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A população mundial de 7,2 bilhões de Ainda de acordo com ONU (2006), a evolução
pessoas chegará a 9,6 bilhões em 2050, da população mundial tende a ser maior nas
apontou relatório da ONU (14, 2013). Ele Zonas Urbanas, em detrimento às Zonas
prevê que o crescimento será, Rurais, em uma proporção de 80 para 20%,
principalmente, nos países em tanto nos países em desenvolvimento, quanto
desenvolvimento. Considerando a
nos países desenvolvidos. Sendo assim, a
porcentagem (%) do crescimento
populacional global atual, a população mecanização agrícola se tornará uma
mundial deverá crescer mais de 30 por necessidade imprescindível para o sistema de
cento, resultando em mais 2,4 bilhões de produção das culturas.
pessoas para alimentar, como mostra a
Figura 1. Figura 2. Evolução da população rural e
urbana no Mundo.
Figura 1. Evolução da população mundial
.
De acordo com Centeno (2012), a possibilidade de explorar duas safras anualmente foi
um dos maiores avanços da agricultura brasileira, entretanto, somente 40% da área
potencial estava sendo plantada. A limitação principal era a baixa capacidade
operacional (máquinas, mão de obra, logística) para plantar a segunda safra simultânea
com a colheita da primeira safra.
450
400
Disponível
350
300
milhões ha
Ocupada
250
200
150
100
50
0
Disponibilidade de área
Source: FAO
De acordo com Lopes (2014) haverá bons desafios para a pesquisa agropecuária, para
máquinas e implementos agrícolas, fertilizantes, defensivos e sementes, porque estamos
aumentando a produção anualmente, mas ainda com uma dependência externa com
insumos, principalmente fertilizantes.
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tecnologia simples que visam controlar todos os parâmetros do campo, desde o
fornecimento de insumos ao espaçamento de plantas e ao nível da água.
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Atualmente, percebe-se que o maior desafio que a área técnica agronômica vem
enfrentando está na Etapa 2 do ciclo da Agricultura de Precisão, ou seja, o de
transformar dados coletados na Etapa 1, Figura 3, em informações, visando a avaliação
e interpretação dos mapas georreferenciados e as recomendações necessárias para a
aplicação de insumos.
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mantém os seus operadores e técnicos bem treinados, para regular e programar os
equipamentos, com eletrônica embarcada. Portanto, todas as recomendações técnicas
geradas pela pesquisa e pelas universidades devem ser utilizadas para as regulagens dos
equipamentos de plantio, aplicadores de herbicidas e de fertilizantes e, depois, medidas
pelos sensores de produtividade da cultura instalados nos equipamentos de colheita.
Naturalmente que cada equipamento tem a sua particularidade de regulagem e,
constantemente, os ajustes são necessários e devem ser realizados conforme a
recomendação do seu manual. Caso estes ajustes forem inadequados durante a
programação e nas regulagens, na Etapa 3, as consequências irão refletir diretamente
nos campos de produção pela falta ou excesso dos insumos aplicados.
Atualmente, observa-se uma melhoria substancial na utilização da Agricultura de
Precisão nas áreas de produção, com a participação de técnicos com formação recente,
que dominam estas novas tecnologias, e através da quebra de paradigma pelo maior
conhecimento em automação agropecuária e interpretação de dados georreferenciados
em mapas.
Tudo isso tem sido possível com a participação de várias universidades, através da
oferta de cursos, tanto na graduação, como na pós-graduação, em Agricultura de
Precisão, permitindo aos estudantes um maior conhecimento para uso destas
tecnologias. Entretanto, é preciso cautela e complementação da formação destes novos
especialistas com uma noção conjunta do sistema de produção, para entender melhor
que, em muitos casos, é preciso integrar os conhecimentos agronômicos e atividades
conexas, visando soluções economicamente viáveis.
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Figura 4. Custos de Produção em dois sistemas de produção, em Goiás, no ano de 2015,
com os respectivos itens componentes. FAEG, 2015
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atividade, o que justifica a necessidade de se trabalhar dentro de valores técnicos
aceitáveis, indicados nos manuais de operação, das diferentes máquinas agrícolas. Desta
maneira, é possível monitorar e ajustar o desempenho do conjunto, máquina e
implemento, para ficar compatível com a operação que está sendo executada, baseado
na recomendação técnica, de modo a contribuir para a redução dos custos operacionais.
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podem programar a aplicação para uma quantidade fixa, em cada campo, como
aplicar à taxa variada. Além disso, sistemas mais avançados, equipados com
sensores de reconhecimento de plantas daninhas de folha larga ou estreita,
indicam o tipo de herbicida e a quantidade a ser aplicada, em tempo real,
facilitando a tomada de decisão e evitando excessos e gastos desnecessários.
Outro ponto a destacar é a precisão das aplicações, evitando sobreposição ou
falhas nas linhas complementares, através da localização geográfica das linhas e
indicação do ponto de caminhamento dos tratores com o aplicador, para ter o
recobrimento certo, inclusive quando cruzam as cabeceiras.
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mede-se o índice de biomassa junto com a informação básica do dossel da
planta, o que pode desenvolver a prescrição da quantidade a ser nitrogenada.
Sensores e GPS são montados em uma barra à frente do aplicador de N, que
coletam os dados da cultura, utilizando modelos matemáticos específicos que
calculam e enviam informações aos controladores para estabelecimentos das
doses de aplicação, nas diferentes áreas da cultura. Como os dados são
georreferenciados a posição geográfica de cada planta é marcada pelo GPS,
junto com a recomendação de N, que em seguida é distribuída em tempo real.
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obtenção de dados para a caracterização física dos solos como uma solução de
baixo custo.
