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DOI: 10.1590/1413-81232015218.

05462016 2329

Controle da dengue: os consensos produzidos por Agentes

ARTIGO ARTICLE
de Combate às Endemias e Agentes Comunitários de Saúde
sobre as ações integradas

Control of dengue: Consensus views of Endemic Disease Control


Agents and Community Health Agents on their integrated action

João Paulo de Morais Pessoa 1


Ellen Synthia Fernandes de Oliveira 1
Ricardo Antônio Gonçalves Teixeira 1
Cristiane Lopes Simão Lemos 1
Nelson Filice de Barros 2

Abstract Dengue is one of Brazil’s most im- Resumo A dengue é um dos principais desafios de
portant public health challenges. Activities for saúde pública no Brasil e as atividades de preven-
its prevention and control have been based on ção e controle dessa patologia vêm sendo baseadas
the strategy of integrated management proposed na estratégia de gestão integrada proposta em po-
in health policies, in which the central actors are líticas de saúde, nas quais os atores centrais são o
the Endemic Disease Control Agent(ACE) and the Agente de Combate à Endemias (ACE) e o Agente
Community Health Agent (ACS). This study an- Comunitário de Saúde (ACS). O estudo objetivou
alyzes consensus opinions produced by ACSs and analisar os consensos produzidos pelos ACS e ACE
ACEs on theactions for incorporating ACEs into sobre estas ações integradas com a implantação
the teams of the Family Health Strategy (ESF). da Portaria de Incorporação dos ACE nas equipes
It is a qualitative study from a large municipal- da Estratégia Saúde da Família (ESF). Trata-se
ity in Brazil in which dengue is endemic, using a de uma pesquisa qualitativa com a realização de
focus group of professionals that is subsequently grupo focal com profissionais de um município de
analyzed using Collective Subject Discourse Anal- grande porte e com endemia de dengue do Brasil.
ysis, supported by WebQDA. The results indicate O encontro foi gravado e as falas transcritas por
consensus positions in relation to the following meio da Análise do Discurso do Sujeito Coletivo,
subjects: I) difficulty in the process of integration com apoio do WebQDA. Os resultados apontam
of ACSs and ACEs for control of dengue; II) inclu- consenso em relação a: I) dificuldade no processo
sion of ACEs in the primary healthcare of the ESF; de integração do ACS e ACE para o controle da
and III) absence of monitoring and assessment dengue; II) inclusão dos ACE na atenção primária
1
Programa de Pós- of the integrated actions. In conclusion, there are na ESF; III) inexistencia de acompanhamento e
Graduação em Saúde needs: to make participants more aware, seeking avaliação das ações integradas. Conclui-se que é
Coletiva, Universidade changes in behavior; to offer an environment of necessário sensibilizar os participantes, buscando
Federal de Goiás. Av.
Universitária 1593, Cidade support to those involved with training courses mudanças de comportamento, oferecer um am-
Universitária. 74605-010 about dengue; and to monitor the process of in- biente de suporte aos envolvidos com cursos de
Goiânia GO Brasil. tegration, and evaluate it periodically, creating capacitação sobre dengue, acompanhar o processo
ellen.synthia@gmail.com
2
Departamento de Saúde indicators of quality and quantity. de integração e avaliar periodicamente criando
Coletiva, Faculdade Key words Health education, Dengue, Preven- indicadores de qualidade e quantidade.
de Ciências Médicas, tion and control Palavras-chave Educação em saúde, Dengue,
Universidade Estadual de
Campinas. Campinas SP Prevenção e controle
Brasil.
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Pessoa JPM et al.

