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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA


NAS ORGANIZAÇÕES

Por: Denise Galdino Evangelista Rodrigues

Orientador

Prof. Koffi Djima

Brasília

2009
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA


NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade


Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em. Gestão
Estratégica e Qualidade.

Por:. Denise G. E. Rodrigues.


3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que me transmitiram os


valores morais e a relevância dos
estudos, aos professores Emília
Parentoni e Koffi Djima pelas
orientações desta monografia, à minha
sogra Rosa, minha mãe Nice, meu
marido Luiz Augusto e todos que me
auxiliaram cuidando das minhas filhas
para que eu pudesse executar este
trabalho.
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente à


Deus, pela oportunidade de estar
estudando, à minha família pelo incentivo
e apoio
5

RESUMO

O presente estudo apresenta uma incursão no campo da auditoria


interna destacando o seu papel nas organizações. Serão apresentados os
conceitos e diferenças entre auditoria interna e externa, com destaque para a
auditoria interna. Por meio dessa pesquisa serão apresentadas algumas
considerações sobre as normas para o exercício da função de auditor e os
aspectos que norteiam a auditoria, assim como os efeitos produzidos por sua
implantação, no intuito de avaliar e se eles refletem uma real vantagem na
melhoria dos processos e na otimização dos resultados.
6

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica bastante ampla, conforme o


assunto requer. Segundo Eva Maria e Marina de Andrade,

Utilizou-se material fornecido durante o curso, especialmente nas


disciplinas de Qualidade e Gestão Estratégica e Qualidade.

A consulta a páginas da internet também contribuiu para o


enriquecimento da pesquisa, além da experiência vivenciada no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça, onde há um Núcleo de Controle Interno.
7

SUMÁRIO

Introdução 9

Capítulo I. Evolução histórica da auditoria 12

Capítulo II. A Auditoria 18

Capítulo III. Auditoria interna – ferramenta estratégica nas organizações 33

Conclusão 39

Anexos 36

Bibliografia consultada 44

Bibliografia citada 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
8

INTRODUÇÃO

A constante evolução dos negócios, o ambiente globalizado, a freqüente


escassez de recursos, exige das empresas uma atitude pró-ativa na gestão de
suas atividades.

Administrar estrategicamente é condição imprescindível para a gestão


moderna. À medida que uma organização evolui atingindo um determinado
porte, é natural que a alta gerência não tenha mais condições de acompanhar
de perto as atividades com a mesma eficiência, e a ausência de visão gerencial
pode repercutir negativamente nos resultados.

Entretanto, a utilização de ferramentas de controle tal como a


implantação da auditoria interna, tem se mostrado relevante para as
organizações no sentido de apoiar a alta gerência no processo de controle e
avaliação de resultados e para manter o domínio dos negócios, podendo ser
aplicada por diversas organizações, independentemente de seu tamanho ou
natureza. Sua implementação pode constituir uma alternativa de avaliação, sob
o foco gerencial, do desempenho das operações das empresas, propiciando
condições para o aprimoramento da eficácia e eficiência operacionais,
administrativas e estratégicas, otimizando o uso de recursos, além de avaliar o
cumprimento das “regras” da organização e se estas são pertinentes.

Diante disso, me propus a explorar a aplicação e os aspectos relevantes


da auditoria interna, já que esta ferramenta vem ganhando uma crescente
importância nos dias atuais.
9
A preocupação maior desta pesquisa foi despertar os leitores para a
necessidade de olhar a auditoria interna com uma ótica mais crítica face à sua
importância no contexto de geração de informações com qualidade. No intuito
de esclarecer tal aspecto, esta monografia tem por objetivo geral:

• Apresentar uma visão geral do tema e identificar a contribuição da


auditoria interna no fornecimento de elementos para auxiliar no
processo de análise crítica pela administração para a gestão de um
negócio;

Este estudo tem como objetivos específicos: identificar e caracterizar o


processo de controle interno, analisar a influência da auditoria interna na
identificação dos problemas operacionais e melhorias nos processos e também
caracterizar os procedimentos e as formas de envolvimento de diversas áreas
no processo de auditoria interna.
10

CAPÍTULO I

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA

A origem da auditoria foi amplamente discutida por especialistas, que,


muitas vezes, divergem em suas opiniões. No entanto, está claramente
relacionada com o início das atividades econômicas desenvolvidas pelo
homem desde os primórdios, ainda no antigo Egito, onde havia a necessidade
de conferência dos registros de arrecadação de impostos e inspeções
financeiras dos funcionários públicos da Grécia. Oliveira e Diniz Filho (2001)
afirmam que no ano 4.000 a.C. já havia auditores na Babilônia; só que as
primeiras contratações de auditores internos por empresas privadas ocorreram
no final do século XIX, nas estradas de ferro americanas.

Conforme Boynton et.al (2002):

“Auditoria começa em época tão remota quanto a contabilidade.


Sempre que o avanço da civilização tinha implicado que a propriedade
de um homem fosse confiada, em maior ou menor extensão, a outra, a
desejabilidade da necessidade de verificação da fidelidade do último,
tornou-se clara”. (BOYNTON et.al, 2002, p.27).

A auditoria surgiu da necessidade de confirmação dos registros


contábeis após o surgimento das grandes empresas e com a evolução do
capitalismo.

