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Tema 06
Momento Linear
Tema 06
Momento Linear
Autoria: João Bosco de Moura Filho
Como citar esse documento:
MOURA FILHO, João Bosco de. Física B: Momento Linear. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2016.
Índice
CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA
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© 2016 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.
CONVITEÀLEITURA
Nesse tema estudaremos sobre momento linear, analisando algumas de suas aplicações ao cálculo do impulso e
como aparece durante as colisões.
Na parte inicial trataremos do conceito do momento linear abordando a sua definição e traçando a relação com a
Segunda Lei de Newton, logo em seguida abordaremos como o momento linear é aplicado ao centro de massa de um
sistema de partículas.
Dando continuidade, veremos sobre impulso e colisão, identificando como podemos fazer o cálculo do impulso e como
ele está definido. Na parte referente à colisão estudaremos sobre as colisões elástica e inelástica, compreendendo como
elas se distinguem e quais as consequências práticas dessa diferença.
Ao longo do desenvolvimento teórico são abordados alguns exercícios resolvidos para auxiliar na compreensão da
aplicação do que foi abordado.
PORDENTRODOTEMA
1. Momento Linear
A palavra momento pode apresentar vários significados, dependendo do contexto em que é empregada. Na física ela
usualmente é utilizada para representar uma grandeza vetorial relacionada à velocidade e à massa de uma partícula.
Desse modo, o momento linear de uma partícula é expresso por:
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onde:
m: é a massa da partícula
A primeira formulação de Newton para a Segunda Lei estava relacionada à variação do momento linear pela variação
no tempo:
sendo essa a relação mais usual para a Segunda Lei de Newton como a conhecemos.
Exemplo 1: A locomotiva é a parte de um trem que tem como função puxar os vagões. No ano de 1804, Richard construiu
a primeira locomotiva a vapor com capacidade para transportar aproximadamente 25 toneladas.
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Figura 1 - Foto de uma locomotiva.
Determine o momento linear total do sistema sendo puxado pela locomotiva desenvolvida por Richard quando ela atinge
uma velocidade de 54 km/h. Considere que a massa da locomotiva seja aproximadamente 10 mil kg.
Resolução:
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Massa da carga: 25 000 kg
Para um sistema que tem “n” partículas podemos definir o momento linear como sendo a soma dos momentos
lineares sobre cada uma das partículas, desse modo temos:
vamos escrever essa equação com relação ao centro de massa, portanto, para o posicionamento de cada centro de
massa temos:
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derivando a equação em relação ao tempo:
Logo, podemos substituir na relação do momento linear que passa a ser escrita como:
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note que essa é a resultante das forças externas atuantes no sistema de partículas. Para que se modifique o momento
linear do sistema ou de uma partícula desse sistema é necessário que haja uma força externa atuando no sistema.
Exemplo 2: Considere um sistema com três partículas, que estão se movendo com velocidade V1 de 10 m/s na direção
x, V2 de 8 m/s na direção y e V3 de 5 m/s na direção x e 8 m/s na direção y. Determine o módulo do momento linear no
centro de massa do sistema, sabendo que as partículas têm massas iguais a 2 kg.
Figura 2 - Representação do exemplo 2.
Fonte: O autor.
Resolução
Dados do problema:
Massa: m1=m2=m3= 2 kg
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PORDENTRODOTEMA
V1 : 10 m/s na direção x,
V2 : 8 m/s na direção – y e
Para o cálculo do momento vamos fazer a componente em cada uma das direções, desse modo temos:
O módulo será:
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1.2 Conservação do Momento Linear
A conservação do momento linear irá ocorrer sobre um sistema fechado e isolado, ou seja, que não realiza troca
de matéria e não tem forças externas atuando. Desse modo, temos que a força resultante externa atuante sobre o
sistema é nula, logo:
desse modo:
lembre-se: para uma derivada resultar em zero a função tem que ser constante.
Exemplo 3: Considere que um corpo de 10 kg, inicialmente em repouso, sofra uma explosão e divide-se em quatro
pedaços, sendo que o primeiro pedaço apresenta 3 kg e velocidade de 12 m/s na direção x e 6 m/s na direção y, o
segundo tem 2 kg e velocidade de 7 m/s na direção – x e 8 m/s na direção – y e o terceiro tem 3,5 kg e velocidade 9 m/s
na direção – x e 8 m/s na direção y. Determine o módulo da velocidade do quarto pedaço.
Resolução
Antes da explosão:
Massa: 10 kg
Velocidade: 0 m/s.
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Depois da explosão:
Partícula 1:
Massa: 3 kg
Partícula 2:
Massa: 2 kg
Partícula 3:
Massa: 3,5 kg
Partícula 4:
Massa: 1,5 kg
Velocidade: ??