Introdução O estudo foi desenvolvido no Distrito Sani-


tário Noroeste de Goiânia, Goiás, no período de
As epidemias de dengue refletem na economia março a agosto de 2012. O Distrito tem como es-
dos países em virtude da mortalidade e morbi- trutura de atendimento 19 Unidades de Atenção
dade, que provoca absenteísmo no trabalho e nas Básica de Saúde da Família (UABSF), três Cen-
escolas, além de repercutir negativamente no se- tros de Atenção Integrada à Saúde (CAIS), uma
tor turístico e provocar colapso dos serviços de Maternidade e a presença de 114 ACS e 102 ACE,
saúde, em decorrência da alta demanda por aten- que atuam em campo desempenhando diversas
dimento de pacientes1,2. atividades. Cada UABSF inclui em uma média
Em 2002 o Ministério da Saúde do Brasil lan- três Equipes de Saúde da Família.
çou o Programa Nacional de Controle da Dengue A Região Noroeste de Goiânia foi o local de
(PNCD), que incorporou os princípios da gestão estudo desta investigação em face do histórico
integrada, fundamentando-se em alguns aspec- social, quanto aos aspectos relativos às desigual-
tos essenciais, com destaque para a integração das dades sociais, à violência, aos problemas de as-
ações de controle da dengue na atenção básica, na sentamentos ilegais e à alta prevalência de agra-
tentativa da melhoria da cobertura, qualidade e vos de saúde. Além de ter sido eleita pela Secreta-
regularidade do trabalho de campo no comba- ria Municipal de Saúde (SMS) como uma região
te ao vetor3. A integração é a base conceitual das de atenção no que concerne à ESF, pois apresenta
Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Contro- cobertura total (100%) desta.
le de Epidemias de Dengue, com destaque para Primeiramente, foi realizada uma observação
as ações em conjunto do Agente de Combate às geral do local de coleta com uma aproximação
Endemias (ACE) com o Agente Comunitário de entre o pesquisador e os profissionais do Distrito
Saúde (ACS)2-5. Sanitário. Esse procedimento foi efetuado tam-
Por meio da Portaria nº 1.007/GM de 2010, bém durante os momentos das visitas às UABSF,
o Ministério da Saúde (MS) definiu os critérios servindo para direcionar caminhos mais confiá-
de regulamentação da incorporação do ACE na veis na elaboração das questões desta pesquisa e
Atenção Primária à Saúde (APS)6. De acordo para entender a dinâmica do grupo selecionado.
com esse documento, o objetivo da incorporação Esse momento permitiu o primeiro contato com
do ACE é fortalecer nos municípios as ações de o fenômeno estudado e com suas possíveis va-
vigilância em saúde junto às equipes de Saúde da riações em um mesmo cenário, principalmente
Família. Embora a Portaria indique mudanças na entre as UABSF.
função dos ACE e ACS, visando potencializar a A coleta foi realizada em duas etapas: na pri-
sua atuação, de acordo com o Conselho Nacional meira, foi feita uma análise temática8,9 de dez do-
de Secretários de Saúde (Conass)7, a implemen- cumentos municipais que tratavam da implanta-
tação desta lei pode trazer risco pelo não detalha- ção do processo de integração no município. A
mento das funções dos profissionais. segunda ocorreu em paralelo com o desenvol-
Assim, ainda conforme o Conass7, a imple- vimento de um grupo focal, a partir da seguinte
mentação sem o cuidado de planejamento, de ar- questão norteadora: após a implantação da Por-
ticulação e de desenho sobre as práticas, ao invés taria nº 1.007/2010, houve integração entre o ACE
de incrementar, pode fazer com que o trabalho e o ACS nas atividades de prevenção e controle da
dos agentes seja minimizado e a sua atuação re- dengue na ESF, no Distrito Noroeste? Além disso,
duzida simplesmente ao controle de endemias. investigou-se, tanto em documentos quanto com
O objetivo deste artigo foi analisar os consensos os agentes, se as funções dos profissionais ACE/
produzidos pelos ACS e ACE sobre os desafios de ACS estão bem detalhadas e de que forma as in-
fazer cumprir as ações integradas preconizadas formações foram comunicadas pelos gestores.
pelo plano nacional de combate à dengue. Foram eleitos como sujeitos de estudo ao me-
nos um ACS ou um ACE das seguintes UABSF
do Distrito Sanitário Noroeste: Bairro Floresta,
Metodologia Bairro da Vitória, Boa Vista, Curitiba I, II e III,
Estrela Dalva, Morada do Sol, Mutirão, Recanto
Estudo analítico, qualitativo, que adotou, como do Bosque, Brisas da Mata e São Carlos. O con-
técnicas de coleta de dados a observação, a aná- vite para a participação no grupo focal foi feito
lise documental e o grupo focal; e como técnica individualmente e a escolha dos participantes
de análise de dados o método do Discurso do Su- ocorreu por indicação de informantes-chave
jeito Coletivo e a análise temática de conteúdo. (supervisores de endemias e enfermeiros locais),
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obedecendo a composição de seis ACS e seis ACE. constituídas por 100 ECh: DSCA – 14 ECh; DSCB
