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Relatório de experimento I:
Determinação da viscosidade dinâmica pela Lei de Stokes

Nikole Coelho Silva 118111199


Professor: Eudésio de Oliveira
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química I

Campina Grande – PB, 08 de maio de 2019


1- Introdução
O movimento de um corpo em um meio viscoso é influenciado pela ação
de uma força viscosa Fv (Força de arraste), proporcional à velocidade (v), e
definida pela relação:
𝐹𝑣 = 𝑏 ∗ 𝑣 (1), conhecida como lei de Stokes.

No caso de esferas em baixas velocidades a Lei de Stokes é escrita da


seguinte maneira:
𝐹𝑣 = 6 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝜇 ∗ 𝑉𝑡 (2)
Onde r é o raio da esfera, µ é a viscosidade dinâmica do fluido e Vt é a
velocidade terminal.
Obs.: A velocidade terminal é uma correção desenvolvida empiricamente para
a verdadeira velocidade da esfera no fluido, pois quando a esfera entra no tubo
esta sofre efeitos de borda onde aumenta sua velocidade real. A velocidade
terminal é dada por:
𝑟
𝑉𝑡 = 𝑉𝑚(1 + 2,4 ∗ 𝑅) (3),
Onde Vm é a velocidade medida, r é o raio da esfera e R o raio do tubo,
observa-se que quando R>>r, temos que Vt = Vm.

Se uma esfera de densidade maior que a de um líquido for solta na


superfície do mesmo, no instante inicial a velocidade é zero , mas a força
resultante acelera a esfera de forma que sua velocidade vai aumentando, mas
de forma não uniforme. Pode-se verificar que a velocidade aumenta não –
uniformemente com o tempo, mas atinge um valor limite, que ocorre quando a
força resultante for nula.
As três forças que atua sobre a esfera estão representadas como mostra
a figura abaixo:

Forças que atuam sobre a esfera num meio viscoso.

 Onde E é o empuxo do liquido sobre a esfera, é dado por:


𝐸 = 𝑀𝑓𝑑 ∗ 𝑔 (4),

4
Onde 𝑀𝑓𝑑 = 𝜌𝑙 ∗ 𝑣𝑙 (5) e 𝑉𝑙 = 𝑉𝑒𝑠 = 3 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟³ (6),
Substituindo (5) e (6) em (4), temos:

4
𝐸 = 𝜌𝑙 ∗ ∗ 𝜋 ∗ 𝑟³ ∗ 𝑔 (7).
3
l  Densidade do liquído;
r  Raio da esfera;
g  aceleração da gravidade;

 Onde P é o peso da esfera, é dado por:


4
𝑃 = 𝑀𝑒 ∗ 𝑔 (8), onde 𝑀𝑒 = 𝜌𝑒 ∗ 3 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟³ (9),
Substituindo (9) em (8), temos:

4
𝑃 = 𝜌𝑒 ∗ ∗ 𝜋 ∗ 𝑟³ ∗ 𝑔 (10)
3
e  densidade da esfera;
r  Raio da esfera;

Utilizando a condição de equilíbrio quando a resultante é nula, temos:

𝐸 + 𝐹𝑣 − 𝑃 = 0 e 𝐹𝑣 = 𝑃 − 𝐸 (11)

Substituindo as equações (10), (7) e (2) em (11), temos:

4 4
6 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝜇 ∗ 𝑉𝑡 = 𝜌𝑒 ∗ ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝑔 − 𝜌𝑙 ∗ ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝑔
3 3
4
6 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝜇 ∗ 𝑉𝑡 = 3 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟³ ∗ 𝑔 ∗ ( 𝜌𝑒 − 𝜌𝑙)

2 𝑔∗𝑟 2 ∗(𝜌𝐸−𝜌𝑙)
𝜇=9∗ 𝑉𝑡
(12).
Portanto por meio da lei de Stokes é possível determinar a viscosidade
dinâmica de um fluido.

2- Objetivo
O objetivo desse experimento é investigar o movimento de uma esfera em
um meio viscoso, e determinar a viscosidade deste meio através da aplicação
da lei te Stokes.

3-Fundamentação Teórica
3.1-Metodologia
Materiais utilizados

 Provetas
 Balança Analítica
 Tubo de Vidro
 Cronômetro
 Termômetro
 Fita Adesiva
 Régua graduada
 Esferas de Vidro (𝜌 = 2,57 𝑔/𝑐𝑚³)
 Óleo de Soja
 Detergente

Procedimentos experimentais

Selecionaram-se dez esferas de vidro, cinco a serem utilizadas na


medição da viscosidade do óleo e cinco, na medição da viscosidade do
detergente. Em seguida, pesaram-se as esferas, de cinco em cinco, na balança
analítica. O peso entre cada grupo de cinco esferas foi dividido por cinco, para
se encontrar a média. Com a massa média, foi possível calcular o raio médio
3𝑚
entre elas: 𝑟3 = (13)
4𝜋𝜌

Com a intenção de determinar as densidades do óleo e do detergente,


pesou-se, na balança analítica, a proveta vazia, em seguida taramos a balança,
depois preenchemos a proveta com óleo de soja até completar o volume de 10
mL, anotando-se o valor da massa encontrada. Em seguida, repetiu-se o
mesmo procedimento para o detergente, anotando-se o valor da massa
encontrada. Com esses dados coletados é possível determinar a densidade de
cada fluido.
Utilizou-se o arranjo experimental conforme mostre a figura abaixo:

As esferas foram soltas, uma por uma, em cada


fluido, que se encontrava em tubos, e, com o auxílio
de um cronômetro, marcou-se o tempo que cada
uma levou para completar a trajetória do ponto L0 ao
ponto L.