O cargo de auditor foi criado em 1314 na Inglaterra, diante da potência


econômica deste país desde a época das colonizações. Séculos depois,
tornou-se o berço do capitalismo com a Revolução Industrial.
11

Sílvio Aparecido Crepaldi retrata:

“A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins


do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a
profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria,
como conseqüência do crescimento das empresas, do aumento de sua
complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos
grandes empreendimentos.” (Crepaldi, 2002: 105).

De acordo com Marcelo Almeida (2003),

“as empresas antigamente eram fechadas e pertenciam a grupos


familiares. Com a evolução do capitalismo e expansão do mercado e o
acirramento da concorrência, as empresas tiveram que investir em
tecnologia e aprimorar os controles e procedimentos internos, com o
interesse de reduzir custo e tornar a empresa mais competitiva”
(ALMEIDA,2003,p.39).

Só que para realizar toda essa mudança, não seria possível obter por
meio das operações lucrativas da entidade nem tão pouco do patrimônio dos
seus proprietários. A solução para aumentar suas instalações fabris e
administrativas e tornar a empresa mais competitiva, era captar recursos de
terceiros. Para que terceiros disponibilizassem recursos, exigiam que as
demonstrações financeiras da entidade fossem analisadas por profissionais
sem vínculos com a mesma, ou seja, alguém independente. Surge então a
“figura” do auditor, profissional responsável em analisar as contas e emitir uma
opinião.

De acordo com Sérgio Jund (2001), a auditoria interna com esta


denominação, é uma atividade nova, pois só a partir de 1940, é que esta veio a
se difundir principalmente em empresas públicas norte-americanas.
12
William Boynton afirma que ao alcançar um maior grau de evolução, a
auditoria de empresas começou com a legislação britânica, promulgada
durante a Revolução Industrial, em meados do século XIX.

Segue abaixo um histórico do processo de evolução da auditoria.

ANO ACONTECIMENTO

A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do


capitalismo propiciaram grande impulso para a profissão
1756
devido ao surgimento das primeiras fábricas com uso
intensivo de capital [...].

Criação da Associação dos Contadores Públicos


1880
Certificados na Inglaterra.

Cria-se nos EUA, a Associação dos Contadores Públicos


1887
Certificados.

É criado na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade


1894
Pública.

Início do século Surgimento das grandes corporações americanas e rápida


XX expansão do mercado de capitais.

Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que


1916
sucede a Associação supra citada em 1887.

Redenominação do IPA para AIA (American Institute of


1917
Accountants).

1929 Crash da Bolsa de Valores.


13
O AIA propõe ao Congresso Norte-Americano a
Início dos anos
regulamentação de normas e padrões contábeis por
30
profissionais altamente capacitados.

Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos


EUA, aumentando a importância da profissão do auditor
1934 como guardião da transparência das informações
contábeis das organizações e sua divulgação para o
mercado de capitais [...].

1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno

Redenominação do AIA para AICPA (American Institute of


Certified Public Accountants), instituto que teve importância
1957
decisiva para o desenvolvimento das práticas contábeis e
de auditoria.

1971 Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) .

Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards


Board), nos EUA, com o objetivo de determinar e
1973
aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas
contábeis.

Com a Lei nº. 6404 - Lei das Sociedades por Ações - foram
1976
normatizados as práticas e relatórios contábeis.

Com a Lei nº. 6385, é criada a CVM (Comissão de Valores


Mobiliários), que tem a responsabilidade de normatizar as
1976
normas contábeis e os trabalhos de auditoria das
empresas de capital aberto, além de fiscalizar.

Surgimento do IFAC (International Federation of


1977
Accountants), que substituiu o International Coordination
14
Committee for Accountancy Profession, com a missão de
emitir padrões profissionais e guias de recomendação,
além de buscar a convergência internacional desse
padrões.

Surgimento do IASB (International Accounting Standards


Board), com sede na Grã-Bretanha, que assume a
responsabilidade de estudo de padrões contábeis, antes
2001
dirigidos pelo IASC (International Accounting Standards
Comitte), com o objetivo de harmonizá-las
internacionalmente.

Fonte: Adaptado de Oliveira & Diniz Filho (2001).

A quebra da bolsa de valores que ocorreu em 1929 constitui o marco da


necessidade de aperfeiçoamento do sistema contábil e, conseqüentemente, da
auditoria. A maioria das empresas não tinha transparência e consistência nos
seus dados financeiros, contribuindo, assim, com a já conhecida crise mundial.

A partir daí surgiu a necessidade de se investigar as falhas nas


divulgações contábeis das empresas. A criação do Comitê May atribuiu regras
para as instituições que tinham as suas ações negociadas em bolsa de valores,
tornando obrigatória a auditoria independente das demonstrações contábeis.

A evolução da auditoria no Brasil surgiu com o advento das empresas


internacionais de auditoria independente que se instalaram aqui.

Ricardino afirma que, no que se refere ao aspecto legal, os conceitos e


técnicas de auditoria foram formalmente introduzidos no ensino universitário
por força do Decreto-Lei 7.988, de 22 de dezembro de 1945, o qual
15
regulamentava a educação superior nos cursos de Economia, Contabilidade e
Ciências Atuariais.

Segundo Attie(2007), as principais influências para o desenvolvimento


da auditoria em nosso país foram:

• Filiais e subsidiaria de firmas estrangeiras;

• Financiamento de empresas brasileiras através de entidades


internacionais;

• Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de


descentralização e diversificação de suas atividades econômicas;

• Evolução do mercado de capitais;

• Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do


Brasil em 1972;

• Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades


Anônimas em 1976.
16

CAPÍTULO II

A AUDITORIA

O ambiente atual das organizações vem exigindo, cada vez mais, a


adoção de medidas e técnicas de acompanhamento e controle com o objetivo
de minimizar erros e evitar problemas que coloquem em risco a atuação, ou até
mesmo a sobrevivência da entidade.