Como critério de inclusão no grupo focal foram – 22 ECh; DSCC – 12 ECh; DSCD – 40 ECh; DSCE
consideradas características em comum dos par- – 12 ECh.
ticipantes, como tempo de atuação, assiduidade DSCA – Para que a integração funcione é ne-
em reuniões, compromisso como o trabalho e cessário, antes de iniciar o processo, realizar uma
participação nas ações e atividades do grupo capacitação com todos os envolvidos, que também
no Distrito. Como critério de exclusão conside- devem trabalhar de forma integrada e serem mais
rou-se participantes não pertencentes ao mesmo ativos nesse processo
círculo de amizade ou trabalho (UABSF), o que, Uma das principais queixas dos agentes, se
segundo Iervolino e Percilioni8, visa evitar que a não a principal, citada em 14 ECh, foi sobre a
livre expressão de ideias no grupo seja prejudica- necessidade de realizar uma capacitação relativa
da pelo temor do impacto (real ou imaginário) ao processo de integração, não só para os ACE e
que opiniões possam ter posteriormente. ACS, como também para seus supervisores e ges-
As informações colhidas por meio do grupo tores. Um dos participantes afirmou que Não teve
focal foram transcritas e codificadas com o uso capacitação, simplesmente o supervisor disse que
do software WebQDA9 e analisadas com base no teríamos que trabalhar integrado com os ACS (05);
método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) outro informante do grupo focal declarou que
de Lefevre e Lefevre10. Esse método é uma pro- Deveriam ter começado a integração de cima pra
posta de pesquisa social, visando à organização baixo [dos gestores aos agentes], e não por aqui,
e tabulação de dados quantitativos e qualitativos entre ACS e os ACE, de forma solta, caminhando
de natureza verbal, obtidos mediante depoimen- sozinho (07); um terceiro profissional expôs que
tos e discursos10. Consiste em selecionar, de cada Para a integração funcionar, os gestores devem
resposta individual, Expressões-Chave (E-Ch), chegar com a portaria em mãos, número de pro-
que são trechos que melhor descrevem o conte- tocolo, capacitação, para que um saiba do trabalho
údo; com base nestas criam-se as Ideias Centrais do outro, de forma organizada (06); outro agente
(IC), que lhes são a síntese do sentido manifes- vaticinou sobre as dificuldades da integração ar-
tado. As Ancoragens (AC) também são extraídas gumentando que A gente nem se conhece direito,
das Expressões-Chave, porém são sínteses não como podemos contribuir com o serviço do outro
dos sentidos do discurso e, sim, das ideologias, (05); por fim, outro agente enunciou o núcleo
valores, crenças. Por fim, com o material das IC fundamental desse consenso com a afirmação de
e AC constroem-se Discursos do Sujeito Coletivo que Não me sinto parte da equipe (07).
(DSC), escritos na primeira pessoa do singular. O consenso sobre a necessidade de capaci-
São a reunião das E-Ch presentes nos depoimen- tação e sensibilização de todos os envolvidos foi
tos, que têm IC e/ou AC de sentido semelhante construído também com narrativas de problemas
ou complementar10. causados pela sua falta, de forma que um agente
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de exemplificou afirmando que Levo as informações
Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Fede- para a enfermeira da UABSF e a mesma diz que
ral de Goiás (UFG). Cabe destacar que, além de isso (informações sobre dengue) não é problema
cumprir os procedimentos éticos previstos pela meu (04).
Resolução nº 466/2012 sobre a autorização para DSCB – A informalidade, desorganização, falta
gravar as falas dos participantes e a assinatura decomunicação, inexistência de protocolos e indefi-
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, nição das tarefas de cada um na integração dificul-
foi também firmado um termo de compromisso tou a atuação de ambos os agentes na prevenção e
entre as colaboradoras, chamado de setting, ou controle da dengue.
contrato de grupo, com a finalidade de assegurar As ideias centrais desse consenso foram refe-
o sigilo ético e facilitar o processo interacional. ridas em 22 ECh. Embora parciais as argumenta-
ções de cada sujeito foram compondo a visão de
que a execução da proposta ocorreu de maneira
Resultados “desorganizada e informal”. Para um agente isso
se deu porque A integração foi feita de forma de-
Participaram deste estudo ACS e ACE dos 12 sorganizada, começando pelos gestores, acumulam
bairros pertencentes ao Distrito Sanitário Noro- nosso serviço (11) e outro expressou-se nesse sen-
este de Goiânia e os sentidos atribuídos por eles tido afirmando que percebe Desorganização das
emergiram da análise da transcrição do grupo atividades após a integração, [porque] as reuniões
focal, compondo cinco linhas de consenso (DSC) são marcadas em meu horário de almoço (05).
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Pessoa JPM et al.

