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br/estrategia-e-execucao/que-amazon-quer-com-varejo-fisico/
Equipe knowledge@wharton
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E outro fato é que, no dia seguinte, antes que a GGP se manifestasse sobre os
comentários de Mathrani, o preço da ação da livraria Barnes & Noble, concorrente
da Amazon, caiu 9%.
Raff visitou a por enquanto única livraria física da Amazon, localizada em Seattle,
para ter algum insight sobre o pensamento da companhia. [A segunda, já
confirmada pela empresa, estaria prestes a ser aberta, possivelmente em San
Diego.] O professor observou que a loja ocupa um décimo da área total da antiga
Barnes & Noble daquela localização e que tem uma seleção de livros muito bem
pensada, voltada para interesses locais.
“Todos os livros são dispostos nas prateleiras com a capa para a frente,
diferentemente do que acontece em outras livrarias, e, o que é mais significativo,
são vendidos pelo mesmo preço da loja online”, comenta. “Tudo lá parece ser mais
barato do que seria em uma livraria convencional. E a loja ainda vende o e-reader
Kindle e o Fire Phone.”
Para Raff, o modelo da loja de Seattle “não parece que diz respeito apenas a livros,
mas a um encaixe no ecossistema Amazon. Além disso, eles podem estocar e
promover essas lojas de modo não muito oneroso. Isso significa vantagem
competitiva em relação a novas lojas físicas”.
Raff e Nicholson lembram também que a Amazon entrou com pedido de patente
em uma série de inovações ligadas ao manejo de novos materiais e outras áreas.
Uma dessas novidades envolve reconhecer quem é o cliente e seus dados de
pagamento enquanto ele está circulando pelas estantes de uma loja e
contemplando os produtos, o que viabiliza o checkout sem atendente. Se a
Amazon conseguir implantar essas inovações, pode reduzir significativamente
seus custos operacionais e tornar-se muito competitiva no varejo físico, conforme
Nicholson observa.
Como a professora salienta, é certo que a Amazon não está tentando reproduzir o
modelo da Barnes & Noble ou de qualquer outra loja, e sim fazer algo diferente. A
unidade de Seattle é um protótipo. Serve para a empresa testar se pode criar uma
experiência de compra diferente usando análise dos dados das preferências dos
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consumidores.
Preços e custos
Essas lojas físicas serviriam para dar o tiro de misericórdia na concorrente Barnes
& Noble, que vem enfrentando muitos problemas recentemente, mas também
beneficiariam a própria Amazon, que teria menos pressão sobre sua política de
preços, acredita Raff. Some-se a isso o fato de que, ao acrescentar pontos de
venda, a empresa economizaria em custos de frete para consumidores individuais
da operação online. “Se a Amazon enviasse grandes carregamentos a locais onde
as pessoas pudessem retirar suas encomendas, assumiria a dianteira do jogo em
termos de custos de envio”, analisa o professor de Wharton. Sem falar que seria
possível converter as visitas de clientes às livrarias em vendas de outras
mercadorias.
Nicholson assinala que as vendas do varejo virtual ainda são pequenas em relação
ao tamanho total do varejo; representam apenas 9% dele. Em 2020, estima-se que
alcançarão 12%. “Ainda há motivos para as pessoas saírem de casa para olhar e
tocar as coisas que compram; o ambiente online nem de longe destruiu a
necessidade de elas agirem assim, e a Amazon sabe disso.”
Até agora, o professor Raff considera qualquer conversa sobre a estratégia de lojas
físicas da Amazon prematura e “altamente especulativa”. Mesmo que a empresa
tenha tais planos, demorará muito para inaugurar essas lojas. Será necessário
identificar os pontos de venda corretos, negociar aluguéis, adequar os espaços,
contratar pessoal, treinar a equipe e tudo o mais. “Para abrir 400 lojas em pouco
tempo, ela precisaria ter um planejamento mais ou menos como o feito para a
invasão do Dia D”, avalia o acadêmico.
Inovações amazona
Além do tão conhecido leitor Kindle e das populares resenhas feitas por usuários,
a Amazon já introduziu no mercado diversas inovações em produtos e serviços e
também implantou melhorias em suas próprias operações e instalações. Conheça
algumas delas:
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Dash Button, ícone em que o cliente clica apenas uma vez e a encomenda
costumeira é solicitada.
Echo, dispositivo acionado por voz, para o qual é possível pedir músicas, notícias e
informações diversas.
Fire TV, espécie de controle remoto para acesso imediato a sistemas de streaming
como o da Netflix e o Prime Instant Video.
Career Choice, programa pelo qual a empresa custeia até 95% dos estudos de seus
funcionários, de graduação ou nível técnico, em áreas consideradas de alta
demanda pelo mercado de trabalho.
“Não parece que a loja física diz respeito só a livros, e sim a todo o ecossistema
Amazon” Daniel Raff
“A Amazon pode estar tentando criar um tipo diferente de loja: uma unidade de
varejo físico que utilize tecnologia e capacidade
analítica” Amanda Nicholson
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