Esse novo perfil corporativo tem proporcionado a aplicação de atividades


que visam não apenas detectar e mensurar possíveis problemas, como
também sugerir alternativas de soluções. Entre essas atividades, destacam-se
as políticas de gestão de riscos relacionadas à auditoria interna.

A Auditoria é uma atividade desenvolvida com técnicas próprias e


peculiares, constituindo-se em especialização profissional, tendo ampla
abrangência.

2.1. Conceito, finalidade e classificação

A auditoria pode dividir-se em externa e interna, segundo a forma de


atuação e as relações com a organização auditada.

A auditoria externa, realizada por instituição externa e independente da


entidade fiscalizada, tem a finalidade de emitir um parecer sobre a gestão de
recursos da entidade, sua situação financeira, a legalidade e regularidade de
suas operações. É baseada nas demonstrações contábeis. Estas representam
uma importante, e na maioria das vezes, única, fonte de informações para a
17
tomada de decisão sobre a companhia, quer seja por investidores, quer seja
por seus próprios administradores. Essas decisões podem envolver tomadas
de empréstimos, concessões ou investimentos, entre outras. Assim, é de
fundamental importância que as demonstrações reflitam a realidade financeira
da organização.

De acordo com Marcelo Almeida:

“o auditor externo passava um período de tempo muito curto na


empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame
das demonstrações contábeis. Para atender à Administração da
empresa seria necessária uma auditoria mais periódica, com maior
grau de profundidade e visando também outras áreas não relacionadas
com a contabilidade. Portanto, surgiu o auditor interno como uma
ramificação da profissão do auditor externo.” (ALMEIDA,2003, p.25):

Segundo o Conselho Regional de Contabilidade, auditoria interna é um


controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência
e eficácia de outros controles. Deve ser entendida como uma atividade de
assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições
definidas para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e
objetivos por aquela determinados.

A auditoria interna é uma atividade desenvolvida por técnicos do quadro


permanente da organização. Este profissional tem maior facilidade na
aplicação das técnicas de auditoria, por já conhecer as políticas e diretrizes
adotadas pela empresa. O escopo do trabalho é mais amplo em relação à
auditoria externa, abrangendo o estudo e avaliação permanente do sistema de
controle interno, sua adequação e desempenho. Dessa forma, seu acesso
deve ser irrestrito a todas as áreas da empresa.
18
Para John William Cook :

“Os auditores internos cumprem importante função dentro das organizações


de negócios, das entidades governamentais ou de outras formas de
organização; examinando o sistema interno de informações, eles determinam
se o mesmo efetivamente se destina a comunicar as diretrizes da
administração, a colher os dados necessários e a informar a administração
sobre os resultados das atividades operacionais.” (Cook, 1983, p.4)

A auditoria interna provê o administrador com dados e informações


tecnicamente elaborados, relativos às atividades da organização, onde serão
verificados:

a) adequação e eficácia dos controles;

b) integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para


assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos,
leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva aplicação pela empresa;

d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização


dos recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguarda dos
ativos e a comprovação de sua existência, assim como a exatidão dos
ativos e passivos; e

e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos


e meios de execução estabelecidos.
19
A auditoria interna é uma prática executada com o intuito de ajudar os
administradores na execução do seu trabalho. Segundo William Attie,

“a Auditoria Interna é uma função independente criada dentro da


empresa para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a
essa mesma organização. A proposta da auditoria interna é auxiliar os
membros da administração a desincumbirem-se eficazmente de suas
responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise,
avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às
atividades examinadas”. (ATTIE 2007, p. 28)

A avaliação dos possíveis riscos sofridos pela empresa também é uma


atribuição da auditoria interna. Segundo Martinelli, essa análise

“pode determinar, por exemplo, qual unidade/processo avaliar, haja


vista, o limitado número de horas de auditoria disponíveis. Neste caso
serão enfatizadas as unidades/processos que apresentam maior risco.
Outro âmbito da aplicação do conceito de riscos está relacionado aos
objetivos da instituição, pois conhecidos estes objetivos, a auditoria
interna voltaria suas atividades para os riscos relacionados à
consecução destes objetivos, procurando eliminá-los”. (MARTINELLI
2008, p. 4-5).

O auditor interno precisa conhecer detalhadamente a empresa onde está


envolvido e reconhecer a diferença entre erro e fraude. Esta análise se faz
necessária para a prevenção de perdas. Na opinião de Martinelli,

“(...)os auditores internos devem ter conhecimentos técnicos sobre os


sistemas e procedimentos da organização, bem como sobre os tipos e
características básicas de fraude ou erros possíveis de ocorrerem na
área de atividades de seus exames.” Devem ainda, “ser capazes de
identificar os indícios de possíveis ocorrências de fraudes ou riscos de
atos atentatórios, aqui incluídos os erros, ao patrimônio da
organização.” (MARTINELLI 2008, p. 12)
20
2.2. Diferenças básicas entre a auditoria interna e a auditoria
externa

Enquanto a auditoria externa tem por finalidade emitir pareceres sobre


as demonstrações financeiras, a auditoria interna tem como função principal
avaliar o processo de gestão, no que se refere aos seus diversos aspectos, tais
como a governança corporativa, gestão de riscos e procedimentos de
aderência às normas regulatórias, apontando eventuais desvios e
vulnerabilidade às quais a organização está sujeita. No entanto ambas
possuem algumas semelhanças, a saber:

• Valem-se praticamente das mesmas técnicas;

• Apresentam sugestões de melhorias para os pontos fracos


encontrados;

• Modificam a extensão de seus trabalhos de acordo com as suas


observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controle
interno existentes.

