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RESUMO
Este trabalho tem por objetivo a inserção da História da Ciência como elemento
incentivador para o desenvolvimento da cultura científica, histórica e social. O trabalho
aqui proposto é uma relação (e/ou conexão) das ciências com a sócio- história, pois o
modelo proposto pelos currículos escolares é dissociada da cultura, do cotidiano, que
sempre classifica a Ciência como verdadeira e absoluta. Questões do âmbito social e
tecnológico nos permite fazer uma avaliação e uma análise mais críticas dessa ciência
feita por “pessoas”. Por isso este trabalho tende a elaborar estratégias para inserção da
História da Ciência através de um tema gerador, que no caso temos Santos Dumont e os
conceitos físicos relacionados à hidrostática em seus experimentos.
Abordagem da História da Ciência nos livros de Física no ensino médio, consiste na sua
maioria de pequenos textos que relatam ora a vida do cientista ora sua descoberta de um
determinado fenômeno. Essa maneira de apresentação e de uso da História da Ciência
perpetua a idéia de que a ciência é produzida por pessoas de mentes brilhantes e
privilegiadas e que quase nunca trabalham arduamente sobre seu objeto de pesquisa,
produzindo assim uma ciência acabada e absolutamente verdadeira. As Ciências Físicas
têm como características o desenvolvimento de modelos e princípios que, se forem
analisados ou estudados em conjunto com a História da Ciência, darão uma contribuição
de como nossa sociedade modificou sua visão de mundo. Ao falarmos de Física, não
podemos deixar para trás a história dessa ciência: quem foi o cientista? O que o
influenciava? Como era a sociedade naquela época? São questões interessantes que nos
ajudam a enfatizar a relação da Física com a cultura, com aspectos tecnológicos e
também sociais.
INTRODUÇÃO
Em 1897, após a morte seu pai , Santos Dumont retorna a Paris e fixa residência na Rue
d’ Edimburg, 26. Após algumas aventuras em corridas de monotriciclo e escaladas, retorna ao
antigo desejo de vôo num balão, que fascinara primeiramente em São Paulo e depois na cidade
luz quando foi com seu pai Henrique Dumont e sua mãe Maria.
Depois de inúmeras tentativas de alçar-se ao ar junto a um balão, deparou-se com nomes
Aléxis Machuron e Henri Lachambre, construtores de balões e escritores, seus nomes eram
conhecidos desde Santos Dumont lera o livro intitulado “Andrée au Póle Nord em Ballon”, assim
lança-se ao ar num balão de 750 metros cúbicos.
“Foi nos fins de 1897 que eu levantei vôo pela primeira vez num balão esférico,
como passageiro do sr. Machuron, que justamente havia retornado de Spitzberg. Ele
havia ido para lá para inflar o balão de Andrée e deixou o impetuoso sueco pronto
para a partida com seus companheiros de desastre”.2
A partir daí foram muitos vôos; uns acompanhados com o senhor Machuron e lachambre,
depois sozinho. Após a primeira experiência num balão, Santos Dumont decide ter seu próprio
balão.Os balões eram preenchidos com o gás hidrogênio que facilitava as ascensões, isto quer
dizer que a massa de hidrogênio desloca uma maior massa de ar que está em sua volta, sofrendo
devido ao Princípio de Arquimedes, um maior empuxo do que o ar quente.
Na oficina de Machuron e Lachambre, Santos Dumont traz consigo os planos do seu
primeiro balão esférico de nome Brasil, a princípio os experientes construtores não quiseram
fazer o balão projetado por Alberto, suas dúvidas eram essencialmente em relação ao tamanho
tão pequeno do aeróstato, já que os balonistas Machuron e Lachambre tinham experiências e
diziam que jovem balonista deveria fazer um bem maior que o seu pedido. Machuron tentou
convencer Santos Dumont de que seu pequenino balão não voaria, ora um balão de 100 cúbicos
onde o normal seria de 4200 e 6 metros de diâmetro, contendo um invólucro seis vezes menor
que os tradicionais balões.