Os participantes do grupo focal citaram que formação de alguns supervisores e gestores sobre
as reuniões de apresentação da proposta de in- a integração implantada no local do estudo é algo
corporação foram confusas, dificultando o en- negativo, de acordo com os agentes, para a con-
tendimento da informação descrita na proposta solidação do processo. Esta constatação foi rela-
elaborada pela Secretaria de Saúde, gerando du- tada por um dos profissionais que afirmou que
plicidade das ações a serem realizadas no contro- O supervisor nos orientou para não passarmos no
le da dengue. Para um ACE A gente não produzia ‘Ponto de Apoio’, já vão direto pro “Cais”, para pe-
e o PSF não passava serviço pra gente (02), já outro gar orientação do que fazer. Chegando lá, ninguém
agente afirmou que Em minha unidade, a enfer- sabia exatamente o que fazer (06).
meira queria que eu participasse de todas as reuni- Outra parte significativa desse consenso foi
ões de hiperdia, gestantes, etc., prejudicando assim em relação às atividades que cada profissional
minhas atividades de campo, assim fui cobrada deve realizar, pois muitos relatos informam a
pelo meu supervisor, alegando que estávamos par- recusa a realizar certas atividades que julgam es-
ticipando de muitas reuniões, me proibindo de ir, tranhas às suas atribuições, como o conjunto de
libertando apenas uma por semana (07). relatos que segue: Entrar nos quintais, fazer levan-
DSCC – A participação do ACS nas atividades tamento, muitos discordaram disso, inclusive eu
de prevenção e controle da dengue colaborou com a discordei (03); Os próprios ACS de minha unidade
produtividade dos ACE, aproximando-os e unin- dizem que não vão fazer o trabalho dos ACE, pois
do-os. Com a troca dessas informações ambos estão alegam não ter sido contratado para essa função
aprendendo novos saberes. (06); Os ACS acharam que iriam fazer o serviço
Esse consenso foi observado a partir de 12 por mim, e eu ganharia aquelas ‘casas’ que eles ti-
ECh relacionados ao tema. Há expressões de uma nham entrado (07); Eu tenho meu trabalho e as
verdadeira integração, clareza das funções e atri- ACS a delas (05).
buições, levando à colaboração entre eles, como Por fim, a incompatibilidade de horários
no trecho do discurso desse ACS: Em relação também foi destacada como um fator que difi-
à dengue, aprendi com os ACE, pois não tive for- culta o processo de integração. Para um agente
mação sobre dengue (01). Outro ACS corroborou isso se dá porque Os ACS trabalham meio período
para a construção desse consenso afirmando que e eu o dia todo (04) e outro declarou que se ade-
A integração em nossa unidade está dando certo, os quou às diferenças de horário afirmando que Eu
ACE participam das reuniões, atividades em esco- já trabalhei até em horário de almoço para poder
las, reuniões do hiperdia, reuniões de equipe, temos participar de atividades da ESF (11).
um caderno de controle para registros de dengue DSCE – A integração é a realização de ativida-
(03). Além disso, o potencial das trocas foi expli- des em conjunto, trabalhando na mesma lógica.
citado também por um ACE, que afirmou que O Observou-se um consenso em torno da inte-
aumento da frequência de visitas domiciliares reali- gração em 12 ECh, no qual foi possível verificar a
zadas pelo ACS contribui com nosso trabalho (07). seguinte forma como os agentes compreendem o
DSCD – Não há uma supervisão que responda trabalho integrado: Quando as atividades conjun-
sobre a integração, os agentes se recusam a realizar tas funcionam, ambos ACS e ACE ganham, pas-
atividades que não fazem parte de suas atribuições samos uma informação coesa sobre vários aspectos
legais e trabalharam em horários diferentes de saúde para o morador e pra isso devemos reali-
Dos cinco consensos que emergiram da aná- zar as visitas sempre em conjunto, e criar vínculo
lise do grupo focal este é o que conteve maior nú- (05). Embora, como se viu nos DSC anteriores,
mero deECh (40). Pode-se afirmar que este foi o os agentes tenham relatado que não foram escla-
consenso mais potente entre os participantes do recidos sobre o que seja integração, este consenso
grupo focal e as expressões das suas insatisfações demonstra que houve um aproveitamento posi-
são contundentes. Para os agentes, a inexistência tivo das ações de integradoras, pois observou-se
de uma supervisão específica para o processo de que os profissionais estão cooperando no traba-
integração torna possível afirmar que a integra- lho e potencializando as informações em benefí-
ção deixa a desejar, não há um acompanhamento cio da população.
(gestores e supervisores), não tivemos uma recicla-
gem, o ACS e o ACE não sabem fazer o trabalho um
do outro (05); ou ainda afirmar que O trabalho da Discussão
coordenação deveria ser integrado, falando a mes-
ma língua, subordinados à mesma coordenação, Este estudo evidencia o processo de integração
trabalhando num mesmo horário (03). A desin- nas ações de prevenção e controle da dengue en-