O quadro abaixo reflete alguns aspectos das auditorias interna e externa:

Auditoria Interna Auditoria Externa

Realizada por um funcionário da Realizada por um profissional


empresa. independente.

A revisão contínua das atividades da A análise dos documentos que refletem


empresa. as demonstrações financeiras é
periódico. Na maioria das vezes é feita
trimestralmente ou anualmente..

Não está restrita ao aspecto financeiro. Atende às necessidades de terceiros


21
O objetivo principal é atender às quanto à fidedignidade das informações
necessidades da administração no financeiras e determina a extensão do
cumprimento de políticas e normas, exame.
sem estar restrito aos assuntos
financeiros.

Fonte: Adaptado de SILVA, Jorge Rosa (1995).

É válido ressaltar que a implantação da auditoria externa não elimina a


necessidade da auditoria interna. A recíproca também não é verdadeira, já que
a finalidade e objetivos diferem entre si. O ideal é que haja um trabalho
integrado entre as auditorias, de forma a evitar duplicidade no trabalho. Este
cenário torna o ambiente propício para ganhos significativos na organização
pois permite o intercâmbio de informações, o direcionamento das atividades,
além de propiciar ao auditor externo maior segurança devido à qualidade do
serviço executado pelo auditor interno.
22

2.3. Modalidades

O conhecimento das modalidades de auditoria interna é de suma


importância para que possamos perceber a amplitude dessa área de
conhecimento e suas contribuições para a qualidade das informações
gerenciais das organizações. No entanto, o foco desta pesquisa é o estudo da
auditoria interna.

A auditoria interna, segundo John William Cook (1983), subdivide-se em


auditoria financeira, operacional, e, administrativa:

• Auditoria financeira: Está ligada à área contábil e financeira. Objetiva


examinar a adequação dos registros e procedimentos efetuados pela
empresa, a qualidade do controle interno, a aplicação dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade. Verifica-se o cumprimento das políticas adotadas pela
empresa e as aplicações de recursos e suas rentabilidades.

Para Cook :

“Enquanto, no passado, os aspectos financeiros de uma


auditoria interna predominavam em grande número de
empresas, hoje, em muitas delas, a auditoria financeira tornou-
se uma mera faceta na auditoria interna, de amplo escopo e
bases extensas. Os controles contábeis e financeiros, por si só,
continuam tão importantes como sempre foram para o êxito da
administração e operação de uma negócio; porém os auditores
internos agora levam em conta, juntamente com estes, outros
controles igualmente importantes.”(Cook, 1983, p.247)
23
Auditoria operacional: ultrapassa a fronteira dos aspectos financeiros, e
aborda economia, eficiência e eficácia. Assessora a administração nas
áreas operacionais, verificando se as políticas e objetivos adotados pela
empresa estão sendo seguidos.

Ainda de acordo com John Cook (1983, p.252):

Auditoria Operacional é o termo amplamente usado para descrever a


ingerência da função da auditoria interna em quase todos os aspectos
das operações da empresa. A auditoria operacional orienta-se,
primordialmente, para o futuro e para melhorias que podem ser
traduzidas, enquanto que a auditoria financeira interna, preocupa-se
essencialmente, com o que já se passou, a segurança propiciada pelos
controles existentes. (Cook ,1983, p.252).

Auditoria Administrativa: ocorre em nível de gestão envolvendo a


diretoria e outros grupos relacionados à administração. Está relacionada
ao planejamento estratégico e tático, bem como ao processo de tomada
de decisão e definição das políticas e diretrizes a serem adotadas. Esta
auditoria é feita por auditor independente ou externo.

Conforme William Attie :

“Como a administração necessita fazer-se presente por toda


organização, e em cada um dos sistemas que a compõe, determinando
que tudo funcione e flua normalmente conforme propusera, a auditoria
interna funciona, na realidade, como os olhos da administração.” (Attie,
2007, p. 33).

Atualmente existem outras modalidades de auditoria interna:


auditoria de sistemas, a auditoria de qualidade, a auditoria ambiental e a
auditoria de gestão.
24
a. Auditoria de Sistemas: verifica os procedimentos de segurança no
ambiente informatizado, além de analisar a adequação, a eficácia e a
eficiência dos sistemas.

De acordo com Trevisan Auditores e Consultores:

“Eis outro grande desafio para o auditor de sistemas: expandir sua


atenção além do apoio técnico à auditoria contábil, oferecendo ao
cliente algo a mais que o ajude em seus problemas normais. Tornar-se
seu parceiro, nas decisões estratégicas, proporcionando-lhe serviços
especializados em avaliação de sistemas de forma ampla, nas mais
diversas aplicações, apresentando sugestões que o ajudem a se
manter atuante em seu negócio.”(Trevisan 1996, p. 80).

b. Auditoria de Qualidade: uma das ferramentas utilizadas para a melhoria


dos sistemas de gestão da qualidade é a auditoria da qualidade.
Segundo a ISO 9000:2000 a auditoria pode ser definida como “um
processo sistemático, independente e documentado para se obter
evidência e avaliá-la objetivamente visando determinar a extensão na
qual os critérios de auditoria são entendidos”. De acordo com a norma
ISO 10011 as auditorias são realizadas objetivando:

• Determinar a conformidade ou não conformidade do sistema da


qualidade com os requisitos especificados;

• Determinar a eficácia de um sistema quanto ao atendimento dos


objetivos especificados;

• Identificar os pontos a serem melhorados nos sistemas da qualidade;

• Atender aos requisitos regulamentares, e

• Permitir o registro do sistema da qualidade, chamado de certificação.