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produtividade e minimizar os danos ambientais, avaliando as diferentes recomendações
que vem utilizando em sua propriedade, para a exploração agrícola.
Tendências no agronegócio:
Razões do sucesso:
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• Completam os mapas de prescrições com medições em tempo real de NDVI na
temporada para ajustes finos, de recomendações de N, usando um sensor
GreenSeeker.
A revista CropLife, em seu Editorial, escrito por David Widmar e Bruce Erickson, em
junho de 2015, dá destaque à divulgação da 17ª Pesquisa de Agricultura de Precisão nos
Estados Unidos, concluída com parcerias entre os departamentos de Economia Agrícola
e Agronomia, da Purdue University, com apoio da SST Software e da Raven Industria.
Este artigo analisa os resultados desta pesquisa, sobre os usuários que estão trabalhando
com esta tecnologia e projeta para 2018, as cinco principais tendências para o mercado:
1. Drones;
Além disso, o “The Wall Street Journal”, em fevereiro de 2014, divulga uma matéria
com o título “Tecnologia do 'big data' chega à lavoura e semeia desconfiança.”. O
artigo mostra que a Monsanto Co., DuPont Co. e outras empresas estão correndo para
lançar tecnologias de "plantio sob receita" para produtores nos Estados Unidos.
Aprenderam, durante anos de experiência, que pequenos ajustes na profundidade da
semeadura e na distância entre as linhas de plantio, por exemplo, podem fazer uma
grande diferença no faturamento da safra, funcionando da seguinte maneira:
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PrecisonAg mostra que robôs e drones começaram a transformar silenciosamente
muitos aspectos da agricultura. O relatório DTechEx Research, em “Robot” Agrícolas e
Drones, para o período de 2016 a 2026, sobre tecnologias, mercados e usuários, já
considera um mercado de US$3 bilhões, em 2016, indo para US$10 bilhões, em 2022.
Da mesma forma, os dados levantados pela pesquisa e também, do mercado, em um
relatório de vendas, anunciaram em adição, que o “Mercado da Agricultura Inteligente,
com Previsão(2016-2021)”, pode chegar a US$19 bilhões até o final do período de
previsão.
Resumo e Conclusões:
1. As contribuições da Agricultura de Precisão, desenvolvidas pela indústria para a
agricultura, foram muitas, gerando expressivo impacto no agronegócio brasileiro
e mundial.
2. Neste cenário, vislumbra-se um enorme potencial para sua utilização visando
otimização da mecanização e de insumos das áreas agrícolas, principalmente,
por representarem mais de 50% dos custos de produção.
3. Um grande desafio atual para a sua implementação em larga escala é demandar
uma maior participação dos agrônomos envolvidos com os sistemas de
produção, transformando dados em conhecimento.
4. Há avanços expressivos da automação na agricultura brasileira, comparado ao
manejo de sítio específico.
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5. O gerenciamento econômico do sistema de produção, utilizando a Agricultura de
Precisão, pode auxiliar muito como ferramenta importante para monitoramentos,
recomendações e tomadas de decisões em áreas de produção.
6. O cenário, com previsão de crescimento da população mundial (9 bilhões), e a
necessidade de ampliar a produção de alimentos entre 70 a 100%, até 2050, faz
da Mecanização Agrícola/Agricultura de Precisão uma das dez tecnologias
indicadas pelo “IFPRI–International Food Policy Research Institute”, para
aumentar a produtividade das culturas.
7. As indicações das pesquisas, em publicações, e os relatórios do mercado com as
tendências futuras para a Agricultura de Precisão, mostram que o “Mercado
Global da Agricultura Inteligente”, pode chegar a US$19 bilhões até o final do
período de previsão (2016-1021).
8. A indústria europeia apresenta o “Farming 4.0”, no crescente uso de tecnologias
digitais, com a gestão de dados que estão agora definidas para desencadear a
quarta revolução na história da agricultura.
9. A conectividade digital possibilita que as máquinas agrícolas inteligentes
possam conectar aos diferentes pontos de dados, em um processo de trabalho e
colocá-los em uma ordem inteligente e otimizada.
10. O Brasil precisa se organizar melhor para utilização destas tecnologias que estão
sendo disponibilizadas, para as suas áreas agrícolas, com uma gestão precisa e
econômica de seus processos produtivos.
Referências Bibliográficas:
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8. http://cema-agri.org/page/%E2%80%98farming-40%E2%80%99-farm-gates
9. https://nacoesunidas.org/populacao-mundial-deve-atingir-96-bilhoes-em-2050-
diz-novo-relatorio-da-onu/. Publicado em 13/06/2013.
10. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_posicionamento_global. acessado em
18 de Agosto de 2016.
11. Leon, L. Sensores de nitrógeno para la medición y aplicación em el cultivo em
tienpo real, in Manual de Agricultura de Precisión/IICA, PROCISUR –
Montevideo: IICA, 2014.
12. Mantovani, E. C. ; Pinto, F.A.C & Queiroz, D. M. Introducción a la agricultura
de precisión. In Agricultura de Precisión: Integrando conocimientos para una
agricultura moderna e sustentable.- Montevideo: Procisur/IICA 2006.244p
13. Molin, J. P. e Rabello, L.M. Estudos sobre a mensuração da condutividade
elétrica do solo. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.31, n.1, p.90-101, jan./fev. 2011.
14. Taylor, J. e Whelan, Brett, 2010. Australian Centre for Precision Agriculture,
http://www.agriprecisione.it/wpcontent/uploads/2010/11/general_introduction
to_precision_agriculture.pdf.
15. Widmar, D. and Erickson, B., 2015 Precision Agriculture Dealer Survey: Top Four
Trends To Watch. In: http://www.croplife.com/equipment/precision-ag/2015-
precision-agriculture-dealer-survey-top-four-trends-to-watch.
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