3.3 – Resultados
Determinando a densidade dos líquidos utilizados para a verificação da
viscosidade:

Massa
Proveta I 1,7558g
(óleo)
Proveta II 1,8614g
(detergente)

𝑚 1,7558
i) Densidade do óleo: 𝜌 =  ó𝑙𝑒𝑜 =  ó𝑙𝑒𝑜 = 0,8779𝑔/𝑐𝑚³
𝑉 2
1,8614
ii) Densidade do detergente: 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 =  𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0,9307 𝑔/𝑐𝑚³
2

Dados para o raio médio das esferas:


Massa Média (g) Raio Médio (cm)
Esferas para o óleo 0,06782 0,2642
Esferas para o detergente 0,08004 0,2739

Anotou-se o tempo médio que cada esfera levou para percorrer a


trajetória:

Comprimento da trajetória:
Lóleo= 30 cm;
Ldetergente= 14 cm.
Diâmetro do tubo:
Dóleo= 8,3 cm;
Ddetergente= 2,8 cm.

Tempo (s) Óleo Detergente


1,89
T1 4,6
2,94
T2 4,26
2,29
T3 3,83
2,08
T4 4,43
2,24
T5 4,26
2,29
T médio 4,28
A partir do tempo médio determinamos primeiro a velocidade média da
esfera sem o efeito de borda:
𝐿
𝑉0 =
𝑇𝑚é𝑑
30 𝑐𝑚
𝑉0(ó𝑙𝑒𝑜) =
2,29 𝑠
 𝑉0(ó𝑙𝑒𝑜) = 13,10 𝑐𝑚/𝑠 = 0,1310 𝑚/𝑠
14 𝑐𝑚
𝑉0(𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒) =
4,28 𝑠
 𝑉0(𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒) = 3,27 𝑐𝑚/𝑠 = 0,0327 𝑚/𝑠

Utilizando a equação (3), para determinar a velocidade terminal:

0,2642
𝑣ó𝑙𝑒𝑜 = 13,10 [1 + 2,4 (
4,15
)]  𝑣ó𝑙𝑒𝑜 = 15,10 𝑐𝑚/𝑠

0,2739
𝑣𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 3,27 [1 + 2,4 (
1,4
)]  𝑣𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 4,8 𝑐𝑚/𝑠

Finalmente calcula-se a viscosidade dinâmica para o óleo e para o


detergente utilizando a equação (12):

2 𝑔∗𝑟 2 ∗(𝜌𝐸−𝜌𝑙)
𝜇= ∗
9 𝑉𝑡

2×0,26422 ×9,80(2,57−0,8779)
𝜇ó𝑙𝑒𝑜 =
9×15,10
 𝜇ó𝑙𝑒𝑜 = 0,0170 g/cm. s

2×0,27392 ×9,80(2,57−0,9307)
𝜇𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 =
9×4,8
 𝜇𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0,0558 g/
cm. s

Força de atrito: 𝐹𝑟 = 6𝜋𝑟𝜇𝑣𝑡

Óleo: 𝐹𝑟 = 6 ∗ 𝜋 ∗ 0,2642 ∗ 0,0170 ∗ 15,10 = 1,278 𝑁

Detergente: 𝐹𝑟 = 6 ∗ 𝜋 ∗ 0,2739 ∗ 0,0558 ∗ 4,8 = 1,382 𝑁

Utilizando o valor teórico encontrado para a viscosidade do óleo e do


detergente, para determinar o erro experimental:
𝑔 𝑔
𝜇ó𝑙𝑒𝑜 = 0,67 𝜇𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 1,25
𝑐𝑚.𝑠 𝑐𝑚.𝑠
|0,67−0,0170|
𝐸(%)ó𝑙𝑒𝑜 = × 100 = 97,5%
0,67

|1,25−0,0558|
𝐸(%)𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = × 100 = 95,5%
1,25

4- Conclusão
A partir da realização do experimento, podemos observar que os
objetivos foram alcançados, visto que é possível determinar a viscosidade de
uma substância a partir da Lei de Stokes. Contudo, é possível que o
experimento tenha sido prejudicado por erros, como a inexatidão dos raios das
esferas, assim como suas massas, já que utilizamos a média entre elas e não
os reais valores. A contagem do tempo de queda das esferas também pode
não ter sido exata.

5- Referências bibliográficas
Bird, Stewart Lightfott; Fenômenos de Transport. Ed 2ª 2004

http://www.ifi.unicamp.br/leb/f229ELZA08/Exp10-Viscosidade-Lei%20de%20Stokes-R1.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leo_de_soja

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