25
c. Auditoria Ambiental: segundo a NBR ISO 14001:1996 (ABNT, 1997),
uma organização deve estabelecer e manter procedimentos para
identificar os aspectos ambientais (produtos ou serviços) de suas
atividades, a fim de determinar aqueles que possam ter impacto da
elaboração para as normas série ISO 14000. Tem como objetivo
detectar problemas ou oportunidades em áreas ou atividades como:

• fontes de poluição e medidas de controle e prevenção

• uso de energia e água e medidas de economia

• processos de produção e distribuição

• pesquisas e desenvolvimentos de produtos

• uso, armazanagem, manuseio e transporte de produtos controlados

• subprodutos e desperdícios

• estações de tratamento de águas residuárias (esgoto)

• sítios contaminados

• reformas e manutenções de prédios e instalações

• panes, acidentes e medidas de emergência e mitigação

• saúde ocupacional e segurança do trabalho

d. Auditoria de Gestão: sua função é desempenhada em nível de


planejamento e no processo de tomada de decisão e tem como base a
auditoria operacional. No pensamento de Trevisan (1996, p.44): "A
grande contribuição da auditoria de gestão é fazer ponte entre a alta
administração e os níveis operacionais da empresa, diminuindo o grau
de incerteza no gerenciamento das variáveis externas e internas ao seu
negócio".
26
Diante da diversidade de modalidades de auditoria interna, verifica-se a
abrangência desta técnica, envolvendo diversas áreas e funções dentro da
organização.

2.4. Independência

A independência se faz necessária para a eficiência da auditoria interna.


Esse requisito é alcançado basicamente através do posicionamento na
estrutura organizacional, com apoio irrestrito da alta gerência. O auditor deve
ter acesso a um executivo com autoridade tanto para garantir ampla cobertura
da auditoria interna como para assegurar a tomada de decisão correspondente
ao que foi levantado ou recomendado. Não deve ter restrições a documentos,
ou informações, e seu julgamento deverá ser imparcial dos fatos, sem
tendências ou interferências. Até mesmo os auditores internos vinculados à
própria organização, devem manter-se independentes na sua opinião, livres de
qualquer interferência externa. Se isto acontecer, seu trabalho estará
comprometido e suas conclusões estarão viciadas em relação à integridade
dos fatos.

Todo auditor, tanto interno como externo, deve atuar com objetividade e
autonomia em seus julgamentos, prezando por uma atitude mental
independente, sem tendências. As recomendações do auditor são permitidas e
sempre bem-vindas à organização, não fugindo aos conceitos de objetividade e
independência.

2.5. Fraudes

O profissional de auditoria, conforme Conselho Federal de


Contabilidade, sempre deve comunicar o mais breve possível, de forma verbal
ou escrita, a alta administração da organização auditada sobre descobertas
factuais envolvendo fraude, mesmo que o efeito potencial sobre as
demonstrações contábeis seja insignificante. Em relação a terceiros, o sigilo
27
profissional normalmente impede o auditor de comunicar fraude e/ou erro a tais
pessoas. Entretanto, em determinadas circunstâncias, quando houver
obrigação legal de fazê-lo, ao auditor poderá ser requerida a quebra do sigilo
profissional. Aplicam-se neste caso o Código de Ética Profissional dos
Contabilistas e as Normas Profissionais de Auditor (CFC, 2008).

Como alerta Jorge Rosa da Silva,

"estamos diante de um grande desafio, e para vencê-lo é


preciso, acima de tudo, o preparo adequado. Somente pessoas
bem treinadas e atentas, dotadas de habilidade e de
percepção, podem coibir a ação de fraudadores". (Silva,1995,
p. 12)

A experiência acadêmica e a experiência profissional voltada para a


prevenção de irregularidades sem dúvida constituem-se fatores essenciais no
perfil do auditor.

Além disso, é muito importante num processo de auditoria a postura do


auditor interno. A forma de coleta de informações e a abordagem certa
costumam propiciar bons resultados. As empresas costumam valorizar fatores
de experiência, conhecimento e habilidade para determinar quem serão os
auditores internos, esquecendo-se de observar o quesito comportamento, que
é decisivo para que o processo tenha bons resultados. O auditor não deve ser
se portar como um espião, e sim como alguém que está ali para agregar valor
ao trabalho.

2.6. Normas para o exercício da auditoria interna

As Normas Brasileiras de Auditoria são as regras ditadas pelos órgãos


reguladores da profissão contábil do Brasil e têm por objetivo a regulação da
profissão e atividades bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos
profissionais no desenvolver de seus trabalhos.

As normas atualmente em vigor no Brasil são emitidas em conjunto pelo


CFC (Conselho Federal de Contabilidade), IBRACON (Instituto dos Auditores
28
Independentes do Brasil), Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores
Mobiliários e a Superintendência de Seguros Privados.

No âmbito internacional, a Federação Internacional de Contadores


(IFAC) também emite pronunciamentos através da Comissão de Normas
Internacionais de Auditoria, as quais contém orientações aos países-membros
daquele órgão.