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vamos decompor em “x” e “y” , desse modo temos:
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Para o módulo da velocidade:
2. Colisões e Impulso
Uma partícula sofre a ação de uma força que faz com que haja uma mudança em sua velocidade
Sendo essa relação conhecida como Teorema do Momento Linear e Impulso, podemos ainda escrever como:
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em termos das componentes em “x” e “y” , podemos escrever como:
Para a relação do impulso com a força podemos escrever com relação à força média atuante em um intervalo de tempo:
Exemplo 4: Na construção é utilizado um mecanismo chamado de bate estaca, que consiste em uma peça metálica de
grande massa (pilão representado na Figura 3) que é solto de uma certa altura, fazendo com que uma estaca seja fixa na
terra. Considerando que a estaca tenha uma massa de 30 toneladas e que o tempo de impacto seja de 0,27 s. Determine
o impulso e a força média causada por uma queda de 20 metros do pilão.
Figura 3 - Pilão de uma bate estaca.
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Resolução:
Massa: 30 000 kg
Tempo: 0,27 s
Altura: 20 m
Considerando que o pilão sofra uma queda livre, podemos calcular a velocidade com que ele chega ao solo:
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Para a força média:
Vamos aprofundar os estudos das colisões, mas antes disso vamos delimitar nosso caso de estudo ao caso dos sistemas
isolados, ou sej, não há uma força externa atuando sobre o sistema. Além do momento linear envolvido nas colisões,
também estaremos interessados na relação da energia cinética. As colisões podem ser divididas em dois grupos, sendo
eles:
• Colisão inelástica
• Colisão elástica
A colisão inelástica consiste no caso onde durante a colisão ocorre transformação de energia cinética em outras
formas de energia, por exemplo, em energia térmica ou sonora. Lembre: nesse caso da colisão de um carro que ao se
chocar tem uma deformação da sua estrutura.
Pela conservação do momento linear das partículas do sistema podemos escrever que:
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Para um sistema com duas partículas que estão se movendo em uma direção temos:
Sempre que ocorre alguma perda da energia cinética, desse modo consideramos a colisão inelástica, mas ainda podemos
ter um caso específico que é quando após a colisão os dois corpos permanecem juntos, nesse caso chamamos a colisão
de perfeitamente inelástica, conforme ilustrado na Figura 4.
Figura 4 - Colisão perfeitamente inelástica.
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Como a velocidade inicial da segunda partícula é zero, temos que:
note que:
desse modo:
Exemplo 5: Em uma rodovia uma carreta (A) está a 90 km/h quando sofre uma colisão frontal com um carro (B) com uma
velocidade de 108 km/h, conforme ilustrado na Figura 5. Sabendo que a massa da carreta é de 30 mil kg e a do carro é
de 700 kg. Considerando que a colisão foi perfeitamente inelástica, qual é a velocidade final?
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Figura 5 - Representação do exemplo 5.
Resolução
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onde as velocidade finais são iguais, logo:
pelos valores:
A colisão elástica consiste no caso em que a energia cinética é conservada, ou seja, não há transformação de
energia em outras formas, na prática aproximamos algumas situações inelásticas em que há pouca perda de energia
cinética para uma colisão elástica.
Note que essa é a energia cinética do sistema, a energia cinética de uma partícula individual do sistema pode sofrer
variação.
Considerando uma colisão entre duas partículas, sendo que a segunda encontra-se inicialmente em repouso, em uma
dimensão podemos escrever pela relação da energia cinética que:
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PORDENTRODOTEMA
vamos montar um sistema para obter duas relações para as velocidades finais:
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isolando na segunda equação a velocidade final e substituindo na primeira, temos:
substituindo:
eq. I
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dividindo as equações temos:
substituindo em eq I. :
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Logo, temos as duas equações para as velocidades finais:
Exemplo 6 - Duas partículas de massa, uma com 3 kg e outra com 5 kg, sofrem uma colisão elástica, conforme ilustrado
na Figura 6:
Figura 6 - Ilustração do exemplo 6.
Fonte: O autor.
M1= 3kg
M2 = 5 kg
V1i = 4 m/s
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A velocidade final da partícula 1 é:
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a representação após a colisão:
Figura 7 - Representação após a colisão das partículas da Figura 6.
Fonte: O autor.
Resposta: A velocidade final da partícula 1 é de – 1 m/s e da partícula 2 é de 3 m/s.
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ACOMPANHENAWEB
Cursos Unicamp: Física Geral 1 / aula 16
• Nesse vídeo você verá sobre momento linear. Na parte inicial do vídeo é realizado um exercício
para relembrar o conceito de centro de massa, logo em seguida é definido o momento linear
para uma partícula.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sATEFy8PtiY>. Acesso em: 07/01/2016
Tempo: 44:53.
• Nesse vídeo será visto sobre momento linear sendo aplicado à colisão. Ao longo do vídeo
são apresentadas algumas situações envolvendo colisões. Veja os casos citados e quais as
diferentes teorias envolvidas em cada um dos casos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fqZgMJVZhMU>. Acesso em: 07/01/2016
Tempo: 13:09.
