Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “Desafios Para Reabilitação De Usuários De Drogas No Brasil”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
É fácil tornar-se um dependente químico, mas é difícil fazer o caminho inverso, especialmente quando se
depende do Sistema Único de Saúde
O caminho para livrar-se da droga pode ser mais tortuoso se depender do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Infelizmente, no Brasil, não temos um tratamento público para a maior parte dos dependentes químicos”, diz
Ana Cecilia. Atualmente, para atender esses doentes, o governo federal mantém 8.800 vagas em hospitais
psiquiátricos, 243 centros de atenção psicossocial álcool e drogas (Caps-AD), Núcleo de Saúde da Família e 35
Consultórios de Rua. É pouco se considerada a estimativa do Ministério da Saúde de 600.000 usuários somente
de crack no país. A rede de saúde mental faz parte do SUS, que tem ações do âmbito federal, estados e
municípios – é sempre este que responde pelo atendimento.
TEXTO II
TEXTO III
Fabiana e Daniel* são protagonistas de um drama vivido por suas famílias e outros 28 milhões de brasileiros: a
dependência química. Viciados em crack, os dois já fizeram inúmeras tentativas de largar o vício. As internações
forçadas, feitas pelas famílias em clínicas privadas, foram inócuas. Agora, juntos, eles buscam tratamento na
rede pública do Distrito Federal.
O casal tenta – pela segunda vez – se livrar do vício com a ajuda do programa desenvolvido dentro de um Centro
de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). O órgão centraliza a maior parte do tratamento – médico,
social e psicológico – oferecida aos dependentes. A estratégia não inclui internação forçada, apenas tratamento
voluntário.
A política defendida pelo governo federal não agrada a todos. Muitas famílias alegam que obrigar o dependente
a se tratar é a única forma de protegê-lo. Para muitos especialistas, isso não funciona. Outros defendem
múltiplas alternativas. No fim, todos concordam que a rede existente é insuficiente para atender à demanda
que, infelizmente, é crescente.
De acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado pelo Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas em dezembro, cerca de 2,6 milhões de
brasileiros usaram cocaína, crack ou oxi no último ano. E cerca de 28 milhões de brasileiros convivem com algum
parente dependente químico.
A rede de atendimento, em todo o País, é formada por 345 Caps AD, sendo que apenas 43 deles funcionam 24
horas. Nessas 43 unidades, há leitos para pacientes (430). Nos outros, é possível ter consultas, participar de
atividades laborais, oficinas e receber medicações. A rede é capaz de atender 8,8 milhões de pacientes por ano,
segundo o ministério.
“O problema é tão grave e tem tanto volume, que exige uma rede diversa de diferentes equipamentos, que seja
aberta, acolhedora, qualificada e em número suficiente. Não tem nenhum serviço isolado que dará conta de
tudo e é um enorme desafio fazer essa rede crescer”, afirma o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da
Saúde, Helvécio Magalhães.
Para Fabiana e Daniel, as experiências em comunidades terapêuticas (que têm mais de 4 mil leitos) foram
terríveis. “Eu me sentia preso, distante de tudo”, conta Daniel. Os dois dizem que lá não encontravam apoio
para “voltar ao mundo real”. Não conseguiam nem lidar com o filho de um ano, que nasceu no auge de consumo
de drogas pelos pais.
TEXTO IV