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volvendo ACE e ACS de um Distrito Sanitário de que afirmaram ter como fonte de informação o
Goiânia, município endêmico no Brasil. No en- serviço de saúde apresentaram aumento signifi-
tanto, os consensos produzidos por esses profis- cante. Nas duas áreas ocorreram mudanças im-
sionais sobre estas ações frente a implantação da portantes em termos de ganhos de conhecimento
Portaria6 de incorporação dos ACE nas equipes e diminuição de recipientes. Os resultados mos-
da ESF apontam que há questões ainda proble- traram que a integração entre os dois programas
máticas para o seu desenvolvimento. Entre elas, é viável, representa otimização de recursos ao
encontrou-se a necessidade de problematizar, evitar a duplicidade das visitas e possibilita um
cotidianamente, as relações de trabalho desde maior envolvimento da comunidade no controle
o planejamento até a incorporação dos ACE na da dengue.
ESF em um processo de educação permanente. Outro estudo evidencia uma limitação da
Referem ainda aos entraves na efetividade deste integração entre ACS e ACE no município de
processo com dificuldade de integração e de uma Morros Avida na organização do processo de tra-
inexistencia de acompanhamento e avaliação balho. Refere-se à definição de base territorial de
dessas ações. atuação e à lógica de trabalho no território, dis-
Para Noronha e Penna11, ações de Vigilância tintas em relação à unidade base. No município,
em Saúde devem estar incorporadas no cotidia- o ACS trabalha em uma microárea, vinculado a
no das Equipes de Saúde da Família e, também, uma equipe de saúde da família, e sua unidade de
as equipes de vigilância devem apropriar-se e atuação são as pessoas/famílias (no máximo 750
trabalhar em parceria com as de Atenção Básica pessoas/ACS). O ACE trabalha com diferentes
(Saúde da Família). Ambas devem atuar em um lógicas de atuação; não existe uma preconização
território integrado, estabelecido a partir de cri- uniformizada, predomina uma forma segmenta-
térios pré-definidos e, assim, realizarem conjun- da, por agravo. Além da unidade base diferente,
tamente análises da situação de saúde/doença a os ACS percorrem suas microáreas em função
fim de orientar as ações das equipes. Para tal, as de ruas e os ACE seguindo os quarteirões. Em
ferramentas indispensáveis são o planejamento Morros Avida, as equipes estão em um período
e a programação, bem como o monitoramento de adaptação e tentativa de unificação na forma
e a avaliação sistemática, que devem ocorrer de de percurso do território14.
forma articulada. Dessa maneira, se dará a re- A incompatibilidade de horários também é
organização do processo de trabalho visando à destacada nos DSCs como um fator que dificulta
descentralização de ações de vigilância em saúde o processo de integração, é caracterizada pelos
para Atenção Básica. Para que isso ocorra, é in- contextos diferentes na realização de atividades
dispensável a qualificação permanente das equi- como a participação em reuniões, visitas domi-
pes gestoras. ciliares, metas de produtividade. Sentem falta de
É indispensável, ainda, a definição, por parte espaços de diálogo para trocarem experiências
dos gestores, da competência e responsabilidade quanto ao modo de proceder, reduzir suas incer-
desses agentes, definindo-se fluxos de trabalho. O tezas, dúvidas e qualificar o processo de trabalho
ACS e ACE têm papéis fundamentais no desen- no que tange às ações de controle da dengue.
volvimento das ações de vigilância e são corres- A falta desta integração pode trazer consequ-
ponsáveis pela saúde da população de sua área ências negativas aos vínculos entre as equipes e os
de abrangência. A integração das atividades deve usuários, ou mesmo comprometer, pessoalmen-
potencializar o trabalho, evitando a duplicidade te, os profissionais envolvidos. Interferir na pro-
de ações que, embora distintas, se complemen- dutividade dos mesmos, e segundo eles levou ao
tam. O ACE deverá ser incorporado nas ativida- aumento do número de casos de dengue na região.
des das equipes da Atenção Básica participando O ‘acréscimo’ dessas ‘novas’ funções que vieram
da programação e dos planejamentos, pois a efe- após a incorporação do ACE na ESF, como alegam
tiva integração está no processo de trabalho rea- todos os 12 agentes, os levaram a gastar muito
lizado cotidianamente12. tempo em reuniões na ESF, e demais funções jun-
Chiaravalloti Neto et al.13 avaliaram os resul- to à comunidade, o que sugere que é necessária
tados da integração do Programa Saúde da Fa- uma ampliação da equipe. Principalmente por-
mília (PSF) e do Programa de Controle da Den- que a dengue ainda impõe grandes desafios aos
gue em São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. profissionais de saúde por sua magnitude e pela
A pesquisa foi realizada em uma área com PSF e crescente ocorrência de casos graves da doença.
outra sem PSF. Na área com PSF comparativa- No Brasil, a doença tornou-se um grande desafio
mente com a sem as proporções de entrevistados para a saúde pública, com nove milhões de casos