Além das normas sobre auditoria independente (auditoria externa), os


órgãos reguladores também emitem normas a respeito de auditoria interna,
sendo a principal a NBC T 12 (anexo 1 desta monografia). Não há
determinação legal de sua obrigatoriedade na estrutura das empresas. A
implementação da auditoria interna é uma decisão da administração.
Normalmente, apenas as empresas de certa dimensão econômica
implementam uma auditoria interna, reconhecendo, assim, a importância do
auditor interno para avaliar/assegurar a eficácia organizacional.

No Brasil, cabe ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editar


normas e regras contábeis, inclusive sobre auditoria interna e independente, já
que esses ramos da contabilidade devem ser exercidos por contadores.

A Resolução CFC no780/95, de 24-03, item 12.1.1.2, diz: “A auditoria


interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho
Regional de Contabilidade, nesta norma denominada auditor interno.”

Já o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA), fundado em


1960, órgão que congrega os profissionais que atuam na auditoria interna,
declarou as Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna, onde
essas normas, ao contrário das do CFC, não contemplam a auditoria interna
como atividade privativa do contador. Exige-se apenas que o profissional tenha
nível superior, sem necessidade de ser bacharel em ciências contábeis.

Verifica-se que as normas do AUDIBRA colidem com as do CFC.


Independentemente do conflito normativo, o que ocorre na prática são
29
profissionais de diferentes origens acadêmicas desempenhando funções de
auditoria interna nas mais diversas organizações.
30
CAPÍTULO III

AUDITORIA INTERNA - FERRAMENTA ESTRATÉGICA


NAS ORGANIZAÇÕES
As organizações carecem de um plano de atuação sólido e estruturado,
para orientar o processo de gestão e direcionar suas ações a curto e a longo
prazo, exigindo o desenvolvimento de estratégias dinâmicas, para obtenção de
informações relevantes e a definição das diretrizes organizacionais.

De acordo com Zaccarelli:

“Estratégia pode ser definida como um guia para decisões sobre


interações com oponentes de reações imprevisíveis, que compreende
duas partes: ações e reações envolvendo aspectos do negócio e
preparação para obter vantagens nas interações.” Zaccarelli (2000, p.
73):

A cada dia a informação vem se firmando como o pilar da


competitividade, e o nível de otimização do desempenho organizacional está
sujeito à definição de estratégias adequadas à realidade na qual a empresa
está inserida.

A atual competição global tem exigido das empresas um perfil de


aperfeiçoamento dinâmico e contínuo de seus processos, produtos e
funcionários. Nas organizações tradicionalistas e burocráticas isto tem sido
motivo de preocupação, pois esta nova atuação tem se mostrado crucial para a
sobrevivência da empresa.

As decisões ao longo da vida da organização são tomadas a cada


instante. Aquelas relacionadas ao controle visam à melhoria da eficiência e
eficácia operacional, estratégica e administrativa. Para que estas decisões
sejam satisfatórias, elas devem ser baseadas em informações de boa
qualidade, ou seja, provenientes de um ambiente com controles internos bem
definidos e implementados.
31
A auditoria interna surge como ferramenta de apoio para o sistema de
gestão através de procedimentos eficazes e capazes de permitir a melhoria da
qualidade da informação interna, privilegiando a alta gerência a respeito das
diversas atividades operacionais, fornecendo subsídios vantajosos para obter
maior suporte ao processo da tomada de decisão. A administração pode ainda
examinar e acompanhar todas as operações individualmente e de forma
continuada.

A auditoria tem se mostrado ainda como instrumento que colabora para


minimizar riscos inerentes às atividades – riscos financeiros, operacionais e de
adequação às normas e objetivos. A prevenção de fraudes dentro das
organizações são uma das finalidades principais do sistema de auditoria
interna.

Segundo William Attie, “os benefícios das medidas adotadas com


relação aos controles internos são superiores aos custos incorridos em sua
implementação e melhoria”.(ATTIE, 2007,p.42).

De acordo com o Dicionário Houaiss (2002), eficácia significa a


“qualidade ou característica de quem ou do que, num nível de chefia, de
planejamento, chega realmente à consecução de um objetivo” e eficiência é a
“qualidade ou característica de quem ou do que, num nível operacional, cumpre
as suas obrigações e funções quanto a normas e padrões”

Dessa forma, a implantação de uma auditoria interna considerada eficaz,


deve permitir que os gestores estejam bem informados a respeito do
desempenho das operações da organização, e que elas estejam convergindo
para alcançar os objetivos do negócio. Faz-se necessário também o
envolvimento da alta gerência, no sentido de acompanhar os resultados e
adaptar as rotinas de trabalho para que alcancem o resultado esperado.

Vale ressaltar, conforme destacam Marcos D’Ávila e Oliveira, que

“os Controles Internos são, em qualquer caso, operados por


pessoas, que por natureza são falíveis ou susceptíveis a
fraquezas que as levem a influir na eficácia e na eficiência
desses controles.” (D’Ávila e Oliveira 2002,p.31)
32
Em relação à atuação da Auditoria Interna como órgão responsável
pelos controles internos, Marcelo Cavalcante Almeida comenta:

“Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de


controle interno sem que alguém verifique periodicamente
se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado
no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às
novas circunstâncias.” (Almeida 2003,p.70)

