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Desgaste em ferramenta

Segundo a norma ISSO 3685(1993) define-se desgaste em ferramentas como a


mudança de sua forma original durante o corte, resultante da perda gradual de
material. Em tribologia diz-se que desgaste é a destruição de uma ou de ambas
(peça e ferramenta) as superfícies que compõem um sistema tribológico,
geralmente com perda progressiva de material (Hutchings, 1992).
O desgaste é responsável por afetar a qualidade, a precisão de uma peça e o
aumento da força de corte.
A parte da aresta da ferramenta que mais se desgasta é a face de saída e o
flanco. Isso se deve altas temperaturas de usinagem, fortes carregamentos
mecânicos, parâmetros incorretos de usinagem.
Os principais tipos de desgaste das ferramentas são:
 Cratera (A);
 Flanco (B);
 Entalhe (C, D).
Figura: xx - Principais áreas de desgaste de uma ferramenta de corte

Nas práticas com variações dos parâmetros de usinagem, velocidade de corte


(Vc), força de corte (F), profundidade de corte (ap), utilizamos duas ferramentas
CNMG 120404 MA e CNMG 120404 MJ que foram submetidas a análise de
EDS para a geração de para que fossem possível fazer a analise do desgaste
sofrido por cada ferramenta.
Ferramenta CNMG 120404 MA
A ferramenta CNMG 120404 MA é feita de metal duro (Wc - Carbeto de
tungstênio +Co - Cobalto) apresenta um revestimento de Nitreto de titânio (TIN).
Pelas imagens coletadas é possível dizer que no espectro 12 o de ouve adesão
do material visto que em seu gráfico EDS o material em maior concentração é o
ferro (65,8%). Material este que não faz parte da composição da ferramenta e
sim do material usinado. Isso ocorre devido afinidade entre o material da peça e
o material da ferramenta e a baixas velocidades de corte, onde o fluxo de
material sobre a superfície de saída da ferramenta se torna irregular. Pode ser
corrigido alterando este parâmetro.
No espectro 13 o desgaste é do tipo abrasivo, desgaste de flanco que apresenta
perda de material por microsulcamento, microcorte ou microlascamento,
causados por partículas de elevada dureza relativa. Isso é confirmado pelo
gráfico EDS que mostra a maior concentração do elemento Ti (64,2%), que
compõem a segunda camada da ferramenta. Isso pode ser corrigido alterando a
velocidade de corte ou trocando a ferramenta por uma mais resistente a
desgaste.

Já no espectro 14 houve desgaste de cratera que ocorre na superfície de saída


da ferramenta, causado pelo atrito entre a ferramenta e o cavaco. No gráfico
EDS verifica-se que o revestimento foi todo removido restando apenas a
segunda camada Ti (57,4%). Para resolver o problema é recomendado utilizar
refrigeração, selecionar uma classe mais resistente ao desgaste ou reduzir a
velocidade de corte e o avanço.

Ferramenta CNMG 120404 MJ


A ferramenta CNMG 120404 MJ é feita de metal duro (Wc - Carbeto de
tungstênio +Co - Cobalto) apresenta um revestimento de Nitreto de titânio e
Alumínio (TiAlN - Tinal).
Nás imagens apresentadas é possível dizer que no espectro 19 tivemos
desgaste por oxidação gerada pelas altas temperaturas e presença de ar e água.
Isso é confirmado pelo gráfico EDS que mostra alta concentração de oxigênio
(49,1%), elemento que não faz parte nem da ferramenta e nem da peça. O mapa
da composição química mostra que a oxidação deixou aparente os elementos Ti
e Al. Pode-se altera essa condição ao utilizar fluidos de corte sem a presença de
água.
No espectro 16 o desgaste foi o de cratera que ocorre na superfície de saída da
ferramenta, causado pelo atrito entre a ferramenta e o cavaco. Tivemos também
adesão e oxidação pois temos presença do ferro (41,7%) que compõe a peça
usinada e oxigênio (39,8%). No gráfico EDS e no mapa da composição química
verifica-se que o revestimento foi todo removido restando apenas o metal duro
W e em alguns pontos a aderência do ferro. Para resolver o problema é
recomendado utilizar refrigeração sem presença de água, selecionar uma classe
mais resistente ao desgaste ou reduzir a velocidade de corte e o avanço.

O espectro 17 apresenta desgaste de flanco por oxidação gerada pelas altas


temperaturas e presença de ar e água. Isso é confirmado pelo gráfico EDS que
mostra alta concentração de oxigênio (52,3%), elemento que não faz parte nem
da ferramenta e nem da peça. O mapa da composição química mostra que a
oxidação deixou aparente os elementos Ti e metal duro. Pode-se altera essa
condição ao utilizar fluidos de corte sem a presença de água.
No espectro 18 o desgaste foi o de cratera que ocorre na superfície de saída da
ferramenta, causado pelo atrito entre a ferramenta e o cavaco. Tivemos também
adesão e oxidação pois temos presença do ferro (58,9%) que compõe a peça
usinada e oxigênio (33,6%). No gráfico EDS e no mapa da composição química
verifica-se que o revestimento foi todo removido restando apenas a aderência do
ferro. Para resolver o problema é recomendado utilizar refrigeração sem
presença de água, selecionar uma classe mais resistente ao desgaste ou reduzir
a velocidade de corte e o avanço.

Podemos concluir que a ferramenta CNMG 120404 MJ apresentou maior


desgaste pois como esse revestimento é utilizado em usinagem de matérias
mais duros e em altas temperaturas a ferramenta sofreu uma maior deterioração.
Isso pode ser constatado na medição do tamanho do desgaste que é muito maior
na MJ (1172 x 1605 μm) que na MA (470 x 1802 μm).

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