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prováveis e mais de 700 mil internações de 2002 sistema de saúde. Este autor alerta, porém, que,
a 201515. Na ausência de tecnologias que permi- na prática, isso ainda não se consolidou no Bra-
tam um efetivo controle da doença, as atividades sil e afirma que são poucas as iniciativas para o
integradas desempenhadas pela ESF, a vigilância monitoramento e a avaliação sistemática de seus
e a educação em saúde são de extrema relevância efeitos em boa parte do país. Segundo Hartz e
na sua prevenção. Contandriopoulos5, para concretizar a gestão
Nesse aspecto, pelos poucos DSCS dos pro- integrada são necessários investimentos nos as-
fissionais pesquisados sobre as ações integradas pectos do envolvimento cognitivo e afetivo dos
para o controle da dengue com a implantação da profissionais implicados. Tais investimentos são
Portaria6, evidenciam que, embora existam falhas também cruciais nos processos de implantação
no planejamento, principalmente no que tange à de programas, como o aqui analisado neste es-
capacitação destes profissionais para um trabalho tudo.
em conjunto, existe um potencial de integração. Para isso, é necessário que haja uma avaliação
Com os participantes afirmando que essa possi- inicial e final do grupo, levando em consideração
bilidade de aproximação entre eles e a equipe da indicadores, como opiniões, dificuldades, poten-
ESF em reuniões da ESF os levam a aprender e a cialidades, além de outros aspectos e que é im-
trocarem conhecimentos, potencializando, por- possível consolidar a integração das atividades de
tanto, as ações de prevenção e controle da dengue prevenção e controle da dengue no Distrito Sani-
graças ao trabalho em conjunto. tário Noroeste, se não houver o envolvimento de
Mesmo não sendo contemplado com o cre- todos os profissionais de saúde do local.
denciamento na Portaria 1.007/2010, Goiânia, Segundo o Ministério da Saúde, a gestão dos
município endêmico do Brasil, manteve a incor- recursos humanos é uma das dificuldades para a
poração do ACE às equipes da Estratégia Saúde implantação de políticas no SUS. É válido lem-
da Família (ESF) e a integração do seu trabalho brar que é responsabilidade da esfera municipal
ao do ACS16. manter as equipes para o desenvolvimento das
Este processo de implantação da Portaria6 em atividades de assistência aos pacientes, vigilância
Goiânia foi desenvolvido em um plano de ação epidemiológica e combate ao vetor17. Silva et al.18
de três etapas16. A primeira, aconteceu em agos- salientam que a falta de profissional com perfil
to de 2010, sob a responsabilidade do gerente adequado, bem como a existência de problemas
da Coordenação da Estratégia Saúde da Família de gestão e a organização da Atenção à Saúde, são
(COESF) e da Gerência de Controle da Dengue alguns dos principais obstáculos para a melhoria
(GCD). Na sequência, foi estabelecida a apresen- da qualidade desta e para a efetividade do sistema.
tação da proposta de incorporação do ACE na A queixa dos participantes deste estudo, em
ESF por meio de reuniões com os representantes geral, diz respeito à falta de esclarecimento so-
dos Distritos Sanitários, diretores, supervisores e bre a proposta de integração e da inexistência de
Equipes de Saúde da Família. Os representantes momentos de aproximação, convívio e sensibili-
do Distrito ficaram encarregados de sensibilizar zação. Conforme O’Donnell19, a sensibilização é
os ACE/ACS e elaborar os instrumentos de mo- uma oportunidade ideal para avaliar a mudança
nitoramento do processo. A etapa final previa a dos agentes diante do processo analisado. Esse
elaboração e a discussão dos protocolos, defini- momento desenvolve o poder de autonomia e a
ção dos fluxos de atuação e dos papéis de cada opção de tomar decisões importantes.
envolvido, inclusive médicos e enfermeiros, além Para atender à perspectiva de sensibilização, é
da implementação, monitoramento e avaliação, fundamental estabelecer o processo de Educação
por meio de instrumentos de informação, sob a Permanente em Saúde (EPS) no local de trabalho
coordenação do grupo técnico formado no início e planejá-lo de acordo com a Política Nacional de
do processo de incorporação. EPS16,20. Estudo realizado com ACS da ESF de um
Esta última etapa gerou confusão nas fun- município do interior carioca também destacou
ções e conflitos nas atribuições dos profissionais a questão da EPS para o controle da Dengue21.
participantes sobre sua integração nas ações de Na percepção dos ACS, há uma ênfase em treina-
prevenção e controle da dengue. O trabalho das mentos apenas com repasse de informações e há
duas categorias de profissionais, no processo de falta de espaços de trocas de ideia e diálogo “para
incorporação do ACE na ESF, deve ser sinérgico. trocarem experiências quanto ao modo de proce-
Para Mendes4, a integração significa cooperação der, reduzir suas incertezas, dúvidas e qualificar
e coordenação dos profissionais dos serviços as- o processo de trabalho no que tange à vigilância