Os autores citam alguns exemplos de fatores que podem prejudicar os


resultados dos Controles Internos: julgamentos (sobre o ambiente e o processo
de tomada de decisão), colapsos (fadiga, distração, descuido ou mau
entendimento das instruções e informações recebidas), má intenção da
gerência (por diversas razões, ações podem ser deliberadamente executadas
de forma a encobrir os resultados reais do ambiente controlado),
conspirações(ações semelhantes às anteriores, mas com participação de duas
ou mais pessoas com o objetivo intencional de burlar os controles) e erros no
cálculo ou estimativa da razão custos x benefícios (que podem ser
influenciados pela avaliação incorreta do limite tolerável de risco pela empresa,
em relação ao custo de implementação e manutenção dos Controles Internos)

Para evitar esses riscos, Attie (2007) recomenda algumas ações para
reforçar a eficiência e a eficácia dos Controles Internos:

a) Recompensar quem busca os controles para prevenir contra perdas;

b) Disciplinar a obediência às políticas, práticas e procedimentos;

c) Enfatizar a revisão dos relatórios de auditoria;

d) Inquirir todo o pessoal quanto ao funcionamento dos controles;

e) Analisar a pressão exercida para crescimento e seus benefícios;

f) Enfatizar o recrutamento e aplicação do pessoal quanto à


observação dos padrões éticos da organização;

g) Avaliar os programas de treinamento quanto à inclusão de temas


sobre o valor da disciplina dos Controles Internos .
33
Assim, é notório que o posicionamento alta administração com relação à
auditoria interna é crucial para a conscientização dos funcionários. É
importante que a equipe envolvida neste processo entenda o real objetivo das
auditorias, desmistificando alguns mitos e esclarecendo que ninguém está em
busca de culpados, e sim, procurando garantir a aderência do sistema às
normas e políticas da organização e também melhorar os processos.

Segundo Attie,

“As organizações empenhadas em manter um sistema sadio de


controles internos obtêm sucesso porque os administradores fixam as
regras do jogo. Tais organizações trazem à luz o comportamento que
desejam que seja praticado e eliminam o comportamento que segundo
elas deve ser punido “(ATTIE, 2007,p.45).

Tal atitude mostra à equipe a importância e seriedade com que a


empresa lida com o assunto e incentiva o surgimento de um ambiente coletivo
propício à evolução das boas práticas de negócio e administração.

Pinheiro (2005) afirma que o sucesso da auditoria interna passa por um


processo de alquimia, reunindo auditores profissionalmente inteligentes,

altamente motivados e comprometidos com o sucesso da empresa onde estão


inseridos, com a responsabilidade de contribuir para a manutenção de um
controle interno sadio e ajustado aos principais objetivos estratégicos da
empresa. Neste novo contexto a função auditoria interna será um centro de
excelência para formar quadros altamente qualificados, para garantir um
sistema de controle interno eficaz no seio da empresa e com comportamentos
éticos irrepreensíveis.
34
CONCLUSÃO
A constante evolução dos negócios, o ambiente globalizado, a freqüente
escassez de recursos, exige das empresas uma atitude pró-ativa na gestão de
suas atividades. Administrar estrategicamente é condição imprescindível para a
gestão moderna. À medida que uma organização evolui atingindo um
determinado porte, é natural que a alta gerência não tenha mais condições de
acompanhar de perto as atividades com a mesma eficiência, e a ausência de
visão gerencial pode repercutir negativamente nos resultados. Entretanto, a
utilização de ferramentas de controle tal como a implantação da auditoria
interna, tem se mostrado relevante para as organizações no sentido de apoiar
a alta gerência no processo de controle e avaliação de resultados.

Dentro deste contexto, fica claro que a auditoria interna pode exercer
uma função essencial na organização, contribuindo para a introdução de
melhorias e a evolução da instituição, através de seus relatórios com as
observações e recomendações, além de reduzir sistematicamente as
possibilidades de fraudes e erros e eliminar atividades que não agregam valor
à empresa.

É impensável gerir riscos de uma organização sem fazer uso da


auditoria interna como instrumento de gestão estratégica, já que um dos
produtos desta implantação é a identificação dos fatores que podem impedir
sua melhoria e até mesmo a prestação de auxílio nos processos de correção.
Levam vantagem as organizações que perceberem o quanto antes que os
processos de auditoria interna vão muito além do cumprimento a novas
exigências regulatórias. Aperfeiçoar o ambiente de controles internos e
administrar satisfatoriamente os riscos são fatores essenciais para a
organização manter-se no mercado que encontra-se altamente competitivo e
onde a transparência e a segurança são fatores indispensáveis nos dias de
hoje.

Apesar das vantagens que a implantação da auditoria interna pode


proporcionar, é válido ressaltar que não existe garantia total de que os
35
objetivos serão atingidos. Esta atividade está suscetível a atitudes fraudulentas
por parte da equipe envolvida no processo, onde os interesses diferem do que
a alta administração deseja. O sucesso está condicionado a um conjunto
integrado de estratégias e práticas que levam ao comprometimento da equipe
para se adequar a possíveis mudanças, à capacidade do auditor para
identificação das vulnerabilidades, ao compromisso da administração com a
melhoria contínua através de avaliações habituais e implementação de
medidas corretivas conforme necessário.

Em linhas gerais, a pesquisa realizada ratifica o processo de


consolidação da auditoria interna nas organizações, destacando seu auxílio
para a gestão dos riscos de negócio e sua contribuição no suporte à
governança corporativa, aprimorando os processos, a melhorando a eficiência
operacional e a aderência às normas internas e externas.
36

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT 12).