Os construtores não acreditavam na possibilidade do balão Brasil alçar vôo uma só vez,
todavia Santos Dumont insistiria nessa construção. As modificações propostas pelo mais novo
balonista, surpreenderia a todos, inclusive aos experientes Machuron e Lachambre. Foram elas: a
diminuição do volume, troca do material tradicional por seda japonesa na fabricação do
invólucro do balão e o aumento dos cabos de sustentação da cesta. Então em julho de 1898, o
Brasil levanta vôo aos olhos incrédulos de todos.
Referencial teórico
Assim os estudantes poderão perceber que uma teoria científica passa por um processo
longo e variável, de modo que a História da Ciência contribuirá muito para o entendimento das
estruturas científicas, mostrando que a ciência não está pronta e acabada. Marques ressalta:
Esse trabalho tem o intuito de articular o uso da História da Ciência como motivador para
estudar os conceitos científicos que estão relacionados à construção e ao uso do balão Brasil de
Santos Dumont. E ainda, considerando o uso de simulações no computador venha contribuir para
fixação dos conceitos abordados neste trabalho, como sugere Medeiros e Medeiros (2002, p.83)
as simulações assistidas em computador “podem atuar como uma etapa intermediária em
direção a abstração.”
Aplicação
1º conceito estudado
Santos Dumont parte para construção de seu primeiro aeróstato, o balão Brasil, que tem o
volume final de 113 metros cúbicos e tem diâmetro seis vezes menor que os aeróstatos
tradicionais, os aeróstatos no final do século XIX eram preenchidos com gás hidrogênio. Assim
o primeiro conceito a ser estudado será o empuxo.
fig 1- Balão Brasil
Nesta figura pode-se verificar as dimensões do balão Brasil em comparação com outros
balões.Na simulação abaixo verifica-se que a força de empuxo será diferente para cada tipo de
gás; como a mudança de gás provoca alteração nos vetores forças de Empuxo e Peso, assim para
cada gás haverá vetores diferentes e a ascensão do balão será diferente.
fig.2
fig 2 - Simulação destinada a verificar a atuação dos gases e suas ascensões
2o . conceito estudado
fig.4
Outra novidade que Alberto trouxe foi o uso da seda japonesa, que garantiria menos
massa na construção do aeróstato Brasil, mas levaria ainda outra embate com Machuron e
Lachambre, em relação a resistência da seda para construção do balão. E Dumont faz as análises
com os construtores a respeito da seda e finalmente começa a construção do mesmo.
fig. 5
CONCLUSÕES
Nesse trabalho verifica-se o uso da História da Ciência, baseada nas obras de Alberto
Santos Dumont e na possibilidade de compreendermos melhor os conceitos aqui abordados. É
fato que trabalho não fechado e variações podem ocorrer e outros conceitos poderão ser
abordados. Uma abordagem diferente no Ensino de Física não quer dizer que devemos
abandonar as práticas pedagógicas anteriores, mas trabalhar em conjunto as novas tecnologias,
de maneira que as reflexões sejam a chave central para desenvolvermos cidadãos disposto a
entender a sociedade em que vive.
Usar e ousar na utilização de tecnologias é essencial para todo profissional em educação,
em especial a História da Ciência que auxilia na melhor organização de estruturas culturais,
sociais e conceituais. É preciso ter em mente que a educação não é apenas informação, mas sim,
meio de fazer as pessoas pensarem criticamente sobre essas informações.
1 3
, SANTOS DUMONT, Os meus balões (Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 1973)
2
A viagem de Andrée e seus companheiros foi um desastre, não chegaram ao pólo Norte e morreram intoxicados
pela carne de urso caçados por eles. Levavam consigo máquinas fotográficas e registraram os momentos desta
trágica viagem.
4
DIAS, P.M.C. \A (Im)pertinência da História ao Aprendizado da Física (Um Estudo de Caso)", Revista Brasileira
de Ensino de Física, 23 (2001), 226-235.
5
Marques, Deividi Marcio E Caluzi, João José. Contribuições Da História Da Ciência No Ensino De
Ciências: Alternativa De Inserção De Física Moderna E Contemporânea No Ensino Médio Enseñanza
De Las Ciencias, 2005. Número Extra. VII Congreso
BIBLIOGRAFIA