sistenciais com foco na criação de um verdadeiro da dengue”21.
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Nesse mesmo estudo, os pesquisadores desta- de maneira mais eficiente, refletindo também
cam que os ACS reconheceram que a proximida- na melhor formulação das estratégias e ações de
de e os vínculos com as famílias pelas quais são saúde que priorizem mais a qualificação dos pro-
responsáveis, a possibilidade de identificar os pro- fissionais e o envolvimento de toda a população e
blemas de saúde e situações de risco, além do de- principalmente das esferas políticas.
senvolvimento contínuo de ações educativas e in- O estudo realizado apresentou limitações im-
tersetoriais, contribuíam para o enfrentamento da portantes quanto ao tempo destinado a processos
dengue pelas equipes de ESF21. Contudo, conside- burocráticos provenientes da realização de pes-
raram que o papel da atividade específica de con- quisas no setor público de Goiânia. A busca por
trole ao vetor na rotina da ESF ainda é visto como assinaturas, autorizações, avaliação e pareceres
uma prática dissociada das intervenções gerais de ocupou boa parte do tempo dos pesquisadores
promoção e prevenção à saúde. De fato, realizar que poderia ser gasto com a coleta e o processo
pedagogicamente a integração no trabalho signifi- analítico do estudo.
ca que todos os profissionais trabalhem de acordo O desenvolvimento de futuras pesquisas e
com o seu próprio nível de desenvolvimento em avaliações sobre o processo de trabalho não só
cooperação com os outros profissionais4,22. dos ACE e ACS, mas de todos os envolvidos di-
Embora seja evidente neste estudo local o de- retamente no combate ao Aedes no município
safio e o esforço de estabelecer ações integradas no de Goiânia e região, poderá contribuir com o
controle da dengue, na percepção dos ACE e ACS, aperfeiçoamento desse serviço, evitando lacunas
o cenário atual aponta para a necessidade de mu- e aumentando a eficácia, inclusive da integração
dança nas estratégias empregadas no Brasil. dos profissionais.
Um estudo mostra que as medidas recomen-
dadas pelo PNCD não foram suficientes para con-
ter a disseminação do vírus tipo 4, detectado na Considerações finais
cidade de Boa Vista, em Roraima, em 2010. Foi
analisada uma situação em que todas as ações fo- Ainda que custe estabelecer relações de integra-
ram realizadas de acordo com o protocolo do MS, ção entre os agentes, indagando sobre sua “real”
que segue as recomendações da Organização Pa- existência em face do “modelo ideal”, instituído
namericana da Saúde e da Organização Mundial oficialmente, constatou-se a presença de diferen-
da Saúde. Mesmo assim, o impacto sobre a infes- tes contextos na relação idealização/realização
tação de mosquitos Aedes aegypti foi pequeno23. desde a implantação da incorporação do ACE na
Este é um exemplo contundente de que é pre- ESF no Distrito Noroeste.
ciso refletir sobre quais são as melhores práticas Esse tipo de questionamento deve ser fei-
de controle. Estes mesmos autores ainda citam o to antes que se interrogue sobre efetividade e
exemplo de Cingapura, onde a mobilização po- eficiência do modelo de integração legalmente
pular conseguiu reduzir os casos de dengue du- previsto, ou seja, se a proposta responde melhor
rante uma epidemia entre 2004 e 2005. Apesar aos objetivos referentes à qualidade e integralida-
das grandes diferenças geográficas e culturais en- de desejadas. Cabe indagar, também, qual seria
tre o país da Ásia e o Brasil, a efetividade da ação o custo de outras modalidades de intervenção,
aponta para um elemento importante na opinião como uma dinâmica de agentes em permanente
dos cientistas: o engajamento da população24. renegociação de seus papéis, favorecendo novas
Esta integração dos ACE e ACS demonstra- soluções para velhos problemas em um contexto
da no nosso estudo seria mais uma possibilidade de mudanças e compromissos mútuos, como é o
dentre outras para estas ações de educação popu- caso da dengue.
lar. Além de estabelecer ações intersetoriais, tam- Embora os participantes desta pesquisa acre-
bém há o papel do Estado em forneçer serviços ditem na integração como uma força para aper-
públicos, como saneamento básico e coleta de feiçoar a prevenção e o controle da dengue, oito
lixo, que são fundamentais no controle da den- deles, em seus discursos, manifestaram o não
gue. Chama a atenção também para a limitação reconhecimento de qualquer efeito positivo no
dos recursos financeiros disponíveis em saúde no controle da dengue por intermédio da implanta-
país, principalmente no que tange ao seu empre- ção desse processo.
go em vários agravos simultaneamente25. Com este estudo percebeu-se que quando há
Nesse contexto cabe aos municípios buscar uma articulação sistemática da vigilância epide-
compreender melhor sua realidade acerca das miológica e entomológica na atenção básica, com
doenças para viabilizar os recursos disponíveis as atividades funcionando de modo integrado,
2336
Pessoa JPM et al.