• Esse artigo trata sobre uma metodologia utilizada para o ensino de alguns conceitos da Física,
ao longo da leitura você poderá observar a situação física e como essa é abordada. Aproveite a
leitura para o enriquecimento do seu vocabulário e identificar formas novas de compreensão dos
conceitos físicos, faça ligação com os temas estudados na aula.
Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/dados/rab/_ousodeanalogiasnoensinod.artigocompleto.pdf>.
Acesso em: 10/01/16
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Colisão Com o “Efeito Estilingue”
• Esse artigo faz referência a alguns tipos de colisões, trazendo a parte teórica e quais os
conceitos físicos existentes. Além da teoria, são abordados alguns exemplos práticos. Aproveite
a leitura para identificar os conceitos abordados na aula que são tratados no artigo.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v32n3/v32n3a05.pdf>. Acesso em: 11/01/16
AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Em um acelerador de partícula, um próton, com massa 1,67.1027 kg, é acelerado de forma retilínea com 3,6 . 1015 m/s2. Considere
que a velocidade do próton passa de 2,4. 107 m/s para 3,2. 107 m/s, determine o aumento do momento linear do próton.
Questão 2
Uma pessoa deixa cair uma bola de sinuca verticalmente. Sabendo que a massa de uma bola de sinuca é 150 g e a altura da
queda é de 1,5 m com a velocidade antes do impacto de 3 m/s e logo depois de 2,5 m/s. Determine o impulso que a bola sofreu.
Questão 3
Um dispositivo é desenvolvido por acadêmicos de engenharia e após uma pequena explosão divide-se em três pedaços. A ex-
plosão ocorre com o objeto em repouso e logo após a explosão o primeiro pedaço de massa m desloca-se com velocidade de 20
m/s na direção x, o segundo também de massa m tem velocidade de 15 m/s na direção y, determine o módulo da velocidade do
terceiro pedaço que tem massa 2 m.
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AGORAÉASUAVEZ
Questão 4
Duas esferas “A” e “B” , sendo que a segunda está incialmente em repouso, sofrem uma colisão elástica. A massa da primeira
esfera é de 2 kg e da segunda é 1,5 kg.
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AGORAÉASUAVEZ
Questão 5
A figura ilustra duas bolas de bilhar, ambas de 400 g de massa sobre uma colisão frontal. Antes da colisão a velocidade de ambas
era 6 m/s e logo após a colisão a bola “A” sai com velocidade em módulo de 4 m/s e a outra com o dobro dessa velocidade. Sobre
a colisão sofrida pela bola “A” e considerando que essa tenha durado 0,2 s é correto afirmar que:
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FINALIZANDO
Nesse tema você viu sobre trabalho e energia cinética. Na parte inicial temos as definições de trabalho e energia.
Ao longo do texto são realizadas algumas demonstrações e são apresentados exemplos para auxiliar na compreensão
da aplicação dos conceitos abordados. Note que as relações do trabalho podem ser via a força aplicada ou pela variação
da energia cinética. Na parte final temos a definição de potência, juntamente com exemplo do seu cálculo.
REFERÊNCIAS
NUSSENZVEIG, M. Curso de Física Básica: Mecânica. 4. ed. Editora Edgard Blücher, 2003.
SILVEIRA, F. L., BRAUM LUVI, F. M., BRUM, T. Colisão com o “efeito estilingue”. Sociedade Brasileira de Física, 2011.
Disponível em <https://www.rbcdh.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/6275/12765>. Acessado em: 11/01/16
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros - Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica. 5. ed. LTC,
2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; E. WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 2. 9ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 2012.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. F. Física I. 10. ed. Prentice-Hall, 2004.
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GLOSSÁRIO
Colisão: um choque entre dois ou mais corpos, quando dois corpos batem um contra o outro.
Conservação: vem do verbo conservar, que significa manter uma determinada característica ao longo do tempo.
Impulso: é uma grandeza física vetorial que mede a variação da quantidade de momento de um objeto.
Momento linear: é uma grandeza física vetorial definida pelo produto da massa de um corpo pela sua velocidade.
GABARITO
Questão 1
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Resposta: A variação do módulo do momento linear é de 1,34.10–20 kg.m/s.
Questão 2
Resposta: Retirando os dados do problema:
Altura: 1,5 m
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pelos valores:
Questão 3
Antes da explosão:
Massa: m+m+2m
Velocidade: 0 m/s.
Depois da explosão:
Partícula 1:
Massa: m
Partícula 2:
Massa: m
Partícula 3:
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Massa: 2m
Velocidade: ??
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Para o módulo da velocidade:
Questão 4
Resposta: Alternativa D.
VA = 10 m/s
mA = 2 kg
VB = 0 m/s
mB = 1,5 kg
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pelos valores temos:
Questão 5
Resposta: Alternativa A.
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Tempo: 0,2 s
Note que como queremos saber a informação da bola “A”, vamos desconsiderar a outra bola. Pela relação do impulso
com o momento linear temos:
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