
donde se tira /((3) = (subtraindo a *
MOVIMENTO MATEMÁTICO
A Redacção da «Gazeta do Matemática» vem-nos da Universidade de Lisboa, dará notícia sobre algu-
incumbindo há tempos da tarefa do dar aos leitores mas das actividades da União Matemática Internacio-
noticia sobre o movimento matemático internacional. nal, junto da quat é um dos representantes de Por-
A tareia imposta tem sido EÒ parcialmente cumprida tugal.
por vários motivos entre os quais avulta a dificuldade Uma ideia sobre o movimento matemático pode já
de a realizar He modo completo. Com «leito, os últimos obter-se pela consulta frequente das numerosas revis-
anos tem sido assinalados por um grande desenvolvi- tas de Matemática qu*+ hoje se publicam e ai se verá
mento das matemáticas que se traduz na creação de pela natureza dos artigos quais os problemas e assun-
Institutos e Centros de Estudos de Matemática Pura tos que mais ocupam os cientistas. Há-as dos mais
e Aplicada em todo o mundo, por numerosos congres- variados tipos, algumas publicando só artigos de um
sos internacionais e nacionais, colóquios, simpósios, Hado capitulo da Matemática, { L ó g i c a Matemática,
e t c . ; A União Matemática Internacional, cuja activi- Cálculo Tensorial, etc.), outras menos especializadas.
dade tinha sido interrompida durante vários anos, Algumas destas revistas, em esperial os Boletins das
tem contribuído largamente por variados modos para Sociedades de Matemática, incluem noticiário das
a realização destas reuniões. Nestas oão são só apre- reuniões, dos cursos extraordinários e conferências de
sentados ou progressos alcançados e discutidos os pro- especialistas convidados pelas Escola» ou Centros de
blemas que ocupam no momento os matemáticos, mas Estudo, prémios, e t c . ; a este tipo pertencem por
também se tem elaborado programas e estabelecido exemplo, o "Bulletin of the American Mathematical
inquéritos tendentes a melhorar e modernizar o ensino Society» que dá um panorama parcial do movimento
Ha Matemática, problema que se impele urgente. Km matemático nos Estados Unidos rla América do Norte,
próximo número da «Ibazeta de Matemática» o Prof. o «Bolletino delia Unione Matemática Italiana», a
Hugo Bibeiro, da Universidade de Nebraska, focará revista a L'Enseignement Mathématique», orgâo ofi-
alguns destes assuntos e o Prof. José Sebastião e Silvai cial da Comissão Internacional do Ensino Matemá-