potencializa-se o trabalho e evita-se a duplicida- tiva e as atitudes desses agentes. Assim, convém
de das ações, o que foi observado em outros DSC, destacar que, após a incorporação do ACE na
especialmente no tocante ao trabalho desenvolvi- ESF, houve algumas melhoras significativas no
do pelos ACS e pelos ACE3. que se espera do processo de incorporação, in-
Mesmo diante das dificuldades relatadas, no- dícios de uma verdadeira integração, principal-
tou-se que o potencial da integração foi eviden- mente entre ACE/ACS.
ciado pelo DSCC, assegurando que essa possibi- É importante salientar que a identificação
lidade de aproximação entre eles (ACE/ACS) e a dos fatores que dificultam ou potencializam o
equipe da ESF, em reuniões nesta, leva-os a apren- processo de incorporação pode ser o primeiro
der e a trocar conhecimentos, potencializando as passo para facilitar o mecanismo de coopera-
ações de prevenção e controle de dengue, graças ção e coordenação entre profissionais e serviços
ao trabalho em conjunto. Ainda que se tenha afir- de saúde5. Em relação aos obstáculos percebidos
mado anteriormente que tal integração não resul- pelos agentes para a integração nas ações e ati-
taria em êxitos, foram ressaltados pontos relevan- vidades de prevenção e controle da dengue, po-
tes para a melhoria do serviço de saúde. dem-se destacar como principais fatores: a falta
O DSCA ressalta a necessidade de capacita- de capacitação dos agentes, a falta de informação
ção e momentos mais intensos de aproximação dos moradores sobre as atribuições dos agentes, a
e familiaridade entre esses agentes e também incompatibilidade do horário de trabalho desses
entre seus supervisores. Verificou-se, ainda, que atores e a sobrecarga de serviço de ambos.
a integração é vivenciada com mais intensidade Outro problema relatado é a ausência regular
pelos ACE, até porque são eles os incorporados de alguns ACE nas reuniões, decorrente de ho-
em outro contexto, ou seja, incluídos na atenção rários e atividades diárias que impossibilitam o
primária, em especial na ESF. Tendo em vista que comparecimento. Também a não participação de
a maneira como foram sensibilizados e informa- seus supervisores, que deveriam acompanhar e
dos sobre o processo de integração não ocorreu apoiar a realização das atividades de prevenção
de modo eficaz, é necessário que haja um proces- e controle da dengue no processo de integração.
so de EPS que favoreça a realização das atividades Nesta pesquisa, não se observou a implemen-
integradas. tação da terceira etapa estabelecida na Portaria,
Tais aspectos podem ser favoráveis à integra- em que se propõe a elaboração de ferramentas
ção, caso haja acertos e coerência com o planeja- de avaliação, como forma de refletir sobre os
do pelas secretarias de saúde. O que se percebe é objetivos estabelecidos, e o alcance destes, com
que neste grupo específico, o acolhimento feito a otimização dos recursos humanos, bem como
da ESF ao ACE, além do acompanhamento de potencializar a ação dos profissionais no controle
seus supervisores, favoreceu uma opinião posi- da dengue.
2337

Ciência & Saúde Coletiva, 21(8):2329-2338, 2016


Colaboradores Referências

JPM Pessoa, ESF Oliveira e RAG Teixeira: concep- 1. Martelli CMT, Siqueira-Júnior JB, Parente MPPD, Zara
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ção e delineamento do estudo, análise e interpre-
tes F, Lopez JG, Bahia LR, Mendes COM, Rosa MQM,
tação dos resultados e redação e revisão crítica do Siqueira-Filha NT, Constenla D, Souza WV. Economic
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ram serem responsáveis por todos os aspectos do Normas e Manuais Técnicos.
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a execução do estudo. Agente de Combate às Endemias - ACE, ou dos agentes
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denominações, na atenção primária à saúde para for-
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Artigo apresentado em 02/02/2016


Aprovado em 01/03/2016
Versão final apresentada em 03/03/2016

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