37

ANEXO 1

INTERNET

http://www.cfc.org.br/uparq/Normas_Brasileiras_de_Contabilidade.pdf

Publicada no Diário Oficial da União de 28/11/2003

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 12 – DA AUDITORIA INTERNA

12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

12.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna

12.1.1.1 – Esta norma trata da atividade e dos procedimentos de Auditoria


Interna Contábil, doravante denominada Auditoria Interna.

12.1.1.2 – A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de direito


público, interno ou externo, e de direito privado.

12.1.1.3 – A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações,


levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a
avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos
processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao
ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração
da entidade no cumprimento de seus objetivos.

12.1.1.4 – A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos,


com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio
da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas nos
relatórios.
38
12.1.2 – Papéis de Trabalho

12.1.2.1 – A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis de


trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados
e arquivados de forma sistemática e racional.

12.1.2.2 – Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos fatos,


informações e provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os
exames realizados e dar suporte à sua opinião, críticas, sugestões e
recomendações.

12.1.2.3 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe


suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da
oportunidade e da extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados,
bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.

12.1.2.4 – Análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos devem


ter sua integridade verificada sempre que forem anexados aos papéis de
trabalho.

12.1.3 – Fraude e Erro

12.1.3.1 – A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no


trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre
por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de
irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

12.1.3.2 – O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou


manipulação de transações e operações, adulteração de documentos,
registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos
físicos quanto monetários.

12.1.3.3 – O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão,


desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de
registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e
operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS


39
12.2.1 – Planejamento da Auditoria Interna

12.2.1.1 – O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os


exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir
a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pela administração da entidade.

12.2.1.2 – O planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução


dos trabalhos, especialmente os seguintes:

a) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos

de gestão de riscos da entidade;

b) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas


contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade;

c) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria


interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da
entidade;

d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que


estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna;

e) o uso do trabalho de especialistas;

f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das


transações e operações;

g) o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a


trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;

h) as orientações e as expectativas externadas pela administração aos


auditores internos; e

i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

12.2.1.3 – O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalho


formalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à compreensão
dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade,
extensão, equipe técnica e uso de especialistas.
40
12.2.1.4 – Os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a servir
como guia e meio de controle de execução do trabalho, devendo ser revisados
e atualizados sempre que as circunstâncias o exigirem.

12.2.2 – Riscos da Auditoria Interna

12.2.2.1 – A análise dos riscos da Auditoria Interna deve ser feita na fase de
planejamento dos trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se
atingir, de forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem
ser considerados, principalmente, os seguintes aspectos:

a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos


procedimentos da Auditoria Interna, a serem aplicados, considerando o volume
ou a complexidade das transações e das operações;

b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de


especialistas.

12.2.3 – Procedimentos da Auditoria Interna

12.2.3.1 – Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e


investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que
permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas
conclusões e recomendações à administração da entidade.

12.2.3.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança


de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo
funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e
administradores da entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os
seguintes procedimentos:

a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;

b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de


sua execução; e

c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas


físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou
fora da entidade.
41
12.2.3.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à
suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de
informação da entidade.

12.2.3.4 – As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna


são denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas,
relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e
recomendações à administração da entidade.

12.2.3.5 – O processo de obtenção e avaliação das informações compreende:

I – a obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos objetivos e


ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que:

a) a informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma


que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que
o auditor interno;

b) a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor


evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria
Interna;

c) a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às


recomendações da Auditoria Interna;

d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas.

II – a avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a aplicação


de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes substantivos, se as
circunstâncias assim o exigirem.

12.2.3.6 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável


segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo
atingido.

12.2.3.7 – Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar que


as contingências ativas e passivas relevantes – decorrentes de processos
judiciais e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de
42
lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, - foram identificadas e
são do conhecimento da administração da entidade.

12.2.3.8 – No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser


examinada a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, das
Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e
societária, bem como o cumprimento das normas reguladoras a que estiver
sujeita à entidade.

12.2.4 – Amostragem

12.2.4.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um método de


seleção de itens a serem testados, podem ser empregadas técnicas de
amostragem.

12.2.4.2 – Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve ser


projetada e selecionada uma amostra que possa proporcionar evidência de
auditoria suficiente e apropriada.

12.2.5 – Processamento Eletrônico de Dados – PED

12.2.5.1 – A utilização de processamento eletrônico de dados pela entidade


requer que exista, na equipe da Auditoria Interna, profissional com
conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e os sistemas de
informação utilizados.

12.2.5.2 – O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego


de recursos tecnológicos de processamento de informações, requer que exista
na equipe da Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de
forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar,
supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DA AUDITORIA INTERNA

12.3.1 – O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o


resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e
imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões,
43
recomendações e providências a serem tomadas pela administração da
entidade.

12.3.2 – O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes


aspectos:

a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;

b) a metodologia adotada;

c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;

d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) os riscos associados aos fatos constatados; e

g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.


12.3.3 – O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha
solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a
confidencialidade do seu conteúdo.

12.3.4 – A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório


parcial, na hipótese de constatar impropriedades/irregularidades/ ilegalidades
que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e que
não possam aguardar o final dos exames, considerando o disposto no item
12.1.3.1.
44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Resolução 3.081, de 29 de maio de 2003. Disponível em
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Disponível em. http://www.cvm.gov.br/. Acesso em novembro de 2008.

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Tradução Autorizada. 7ª ed. (idioma inglês de Modern Auditing). São Paulo:
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ZACCARELLI, S. B. Administração estratégica da produção. São Paulo: Atlas,


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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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